Textos de Culpa
A cumplicidade de um casal
se mede na quantidade de vezes,
num dia,
em que há:
troca de olhares consentidos,
beijinhos roubados,
sorrisos espontâneos e gostosos,
olhares direcionados a um mesmo horizonte,
cheiro no "cangote",
chamego no sofá,
cabeça no colo,
trocas sinceras de "Eu te amo",
sonhos conjuntos.
Não é fácil conseguir,
mas com o amor à frente,
é batalha vencida
Subamos!
Subamos acima
Subamos além, subamos
Acima do além, subamos!
Com a posse fisica dos braços
Inelutavelmente galgaremos
O grande mar de estrelas
Através de milênios de luz.
Subamos!
Como dois atletas
O rosto petrificado
No pálido sorriso do esforço
Subamos acima
Com a posse física dos braços
E os músculos desmesurados
Na calma convulsa da ascensão.
Oh, acima
Mais longe que tudo
Além, mais longe que acima do além!
Como dois acrobatas
Subamos, lentíssimos
Lá onde o infinito
De tão infinito
Nem mais nome tem
Subamos!
Tensos
Pela corda luminosa
Que pende invisível
E cujos nós são astros
Queimando nas mãos
Subamos à tona
Do grande mar de estrelas
Onde dorme a noite
Subamos!
Tu e eu, herméticos
As nádegas duras
A carótida nodosa
Na fibra do pescoço
Os pés agudos em ponta.
Como no espasmo.
E quando
Lá, acima
Além, mais longe que acima do além
Adiante do véu de Betelgeuse
Depois do país de Altair
Sobre o cérebro de Deus
Num último impulso
Libertados do espírito
Despojados da carne
Nós nos possuiremos.
E morreremos
Morreremos alto, imensamente
IMENSAMENTE ALTO
Eu larguei todas pra te encontrar, agora eu quero só você!
De todos jeitos quero ter, sou louco por você!
Te vejo e sinto varias coisa que não dizer, eu quero logo te ver!
Meus pensamentos vão de encontro ao seu, só penso em você!
Agora diga o que eu quero saber, se vai da certo eu e você?
No silêncio da noite eu te procuro... Onde está você?
Nesta noite tão fria, queria você aqui comigo, me aquecendo, me dando carinho... Amor...
Se eu pudesse atravessaria essa escuridão e trazia você para perto de mim, e JURO, cuidaria de você como você merece, e não te deixaria ir embora jamais...
Te amo!
Eu te amo, com a força dos temporais,
Com a fúria incontrolável dos vulcões.
Com a energia acumulada nos trovões
Desde longos tempos imemoriais.
Eu te amo, com a leveza dos cristais,
Com a textura das rosas em seus botões.
Com as notas delicadas das canções
Com as cores de mil roupas nos varais.
Eu te amo todas as horas do dia
E este amor ora leveza, ora tormenta,
Este amor que hora é prazer ora agonia
Pra meu barco é a segurança de um cais.
Muito embora ele saiba e se contenta
Que apenas é so mais um!...e nada mais!
Belíssimo Esposo
No altar esta meu belíssimo esposo
a me esperar com vestes brancas
no ouro do ostensório a brilhar.
Sua glória se manifesta
aos santos te celebrar.
O Santo do amor,
que em teus braços me faz repousar
Ao cair minhas lagrimas,
vejo em Tua face,
um sorriso a me consolar.
Meus dias têm sido de celebração: celebro a ação de me pôr em movimento ao encontro daquilo que almejo, celebro a ação de resolver minhas questões internas que me afastam de quem me incomoda, mas que ainda me importa. Celebro a ação de me causar bem-estar estando com as pessoas que me amam e em lugares que amo. Celebro a ação de ser grata por ter todas as minhas faculdades perfeitas e um bocado de loucura para ousar nas mudanças que preciso e crescer por dentro. Celebro a ação de não competir com ninguém, pois tenho tudo o que preciso e saber que o que tenho foi conquistado por mim. Celebro, diariamente, a ação de ter criatividade_ de criar atividades que me tirem da estagnação espiritual, emocional, pessoal. Celebro a ação de renovar meus valores para que eles sejam justos. Celebro a ação de não ocupar meu coração com desesperança e preconceitos ou coisas que aprisionem minha alma na limitAÇÃO. Celebro a ação de me importar primeiro com as pessoas, depois com as coisas. Celebro a ação de ser profunda nos meus devaneios, celebro a ação de ser superficial em alguns desejos e poder me permitir ou rir deles. Celebro a ação de mudar de ideia, de certeza, de narrativa, de estado de espírito, de aparência, de preferências, de vida!
CelebrAÇÃO não é lamentAÇÃO, por isso, celebro!
Mãe,
Abri os olhos e não te vi. Desesperado, busquei em cada cômodo da sua casa, na cozinha, no quarto, para finalmente, desolado e ofegante, sentar no sofá da sala e chorar a minha solidão.
Aos poucos o desespero se transformou em paz, o choro em sorriso e finalmente encontrei você. Justamente onde não tinha procurado, no lugar mais óbvio, dentro de mim, no meu coração e na minha memória, protegida pelo amor que sinto por você.
Olha mãe entre nós não existe distância, o amor entre mãe e filho pode vencer qualquer barreira que a morte possa impor.
Sou teu fruto e trago a tua semelhança no meu jeito de agir e ser.
Estou aprendendo a substituir um abraço por uma lembrança,
a enxergar você no sorriso dos meus filhos ou na fala de um amigo que comenta alguma passagem da sua vida.
Nosso amor não depende dos sentidos, não é escravo da matéria, pode elevar-se acima de tudo e encontrar a plenitude de Deus.
Você me ensinou a dar os meus primeiros passos em sua direção e agora ensina o meu espírito a dar os seus primeiros passos rumo a sua luz.
Não é fácil equilibrar-se sem tuas mãos a me amparar, mas sou persistente e aprenderei a compreender o equilíbrio divino que Deus proporciona a todas as suas criaturas.
Em meus sonhos converso com você todas as noites e acordo sereno para mais um dia de trabalho aqui na Terra.
Não tenha receio de nada minha mãe, pode seguir sua jornada de luz em paz, que nós saberemos honrar sua memória em cada gesto ou atitude, para que você tenha certeza que valeu a pena todo o seu esforço e luta nesta vida que encarnaste.
Volta para o teu Pai nosso criador e realize o plano que lhe fores confiado.
Vai em paz minha mãe, cresce em luz e glória e ilumina nossas vidas com a sua serenidade e sabedoria.
Carta
Há muito tempo, sim, que não te escrevo.
Ficaram velhas todas as noticias.
Eu mesmo envelheci: Olha, em relevo, estes sinais em mim, não das carícias (tão leves) que fazias no meu rosto: são galopes, são espinhos, são lembranças da vida a teu menino, que ao sol-posto perde a sabedoria das crianças.
A falta que me fazes não é tanto à hora de dormir, quando dizias "Deus te abençoe", e a noite abria em sonho.
É quando, ao desperta, revejo a um conto a noite acumulada de meus dias, e sinto que estou vivo, e que não sonho.
(Lições de coisas)
Mãe, desculpa
Eu nunca quis
Ser uma má criança
Pra você, pro mundo
Perdão
Agora me diz
Como devolver a esperança
De volta ao útero
Lamento
Se não te faço feliz
Não me dou criatura mansa
De desespero, morto
"De velha, de amarga, de fria, de sem cor.
Centopéia rastejante. Eu, criança, desaprendi a andar."
Querida Mãe
Mãe você me fez sorrir; me amparou; me deu amor e carinho; me viu cair; me viu levantar e me viu vencer, me inspirou a ter força, vontade, humildade, mas sem perder a razão.
Saudade dói, mas é bom, pois ela nos mostra a real importância de uma pessoa em nossa vida, pois só damos o verdadeiro valor depois que perdemos.
Mãe; queria eu ter mais um dia ao teu lado para ouvir tua voz, te dar mais um beijo, mais um abraço e te dizer pela última vez o quanto eu te amo. Ninguém passa pela nossa vida ou nunca entramos na vida de alguém por engano, acredite, não existem erros nos planos de Deus, tudo tem um propósito em nossa vida. Para tudo tem um para que, nós é que demoramos muito para entender. Se hoje eu tivesse que escolher uma mãe, com certeza escolheria você sem dúvida nenhuma.
Mãe tenho saudade de ti...
AMOR NÃO CORRESPONDIDO
Um amor não correspondido é como o desagradável cheiro de fio queimado. É como o insuportável silêncio de uma noite invernal. É como sentir que DEUS, anjos, e o bem não existem. É uma apunhalada que talvez um dia você já imaginou, mas mesmo assim não acredita que esta acontecendo. Você pensa: com tantas pessoas... por que eu?
Você entra para o seleto grupo dos santos sofredores e desoladores. Aí faz milagres com seus escritos e conselhos. Amor não correspondido é uma tragédia grega do destino. É uma dor que talvez se leve para até o fim da vida... ou talvez uma dor bastante permanente...
É uma lição dolorosamente profunda. Transforma o ser em um grande filósofo.
Amor não correspondido é a fruta podre da árvore chamada "vida" e que comemos ingenuamente na esperança da glória.
Em 2015, eu desejo tudo de melhor para você. Tudo bem que você descubra o que é “curtir” a vida – sem transgredir princípios e valores morais e espirituais. Tudo bem que você se envaideça de suas conquistas, sejam elas materiais ou emocionais, mas não se esqueça dos seus investimentos e compromissos espirituais. Tudo bem que você ache que é o “máximo”, que compre coisas atuais e elegantes.
Que aprecie seu visual; invista num carro novo ou até mesmo numa bicicleta. Numa boa, vá às lojas, visite museus, vá às bibliotecas; tenha uma cultura vasta até onde os seus olhos e pernas puderem alcançar. Pegue um voo até Paris, Itália, ou até onde você achar que seus horizontes irão alargar; se os considerar não tão significativos, pode ir até a esquina, à vila mais próxima, ou ao bairro vizinho. Compre um iPad, mini iPad, MacBook e tudo o mais... Tenha amigos, namoros, companhia que não falte. Ou, se preferir, fique com o seu sossego.
Tudo bem que faça planos de cescer e evoluir. Que progrida no trabalho e em tudo o que puder... Tenha aquilo mais moderno, uma casa ou tantas mais, lá na praia ou na fazenda, pelos campos ou num vale. Uma lancha, um iate, um veleiro ou mesmo um bote.
Mas não se esqueça do que é mais importante. A ciência e a consciência de que a vida passa logo, rápido, sem sentir. E que a coisa mais bacana é você ficar sabendo que não é dono de nada, nem da roupa, nem do carro, nem da casa, nem do iate, muito menos do bote. O que lhe foi emprestado, logo mais será tomado pelo tempo, pelas circunstâncias adversárias, pela vida que escapa, pela morte. O melhor é o desapego – como bem disse o sábio Salomão - , no final tudo, tudo é correr atrás do vento.
É exato no desejo do “ter” e do “possuir que reside toda a ansiedade, toda a preocupação. E se você não tiver no bolso nem um lenço ou documento, fique certo de que um dia, nem disso lembrará. No entanto comece desde já a pensar nesse assunto. Não há tempo a perder, pois da vida não se sabe o minuto seguinte. Quando perceber de que gosta, em demasia, de um chalé muito charmoso que à beira de um lago conseguiu edificar; que não para de pensar em como foi capaz de morar noutro lugar, já está na hora de saber que aquilo de que você mais gosta, mais valoriza, logo estará sendo usado por alguém ou por quem sequer pensou que um dia chegaria a ser dono do que é seu.
Na manhã em que se olhar no espelho que mais goste, pare e pense, sem piscar, no que certo tem na vida, no quê e em quem pode confiar. Não duvide, não é no efêmero ou no transitório que você vai encontrar o segredo que há muito se persegue na história. A virtude de saber que somente o desapego lhe tratá felicidade.
Em 2015, procure refletir. Saia leve desta vida. Sem mágoas, sem resquícios de sonhos não materializados. O Ano Novo é um momento de olhar para frente, de imaginar o futuro sob uma nova perspectiva, de nos comprometermos com uma visão maior para a vida. Mesmo que esqueça os seus planos e seja tentado a não se preocupar, lembre-se, as resoluções de Deus vão lhe trazer esperança, e, assim sendo, as suas resoluções façam diferença. Talvez você se torne mais gentil, mais consagrada, mais humanizada, mais alegre, mais esperançosa. Com certeza, quando sentir Deus agindo na sua vida, se sentirá revigorado como em uma festa de Ano Novo: cheia de risadas, amigos e contagens regressivas; pois Ele irá sempre estar ao seu lado, cheio de mensagens de esperança, braços abertos com abraços afetuosos, sendo fiel às Suas promessas e concedendo mais uma chance de recomeçar, mais uma vez, mesmo que estejamos no início de mais um novo ano.
Se ainda, mesmo assim, depois de tudo o que você se predispôs a fazer ou refazer não foi bem sucedido – simplesmente não foi reconhecido –, faça como ensinou Jesus aos seus discípulos quando não O aceitaram e nem O reconheceram como deveriam pelos lugares os quais passava: simplesmente “bata o pó” e vá em frente. Como disse anteriormente, a vida passa rápido, e só precisamos fazer o nosso esforço diário para ser feliz. O importante é que você saiba que levará daqui é a sua consciência, e que limpa ela esteja para quando chegar a sua hora, você parta como o brilho de um luar.
Há alguns anos perdi o maior
homem da minha vida,
não teve seu nome impresso em livros,
nunca subiu ao pódio,
nem, tampouco, foi um nome famoso.
Não deixou patrimônios, nem riquezas,
mas deixou o maior tesouro para os seus queridos:
a dignidade. Para esses ele foi um herói.
Jogou no time da honestidade,
fidelidade, justiça, do amor e do trabalho.
Ensinou às pessoas, a quem Deus lhe confiou,
o caminho da verdade, com sabedoria.
Para mim, foi o maior exemplo de amor pela vida.
Saudades de você, meu pai!
O tempo passa, a gente acostuma, mas a dor...
Segredos naturais
Que segredo esconde
A mãe-natureza?
Com tanta beleza
E tanta riqueza
Que segredo revela
O sol na janela?
Essa coisa singela
E tão bela
Que verdade há
Por trás desse ar?
Que embrenha na alma
E te faz respirar
E o que diz da chuva
Que veio pra molhar?
Essa terra fértil
O que faz pra plantar?
E do barulho do mar
O que tem pra contar?
Que mistério tem o vento,
Que inventou o ventar?
E o tempo quem inventou passar?
De onde vem toda essa magia?
Quem explica toda essa alegria
Contida com essa harmonia
Nas flores desse jardim?
Fazendo todo universo
Alegre, fiel e sem fim.
Poema da cachoeira
É a mesma estação rente do trem
Toda de pedra furadinha
Meu pai morou alguns anos aqui
Trabalhando
Um dia liquidou
Ativo passivo
Cinco galinhas
E deram-lhe uma passagem de presente
Para que eu nascesse em São Paulo
Como não houvesse estrada de rodagem
Ele foi na de ferro
Comprando frutas pelo caminho
Não é novidade para ninguém que, hoje, o que se vive é um estado de pleno caos. Tal situação se alastra de forma generalizada em todos os setores da sociedade, e, não contentando-se, como um vírus se propaga também na vida pessoal dos indivíduos, modificando de forma assustadora a maioria das atitudes dos mesmos.
É surpreendente e intrigante observar como algumas contradições extraordinárias surgem em meio a essa ‘bagunça organizada’ que chamamos de sociedade. Diante de uma faceta global problemática e cheia de distorções em todos os setores componentes da forma atual de governo (que é o maior propulsor do referido caos), vivemos hoje num mundo, onde o nada passou a ser tudo, e o tudo é absurdamente tratado como um nada.
Como se não bastasse todas as dificuldades enfrentadas pelas pessoas no dia-a-dia, sejam em suas casas, na família, nos relacionamentos de trabalho (ou a falta dele), ou nos relacionamentos amorosos, o que se percebe é que muitas situações que poderiam ser evitas e/ou amenizadas, acabam por ser supervalorizadas, ganhando status protagonista de um enredo que não deveria ter sido escrito, tão pouco holofotizado.
Discussões desnecessárias, desentendimentos e agressões de todos os gêneros ocorrem a cada segundo por conta disso. Relacionamentos rompidos, brigas de trânsito, bate-boca com os pais, amizades desfeitas, confianças destruídas, muitas vezes por motivos pífios e sem a menor necessidade. Apenas pelo calor do momento, pela falta de parcimônia ou até mesmo por não ter dado duas respiradas a mais.
As pessoas estão em estado de ebulição. A correria diária causada pela pressa e pressão em cumprir os compromissos dados, associada à falta de tempo, faz com que todos estejam com os nervos à flor da pele.’ N’ são os motivos que poderiam ser mencionados como culpados e vilões de tal situação. Dá até para entender muitas vezes esse comportamento. Porém, é inadmissível pensar em concordar ou aceitar o modo como essas pessoas têm conduzido de forma agressiva seus atos, onde muitas vezes, resultam até em morte.
Do mesmo modo, essa inversão de valores também atinge o outro lado da moeda. Assim como tragédias e catástrofes são criadas a partir de um ‘nada’ – vide efeito bola de neve -, inúmeras são as frustrações sofridas, somente pelo fato de muitos coroarem pessoas, momentos ou coisas completamente banais, dando-lhes importância descabida e colocando-as num patamar aonde nunca deveriam chegar/estar.
Quantos namoros e casamentos acabam apenas um mês depois de começarem? Quantas amizades são desfeitas pela quebra da confiança precoce que alguém depositou? Quantas vezes não já nos decepcionamos por termos valorizado demais, de forma precipitada, algo ou alguém que não merecia? No fundo, não é difícil prever esses resultados, quando se tem consciência de que demos atenção exacerbada a algo que não deveria sequer ter passado perto de nossa visão periférica.
Acredito que o que está faltando, é uma manutenção mais adequeada nas balanças da nossa razão, do nosso julgamento. Temos que pesar melhor e pensar melhor nas coisas. É inevitável sofrer influência do caos em que vivemos, já que somos parte e compomos esse sistema. Não dá pra fugir dele. Mas podemos blindar mais nossos valores, selecionar e direcionar melhor nosso foco, nossas atitudes. Não é possível que iremos continuar nesse desgaste continuo, nos deteriorizando por um nada, tão pouco nos frustrando por criarmos esperanças em castelos construídos em base de areia.
É no início. É aonde começa. É ali que devemos atuar. Às vezes, uma pequena atitude muda tudo. Um pouco de calma e observação em muitas oportunidades é o suficiente. A análise da situação com mais perícia e o uso do filtro certo para separar o joio do trigo, já faz grande diferença. Não é tão difícil, basta ter um pouco de sobriedade, pensar um pouco e não deixar a gama de sentimentos fazer com que apenas siga o bonde. Não estamos falando de um câncer, é algo que pode e deve ser evitado.
Tudo e nada. Em estado normal, seria uma dicotomia perfeita. Palavras tão avessas... Porém, hoje em dia, tão singulares.
"Chama"
Hoje eu quero tudo.
Quero despertar todos os sentidos como quem destrói um formigueiro.
Quero queixos, pescoços e nucas.
quero halito quente e uma força maluca.
quero linguas, toques, dentes.
Respitos frofundos e gemidos frequentes.
Quero unhas cravadas nas costas, mordidas na orelja como a gente gosta.
Quero joelhos, coxas virinha.
quero amassos e descompassos.
quero chupões e arranhões.
depois do deleite.
quero que você se deite e sonhe ao meu lado antes de dormir.
CUMPLICIDADE
Entro e saio,
A casa parece ter crescido,
Deito e levanto,
A cama causa espanto,
Leio e releio,
Não entendo nada,
Tento não averiguar,
Impossível...
É mais forte do que eu,
O celular tornou-se alimento,
O final de semana teima em demorar,
Insuportável situação,
Faz uma enorme confusão,
Minha mente transforma-se em redemoinho,
E nesse caminho,
Aumenta as forças,
Quase meio louca,
De anseio por te...
Reparo o dia esperando o anoitecer,
Cadê você?
É cruel demais...
Sem esquecer sua fala,
De conforto, exata,
Reforça a sua amada,
Torna-me muito mais tua,
Amplia o horizonte,
Branda o coração,
Crendo na "tranquilidade",
Na nossa cúmplice idade,
Na alegria e intensidade,
Da companheira frugalidade,
Porque tudo que é simples,
Cria um laço de verdade.
Protesto
Mesmo que voltem as costas
Às minhas palavras de fogo
Não pararei de gritar
Não pararei
Não pararei de gritar
Senhores
Eu fui enviado ao mundo
Para protestar
Mentiras ouropéis nada
Nada me fará calar
Senhores
Atrás do muro da noite
Sem que ninguém o perceba
Muitos dos meus ancestrais
Já mortos há muito tempo
Reúnem-se em minha casa
E nos pomos a conversar
Sobre coisas amargas
Sobre grilhões e correntes
Que no passado eram visíveis
Sobre grilhões e correntes
Que no presente são invisíveis
Invisíveis mas existentes
Nos braços no pensamento
Nos passos nos sonhos na vida
De cada um dos que vivem
Juntos comigo enjeitados da Pátria
Senhores
O sangue dos meus avós
Que corre nas minhas veias
São gritos de rebeldia
Um dia talvez alguém perguntará
Comovido ante meu sofrimento
Quem é que esta gritando
Quem é que lamenta assim
Quem é
E eu responderei
Sou eu irmão
Irmão tu me desconheces
Sou eu aquele que se tornara
Vitima dos homens
Sou eu aquele que sendo homem
Foi vendido pelos homens
Em leilões em praça pública
Que foi vendido ou trocado
Como instrumento qualquer
Sou eu aquele que plantara
Os canaviais e cafezais
E os regou com suor e sangue
Aquele que sustentou
Sobre os ombros negros e fortes
O progresso do País
O que sofrera mil torturas
O que chorara inutilmente
O que dera tudo o que tinha
E hoje em dia não tem nada
Mas hoje grito não é
Pelo que já se passou
Que se passou é passado
Meu coração já perdoou
Hoje grito meu irmão
É porque depois de tudo
A justiça não chegou
Sou eu quem grita sou eu
O enganado no passado
Preterido no presente
Sou eu quem grita sou eu
Sou eu meu irmão aquele
Que viveu na prisão
Que trabalhou na prisão
Que sofreu na prisão
Para que fosse construído
O alicerce da nação
O alicerce da nação
Tem as pedras dos meus braços
Tem a cal das minhas lágrima
Por isso a nação é triste
É muito grande mas triste
É entre tanta gente triste
Irmão sou eu o mais triste
A minha história é contada
Com tintas de amargura
Um dia sob ovações e rosas de alegria
Jogaram-me de repente
Da prisão em que me achava
Para uma prisão mais ampla
Foi um cavalo de Tróia
A liberdade que me deram
Havia serpentes futuras
Sob o manto do entusiasmo
Um dia jogaram-me de repente
Como bagaços de cana
Como palhas de café
Como coisa imprestável
Que não servia mais pra nada
Um dia jogaram-me de repente
Nas sarjetas da rua do desamparo
Sob ovações e rosas de alegria
Sempre sonhara com a liberdade
Mas a liberdade que me deram
Foi mais ilusão que liberdade
Irmão sou eu quem grita
Eu tenho fortes razões
Irmão sou eu quem grita
Tenho mais necessidade
De gritar que de respirar
Mas irmão fica sabendo
Piedade não é o que eu quero
Piedade não me interessa
Os fracos pedem piedade
Eu quero coisa melhor
Eu não quero mais viver
No porão da sociedade
Não quero ser marginal
Quero entrar em toda parte
Quero ser bem recebido
Basta de humilhações
Minh'alma já está cansada
Eu quero o sol que é de todos
Ou alcanço tudo o que eu quero
Ou gritarei a noite inteira
Como gritam os vulcões
Como gritam os vendavais
Como grita o mar
E nem a morte terá força
Para me fazer calar.
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