Texto sobre Medo de Mario Quintana
É próprio do ser humano querer atribuir características suas para agentes não-humanos. Daí o fato de pessoas dizerem que o vírus veio para nos ensinar a importância do contato humano, aproximar as pessoas, não correr atrás de dinheiro, pensar no próximo e menos em si. O problema é que o vírus sequer pensa; ele só segue uma única diretriz: se replicar o máximo possível.
O cérebro humano, assim como o dos outros animais, evoluiu para lidar com problemas imediatos. O cérebro humano é capaz de simular possíveis realidades futuras, mas não damos o devido valor para tal capacidade. Agimos de forma imediatista, emocional, instintiva, automática e estereotipada. Enquanto o vírus estava lá na China poucas pessoas do lado de cá do globo deram a importância devida. Somente quando o vírus chegou bem perto de nós é que começamos a nos preocupar e tomar medidas para tentar mitigar o estrago feito por nossa inação entre os dois primeiros meses do ano. Não é culpa nossa. Nosso cérebro é deste modo, pois se nos preocupássemos com todo tipo de problema futuro possível não conseguiríamos viver. Contudo, desde os primórdios há grupos de pessoas cuja principal função é tomar as melhores decisões para a comunidade tendo como base alguma tecnologia. Antigamente era o xamã, enquanto hoje é o cientista. O primeiro consultava os espíritos durante o transe, enquanto que o segundo usa modelos matemáticos e inteligência artificial. Desde os últimos dois meses do ano passado médicos e cientistas chineses já sabiam do novo coronavírus, um artigo científico de 2007 alertou concluiu que o consumo de morcegos representa uma bomba relógio e uma IA enviou uma notícia sobre o surto no último dia do ano passado. Enquanto, bilhões comemoravam a passagem do ano uma IA sofria do complexo de Cassandra. A pandemia vai passar, mas quando isto acontecer devemos mudar o modo como pensamos.
Tanto na série The Walking Dead quanto na série sul-coreana Kingdom (as 2 estão disponíveis na Netflix) o grande problema não é a ameaça zumbi, mas a ausência de um Estado forte capaz de derrotar a horda de mortos-vivos. Na primeira os zumbis são secundários ao conflito entre humanos, pois somente quando um grupo conseguir controlar todos os outros presentes no que um dia foi os EUA é que a ameaça zumbi poderá ser combatida de forma eficaz. O problema é que há muitas armas e isto impede a hegemonia de um grupo específico. Já na série da Coreia do Sul o grande problema é que as armas são monopólio da aristocracia de modo que a população civil só pode contar com a benevolência dos nobres ou fugir para o mais longe possível. Aqui o problema é a corrupção de certos nobres que os afastam do dever de cuidar dos mais pobres. Na verdade, é a corrupção aristocrática que causa o surgimento e disseminação dos zumbis. Assim, somente quando o príncipe herdeiro, que encarna o ideal de governante justo, entra na batalha é que tanto a corrupção palaciana quanto os zumbis são derrotados. É sintomático que somente após a morte e fuga dos nobres corruptos é que os mortos-vivos são vencidos e de que os zumbis só surgiram após o enfraquecimento e corrupção do Estado.
Houve quem fosse no século XIX contra a escravidão por motivos religiosos como William Wilberforce. Todavia, a postura do governo britânico não era tão altruísta. A pressão que exerceu no Atlântico sul pelo fim do tráfico humano da costa africana para o Brasil tinha como um de seus objetivos aumentar o preço do açúcar brasileiro que era mais barato do que o açúcar das Antilhas britânicas e da Índia. Outro objetivo era que o Brasil se convertesse num país de trabalhadores assalariados que pudessem adquirir produtos britânicos. Por fim vale dizer que a Coroa Britânica pouco ou quase nada fez para acabar com a escravidão na própria África e no Oriente Próximo. Interesses econômicos foram mais fortes que os humanitários.
CORONAVIRUS: Assistir uma carreata de empresários bem sucedidos, em seus carrões com ar condicionado, pedindo a reabertura do comércio é aceitável. Agora ver um monte de gente que a anos vem utilizando os serviços públicos sucateados, como transporte lotado e serviços de saúde deficitários, receberem um aúxilio emergencial de 600 reais, defender o capitalismo e o sistema de governo atual que vem ampliando cada vez mais a desigualdade social, é, no mínimo masoquismo, transtorno de personalidade.
A erupção do vulcão Kuwaé em 1453 alterou o tempo em várias partes do mundo. Os efeitos de tal mudança fizeram com que Constantinopla, durante o cerco, vivenciasse fenômenos como luzes e nevoeiros que foram interpretados como a retirada da proteção divina da capital do que sobrara do Império Romano.
No Brasil, um policial mesmo aposentado corre o risco de ser morto por um bandido. Isto é uma evidência de que no Brasil policiais e criminosos disputam influência e poder sobre territórios e pessoas que os colocam num ciclo de violência que ignora a aposentadoria do policial e a saída do criminoso da vida de crime.”
A política se torna um jogo quando sai da esfera da vida para se transformar em mera formalidade que será vivenciada com intensidade a cada 4 anos. Que as maiores competições desportivas, Copa do Mundo e Olimpíadas, tenham a mesma temporalidade das eleições é uma evidência do caráter lúdico da política. Ao contrário de tais competições a política se dá no cotidiano.
Para os cristãos medievais era inconcebível aceitar o Islã como uma religião divinamente inspirada, pois para eles a revelação terminou em Jesus de Nazaré. Assim, para os cristãos o Islã não passava de um grupo que seguia as palavras de um falso profeta que tinha deturpado a verdade revelada por Jesus para proveito próprio. Daí os cristãos chamarem os seguidores do Islã de maometanos.
A hipótese central do livro de Pascal Boyer é de que a religião é um parasita dos módulos cognitivos da mente humana. Segundo o autor os seres humanos teriam de qualquer maneira as capacidades mentais que consideramos originárias da religião como rituais, comportamento social, cuidado com os mortos, moral e busca por explicações sobre o mundo, a vida e a morte. Assim, para Boyer não há um instinto religioso e nem a religião é um subproduto direto da evolução cognitiva do ser humano e sim um parasita que se utiliza dos módulos cognitivos para se perpetuar e disseminar-se entre as mentes humanas ao longo do tempo.
A velocidade da ascensão dos turcos seljúcidas no mundo islâmico, longe de ser ressentida, passou a ser amplamente considerada um milagre providencial, trazido por Deus para reviver o fôlego agonizante do Islã e restaurar a unidade dos muçulmanos. Isso coincidiu com a presença de uma dinastia xiita (fatímida) no Egito. Para que os seljúcidas, que haviam escolhido a tradição sunita ortodoxa, pudessem ganhar legitimidade como verdadeiros gazis (combatente da causa de Deus) eles tinham de derrotar os infiéis e os muçulmanos não-ortodoxos. O espírito do Islã militante se adequava perfeitamente ao espírito de luta turco; o desejo de saque foi legitimado pelo serviço piedoso a al-Llah e sob influência turca, o Islã recuperou o zelo das primeiras conquistas árabes e reabriu a guerra santa contra seus inimigos cristãos em uma escala significativa.
A plenitude do amor, a plenitude da paz e a plenitude da felicidade só podemos encontrar em Deus. O mundo pode tirar o material, a liberdade e até a nossa vida, mas não pode tirar o amor de Deus que está em nós e este amor é água viva que borbulha para dar vida eterna. Fora do amor de Deus, tudo é fantasia, prazer e ilusão e passa em um segundo no relógio da eternidade.
Pude dedicar boa parte do meu tempo a essa paixão, vício e maravilha que é escrever, criar uma vida paralela onde nos refugiamos contra a adversidade, que torna natural o extraordinário e o extraordinário natural, que dissipa o caos, embeleza o feio, eterniza o instante e torna a morte um espetáculo passageiro.
"Quando um grupo de homens afins, que aceitam uma determinada doutrina ou crença, fecham-se sistematicamente em grupos, consideram-se absolutamente senhores da verdade do que afirmam, e negam-se a participar mais intimamente com grupos semelhantes, e não toleram diálogo amigo com os opositores, reagindo com energia aos que lhes fazem até mínimas restrições, esse grupo se secciona, se separa, cria um abismo entre ele e o restante, forma-se uma seita."
O objetivo da televisão nunca foi mostrar a realidade como ela é, mas sim como querem que nós vejamos. A mídia forma nosso caráter dizendo o que devemos vestir, comer e como nos comportar. Atua como se o espaço não fosse uma concessão pública do Estado, donos de um poder imenso, a violência se torna algo comum. Quanto mais tragédias mundiais, melhor para ela porque assim aumenta a audiência.
Aqueles que seguem doutrinas religiosas, acham que detém a verdade. O mundo deve perceber o risco de tamanha estupidez. Se realmente seguissem Jesus o mundo seria melhor, algumas pessoas se utilizam da religião para alcançar a sede que têm pelo poder. Cada um deve seguir a religião que quer e viver a vida. Se a outra pessoa não professa a mesma fé que você, não se perturbe, pois o problema não é seu.
Não deves namorar para se assemelhar aos teus amigos, ou para cumprir uma formalidade social. Deves namorar quando primeiro amar a si mesmo, então quando este amor for tão grande que não possa continuar só contigo, você sentirá uma necessidade de compartilhar e este é o momento em que tu encontrarás tua pessoa amada.
A lógica da indústria cultural cuja televisão serve como ponta-de-lança é que os trabalhadores deverão ser manipulados inclusive nos momentos de lazer. Quando o trabalhador vai ao Shopping com a família ele está na verdade fazendo tudo que o patrão dele quer que faça, pois ao ir aos templos do capitalismo o assalariado estará consumindo uma arte pronta que não o fará refletir sobre a própria vida, gastará todo o salário em produtos dos “amigos” do patrão, afinal eles compartilham das mesmas condições socioeconômicas e se beneficiam da posição que ocupam na sociedade.
O cristianismo quando surgiu se dirigiu aos escravos e as mulheres principalmente, ou seja, tinha como público alvo os mais oprimidos pela sociedade romana e poderia ter criado uma sociedade fraterna. Todavia, a religião se degenerou em um despotismo de caráter divino, os que se livraram do jugo romano foram crucificados na cruz de Cristo e os bispos transformaram-se nos novos césares de toda a Europa.
As guerras religiosas são mostradas na mídia como guerras étnicas para que as pessoas pensem que guerra religiosa só existiu na Idade Média, mas vejam a morte de cristãos na Nigéria e Egito ou de muçulmanos na desintegração da Iugoslávia. Tudo isto foi motivado pelas religiões que ao lutarem entre si selam o próprio destino que é desaparecerem da forma como conhecemos.
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