Textos e poemas
AMOLDO VERSOS (soneto)
Eu amoldo versos como artesãos
Do barro inviolado a transfiguração
Livre é o saltimbanco do coração
Que trova alumbramentos cortesãos
Nas pontas dos dedos em convulsão
A quimera arranha os tarares anciãos
Com a lira d'alma nos gemidos sãos
Escorrendo expressão da imaginação
Gota a gota, tato a tato nos corrimãos
Das vozes que aos amados clamam
E das odes que saem como bênçãos
Neste improviso tem dores, emoção
Solidão. Na cata dos sensíveis grãos
Da poesia. Transformados em canção!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
SOLIDÃO BORRALHEIRA (soneto)
Erma solitária solidão borralheira
Que atulha o cerrado de melancolia
No entardecer encarnado em romaria
Alongando o minuto em hora inteira
Assim só, os sonhos vão pra periferia
A espiar a sofrença além da fronteira
D'alma, caraminholando oca asneira
A crepitar agonia em atroada sombria
O vazio do imenso céu sem cabeira
Nos engole com chilreio e zombaria
Galopando apertura numa carreira
Tétrico encanto da solidão crua e fria
Que do silêncio é a sua mensageira
E que ao coração saudades anuncia!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
QUIMERAS DOLOROSAS (soneto)
Estou solitário no cerrado sem cores
Nas lembranças tristuras guardadas
No peito vis nostalgias desmaiadas
De sortes desfolhadas e sem flores
As tardes de mesmices requentadas
Que a solidão arrefece aos arredores
Enquanto vão esgarçando as dores
Perdidas saudades hão em toadas
Quantos gemidos, quantos valores
Por estarem dolorosas nas ciladas
Largam as quimeras nos bastidores
E nas presunções alheias, estacadas
Que fazem da condição só temores...
Me vou arrastando entre vergastadas!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
O AMOR MEU (soneto)
O meu amor pode ser afim à todo mundo
Os deslizes mais ou menos à toda gente
Porém, ele tem um particular facundo
Insiste em ser fidelidade integralmente
É diferente de ser só um amor profundo
Vai além do temporal, quer eternamente
-se importa? Ah! Importa completamente
Pois é rotundo no peito, e n'alma fecundo
Ele tem sombra e, também é reluzente
Necessariamente é simples e jucundo
Sempre evidente, nunca está ausente
Todavia, ele será ferozmente iracundo
Se das profundezas o bem for poente
Pois amor que é amor do amor é oriundo!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
Se eu falar que estou apaixonado
O que pensarão de mim?
Que sou um bobo,buscando a felicidade?
Que sou um ingênuo, acreditando em algo que não é real?
Ou dirão que eu sou humano?
Pois não somos nós que somos capazes de nos apaixonarmos? Não!
A paixão está presente em tudo,
Seja no nascer do sol,que espera 24 horas pra encontrar a sua amada lua,
Seja nos animais,quando o macho não consegue se separar mais da fêmea, como um lobo protegendo sua alcateia,ou um tigre protegendo seu bando.
O que dirás aos homens quando lhes perguntarem sobre o amor?
Dirá que é um mito como as historias infantis?
Dirá que é uma criação fictícia?
Ou dirá a eles que o amor é inexplicável?
Não somos nós que os sentimos?
Entao como somos capazes de explicar o inexplicável?
A mente do homem, se expande cada vez mais,com o conhecimento,
Mas para conhecer o amor,não é necessário senti-lo primeiro?....
Sentir aquele sabor descendo seco pela garganta.
Aquele coração pulsante,palpitando como uma música, batendo e batendo,em milésimos..
Se os homens virem ate você
Em verdade vós dirá
Que o amor nenhum homem
Jamais pode explicar
Que nenhum homem pode escapar
Que nenhum homem dele fugirá.
Não temas ser de pouca força
O amor é oque molda o homem
E a arte que confude a nossa visão
A musica que deixa nossos ouvidos
Sem ouvir o resto do mundo
São a filosofia e a razão pela qual
Todos nós ainda procuramos viver
Não precisamos cada um
De um pouquinho de amor?
Olha bem pra mim..
Olhe bem como uma coisa leva a outra
Você não percebeu?
Eu estava falando de paixão,
E comecei a usar a palavra amor..?
"Por que?" você me dirás
E eu lhe direi
Porque o amor
E o que leva as ondas ao mar
E o que leva os passarinhos a cantar
E o que leva o poeta a escrever
O amor te fez nascer
E o amor te faz renascer
No amor não existe morte
Porque viveremos eternamente, no coração de quem um dia nos amou.
Se quer amar e ser amado
Não se prenda ao passado
Pois da paixao
Da amizade
Da inimizade
Até do ódio
Qualquer caminho
Pode te levar ao amor.
Não sei o que há comigo
Pois quando escrevi isso,
Eu ja estava apaixonado
Pela mulher mais bela
A poesia que se forma nela
O canto aquarela
Que ela me faz ouvir
Visao distorcida
Alma vivida
Venha até mim, e me faz ser feliz.
Tu és a poesia da qual
Escrevo e descrevo a cada dia
Tu és o ar que respiro
A paz,em meio ao conflito
A rosa em meio ao espinho
Tu és a minha vida.
Amar, amar,e ser amado
Eis a questão do amargurado
Que pensa que sabe,
O que é amar
Se apaixonar,se apaixonar
E ser apaixonado
Eis a questão do iludido
Que pensa que todo amor,
É um imenso conflito
Mas sem amor,guerra em sua mente terá.
Só digo tudo,e ao mesmo tempo nada
Estou confuso ela é a minha amada?
Mas e claro que sim!
Pois foi com ela que aprendi
Foi com ela que senti
E foi ela que perdi
Mas no final eu continuei,amando-a.
Sou um escritor des escrevendo
Tudo que já explicaram sobre amar.
Pois em verdade vos direi
Escrevendo eu, que ja amei
Que o amor pra explicar? Ninguém
Mas pra sentir? Alguém
Então venha amar? Você também.
Eu um escritor apaixonado
Escrevo isso em verdade
Para amar,não tem gênero,
Etnia ou idade
Basta ter caráter
E compreender o real significado
De amar.
Tu me amas? Eu te amo
Você que está lendo pensou em alguem?
Corra atrás!
O amor e loucura, o amor e se arriscar!
O amor e sonhar e realizar.
Não pensou em ninguém?
Pois fique tranquila
O sol nasce para todos
E a sua hora vai chegar
E só você ter a paciência de esperar
Como para todos o sol também,
Vai nascer,você vai entender o que e amar
Se ja ama não perca tempo
Se arrisque mesmo que seja um não
Voce tentou,e foi ai,que quando mesmo
Você receber um não estiver de cabeça erguida
Você terá aprendido, a se amar.
Pois saiba que para amar
So depende de você querer sentir
Se permita sentir,e você
Não se arrependerá.
Continue andando de cabeça erguida
Se trata de amar não de viver em uma ilusão e para compreender o real significado de amar,ser amado,e viver do amor
Basta seguir a você
Sua vida
E seu coração
Agora vá e viva!
Pois o amor é para todos
Mas nem todos,são para o amor.
O amor não se explica
Se sente.
Va amar,va buscar o amor
E uma aventura,sem começo,
E sem fim,pois que ama
E busca o amor
Para todo fim
É um novo começo.
E o que esse escritor
Antes que essa poesia ei de morrer,
É que eu te amo
Como vós me amou após se encantar
Por minhas palavras.
E mais uma vez pra terminar
Não releia isso, agora va praticar
Pois todos nos nascemos
Pra amarmos e sermos amados
Entao vá meu caro leitor
Em meu ultimo fôlego de vida
Em verdade eu te digo
Você meu amigo
Vai viver
Vá amar
O que eu já sinto por você que está lendo
Minhas palavras, e o que você já sente por elas,
Isto também
É amor
Vá e vá e mais uma vez em meu ultimo fôlego lhe peço e suplico
O último pedido deste escritor,
Vá e ame
Vá amar.
CERRADO DUAL (soneto)
O cerrado tem dia de sorrir, e ele sorria
Tem dia de melancolia, e ele entristecia
Porém, também, tem dia de total silêncio
E na quimera dum colossal o vário é cio
É mistério, sequidão, chuva, calor e frio
Deitados sob o céu que provoca arrepio
É a tristura com o espanto da sutil ironia
Que muito desflora, muito recria, poesia
E nesta galeria de tanto, dele o encanto
Da sequidão ao empapado num só canto
Num bale dual, no seu cenário desigual
É o cerrado, das cores e do seu pálido
Soprando no planalto o seu vento cálido
Transmutando a diversidade no plural...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO DO AMOR EXATO
Da ventura, terá sempre o invejoso
Por não ter a lua amasia tão divina
E uma paixão tão pouco peregrina
No coração eleito no olhar amoroso
Amor, será sempre suspiro glorioso
Regado de adulação pura e cristalina
Vermelhas rosas, e emoção inquilina
Um gesto, revelado um tanto airoso
É harmonia que nos amestra, contina
Não emulando, e sim no afeto ditoso
O sentimento no espírito, lamparina
Que então, não seja o ter ambicioso
Que o mal que queira o bem ensina
Pra no amor não ter amor enganoso
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
Saudade e carestia
No amor há sempre uma saudade.
Carestia do ato de amar.
Se se está perto, saudade na distância que há na proximidade.
Uma distância voraz incessante.
Se longe, saudade da contemplação,
saudade da consumação de corpos na unidade,
abreviação da distância insistente.
No amor há sempre uma saudade e carestia,
um querer a mais,
um querer...
mais.
MAIS UMA
Eu não gosto de poesia;
Não gosto das suas rimas;
Remete a negação do dia- a- dia;
Dos sonhos acordados das vidas.
Me lembra que palavras;
Ditas com certa simetria;
Refletidas das almas;
De tudo que ia.
Me canso de reclamações;
Sonhos em tinta e papel;
Palavras, adequações em canções;
Sentimentos em papel, vidas ao bel.
Estamos cansados;
De precisar rimar, para que;
Palavras não se percam em sarcasmos;
E o sol, na solidão, não solidifique.
Para que sentimentos e atos;
Desatem nós, nos outros;
Para que “os” sejam a nós mesmos;
Porém, ninguém gosta de poesia obrigado.
Infelizmente digo;
De nada valem os sonhos;
Daqueles frios papéis e de caneta pousada;
Sonhos de realidade, são pesadelos.
Gostaria que poemas fossem;
Fingidores abstratos, pseudônimos;
Mas são apenas adequações, que torcem;
E retorcem paz momentânea para almas.
Sonhos com frio;
E calor impossibilitado;
Poemas adequados por um fio;
E lustra fato, dado.
Mascara o fardo;
Acalma o tato;
Finge de culpado;
E lembra que de fato.
No fim, não existe adequação que esteja sob controle.
SONETO ANTES DE TU
Antes de amar, amor, era amador
Não tinha nome, rua ou endereço
Nada importava ou queria apreço
Expresso era o suspiro de amor
Eu sonhava sonhos pelo avesso
Nas fases da lua um devaneador
Em silêncio cochichava a tal dor
Num desprazer plácido, impresso
Tudo era um vazio, morto, clamor
Caído em um horizonte espesso
Onde escorria olhar tão sofredor
Antes de tu, não existia começo
Até que vieste com o teu amor
E pude no soneto ter ele impresso...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 21 de 2017
Cerrado goiano
CEREBELO
Felicidade temporária
Que diz pra sempre me amar
é sempre me enganando
que me faz acreditar
e na imperfeição dos
tempos perdidos
se encontra nas lagrimas
a sinceridade de um sorriso
Por isso um minuto
de amor é eterno
e viver se torna um prêmio
bem vindo a realidade
Temporária felicidade.
SONETO SUPLICANTE
Amor, o meu plangor rasga o céu
Como lavradores no chão inviolado
Querendo arar o peito aqui calado
Com o teu olhar, e no teu amor, réu
Neste universo dum amor imolado
Escrevo sentimento neste cordel
Triunfante e tão cheio de tropel
Que faz o pensamento enevoado
Venha ver as emoções deste anel
De luz, quantidades e, de agrado
Num vento de virtude, nunca infiel
E entre muitos, o meu a ti destinado
É fulgor transparente, sem ser cruel
Apenas a sorte de amar e ser amado
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
16'00", janeiro de 2016
PERDA DE TEMPO (soneto)
A quem me viu além tempo, além vidraça
Da vida, cara a cara, assim, de pertinho
Verás que no tempo e na vida caminho
Graças! E que o tempo no tempo passa!
E por mais que queira, que tudo faça
Implacável é o rumo e tão torvelinho
Aromatizado como o curtido vinho
Se fazendo veloz, como, tal fumaça
Já velho, eu, não busco burburinho
De perda de tempo, ou de chalaça
Se estou jovem ou se sou velhinho
Vivo o tempo, sem tempo de negaça
Mais vale amor no tempo com carinho
Que o valor do tempo que esvoaça...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017, 05'55"
Cerrado goiano
LOMBEIRA (soneto)
Tardes do cerrado goiano, lombeira
Tão ressequidas, de tão árida vida
Tardes com a sua lentidão parida
De melancolia à sombra da lobeira
Horas benditas, de demora dormida
Que nas horas se faz hora terceira
Tardes de silêncio, tarde feiticeira
Languidez na languidez desmedida
Olhos serrados, sonho sem fronteira
Tarde muda, do tempo, hora vencida
Na imensidão bem além da porteira
E nesta doce pureza a tarde caída
Que poisa hora serena, por inteira
As tardes, tecendo hora perdida...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
DESAFETO
Sempre estive aqui, sim.
você que não encontrou,
ou fingiu que não achou,
e ainda chegou atrasado.
Não precisa se desculpar,
de nada vai adiantar.
o atraso já se contabilizou,
e o meu coração cansou de esperar.
A estrada era longa
e o endereço sempre foi o mesmo.
o caminho era muito fácil,
Não havia chance de erro.
Não vou implorar para ficar,
A casa não é sua.
Se te incomodar
A porta aberta é a serventia da rua.
Já vai? É melhor sair pelos fundos,
A sua partida será esquecida
em apenas cinco segundos.
Quem quiser que decifre os pirilampeios
pela escuridão.
Eu me guio pelos sinais dos faróis
das ilhas perto do cais.
E nem me lembro mais
das borboletas pescadas nos anzóis.
Lembro-me só dos arrebóis,
dos arrepios,
dos bicos de seios
em que, pela primeira vez, me vi ante os mistérios
da mulher.
Um rio me invade
o status quo tidiano.
A vida vibra em ondas como um aeroplano.
A VIDA É TÃO CURTA PRA GENTE...
Viva intensamente
Viva delicadamente
Viva como se não houvesse fim a alegria
Viva como se fosse seu último dia.
Use seu perfume predileto
Não se prenda com o dialeto
Aprenda tudo que for necessário
Se você acredita na vida
Nunca deixe que te digam o contrário.
A nossa vida não é medida pela respiração
Nem pelas batidas do nosso coração
Nossa vida é medida pelos momentos
Que se imortalizam em nossos pensamentos.
O tempo sempre voa
Então saia, vai passear na lagoa
Leve seus amigos
Os mais queridos.
Doe amor e ame demais
Porque o amor, ele não acaba jamais
E o tempo nunca para
Então tome vergonha na cara
Se divirta bastante
Tire muitas fotos pra pôr na estante.
Encare um dia de cada vez
Porém, sem fazer nenhuma estupidez
Pois, cada dia é um novo desafio
E você não pode pensar que você vive por um fio.
Viva intensamente
Viva delicadamente
A vida é tão curta pra gente.
Um espírito que vagava na imensidão do nada
encontrou sua porta de entrada
num ventre de mulher
cálido e suave.
Sua nave,
até o dia de nascer.
Nave-mãe
que sente cólicas, enjoa, perde peso, chora à toa,
sente desejos incontroláveis de comer.
Ela é abrigo, guarida.
Toda mulher grávida é um hino à vida.
No ventre da mãe,
encarnou divina graça,
entrou e saiu por ela
como o sol pela vidraça.
E vem a fase de amamentação.
Nenê quer mamar: Buááááá!
Nenê acordou:- lá vem chororô!
Molhou a fralda: mais berreiro.
Fez cocô - Êta nenê cagão,
tem que trocar o cueiro.
Vida de mãe não conhece tédios, colo de mãe é o mais santo dos remédios.
....
Fragmentos do poema... Coitado do bicho caicãe
que nunca teve mãe
Livro - Poemas do Amor Eterno
"...Viveu de forma longeva e intensa
com simplicidade e sapiência.
E assim o tempo foi passando
e a família crescendo.
Filhos, netos, bisnetos,
continuidade de sua existência,
os muitos ramos de sua Árvore da Vida.
Quando chegou o momento de partir,
Ele disse assim:
- Missão cumprida.
E atravessou sorrindo as portas de saída.
Entre canções inusitadas
E poesias prensadas
Sigo escrevendo meu presente
Esperando do meu futuro
Mas do que um mundo
Escrevendo em cada traço
Um alguém de vivência
Que busca no caminho experiência
Com pessoas diferentes
Se distrai com inocentes
Compõe histórias é ilusão
De um alguém com depressão
Não é tão feliz quanto queria
Mas entende o sinal de ironia
Segue muitas vezes sem trilha
No fundo quer apenas compreender
Pois sabe que entender não é aprender
Buscando ensinamento de verdade
Encontra amores em lojas e bares
Mas esse não é o fim pois um dia encontro lares
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