Texto Sobre Silêncio

Cerca de 5924 texto Sobre Silêncio

No Abismo do Silêncio


Num canto escuro da alma caída, Ecoa a dor que não foi compreendida.


A tristeza sussurra em cada vão, E aperta o peito, sem dar perdão.


A depressão chega sem avisar, Como um vento frio a soprar devagar.


Rouba o riso, esvazia a cor, Transforma o amor em cinza e dor.


Um coração partido, sem direção, Sangra memórias em cada pulsação.


Entre os escombros da destruição, Perde-se a fé, perde-se a razão.


O medo se arrasta, sorrateiro e lento, Molda o silêncio, distorce o pensamento.


E a covardia, vestida de calma, Envenena os sonhos e cala a alma.


Surge a tragédia em forma de adeus, Rasgando os céus com gritos seus.


E resta o vazio, frio e calado, Onde antes um ser inteiro tinha habitado.

Fim de Semana em Silêncio


Chega a sexta, e com ela o peso,
da porta que fecho, do mundo que esqueço.
Meu lar se torna prisão e abrigo,
me recolho do mundo, só eu comigo.


Não há mais brilho nas ruas lá fora,
nem vontades que me tirem agora.
Não é preguiça, é cansaço da alma,
um torpor que me cerca, que tira a calma.


Os dias correm vazios, iguais,
de sábado a domingo, não saio jamais.
E não é solidão que me dói mais fundo,
é o medo de amar de novo este mundo.


Porque tentei… e no amor me perdi,
me doei demais e por dentro parti.
Tranquei o peito com dor e desgosto,
e joguei fora a chave no lugar mais remoto.


Na fossa abissal dos meus pesadelos,
onde até eu temo olhar os espelhos.
A chave se foi — e com ela a razão
de abrir novamente o meu coração.


Não quero outro alguém, seria traição,
oferecer um peito cheio de ilusão.
Seria injusto, cruel, devastador,
dar migalhas a quem merece amor.


E assim passam meus fins de semana,
em silêncio, em sombras, em dor que emana.
Na segunda eu volto ao mundo, ao labor,
com um sorriso vazio… e um peito sem cor.

Cansaço da Alma


Minha mente… tão cheia, tão gasta, tão só,
grita em silêncio, sufoca no nó.
O corpo, exausto, cambaleia sem chão,
não corre mais — só carrega a solidão.


Já não há brilho nas coisas que vejo,
só lembranças amargas do que foi desejo.
O mundo pesa, e cada passo é dor,
como se a vida esquecesse do amor.


Quis desistir tantas vezes, calado,
por dentro partido, por fora marcado.
Mas algo ainda pulsa — uma tênue esperança,
de um reencontro, um renascer, uma dança.


Preciso de pausa, preciso de abrigo,
de um colo sereno, de um olhar amigo.
De palavras suaves que toquem meu peito,
que façam lembrar que ainda há jeito.


Necessito dela — da presença sentida,
do afeto que um dia encheu minha vida.
A falta que faz… é mais que saudade,
é um vazio que rui minha sanidade.


Mas não me entrego, não hoje, não agora,
há uma faísca que insiste e implora:
por cura, por paz, por carinho e calor,
por voltar a acreditar de novo no amor.

Escombros de mim


Vivo em silêncio, no escuro de mim,
como quem perdeu o último trem da esperança.
O mundo me passa, veloz e sem fim,
enquanto eu paro, cansado da dança.


Nunca pedi que me vissem como vítima,
nem busquei compaixão disfarçada.
Mas fui julgado por olhos que não me leem,
acusado por bocas que nada sabiam.


Amei com a alma, com tudo que sou,
entreguei meu melhor, meu gesto mais puro.
E ainda assim, virei sombra, virei dor,
abandono vestiu meu futuro.


Hoje, caminho entre os escombros de mim,
em calabouços que ninguém visita.
Tranquei meu coração — e joguei a chave
nos pesadelos onde a luz hesita.


Não quero outro alguém, não por maldade,
mas porque meu peito não quer ferir.
Sou nau sem porto, sem vontade,
um grito mudo, a não mais sorrir.


Mas há, lá longe, um sopro que insiste,
um eco dizendo que posso voltar.
Talvez, um dia, eu me permita,
sair de mim… e me resgatar

Te admiro em silêncio,
como quem observa o sol.
Quente demais pra tocar,
intenso demais pra ignorar:
Tem algo em ti que não se explica.
A calma e precisão nas palavras,
uma inteligência que não passa despercebida e o jeito de dominar tudo, com o domínio de quem é bom no que faz.
Mas o que me balança não é só o que vejo.
É o que você diz.
Com palavras tão explícitas quanto belas.
Com elogios que dançam entre o indevido e o incontrolável.
Você me descreve como se me tivesse.
Como se realmente me quisesse tanto assim.
Você cruzaria a linha, eu sei.
E não é suposição.
Foi dito, com todas as letras,
com aquele seu jeito poético e perigoso.
Você me vê como seu desejo antigo e proibido,
e me olha esquematizando na sua cabeça tudo aquilo que você queria fazer comigo.
Tudo aquilo que você me disse.
Mas eu não posso.
Mesmo querendo.
Mesmo sonhando.
Mesmo sentindo cada célula do meu corpo implorar por você.
E sempre que te vejo de novo, na rotina, no comum, parece inacreditável lembrar das coisas que você me disse.
Mas o jeito que você me olha, me sussurram verdades, e faz impossível duvidar do que foi dito.
Não controlo a tensão que você traz
quando entra no mesmo lugar.
Seus olhos buscam os meus, fundo no fundo,
e eu sei que você percebe quando eu percebo.
Na verdade, acho que alguns ao redor já percebem isso.
Você não esconde que repara em mim,
e isso deixa tudo mais difícil de fingir.
E entre o calor do momento e a clareza do depois,
não vou deixar minha admiração por você
confundir minha cabeça,
nem permitir que isso vá longe demais.
Sei onde começa o desejo,
e onde termina o respeito que devo a mim (e você a ela).

Às vezes, tudo o que nos cabe é o silêncio.

Não por fraqueza, mas por sabedoria.

O silêncio é cúmplice da reflexão e guardião da serenidade.




Há momentos em que não há o que fazer, nem o que sentir.

E isso não é vazio, tampouco solidão.

É apenas um intervalo sagrado,




Um tempo de recolhimento em que a alma se encontra consigo mesma.

É o espírito voltando, momentaneamente, para casa.

Quando Penso em Ti


Às vezes,
em meu silêncio,
penso em ti.


Não como quem busca uma lembrança perdida,
mas como a terra pensa na semente:
com quieta certeza de que a vida
já floresce em segredo.


Penso em ti
e meu peito se enche
de uma alegria antiga e nova,
como o vento que reconhece
a canção da árvore
antes mesmo de tocá-la.


Sim, penso em ti
com todo o amor
que o tempo não mede:
um rio que não seca,
uma luz que não treme,
um abraço sem braços.


E saiba, profundamente saiba:
você é amada.
Não por dever ou destino,
mas como o céu ama o voo,
como a raiz ama a terra,
como a noite ama
o seu próprio silêncio estrelado.


Você é amada
porque o amor
é o nome secreto
de tudo o que é verdadeiro em mim.
E quando penso em ti,
é ele que respira.


E você minha amada pensa em mim? 💞

Quando os bons se calam, os perversos governam.
E o silêncio dos justos abre espaço para a tirania dos maus.
Lutar pela justiça diante das injustiças é dever de todos,
como cidadãos civilizados.
Quem se cala diante da violência contra os justos assume,
para si, a culpa pelas injustiças."

(Furtado, Brunno)
06/08/2025

"Entre insistir e soltar"


Insisti no silêncio, gritei sem ouvir,
me perdi no caminho tentando seguir.
Fui presença constante, mesmo na ausência,
mas virei só lembrança, sem mais importância.
Corri contra o tempo, lutei sem vitória,
doei minha vida, apaguei minha história.
Hoje eu paro as mãos, largo esse chão,
não sou migalha, sou coração.


Se ela não sente, não posso insistir,
é hora de soltar pra poder me vestir
da força que resta, da fé que é minha,
pois quem não me quer, me ensina a saída.

No peito, um quarto vazio,
paredes brancas esperando cor.
Não dói, mas lateja em silêncio,
como chão que pede passo.
Ontem vi que foste embora,
não em palavras, mas em ausência.
O vazio então se acendeu,
me pedindo dono, me pedindo vida.
Não vou preenchê-lo com sobras,
nem com migalhas de outros amores.
Vou preenchê-lo comigo:
minhas canções, minhas tintas,
meu riso fora de hora,
meu corpo que insiste em existir.
O vazio não será falta,
será território meu.
E onde era eco,
vai nascer voz.

No silêncio do abandono, existe também uma oportunidade de clareza.
Você percebe quem realmente se importa, quem respeita o espaço que você ocupa, e começa a aprender que vínculo verdadeiro não se compra com proximidade constante, mas com reciprocidade real.
É aí que a dor se transforma em força: ao invés de tentar recuperar alguém que escolheu outro caminho, você passa a se fortalecer na própria presença, na própria verdade.

Esse silêncio, essa dor, é trocável, e genuína, hoje eu a senti profundamente tocando o meu peito, ouvi o meu coração gritando e as vozes ecoando na minha cabeça para eu reagir e transformar tudo em força, pude ver os meu vasos sanguíneos como em um raio X e senti-los, a conexão com cada celula ..
... Eu estava tendo um princípio de infarto.

“O silêncio
as vezes assustador
as vezes acalentador.
Silêncios frios.
Silêncios quentes.
Possível ouvir o silêncio?
Possível o silêncio gritar?
Ah, vai saber.
Nos intervalos cálidos que se seguem
faz-se notar os seus gritos.
Gritos que só ele entende.
Só ele.
O silêncio.”

Há sempre uma doce luz no silêncio.....
e na dor da morte....
A maior perda da vida não é a morte...
é o que morre dentro de nos,é quando não vivemos.
para vencer a morte deve ter um sorriso...
quando a sua alma partir.!
Ninguém pode fugir da morte...
ela é o começo do caminho para a eternidade.

Teu olhar em silêncio sempre diz o que pensa e deseja de mim,
tua boca sem palavras, fala da vontade de sermos nós
tuas mãos frias, suadas revelam o que te causo
tua voz cala sempre que nos encontramos,
teu corpo se entrega, não nega a vontade do meu
o meu não esconde a ânsia de colar no teu,
queremos sentir, se envolver, se permitir...
quem sabe um dia, por um instante, por um momento
consigamos transpor barreiras, enfrentar o medo
Quem sabe nos pertenceremos, nos permitiremos,
sem lei, sem pudor, sem culpa !

"Quantos gritos cabem em um silêncio?"
Um, Somente um grito! Um grito de frequência tão alta, que ninguém é capaz de ouvir... O silêncio, é um grito sufocado, um grito de socorro, um grito apavorado, um grito jamais escutado... Quando ouvires um silêncio, olhe dentro dos olhos da pessoa silenciosa, os olhos transpassam o que ocorre dentro do coração de quem os possui... Olhe para os olhos dessa pessoa em silêncio, muda, estagnada... Tenho certeza, que se enxergares os olhos dela com o coração, verá um grito ao fundo... Um grito tão alto e tão dolorido que te fará chorar e se arrepiar... Chorar por finalmente ter conseguido o dom mais precioso do universo: o dom de amar o mundo e ser incondicionalmente livre como um pássaro, chorará de emoção ao constatar que tudo que você plantou na sua vida, pode ser colhido em apenas um olhar, um grito sufocado... UM SILÊNCIO...

Sou Teu.

Não digas nada por favor,
que o silêncio e minhas mãos caminham juntas,
que minha boca ao te beijar não faz perguntas,
beije-me forte e com ternura,
e grite, grite a toda altura que me ama.
E se o amanhã o futuro tão incerto vier a nos separar,
lembre-se de tudo com ternura,
pois minha alma será tua,
e para sempre irei lhe amar.

Fica aqui comigo meu amor,
....no silêncio desta noite,
Não fales nada agora,que me faz doer..
olha-me nos olhos....
.... e dá-me um simples abraço,
Ouve o som do meu coração.... da minha alma,
que chora que ama-te em silêncio,
de tantas saudades que chega a sangrar,
Sente o meu silêncio ele vale mais que mil,
palavras ditas ao vento ,a chuva,
mostra-me a tempestade que eu não tenho medo,
agita o meu corpo ..faz-me vibrar....
faz-me sentir como as ondas do mar.!

Há pessoas que não entendem a profundidade da lucidez do meu silêncio.
Não reconhecem a intensidade da liberdade
No momento em que sou ave calada no ninho.
São instantes em que navego na imensidão
Do oceano que me habita
E nestas águas dormiram-se as palavras.
Para muitos, esta seria apenas uma difícil jornada.
Porém, para mim é o encontro com o melhor e o pior de mim.
É neste silêncio denso que a boca cala-me e alma fala-me.
Quando lado a lado sou corpo e alma
E não estou só...
Sou eu e tantas outras de mim.
Companheiras de silêncio
Juntas, somos o poema por mim nunca escrito.
Para muitos o poema insondável.
E de tempos em tempos o silêncio me visita
Para lembrar-me quem eu sou.
(É dentro do mais profundo em que a memória grava a história).

O Silencio - João Paulo Borges

A chuva cai lá fora.
Aqui dentro sempre parece mais quente
Mais quieto, mais vazio.

O silêncio toma conta,
separa a consciência da realidade,
encosto minha cabeça no travesseiro másio.

Procuro não pensar em nada,
não lembrar de nada.
Principalmente em minha amada.

Misterioso esse silencio.
Que bebi as horas tão tardio.

Alguém abre a porta,
a enfermeira entra no quarto,
tentando me dar um remédio
que eu adio.

Tomo-o sem coragem, sem vontade.
A farmeira sai do quarto
e eu volto ao silencio amigo.