Textos sobre Dor
QUANDO O SONETO CHORA
Nas estrofes do soneto, a tristura
Suspira, choraminga na dura dor
Unhando no verso afiada ranhura
Dês que dá à sensação, dissabor
Quando o verso lacrimeja, e figura
O desagrado, o pranto é um temor
Sente o desencanto, beira loucura
Duma poética desiludida no amor
Há pesares extensos no caminho
Saudade, embatucando o sentido
Martelando o que não tem alinho
Chora o soneto o instante partido
Da vida, versando cada cadinho
Protelando o versejar tão doído!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10 março, 2024, 14’20” – Araguari, MG
Cada pessoa sabe a alegria e a dor que carrega em seu coração.
Talvez se eu tivesse me importado menos, teria sido mais fácil! Mas não importa o que passou, vou andar por vezes distraída por aí e ser o que preciso ser no momento certo, meu jeito pode até surpreender, mas deixa ser. A cada manhã um recomeço, não deixo meu destino ser determinado pelos outros.
Estranha para muitos, só em alguns momentos, mas jamais abandonada.
Sempre vai existir um lugar para mim.
Possa ser que eu deixe para depois algumas situações, mas desistir do que tem importância nunca! Então se ainda insisto se alegre , acredito que possa chegar a algum lugar.
A casa está arrumada e cheia de alegria, posso não me adaptar ao seu mundo, mas com certeza tenho um mundo inteiro aguardando por você.
Poesia de Islene Souza
DOR NA ALMA
Na solidão da noite, ecoa uma dor sem fim,
Na alma ferida, um grito abafado por dentro de mim.
Cada suspiro é um lamento, uma canção de tristeza,
Que ressoa no silêncio, na mais profunda incerteza.
A dor na alma, como uma sombra que me envolve,
É o eco dos tempos difíceis que a vida resolve.
Cada cicatriz conta uma história de sofrimento,
Mas também revela a força do meu próprio fermento.
Nas lágrimas derramadas, vejo reflexos da minha dor,
E nas noites escuras, busco uma luz, um novo fulgor.
A alma machucada clama por paz e cura,
Um bálsamo suave que acalme esta amargura.
O silêncio do coração
A minha alma grita em
um silêncio ensurdecedor.
Toda dor, angústia e toda saudade.
Saudades de um amor.
Saudade do amor que perdi
Sinto saudade do teu toque
Teu sorriso e abraço que acolhe.
Sinto saudade do teu cheiro
Que me inunda de amor.
A dor de não te sentir
é a dor que vem de dentro
do vazio, da agonia de não ter você.
A dor substitui o desejo da paixão
somente o amor sara e cura
as dores do coração.
No palco da vida, onde o amor é protagonista e dor coadjuvante, eu e ela seguiremos, em busca de um novo horizonte.
No vai e vem do amor, meu drama se desenha no palco da vida, onde eu e ela, em dança incerta, pelejamos em busca da felicidade!
Separamo-nos e voltamos, num ciclo de tormenta e paixão, mas o último adeus selou a dor que nos afugenta como aves feridas.
Meu coração dilacerado, suportou sua desatenção, enquanto ela, cega ao meu amor, voou mais alto que eu e seguiu sua direção incerta.
O tempo passou, e a consciência lhe bate à porta, mas tarde demais, o que era fogo agora é fumaça.
Ela, arrependida, tenta resgatar o que se perdeu, mas eu, já cicatrizado, não mais a reconheço como aquela que me fazia feliz.
Meu amor, outrora ardente, agora é cinza fria e a história que nos uniu, agora é apenas lembrança.
Assim, o destino nos separa, em caminhos divergentes, cada qual carregando as marcas de nossos instantes inesquecíveis.
Eu nunca mais falei de amor
Porque falar de amor
É como falar da minha dor
E com pudor
Você ouviria a minha dor?
Quando o medo fala mais alto
Eu tenho medo de amar
Medo de me entregar
Mas com as entranhas
Eu nunca vou deixar de amar
Se eu partir eu direi que voltei
Com o amor mil vezes maior
Pra dividir, distribuir, mas com o peito aberto
Escrevo essa poesia
Porque falar de amor
É tão difícil quando nem isso
É sempre uma poesia romântica
E sim cheia de pudor
A DOR DA SAUDADE
As vezes viajamos no tempo so lembrando tudo que passamos. Nossas dores, nossos sofrimentos, nossas aflições. Numa simples canção até na refeição, sentimos saudades do tempo que passou. Ficamos amarrados no passado. E até nas realizações, nos estudos, no trabalho, na fé, no amor onde achamos que seria pra sempre. A vida muda, as pessoas mudam mais ainda. Mas o que podemos ter de bom nas lembranças. Fica nosso legado de diversas tentativas de construir sonhos, de realizar desejos, de fazer alguem feliz, de ser feliz. E morremos com essa dor. A dor da saudade. E voce. O que te faz voltar atrás nos tempos.
Como posso expressar meu amor por você? Fico perdido, chorando silenciosamente pela dor de não conseguir revelar o que sinto. Sangro por uma ferida inextinguível ao não ter você por perto. Minha alma se une à tua em um vínculo indissolúvel, mas como posso dizer que te amo sem me machucar? Se escrevo, é para evitar ter que te enfrentar, encarando a possibilidade de rejeição.
É covardia pensar que teria a mesma reciprocidade ao olhar nos seus olhos. Talvez você não perceba, mas sua indecisão machuca profundamente. Tenho enfrentado a morte inúmeras vezes, apenas para respirar fundo, enxugar as lágrimas e seguir em frente. Não é fácil morrer, difícil é renascer.
Detestável seria ter a covardia daqueles que me mataram, assim como você. Tua indecisão e rejeição me dilaceraram infinitas vezes. Como posso dizer que te amo se morri e renasci tantas vezes? Quantas mortes mais serão necessárias para que possas me amar?
O Silêncio Música
Uma dor muda,
Num som sem volume,
O vazio estilhaçado no voo
À janela fechada.
Às vezes no silêncio da vida
Mora a nostalgia da alma.
Ficamos sem voz
Com o nó das palavras
Amarradas na garganta,
Numa estreita passagem de indignação.
E noutro dia,
O sol dá passagem
E, de tanta luz,
O Silêcio torna-se música.
(Suzete Brainer)
Sorrir vale a pena
Quando o peso do mundo te faz calar,
É o brilho que vence a dor, um farol
Que transforma escuridão em mar.
Vale a pena sorrir, mesmo que por dentro
Haja tempestade, o riso é o vento
Que leva embora as nuvens pesadas,
Abre caminhos, semeia jornadas.
Sorrir é a coragem em forma de gesto,
Um laço invisível, que traz o afeto.
É o eco da alma que insiste em cantar
Mesmo quando a vida só quer silenciar.
Vale a pena sorrir, não só por prazer,
Mas porque o sorriso é força a crescer.
É quem somos por dentro, o nosso viver,
Um reflexo da luz que não quer se perder.
SimoneCruvinel
Cobranças sem razão: O desgaste da alma
Lutei com unhas e dentes,
Rasguei o peito em dor,
Acreditei que ao fim do túnel
Havia um prêmio, um valor.
Mas quando alcancei o topo,
E o suor secou no chão,
O vazio me fez visita,
Fez morada no coração.
A cobrança nunca cessa,
Ela cresce como o mar,
E o eco das conquistas
Parece se dissipar.
O peso de tanta cobrança,
Nas costas a me dobrar,
E mesmo quando alcancei,
Não houve o que celebrar.
O orgulho, tão esperado,
Sumiu na névoa do ar,
E o que era pra ser glória
Virou só o caminhar.
Talvez a busca seja cega,
Talvez o fim seja vão,
Mas sigo a trilha incerta,
Levado pela ambição.
Quem sabe, lá no silêncio,
Onde a cobrança se acalma,
Eu encontre o que procuro,
E faça as pazes com a alma.
Onde está o brilho antigo,
O orgulho que esperei?
Se a vitória foi amarga,
Que caminho foi que errei?
Grande dor a uma criança morta
(em homenagem à prima Kátia)
I
Chegaste e eu fiquei triste.
Chorei... Não podia crer
Que isso fosse a pura verdade.
És muito mau meu amigo.
Por que dar uma notícia assim?
II
Fiquei chocada, gritei...
Mas tudo inútil,
Pois só tu me ouvias!
III
Tristeza, sempre estás
Aqui junto a mim.
Nem sei se aguento...
Mas a ilusão de tudo se acalmar,
E a nossa felicidade voltar,
Ainda existe em meu coração.
IV
Sorrir, sorriso puro?
Era o daquela linda criança
Que conheci há algum tempo...
Seus olhos azuis, quase negros,
Fitavam os meus vivamente
Enquanto eu, pobre pirralha,
Escondia, para não veres,
Uma enorme, grande
Tristeza e dor...
V
Teus cabelos perfumados
Todos os dias eu afagava.
Tu sorrias, pura criança...
Andavas, corrias e choravas...
Mas eu não me importava!
Tu me querias e eu a ti.
Amada, minha querida!
Eras tão boa de alma.
Singela, tão sonhadora e triste!
Será que tu herdastes algo meu?
Não, não quero...
VI
Mas hoje, criança,
Dormes um sono,
Um pesado sonho angelical.
Aquele que permite a nós, homens,
O descanso eterno pela morte...
Não corres, nem choras e nem sorris mais...
Teus cabelos estão ainda perfumados...
Teus olhos, nem posso lembrar-lhes a cor!
Mas lembro que eram puros,
Tão puros quanto a flor!
(junho/ 1967)
AMOR E REVOLUÇÃO
Nasceu na quebrada, sem nada na mão
Na infância doente, só dor e solidão
Vendia gelinho pra ajudar a crescer
Nos campos de futebol, só queria viver
Engraxava sapato, sonhava em voar
Aos 16, se cansou de esperar
Viu a injustiça, não dava pra aguentar
Virou Punk anarquista, pronto pra lutar
Entre passeatas e brigas, quase se perdeu
Mas a chama da luta nunca se apagou
Com a moça Punk, o amor renasceu
Família e revolução, o caminho mudou
Caminhava nas ruas, a cabeça erguida
Na mão, o protesto, na alma, a ferida
Embates violentos, skinheads por perto
Mas o sonho de um mundo mais justo, mais certo
Aos 19, casou, sua Punk ao lado
Com 17, ela também tinha lutado
Três filhos vieram, mas a luta é viva
A revolução no sangue, a justiça ativa
Entre passeatas e brigas, quase se perdeu
Mas a chama da luta nunca se apagou
Com a moça Punk, o amor renasceu
Família e revolução, o caminho mudou
Agora mais fortes, ainda de pé
Na luta pelo povo, no que a vida é
Pelo socialismo, por um mundo de amor
Lutam por justiça, por um futuro melhor
Entre passeatas e brigas, quase se perdeu
Mas a chama da luta nunca se apagou
Com a moça Punk, o amor renasceu
Família e revolução, o caminho mudou
Na luta e no amor, o sonho floresceu
Com os filhos ao lado, o mundo renasceu
Por justiça e igualdade, ainda vão lutar
Família e revolução, prontos pra sonhar!
NÃO MINIMIZE A DOR DE UMA MÃE ATÍPICA
Cada batalha invisível que ela enfrenta carrega um peso imenso, mesmo que muitos não vejam. Ela luta diariamente com amor, cansaço e força, sempre colocando as ecessidades do Filho(a) Autista em primeiro lugar. Às vezes, o que ela precisa é apenas de compreensão, de um abraço bem forte, um olhar de apoio e o reconhecimento de que sua jornada é única, mas que sua resiliência brilha em cada passo!
Às vezes, na vida, é necessário remover algo, mesmo que isso cause uma dor profunda, assim como cortar fora uma parte infeccionada para evitar que o corpo inteiro adoeça. Manter-se preso ao que te aflige pode ser comparado a se afogar lentamente, enquanto o verdadeiro caminho para a cura e o crescimento é tomar a difícil decisão de cortar o mal pela raiz. O processo pode ser doloroso, mas é essencial para seu crescimento, para que você se liberte e siga em frente, deixando para trás o peso que te impede de viver plenamente em Cristo.
- Vinicius Monteiro Tito
Nos Teus Braços
Hoje,
senti aquela dor...
(uma saudade intransponível)
uma busca em teu nome;
colhendo um carinho em pensamento.
Deixa-me ficar
nos teus braços, Mãe!
me ausenta do mundo...
(Suzete Brainer do Livro: Trago folhas por dentro do silêncio que me acende)
Libere toda dor. Nunca pense em vingança. Forte é aquele que
suporta a pressão do dia e não se deixa envolver pelo mal do mundo.
Alcance seus objetivos, alcance
sonhos, mas nunca com a força do mal.
|Todo| é o seu norte.
Busque e entregue-se ao bem.
Seja sua própria beleza
Terra.
temor
não temas a morte
temas a ânsia da vida
não temas a dor
temas o prazer
não temas a tristeza
temas a alegria incessante
não temas o ódio
temas o amor indescritível
não temas a armagura
temas a paz inexplicável
temas, pois
damos mais valor
e buscamos
o que tememos
SONETO DE LEMBRANÇAS
Poetando depois daquela hora sofrida
meu versar resignado e quase sem dor
recorda a paixão daquele grande amor
aquele, profundo amor da minha vida
Nos versetos, quanta sensação querida
escoam da saudade, agora, sem rancor
se há lágrima perdida, é em tom menor
pois, o furor já sem aquela sanha doída
O sentido, o que resta agora, guardado
na memória, com cheiro e significado
remindo as juras desleais, sem fianças
E, que foi eu, afinal, neste sentimento?
Sei, que fui mais que apenas momento
a suspirar neste soneto de lembranças.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/10/2024, 15’20” – cerrado goiano
Num segundo a Vida se vai
Num passo tudo vira lembrança
Num Gesto o amor vira dor
O sorriso vira saudade
E o sentimento banalidade
Num segundo seus olhos já não estão mais sobre os meus
Suas mãos já não tateiam mais meu rosto
E sua ausência traz um vazio enorme dentro de mim
Ah, que Saudade.
Eu queria que durasse para sempre
Mas um dia a gente aprende
Que o que é para sempre são as memórias
De momentos únicos em que vivemos,
Enquanto vamos escrevendo nossa história
A vida não é o corpo respirando
Não é a alma habitando
A vida é o que fazemos e o que somos
Enquanto o corpo respira e a alma habita
Muitos morrem e continuam vivos
Outros vivem como se nunca tivessem morrido.
