Textos de Fracasso
MEUS ANJOS
O Anjo me olha de novo,
seu olhar de conta colorida,
onde os azuis pintaram
céus tranquilos,
sem presente,
passado ou esperança...
Olhar de não sofrer,
Olhar de ser apenas
o Anjo que iluminou ladainhas
e que ainda ilumina preces...
No cheiro de minhas saudades
se misturam o fim de velas
em fim de missa.
Missa de ontem:
Vestido azul,chapeuzinho branco,
terço de contas de prata,
e a gente rezando contrita,
acreditando sem perguntas...
No cheiro de minhas saudades,
as angústias de então:
pequeninas, feitas de nada.
Angústias que eu queria de volta.
Meus olhos de hoje
encontram seus olhos de ontem...
o mesmo azul,
a mesma face tranquila,
guardando céus que imaginei tocáveis.
Nada mudou no tranquilo rosto de mármore
que me escutou em preces,
barganhando sonhos por ave-marias.
Tudo é como sempre foi,
mas, o anjo já não me escuta mais.
Acho que nem me reconheceu...
É infinito o espaço
entre meu jeito de hoje
e os olhos azuis de meu anjo.
Mudei ?
ou mudaram meus olhos ?
Não há como encontrar-me,num tempo corrido,
dentro do espaço de viver.
Mas,é bom voltar no tempo
para encontrar você,meu anjo de pedra,
de olhar azul,igual como sempre,
Sem dúvidas que hoje,como ontem,
ainda ilumina ladainhas.
Perpétua Santiago
Naquele bosque havia uma fonte que brotou da terra!
Suas águas deslizavam pelas pedras
indo se juntar a um tanque represado mais adiante.
Nesse cenário passamos muitos anos da infância
e vivemos momentos inesquecíveis.
Roupas velhas; pés judiados não pelo sofrimento, mas pela absoluta liberdade de correr pelos campos, em direção a esse lugar paradisíaco, sem a menor necessidade de calçados. Ali, meu irmão e eu brincávamos por horas a fio e algumas vezes, éramos surpreendidos por alguma cobra de pequeno porte que afugentávamos a pedradas ou,escondidos, observávamos lobos-guarás, comuns na região, virem matar a sede. São tantas imagens que poderiam ser descritas em minúcias de detalhes, mas temo cansar os leitores a quem, talvez, esses relatos nada signifiquem. A intenção ao falar sobre essa lembrança deveu-se apenas a imensa saudade que, de quando em vez, se apossa da minha alma.
Cika Parolin
Busco a minha lembrança mais remota!
E o que me vem à memória
é um momento em que me encontro nos ombros de meu pai,
olhos fixos no alto, onde um "motoqueiro maluco" se prepara para fazer uma travessia, entre um edifício e outro, através de um cabo de aço. Ainda trago em meus ouvidos os roncos ensurdecedores daquela moto gigantesca e vejo como se fora hoje, os detalhes dos trajes e paramentos do motociclista que considerei o homem mais lindo e elegante que eu já vira...
E VOCÊ?QUAL É A SUA LEMBRANÇA MAIS REMOTA?
Cika Parolin
Por todas as vezes em que você me fez sorrir - EU AGRADEÇO!
Por todas as vezes em que você me ofereceu o ombro - EU AGRADEÇO!
Por todas as vezes em que você acreditou em mim - EU AGRADEÇO!
Nosso viver tem sido de sorrisos, ombros oferecidos, mãos acolhedoras, palavras de apoio e por tantas delicadezas...
E por exatamente tudo - EU AGRADEÇO!
Cika Parolin
A vida "costura" encontros e desencontros;
amor e desamor,
desespero e esperança!
Como num exótico *patchwork
percebem-se ali, mais tarde,
os motivos e as razões de cada emenda,
de cada alinhavo.
#CikaParolin
* Patchwork :
trabalho que consiste na reunião de peças de tecido de várias cores, padrões e formas, costuradas entre si, formando desenhos preferencialmente que façam sentido ou contem uma história.
Cika Parolin
A espuma do mar, que as ondas formam, lembra a renda
na borda de um tecido azul-esverdeado.
Ela esbarra nos meus pés num "frisson" gelado,
o que sinaliza a proximidade do inverno.
A mudança das estações traz um temor do novo que se avizinha!
Do desconhecido, das dores, do frio e dos seus rigores...
Sempre um mistério para a alma.
Cika Parolin
Enganamo-nos quando cremos que a felicidade precisa ser buscada!
Basta percebermos que ela já nos habita! Naquilo que faz sentido em nós, nos pequenos e grandes afetos; quando nos sentimos vivos e úteis...
Felicidade é predisposição pessoal. É, apesar dos percalços,
notar, ao longo do caminho, que entre as pedras brotam flores
e é preciso dar-lhes peso maior do que damos aos dissabores.
Cika Parolin
Sendo muito sincera,
ando bastante cansada do grande "tribunal" em que a internet virou.
Vejo gente sendo julgada e condenada sem defesa e me pergunto: Antes de acreditarmos e emitirmos opiniões sobre pessoas e questões levantadas sem provas, não seria o caso de questionarmos e pesquisarmos um pouco mais a veracidade, ou não, dos comentários?
Eu pessoalmente tenho muito medo de ser injusta, por essa razão
procuro estar muito atenta ao "modus operandis" dos juízes de plantão; dos acusadores e acusados.
O que poderá me dar alguma base para tirar minhas próprias conclusões, embora nem sempre as expresse.
Cika Parolin
Ah, o Amor!
Ele não se manifesta quando queremos, nem por quem queremos!
Estamos "traçados" para alguém que fala à nossa alma
e felizes dos que conseguem encontrar e reconhecer seu par!
Físico, mais que isso, o parceiro espiritual!
Aquele que lê também o nosso interior;
que sabe, pressente e intui quem somos.
Que comunga conosco em pensamento, alma, sintonia e toque.
Amar é isso! É pensar, antes de tudo, na felicidade do outro!
É doar-se simplesmente!
Cika Parolin
Alegremo-nos!
É Páscoa!
Cumpriu-se a profecia,
Jesus ressuscitou!
Depois do calvário, a ressurreição!
É Páscoa!
Regozijemo-nos! Jesus vive eternamente,
Devolveu-nos a esperança e a alegria!
É Páscoa!
Ele doou-se por amor ao Pai.
Deu à humanidade o maior exemplo de fé e compaixão.
Jesus vive.
É Páscoa!
Ele está entre nós! E nos trouxe a salvação.
Minha busca é pela paz de espírito.
A maturidade me ensinou aliviar os fardos;
a não trazer para minha vida, cargas que me façam infeliz.
Obviamente há as chatices que precisam ser enfrentadas,
mas não faço delas o foco principal da minha existência.
Tento resolvê-las o mais rapidamente que eu puder, caso isso não seja possível, largo-as pelo caminho e sigo carregando apenas o que me for essencial. Cika Parolin
Refletindo sobre uma frase que li, de um amigo,
"O presente não existe, é volátil e acabou de passar.
O futuro é incerto e imprevisível.
O que temos é o passado",
de fato, o que fizermos ou falarmos em um segundo serão águas passadas. Acredito que a estrutura do nosso edifício como pessoas é construída pelas decisões e atitudes tomadas lá trás. Por essa razão não temo falar no que passou e tão pouco minimizo a importância do passado. É preciso olhar nosso passado com respeito e como o lugar onde consultamos nossos erros, para não repeti-los.
Cika Parolin
Ah! Não se engane!
Quem de fato a ama não entrega metades
ou apenas migalhas que lhe sobram
em momentos em que haja tempo e vontade de distribuí-las.
Se você serve e é procurada somente para "tapar buracos" dos vazios de outra pessoa, então definitivamente isso nada tem a ver com amor, mas com carência. Carência sua que confunde necessidades egoístas com demonstrações de amor.
Coloque-se sempre em primeiro lugar!
Ame, entregue-se, mas deixe pelo menos um pezinho na realidade!
Seu coração precisa de alguma garantia para quando perceber que só você amou.
Cika Parolin
Pai,
Não te posso ver, nem te ouvir!
Talvez as mensagens da tua alma
viajem até a minha, nas asas do sentimento!
Por isso sinto essa brisa tocar-me o rosto
como recado teu, esquecido no tempo.
Sei que estás mais distante do que eu gostaria,
mas conforta-me saber que tua voz
virou afago do vento.
Cika Parolin
"Os homens de boa vontade",
onde estão?
Esqueceram-se de lançar as sementes do amor
no solo das almas famintas por compaixão?
Talvez nesse Natal
os que têm a mesa farta, se sensibilizem
e lembrem de dividir o Pão.
Tantos com tanto e quantos sem nada!
Olhemos em volta,
logo ali na esquina,
padece de fome, um irmão.
É hora de compreendermos, de fato,
o verdadeiro sentido do "Amai-vos uns aos outros",
em toda a sua grandeza e extensão.
Cika Parolin
Ah! não vou fingir que não me importo!
Quero, sim, a via de mão dupla.
Entrego o meu tempo, o meu cuidado, a minha energia...
E não vou negar! Fico atenta ao brilho dos olhos e à apreciação!
Não se trata de querer elogios, trata-se de sentir que meu carinho tocou os corações. Apenas isso.
Cika Parolin
Não permita que ofusquem sua alegria
e que apaguem da sua alma a esperança!
Você é o guardião(a) de ambas e como tal, responsável
por mantê-las sempre vivas e pulsando dentro de si.
Não delegue a outrem o dever de fazê-lo(a) feliz!
A felicidade vem de dentro para fora
e se expande a partir de você.
Que a alegria, a esperança e a fé sejam sua meta
nesse ano que se inicia.
Cika Parolin
Os que moravam longe da cidade
levavam meses para registrar os filhos recém-nascidos
e, igualmente, demoravam para terem seus nomes definidos.
Eu não fugi à regra: Nascida em parto gemelar com Ciro,
o menino ansiosamente esperado, não cogitavam nomes de menina
e muito menos que viessem gêmeos,
visto que já tinham Marli, uma menina de cinco anos.
Como era de praxe queriam nomes que combinassem.
Cogitaram Maria e Mário, João e Joana, Karl e Katia...
mas o nome sonhado para o menino era "Ciro"!
Formou-se o impasse! Que nome dar à menina?
Dessa forma fiquei mais de meio ano sendo mencionada como "a nenê".
Não mais que de repente, Dona Amélia, uma moradora de uma chácara próxima, apareceu, providencialmente à hora do almoço,
para visitar, segundo ela, "os geminhos"!
Entre um pedaço de frango assado e outro, ela faz a pergunta fatal:
"Dona Maria( Marichen), como é o nome dos geminhos"?
Ao que mamãe responde: "O nome do guri é Ciro,
a menina ainda não tem nome".
Como que tendo uma ideia fenomenal dona Amélia grita:
"CIRLEI", Ciro e Cirlei, combina"!
E assim foi, algum tempo depois registraram-nos
e em seguida, o Batismo, realizado num domingo chuvoso,
no Templo Luterano, pelo pastor Fughmann,
recém vindo da Alemanha que num português péssimo disse:
"Kiro e Kirlei eu vos batizo em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, amém.
Quanto ao Cika? Fica para uma outra longa história.
Cika Parolin
Quando jovem, ouvia dos antigos a clássica frase: "O tempo voa"! E não é que me peguei dizendo isso dia desses! Não vi os últimos vinte anos passarem e ainda não realizei aquele velho plano de entrar num ônibus caindo aos pedaços qualquer e sair por aí, talvez rumo à Goiás; quem sabe comer doce de leite no interior do interior de Minas; não a viagem de turista, mas o ir ficando onde desse vontade! Passeando por pessoas, hábitos e lugares! A pé, de charrete, de bicicleta ... sem tempo determinado ou programações elaboradas! Apenas fazendo o que o gosto mandasse.
Os sessenta estão passando e já começo a transferir os planos para a próxima década! Logo começarei a desconfiar que não vai dar tempo.
Cika Parolin
Como diz a velha canção:
"A distância, sabe, é como o vento,
Apaga os fogos pequenos
Acende aqueles grandes. Aqueles grandes "
Os velhos grandes amores, que muitas vezes julgamos apagados pela distância,
demandam apenas um pequeno sopro de vento
para reacenderem em grandes labaredas.
Cika Parolin
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