Textos de Amizade Antiga
No Reflexo da Varanda
O som das crianças sobe leve,
como lembrança antiga do riso solto —
brincam embaixo do bloco,
e cada eco é um sopro de vida.
Na TV, o jazz — Lost in Whiskey Nights —
derrete o tempo,
faz a noite respirar em notas lentas,
como se o vento também improvisasse.
A cidade lá fora pisca, infinita,
um colar de luzes que se estende
até onde o pensamento alcança.
E ali, no vidro, estou eu —
entre o reflexo e o horizonte,
entre o silêncio e o som.
Escrevo um diário que também me escreve,
palavras que nascem do jazz,
da solidão boa,
da brisa que entra pela varanda.
E percebo:
a vida também é uma canção de fundo,
tocando suave,
enquanto a cidade inteira
dança em silêncio comigo.
Me ama ?? ha ha ha
amor a moda antiga, Put'z neem criança acredita, sabia que contos de fadas são ilusãooo??? éeeer... só espero estar sempre tomando as decisões corretas.
Eiii.... #Fica ai com esse tal amor, que eu vou ali sentar e esperar o meuu, se demorar eu levanto e vou atrás , se corre atrás do que se queer , no meu caso amor de verdade!!!
Eu sou feita de instinto,
de faro aguçado e alma antiga.
Eu sou o silêncio da floresta,
o grito que ecoa na mata,
a fúria da loba ferida
e a sabedoria da anciã que não se cala.
Eu já fui queimada, expulsa, ignorada,
mas renasci em cada cinza,
cada lágrima salgada me curou,
cada rejeição me mostrou a direção,
cada abandono me ensinou a retornar…
pra dentro.
Corro com as lobas, sim,
mas também sei andar sozinha.
Sei farejar mentira de longe,
e quando me calo,
é porque estou me preparando para rugir.
Tenho carne, alma e memória,
sou feita de recomeços,
de promessas que só eu ouvi,
de sonhos que escondi nos ossos,
mas que hoje dançam em minha pele.
Eu sou mulher. Selvagem. Inteira.
Com rachaduras, mas inteira.
Não preciso ser salva.
Preciso ser vista, respeitada,
amada com a mesma intensidade
que me derrubaram um dia.
E se for pra caminhar comigo,
que seja com coragem.
Porque meu caminho não aceita passos frouxos.
A Lenda da Velha Programadora de COBOL
Dizem que, nos porões esquecidos de uma antiga repartição pública, ainda ecoa o som de teclas sendo pressionadas... mesmo depois de todos irem embora.
Reza a lenda que, nos anos 70, uma programadora brilhante — e obcecada — trabalhava sozinha madrugada adentro escrevendo linhas e mais linhas de código COBOL para sistemas bancários e governamentais. Seu nome desapareceu dos registros, mas seu legado, não. Ela recusava-se a aceitar qualquer linguagem moderna. “COBOL é eterno!”, sussurrava com os olhos arregalados e mãos calejadas.
Um dia, após uma atualização do sistema que apagaria seus programas legados, ela trancou-se na sala de servidores e... desapareceu. Nunca mais foi vista. Alguns dizem que morreu ali mesmo, em frente a um terminal que ainda pisca uma mensagem enigmática:
PROCEDURE DIVISION.
DISPLAY "I'M STILL CODING..."
Desde então, sempre que alguém tenta migrar um sistema legado sem “respeitar” o código original, o projeto sofre bugs inexplicáveis, falhas repentinas e, em noites silenciosas, escuta-se uma respiração pesada e o som de uma tecla ENTER sendo pressionada... devagar e com força.
Muitos tentaram reescrever o sistema. Nenhum voltou ileso.
Aviso:
Se encontrar um terminal antigo rodando COBOL sozinho no meio da madrugada...
NÃO TENTE INTERROMPER.
A velha ainda está codando.
Aqui e Agora
Uma melodia antiga, suave,
traz de volta a infância:
o tênis da moda,
a mochila que brilhava no recreio.
Dizem que já vivemos
o melhor da vida—
e hoje, por um instante,
isso quase faz sentido.
Mas talvez seja só o olhar
que mudou de lugar,
o mundo continua,
nós é que crescemos.
Resta o presente,
esse instante que pulsa.
Futuro, passado?
Deixo ao vento.
Só importa este agora,
e o que os outros pensam
eu jogo fora.
O passado é uma foto antiga, o futuro é uma foto em branco, temos memória e imaginação, não podemos viver no passado nem no futuro, o passado traz depressão e o futuro ansiedade, nossa geração e cheia de ansiedades e depressões, porque vive no passado ou no futuro, precisa nos libertar desse ciclo e viver o presente.
Pensa comigo.
A idade antiga nos destinaria ao exílio, porque nos contaminamos com a erudição, assim como os romanos, e só temos calos no coração...
A idade média nos provaria na fogueira, à sorte de chamas purificadoras, pois pintamos o melhor de nós e enviamos a quem possa se iludir com apenas um clique; feitiçaria de último escalão, devo confessar...
Na era moderna, nós submergiríamos em (In)confidencias sem amor, ilumin(ismo)ados por velas não românticas, sentenciados a revol(uções)ver em toda a parte uma forma de não terminarmos independen(cia)tes um do outro.
A Pré-história seria perfeita?
Juntos em uma caverna, sem eira nem beira para preocupar ... pelo menos até experimentar na "pele" a inferior diferença da tanga para a calça, que não afasta certos perigos, em especial, os que possam surgir de uma flexão de joelhos ...
Tantas reflexões que só fazem pensar que nasci em bom tempo, te encontrei no instante preciso e os momentos que tivemos foram providencialmente perfeitos para a porção de felicidade que você tanto procura.
Uma imagem mais antiga para personificar meu cerne solitário.
Quando me entristeço, aquieto-me. O silêncio é meu relicário!
Quando percebo que não sou inteiramente bem-vindo, eu vou embora sutilmente.
Se desapareço é porque as palavras perderam o sentido e o companheirismo tornou-se um ausente.
Não invisto energia em um jogo que não me satisfaz…
Quando me afasto é porque pequenas atitudes, aos poucos, me deixaram para trás!
Peço Licença aos Deuses
Peço licença aos deuses da poesia...
Da poesia antiga e também da poesia contemporânea...
Peço permissão para entrar. Eu simples mortal perante vos poetas...
Me Contento em entrar pelos fundos.
Ou mesmo assistir-vos
Mas peço permissão aos deuses que aceitem este cavaleiro errante,este Dom Quixote moderno...
Eu peço licença...
À moda antiga
" Meu bem, estou lhe escrevendo para matar saudades e ir um pouco contra essa digitalização virtual, onde o romantismo é constantemente trocado por likes e o amor desfigurado, tornou-se digital. Pois bem minha querida, ainda que tenhamos que conviver com todas essas tecnologias e elas são ótimas, escrevo para que reviva nossos tempos de adolescentes, onde eu lhe dedicava tantas cartas de amor. Faz tempo que não se escrevem cartas de amor.
- Escrevo pois se falasse, as palavras morreriam ao vento, mas escritas,elas se perpetuam no papel e enquanto houver papel, escreverei que amo você...
O Haka da Terra na cop 30
O grito que vem da Nova Zelândia ecoa no mundo.
É o haka, voz antiga do povo Māori,
que atravessa oceanos e chega até Belém,
trazendo o mesmo pedido que a floresta faz em silêncio:
respeitem a Terra.
O haka não é apenas uma dança.
É o coração pulsando no corpo do povo.
É o som da alma quando o homem lembra que também é natureza.
Cada batida no peito é um trovão chamando à consciência.
Cada olhar feroz é um espelho, perguntando:
O que você tem feito pela vida que te sustenta?
Na COP30, esse grito se transforma em símbolo.
Símbolo da resistência dos povos que nunca deixaram de ouvir a voz da Terra.
Símbolo da união entre culturas que sabem que o planeta não é propriedade —
é mãe, é lar, é vida em movimento.
O haka é o despertar.
É o rugido da floresta, o choro dos rios,
o sopro dos ventos pedindo respeito.
É o lembrete de que somos filhos do mesmo chão
e que lutar por ele é lutar por nós.
Hoje, o haka ecoa em Belém.
Ecoa nas ruas, nas vozes, nos corações.
E cada batida de pé no solo é uma promessa:
a Terra viverá — porque nós decidimos lutar com ela.
Jardim
Doce criança chorosa,
Doce e antiga parte de mim,
antigo afeto à memória,
de quando brincávamos no jardim.
Não existia motivo
e nem hora,
olhar nos olhos
não era difícil para mim.
Se envergonharia ao me ver agora,
me afogando em rótulos
e desânimo sem fim.
Minha mente,
procurou conforto outrora
e me lembrou de quando
brincávamos no jardim.
Nhe’ẽ da Terra
Nhanderuvuçu, em sua antiga sabedoria,
destruiu para que a vida pudesse nascer de novo.
Os povos originários sempre souberam:
uma árvore não é madeira,
é nhe’ẽ em pé,
palavra que respira no corpo da terra.
Mas os que se dizem donos
não ouvem o nhe’ẽ da terra.
Criam para destruir,
desmatam a mata e, sem perceber,
matam também o espírito.
Ñande Ru não está longe,
está no canto do colibri,
na língua que ainda canta
e mantém viva a memória da terra.
Os teko porã vieram primeiro,
não como donos,
mas como lembrança viva
de que a terra fala
muito antes de termos ouvido.
Mas os que se chamam proprietários
apropriam-se sem escutar.
Secam o rio que dá de beber,
matam o rio que pede existir
na sua sede de seguir.
Quem não escuta o nhe’ẽ da mata
caminha com corpo,
mas o espírito se perdeu no vento.
Sabem, no fundo da noite,
que destruir a mata
é silenciar o idioma do mundo.
E quando derrubarem até a última palavra,
não morrerá um corpo apenas,
mas um modo inteiro de ser na vida.
E se essa visão se apagar de vez,
o que restar do mundo
será somente casca.
Boa tarde!
O tempo é como um calço em uma porta forte e antiga, sem barulhos, sem ruídos, sempre a mantém aberta, deixa a nós a liberdade de seguir em frente, ou permanecer parado, nosso destino depende de nossas ações ou de nossa inércia, ele faz a sua parte, mantendo a porta sempre aberta, segue ou fica, quem assim o quer...
(Zildo de Oliveira Barros) 02/04/2011
Estou de mãos dadas com as mãos da solidão,
companheira antiga que nunca me deixa ir.
Fiel guardiã dos meus silêncios,
ela caminha comigo pelas noites frias,
sussurrando verdades que o mundo não quer ouvir.
É presença que pesa, mas me mantém de pé,
é sombra que abraça quando ninguém me vê.
No confronto que há de vir,
sei que ela estará ali—
não como inimiga,
mas como lembrança viva
de que resisti,
mesmo quando tudo quis me impedir.
A solidão me segue,
mas também me ensina:
há forças que só nascem
quando estamos sós,
há dores que viram asas
no peito de quem não desiste de si.
Eu sinto que carrego uma fúria antiga dentro de mim, algo que nasceu há muito tempo e que ninguém percebeu. Começou pequeno, como uma farpa, mas cresceu comigo, torto, pesado, como se tivesse se encaixado no meu peito sem pedir licença. E toda vez que eu falho, essa raiva acorda. É quente, inquieta, lateja na pele e me pergunta, com uma brutalidade que só eu conheço: por que você não foi o bastante? Por que você nunca é?
Eu não tenho resposta. Só sinto o impacto um golpe seco bem no meio do peito, desmontando tudo que eu ainda tentava manter firme.
Às vezes eu queria arrancar essa parte de mim, expulsar essa voz que me mastiga viva cada vez que eu não atinjo o que espero. Eu queria jogar fora essa exigência que me cobra até quando eu tô de joelhos. Mas logo depois da raiva vem a tristeza. Ela chega devagar, quase com carinho, e me abraça um pouco apertado demais. Ela sussurra que sabe, que entende, que tudo que eu queria era ser suficiente. Só isso.
E é nessa hora que eu encolho. Que eu me sinto pequena de novo. Não pequena como uma criança inocente, mas como alguém que aprendeu a diminuir sua própria existência pra não incomodar ninguém com suas falhas. Como se meu erro ocupasse mais espaço do que eu mesma.
Tem uma parte de mim que queria gritar, quebrar tudo, arrancar meu nome das expectativas que eu mesma escrevi. Queria fugir de mim. Mas existe outra parte tão frágil, tão quietinha que só queria um colo em que eu pudesse me largar sem precisar justificar nada. Só queria poder dizer: “eu tô cansada, eu tô machucada, eu não aguento ser forte hoje.”
Eu vivo num território estranho entre a minha raiva e a minha tristeza. A raiva me acusa, a tristeza me acolhe, e eu fico ali no meio, sem saber de qual das duas fugir primeiro. É como se eu estivesse sempre lidando com a dor de não chegar onde eu achei que deveria chegar, e com o luto por não ser a versão de mim que eu imaginava.
E mesmo assim… eu sigo. Eu continuo. Não porque eu me sinto forte, mas porque tem uma parte de mim, pequena, quase imperceptível, mas viva que acredita que existir já deveria ser suficiente. Que talvez um dia eu consiga me olhar com um pouco mais de gentileza. E que, quando esse dia chegar, talvez eu finalmente consiga me perdoar por ser humana.
Poema da Travessia Interior
Sonhei que corria
pela antiga Estação das Barcas,
enquanto portas se fechavam atrás de mim como capítulos que enfim se cumpriram.
A barca já partia,
mas meu coração — inquieto e fiel —
ainda acreditava no salto.
Alcancei a poupa, subi as escadas,
busquei o convés…
e a porta fechada me fitou como um oráculo silencioso.
Havia um mistério ali:
o passado se encerrando em sombras brandas,
o futuro chamando com luz de manhã,
e eu, suspenso entre dois mundos,
sentindo que algo em mim renascia.
Talvez fosse amor,
talvez coragem,
talvez apenas o tempo dizendo:
“Vai. Atravessa.”
Porque a nova fase já pulsa nos pés,
mas a verdadeira passagem
não está no casco nem na água —
está na porta invisível que cada um precisa abrir por dentro.
E quando essa porta se abre, não é só o futuro que chega:
é a alma que finalmente
encontra o seu próprio rumo.
Escrito por Clayton Leite, inspirado em um sonho.
Degusto um bom vinho,
em uma taça antiga,
que me lembra as antigas ruas de Viena,
lembrando-me, por algum acaso, do brilho das doces moças das peles claras e olhos claros,
sem ter nada contra, é claro, das índias brasileiras, doces também, de fato.
Escrevo com delicadeza, estas letras sensíveis,
para que teus olhares, as vendo, sejam puros e delicados,
como um fino papel, não resistente a nem uma gota de mísera chuva,
e muito menos, as lágrimas de uma moça vítima de adultério.
Sonho em apenas imaginar teus olhares emaranhados em minhas linhas neste poema,
linhas singelas que pretendem alterar seus sentimentos somente para te tê-la em meus braços,
delicada donzela,
dona de meus pensamentos, mesmo que esteja lúcido ou com os olhos fechados,
pois mesmo assim, estarei ligado e sonhando com ti.
Muitas vezes me bate uma saudade dos velhos
amigos de infância, da minha terra, da minha
antiga vida. Saudades da inocência e da
esperança, saudade dos amores de infância,
saudade de sair correndo e gritando "quem
chegar por último é a mulher do padre!.". A
gente cresce e descobre que pega pega não é só
pega pega. Descobrimos que brincar também
dói, dói quando as pessoas brincam com nossos
sentimentos. Descobrimos que o mau não está
na cara de mau. Descobrimos que ser criança
era muito mais fácil. Descobrimos que crescer é
descobrir a vida e crescer é ver realmente que a
vida não é justa e que vemos humanos, mas não
humanidade. Num mundo onde presam pela
verdade, é tão descriminador ser você mesmo.
Quem me dera ser novamente criança.
Amor Eterno
Amor que nunca se acabou.
Ficou guardado como foto antiga
que se deixa dentro de um livro.
Amor que se achou
e se perdeu,
e agora se encontra de novo.
Antigo e amigo amor,
que o tempo conservou,
e sempre caminhou por perto.
Quando procurei por ele
me olhava com o mesmo carinho
daquele menino que conheci.
Me abraça,
me lembra quem fui,
me traz de volta pra casa.
Leva meus medos embora,
seca minhas lágrimas.
Cuida de mim.
