Textos de poema
Covardia é não lutar pela verdade,
Coragem é expor a politicagem sem vaidade,
Aqueles que se escondem atrás de discursos vazios,
São os mesmos que querem passar por cima dos que lutam por dias melhores e verdadeiros.
A verdade é a luz que ilumina o caminho,
Mas a politicagem a apaga com medo,
Tentam a todo custo esconder o que está por trás do pano,
Para manter seu poder, seus regalias e seus segredos.
Por trás da superfície, há sempre uma sombra,
E a politicagem se move como um espectro,
Desprezando a razão e o bom senso,
Para oprimir aqueles que se opõem ao seu poder.
Mas a verdade nunca pode ser escondida por muito tempo,
E a coragem de enfrentar a politicagem é um ato nobre,
Pois é a única maneira de mudar o jogo,
E lutar por dias melhores, de liberdade e de igualdade.
Não permita que a covardia te iluda,
Seja crítico, exigindo a verdade é o caminho,
E a política injusta será derrubada,
Pela força da coragem, da verdade e do destino.
O fraco tenta ser forte por meio de ações autodestrutivas,
Que nada mais são do que uma ilusão vazia e fugaz,
Pois a verdadeira força vem de dentro, de uma fonte duradoura,
Que nunca se esgota ou se desgasta.
A força não reside na agressividade ou na brutalidade,
Mas sim na capacidade de superar adversidades e lidar com a realidade,
Com serenidade, equilíbrio emocional e muita sabedoria,
Conseguindo enfrentar as dificuldades e alcançar a vitória.
Aqueles que tentam ser fortes através de ações autodestrutivas,
Estão apenas enganando a si mesmos e perpetuando sua fraqueza,
Pois não conseguem lidar com suas emoções e com a pressão da vida,
E acabam afundando cada vez mais na solidão e na tristeza.
A verdadeira força é aquela que inspira e motiva,
Que nos faz acreditar em nós mesmos e em nossos sonhos,
Que nos faz lutar com bravura e coragem,
E não com ódio, ressentimento e autodestruição.
Portanto, não se deixe enganar por falsas ilusões e ideias erradas,
Mas sim busque a verdadeira força que reside em seu coração,
Mantenha-se firme diante das adversidades e confie em si mesmo,
Pois assim, certamente alcançará seu verdadeiro potencial de grande valia.
Numa dança de afetos, o coração dança,
Emaranhado em laços, tece a esperança.
Amor, doce encanto, ora benção, ora maldição,
A dependência emocional, tece a ilusão.
Na teia do afeto, a alma se enreda,
Talvez trouxa, buscando o que se perde.
Entre suspiros e lágrimas, o coração se doa,
Às vezes, no amor, a razão se escoa.
Em dependência, a liberdade se esvai,
Cadeias emocionais, onde a alma cai.
Ser trouxa no amor, um papel desenhado,
Na peça da vida, onde o coração é ludibriado.
Mas no teatro do sentimento, há luz e sombra,
A dependência se desfaz, e a alma se sobressai.
Que o amor, soberano, cure a ilusão,
Libertando corações da trouxa paixão.
PORQUÊ
Por que é que as acácias de repente
floriram flores de sangue?
Por que é que as noites já não são calmas e doces,
por que são agora carregadas de electricidade
e longas, longas?
Ah, por que é que os negros já não gemem,
noite fora,
Por que é que os negros gritam,
gritam à luz do dia?
Sou criteriosa,
E não entendo as pessoas
quando se trata de criar
novos laços
Acho que eu era jovem demais enquanto tentava sobreviver, não tive tempo para modas.
Me vejo sozinha
Vejo todo mundo ocupado
Com aquilo que é sem importância
Me vejo seguindo esses padrões
Será que sou eu problema?
O ruim de ser pobre, é sonhar?
Ou dizer adeus aos sonhos?
Devo continuar e agir?
Gritei por arte
E me achei
Sou grata a mim mesma
Pela forma que me encontrei
Acho uma pena não ter nascido rica
- Desaba(fos)
Fratura familiar
O que deveria ser apoio virou dor,
A falta de pertencimento deixou feridas.
Olhos julgadores, palavras de mentiras,
Fizeram-me buscar amor em outras vidas.
A ausência de amor trouxe rejeição,
Hoje a dor é nossa ligação.
Vivemos distantes, mundos separados,
Sem contato, sem afeto, desconectados.
- Polly Soares
Em busca do passo perdido
Sigo, sem pressa, determinada
Às vezes me parece escondido
Noutras à vista estampada
Mas passo, compasso, vazio?
Me diga, tenho até calafrio
No eventual silêncio
Pode estar o mais lindo rodopio
Eureka, encontrei o oculto
Entre rimas, até melodias
Eis que avisto o astuto
Cá dentro, bem lá no meu peito
LAURA FLÔRES
25.07.24
Dê-me uma razão para lutar pelo mundo,
Se por entre a iniquidade não existe um ideal.
Em seus olhos, o vejo moribundo.
Esperança é uma meta irreal.
Dê-me uma razão para ver o dia passar;
A dor e a tristeza simplesmente não vão embora
Desculpas não podem disfarçar
As cicatrizes que vão ficar...
Por que em minha existência devo continuar?
Dê-me uma razão para acender as luzes,
A escuridão me cerca dia e noite,
Exacerbe minha existência de regozijo em solidão,
Onde o silêncio soa como açoite
E a paz alteia como sublime galardão.
Dê-me uma razão para ficar aqui e tentar.
Por que não posso, como a águia, para longe voar?
Memórias vão se apagar, a cada dia se afastar;
Esperanças e sonhos não realizados,
Eu gostaria de poder partir...
Minha ausência é tão despercebida
Que ninguém sequer vai sentir.
Dê-me uma razão que justifique minha existência,
No arcabouço da razão,
Emoções evadem entre os vãos;
A morte no interior é velada pela aparência;
O tempo escorre pelas minhas mãos,
Transtornado ante o mundo absorto em insolência...
Assim como a foice não é talhada pela flor,
Você desperdiça seu tempo com quem te adverse,
Acoimado por uma febre de rancor,
Além de sua estreita visão, a realidade desaparece
Como a razão perante o amor...
Consegue ver seus dias arruinados pela escuridão?
Concebido sobre a solidão que exorta,
Preso em um mundo de isolação
Enquanto a verdade bate à sua porta.
Minha solidão não pode ser roubada
Sem que me ofertem verdadeira companhia.
Parado num momento de ensimesmo,
Não sei se o medo é de nunca mais sentir igual
Ou de voltar a sentir o mesmo.
Dê-me uma razão
Para isso então justificar:
O que te impede de soltar
O peso que não te deixa voar?
Sorria!
Viva a alegria,
E acentue com euforia.
Faça da vida uma poesia
Que ressoe com melodia.
Orquestre com harmonia
E edifique com mestria.
Diga em voz alta
Do que gostaria,
Mas diga sem falta
E com muita empatia.
As luzes da ribalta
Lhe concedem autoria,
Você é o nauta
Que governa a maresia!
Não se curve à esta malta,
Vamos juntos à utopia!
Tudo começa
Com festa e alegria.
Sem muita pressa,
Com paz e harmonia.
O desenvolver
Exige mais atenção:
Da alegria ao sofrer,
Da harmonia à tentação.
Grandes batalhas vão acontecer,
Mas vitórias também virão.
Tudo o que acontece
É passageiro.
O que parece,
É rasteiro.
O que desconhece,
É forasteiro.
Tudo termina
Num último suspiro.
O que abomina,
Ao outro se ensina
Que tudo não passava
De uma mera rima.
Um poeta é como um pássaro
Que se abstém na escuridão
E canta para se confortar
De sua própria solidão.
Seus ouvintes contemplam seu gorjeio:
Singular melodia de uma invisível canção.
Se sentem comovidos de coração cheio,
Ainda que não saibam o motivo e razão.
Insatisfeitos com sua liberdade,
Enjaulam sua virtude.
Ególatras detentores da verdade,
Juízes levianos de absoluta piedade.
Não sabem que o canto da ave
É seu aprumo de criticidade?
Engaiolado não possui identidade,
E agora suas notas não têm mais sonoridade.
Por isso te peço e te imploro
Que deixe os pássaros com cânticos livres.
Deixe-os cantar em sua feliz retidão.
Deixe-os partilhar da liberdade com os outros.
Prosperarem para além da medíocre escravidão.
Apreciem seu regorjeio de cativante galardão.
Viva, viva o meu mundo sem cor,
a minha existência só me trás dor .
Nasci em um mundo que tinha o dever de me fazer feliz,
mas tive a má sorte de nascer de um jeito que eu quis.
O mundo até que me deu oportunidade de ser feliz com os meus defeitos,
mas eu tenho medo de fazer amizade e, em algum momento descontraído,
eu ouvir eles falarem mal do meu jeito.
Tive uma outra oportunidade de ser feliz com uma pessoa incrível,
mas minha falta de autoestima desconfigurou o nosso destino.
Talvez seja melhor eu viver em um quarto trancado,
sem falar com ninguém,
até porque eu sou um lixo, também não vou me importar com mais ninguém.
Já amei muitas pessoas ao decorrer da minha vida,
mas entre tantos, eu sou como uma cadeia vazia,
sem nada de interessante para prender alguém na minha vida.
As pessoas me trataram como uma bengala de um cego,
quando elas não precisaram mais de mim, me jogaram no ferro-velho...
Só quem pode amar e ser amado é gente que é considerada atraente, porque a aparência conquista o nosso coração e engana a mente. Quem é considerado feio ainda é obrigado a viver sorrindo, mesmo com tristeza nos olhos de um amor não correspondido.
Girassol
Inspirar e se encher de vida
Expirar e não sentir nada
Cada gota escorrendo em uma só ida
Engolida pela escuridão, pelo nada
Uma noite sem luar
Ou qualquer estrela a brilhar
Com o anseio por qualquer lufada de ar
Com a dor e o sofrimento a pulsar
A doce lembrança do crepúsculo
Com suas doces e aconchegantes cores
Deixam- me sem nenhum escrúpulo
Que o viver me mata de amores
Mas o que fazer quando não posso sentir?
Existir e não se importar com nada mais?
Ou talvez , quem sabe , apenas desistir?
Não, não acho que eu seja capaz.
A dúvida me assola ao anoitecer
E a vontade dorme mesmo com o nascer do sol
Mas desejo sempre pro melhor acontecer
Fingindo ser mimese de um girassol.
Eu me encontrava em um mar de calmaria e então você veio como uma maré de felicidade inundando meus dias.
Me afoguei em sentimentos adormecidos e os vi germinar, estava pronta para te transbordar… Mas você decidiu regressar e arrastar tudo de bom com você, me restando apenas recordar.
Te deixei entrar por portas e janelas e agora você deseja fechar todas elas. Mas não se preocupe meu bem, se tratando de você sempre haverá uma fresta.
Crise dos 36:
Já se encontrou em um jardim rodeado pelas mais esplêndidas rosas, de todas as cores e formas, com pétalas variadas de 17, 18, 20 pétalas, todas repletas de riqueza e beleza? Agora, imagine-se neste paraíso e se deparar com a mais majestosa rosa de 36 pétalas. Ela brilha mais do que todas as outras no jardim, e seu aroma guia o mais sábio dos jardineiros. Tamanha riqueza e detalhes nunca antes testemunhei em minha vida, como vi nesta rosa de 36 pétalas. De fato, perdi-me em seu encanto e em seu doce aroma. É uma lástima não possuir as qualidades necessárias para cativar tal obra de arte, que nem mesmo Van Gogh ousou imaginar em suas pinturas.
pensador.. pensa na dor,
quem foi o causador?
foi o amor?
não não...
foi o meu próprio rancor
que anda me provocando dor,
um incômodo imenso
que se parece infinito,
uma ansiedade de vencer
contra
um medo imenso de perder..,
é sobre ser o vencedor
carregando a dor...
e sobre ser o poeta sem fazer poesia..
como se fosse um filme sem bilheteria,
um espectador, um ator, uma imagem, e uma dor.
Às vezes escrever poemas me cansa,
Ainda mais agora que ando cheio de problemas.
Mas eu sempre estive cheio deles,
Porém isso nunca me impediu de escrevê-los.
Pessoas vão e vem, mas... ela não.
Ela ficou na minha mente,
E não consigo esquecer ela.
E novamente me vejo em mais uma madrugada escrevendo,
Querendo apenas um pouco de sossego.
Eu até tento te esquecer,
mas é impossível assim como
O tempo se recusar a passar.
Eu escrevo para te lembrar
Escrevo para te esquecer
Escrevo para me livrar de você
Escrevo para te ter de volta
Mas no final nada vai mudar.
Você não está aqui, e eu nunca mais vou te ver
Então eu continuo escrevendo,
Para que a minha dor não me consuma
MEU PERFIL É ANÁLOGO AO PERFILAMENTO RACIAL ?
... O lixo vai falar o óbvio, e de boa!
“Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele.”
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
A Pátria é Genocida...
Na redação tirei nota Mil!
Aqui no Brasil está barril dobrado disso acontecer, pastor King.
Sua bênção apostólica.
...eu ainda ando no vale da sombra da morte. Mas não temo nada; porque não ando só...
Muhammad Ali, quem tá comigo não foge ao ringue.
Enquanto a cor da pele for menos importante que a narrativa do racista, haverá Perfilamento Racial.
Na minha quebrada eu tenho a cara de painho.
Na rua, a cara da viatura.
Sou revistado, a única droga que carrego é meu caráter. Estou aramado de cultura e arte, nunca estampei minha cara numa revista. Veja!?
O policial fala no meu ouvido em Espanhol:
“Oye, negro, ¿estás bien?”
(Quando dá, eles perguntam)
Queria bailar/ gingar como o Vini Jr.
Mas não posso hablar, porque o racismo estrutural não deixa.
Meu amigo negão estava com um beque, e seu parceiro branco estava com um quilo da massa, só meu amigo que foi para o presídio. Está numa sala lotada, desprovido de direitos e liberdade.
Mas o negão só traficava poesias.
Poxa! Queria comprar uma camisa do Santos FC 2012 – branca , mas o segurança do Shopping me vigia.
É aquela ideia, que existe pele alvo e pele alva.
Além de eu ser um Negro Drama, sou também um negro Eloquente, Lombroso:
Penso, existo, escrevo, logo sou poeta na minha cidade, Platão.
Tô descartando ideias racistas, irmão.
Estou tentando ser um ponto fora da curva como o Abebe Bikila:
Mas com os pés no chão.
Eu entro no restaurante de blazer,
E não sou revistado.
Se estou a caminhar na minha rua sem camisa, com meu dialeto, tatuado, kenner, boné ou cabelo pintado e bermuda,
Sou abordado pela polícia. Por quê!?
(Quase sempre por PM preto, maior onda!)
Com o Reconhecimento Facial,
Fica mais fácil para os homens me verem. Na moral!
Sua câmera contida na farda, só grava o que eles querem, moço.
Se eu der mole na rua, levo oitenta tiros. E eles ainda pisam no meu pescoço.
Quem criou às drogas, às armas, quem as levou para a Favela? Só não foi noíz!
Sou do Matadouro, senhor, mas danço até em linhas tortas.
Sou Sucupira, me deixe ir pela sombra, sou dos 4, sou da Formiga, sou da Carioca, sou do Areal – da Terra Santa. Amém!!!
Sou da Rua Nova, sou da Bahia , sou da Princesa do Sertão, enfim, sou Lucas da Feira!
-Pegou o documento, filho?
Não temos nenhum valor, não somos ninguém.
Não saía com essa roupa, você é doido!?
Nós combinamos de não morrer, lembra!?
Pô! Mainha, Bob, já nos dizia: liberte-se dessa escravidão mental.
Na entrevista de emprego, não passo.
No jornal local minha cor rouba a cena.
No futebol, sou chamado de macaco.
Na universidade pública, o preto não está no seu devido lugar. Viaje nesse poema!
No CAPS, minha cor escureceu tudo.
Sou influenciador digital, mas não sou patrocinado.
Não existe capitalismo sem racismo, Malcolm X.
O que fizemos ao senhor capitão
Além de nascer com essa cor?
E de sorrir lindamente diante
De nossa amiga dor?
O que eu preciso fazer pra deixar claro para vocês que eu sou escuro?!
Se minha cor te incomoda,
Lá no quilombo estou na moda.
Existe os direitos humanos,
Mas os homens também têm suas leis. Que malandragem!
Pai faz, Mãe cria e o Estado mata!
Nem todos vingam, promotor! Pega a visão!
Sou filho de Pretos, e quero respeito, quem mora no gueto não é ladrão.
A Vida é Loka, Nêgo, mas nela não só estou de passagem.
Eu tenho um sonho: que se realize o sonho de Martin Luther King.
Sobre Chuva:
Gosto dos dias chuvosos, quando as nuvens se entrelaçam e se fundem em um único manto, formando um véu acinzentado e melancólico, que logo desaba em um pranto incontido. Em dias assim, visto minha roupa de corrida e saio para desbravar as ruas, enquanto as minúsculas gotas de água acariciam minha pele e purificam cada cicatriz de minha alma. Aprecio a chuva porque ela é autêntica, porque infunde vida, mesmo quando parece que o céu está em desolação. Amo a chuva, pois nela posso ocultar minhas lágrimas, misturando-as com sua água.
Meu dilema:
Meu dilema reside na intensidade que carrego em tudo o que sou. Sou intenso no amor, na reflexão, na ação, na palavra e em cada gesto. A vida, para mim, parece breve demais para ser vivida com superficialidade ou moderação, por isso busco vivenciar com fervor tudo aquilo em que acredito e amo. No entanto, essa chama interior, esse querer avassalador, também me exaure. Tudo se transforma em um fardo, pois a intensidade é pesada e, muitas vezes, difícil de suportar. Minha mente nunca repousa, pois estou sempre imerso em pensamentos, e sinto-me esgotado de tanto pensar. Almejo apenas a serenidade, mas ela me escapa incessantemente. Desejo uma mente tranquila, anseio por não ser um fardo para ninguém. Contudo, estou exausto de lutar, saturado de tudo. Sinto-me pleno como um rio à beira da inundação. Só anseio por paz, por cessar essa torrente de sentimentos e, finalmente, conseguir me olhar com orgulho nos olhos.
