Texto sobre eu Amo meu Irmao
Eu trago aqui dentro de mim
Uma dor que me invalida a alma
Tristeza indevida
Que afoga num lago seco
Um ser combalido, a ver
Todo seu tempo perdido
Tanta mágoa incontida
Transformada em lágrima
Lembranças doridas
Jorrando no escuro da noite
Formando um rio tão triste
Este é o rio da minha vida
Que morre
Aqui dentro de mim
Edson Ricardo Paiva.
"Eu me decepciono com as pessoas todo dia.
Eu perco a minha fé em Deus todo dia.
E toda noite, antes de me deitar, eu desisto da vida.
Mas o dia nasce e eu percebo que a vida não desistiu de mim.
As mesmas pessoas que me decepcionam, continuam contando comigo, pois tem certeza que eu estarei guardado na geladeira onde me colocaram, pra quando precisarem.
Isso me traz a certeza que Deus não perdeu a fé em mim, ainda. Então eu me levanto e vivo."
Eu penso em conhecer uma mulher
Que possua um sorriso lindo
E que fique feliz
Sempre que souber
que eu venho vindo
Eu quero uma mulher
Que cuide de mim
Enquanto eu estiver dormindo
Uma mulher que seja linda
E que tenha um olhar
Mais lindo ainda
E que esse olhar seja pra mim
Um olhar assim
Sem maldade,
repleto de perversidade
e me complete
e me aquiete
Sem trazer nem exigir
prova de nada
E simplesmente
Jamais me queira ver triste
Eu quero uma mulher
Que eu acho que não existe
Edson Ricardo Paiva.e Fellipe Arcanjo.
Eu sinto saudade
de todos os risos que dei
E de todos os sorrisos
Que porventura tiver causado
Eu sinto saudade das conversas
de todas as conversas que não tive
Sinto vontade de escrever versos
Que falem sobre elas
Mas quando tento buscá-las
As lembranças e pensamentos mostram
Que tudo está lá no começo
E hoje, eu olhando ao avesso
As enxergo pertinho do fim
Meu, Deus. Eu sinto saudade
Pois, se havia alguma maldade eu não vi
Só sei que não estava em mim
A vida segue adiante
Tudo se arruma, novos rumos vão surgindo
A gente só não pode endurecer o coração
E deixar de sentir
Saudade, de vez em quando
No mais
A gente se acostuma a quase tudo.
Edson Ricardo Paiva
O Sol ainda brilha lá fora
Eu sinto que luz e calor
Não me pode alcançar
Corpo frio
Longe de tudo
Até mesmo da própria vida
Coração vazio
Nada mais prende mais atenção
Que a vontade de ir embora
Lá no fundo do quintal
O ruído, pouco mais que gemido
De uma alma chorando escondida
O desejo de orar me toma
Mas Deus não há
Há somente a vontade que implora
Com voz que ninguém pode ouvir
E agora?
Edson Ricardo Paiva
Eu tenho um pé de acerola no quintal. Todo dia ele amanhece carregado, eu vou lá e colho o máximo que posso. Amanhã vai estar cheio de novo. No dia que eu me cansar e parar de colher, ele vai parar de amanhecer carregado. As coisas são desse jeito.
Eu conheço um mendigo chamado João. Sempre que o vejo eu converso com ele. Se eu lhe oferecer alguma coisa, ele aceita. Se eu não oferecer, ele não pede nada. Ele é mendigo há muitos anos e me contou que no início usava a voz pra mendigar as coisas na rua. Um dia ele percebeu que as pessoas não estão tão preocupadas umas com as outras como dizem estar. Então ele se cansou de acreditar e parou de mendigar. Continua mendigo, mas só pra si mesmo, pois compreendeu, após a passagem de anos, que a vida o esqueceu no dia que ele se esqueceu da vida. As coisas são da maneira que são.
Edson Ricardo Paiva.
Ao longo da vida inteira
Olhando as coisas grandes e pequenas
Eu vi a borboleta que não podia voar
Ouvi falar de milhões de planetas
Que estão lá, mas não abrigam vida
Não tem água e nem tem ar
Escondi no peito, descontente
À tanta mágoa contida
Era muita coisa pra suportar
Ao longo de uma existência somente
Era um Universo Perfeito
Repleto de erros e imperfeição
As coisas são assim
Do jeito que as coisas são
A borboleta que não voava
Caminhou seu curto caminho
E assim viveu a sua vida
O Planeta ainda está lá
Num jogo de equilibrismo
Que quis Deus, essa esquisitice
Servisse de escudo pra gente
Pois as coisa são assim, somente
Simplesmente isso
Mas o mundo não pode aceitar
Os erros que existem na gente
As coisas são como elas são
Só nos resta aceitar essa decisão
E seguir em frente
Pois a vida é assim.
Edson Ricardo Paiva
Hoje
A tudo que olho
Alguma coisa tua eu vejo
Da textura do teu rosto
Ao gosto do teu beijo
O Som dos teus passos na rua
E os laços de afeto que criamos
Abraços que não mais nos demos
O amor que ...se acabou... não percebemos
A dor mais que incorreta da distância
No medo da demência que hoje sinto
Hoje, onde não vejo
Um olho te procura
No brilhar de cada estrela
No trilhar, tão solitário, que hoje vivo
De algum modo existe a tua permanência
Em teu vulto despontando no horizonte
Se alicerça a esperança de uma vida.
Edson Ricardo Paiva
No meio da noite
Novamente eu acordo
Tendo a mesma eterna sensação
de ter sido acordado
Só que dessa vez
Não vejo vultos na escuridão
Mas escuto a voz de Deus
Aquele mesmo
Que faz
Com que eu sinta o peso do abandono
E pega carona nos sonhos
Que interrompe meu sono
E me manda aguardar mais uma vez
Mas me diz
Algo tão fraterno e tão bonito
Que por um momento acredito
Serem mesmo advindos de Deus
e que não são meus
Aqueles pensamentos recitados
Quais se poesia fossem
Mas o amanhecer chegou
E me traz o peso do dia
A verdade fria acordada
Que eu continuo mesmo a crer
Que o sensato é não crer em mais nada.
Edson Ricardo Paiva
Não me iludo
Já cometi grandes erros na vida
Agora eu não mais me iludo
Desisti de pensar que as coisas mudam
Aprendo a cada dia
Que vou errar e me iludir de novo
Aprendi que pra isso é que existe
O arrependimento
E me arrependo
Aprendi que os erros
Não foram feitos para errar
E muito menos pra aprender
Eles existem pra não ser cometidos
E nem sempre o perdão
Alcança os resultados que se deseja
Por mais belas sejam
As palavras que se ouve na esquina
A conversa termina sempre lá
Não é preciso trazer pra casa
Muito menos guardar na alma
A bonita filosofia
Que resulta pouco mais que nada
E que fiquem no passado
A tantos erros alheios
Hoje eu vejo que devia
Ter mudado a direção
Ainda no meio de muitos caminhos
Sempre existem novos erros
e ilusões se evitar
Aprendi somente a não me iludir
E pensar que vou saber
Quando é que eles vão chegar
Nunca aprendi direito
O melhor jeito de olhar pro Céu
E dizer se vai chover
Mas com o tempo a gente sabe
Olhar a tempestade iminente
E decidir nos cabe ou não
Molhar-se na chuva que ainda não caiu
Mas iludir-se
Pensando que não vai molhar
Depois de tudo que já viu
Eu bem queria acreditar
Que em pouco tempo
Não há de formar-se
Outro rio nessa avenida
Então me apresso
em voltar pra casa em paz
Assim a vida ensinou a gente
Pois hoje, sinceramente
Eu olho pra esse Céu de ilusão
E fujo dessa velha mesma chuva
Que já me enganou muitas vezes
Mas agora
Ela não me molha nunca mais.
Hoje eu não tenho nada
E mesmo se hoje eu tivesse
Não sei se saberia o que fazer
Assim como fui fazendo sem saber
As coisas que fiz
Agora eu entendo que não sabia
A vida nunca depende somente
das coisas que a gente faz
Muito menos do que deseja
Cada vida é um mundo
E todo mundo, igual a mim
Também não tem nada
Além da ilusão
Em ter aquilo que não tem
Mas poucos mais
Além de quase ninguém
Procura perceber
Que por mais imagine ser
Não passou de possuir uma mera ilusão
Uma espera ansiosa
Uma palavra mal falada
Um egocentrismo
A busca por algo além
Que somente os levou a nada
E hoje, sem nada
Igual a mim
Dentro de um Universo vazio
Eu olho de longe posso ver
Se conseguisse, eu poderia rir
das promessas sem sentido
Que seduzem
As mentes de quem somente
Tornou a vida a cada dia mais vazia
devido às próprias decisões
Eu hoje não tenho nada
Mas posso ver e sentir
Tamanha aflição
de quem um dia pensou ter tanto
Enquanto perdia
Por obra das próprias mãos
O que um dia pensou ter de sobra
A vaidade é uma cobra de duas cabeças
e destila o veneno que te mata
Na saudosa visão do que se foi
Que começa a doer
A cada palavra e cada mentira vã
A cada vez que a própria ira
Te faz cair de joelhos
E sentir vergonha
Em olhar o próprio rosto
No espelho de cada manhã.
Edson Ricardo Paiva.
Agora
Tudo que eu queria
Era ouvir uma canção
Para dormir
Hoje
As canções que eu ouço
E que mais ouvi na vida
Foram canções de ida
E despedida
Se eu soubesse fazer poesia
Escrevia pra você
A canção mais suave
Um poema bonito
Com letra meio tremida
Eu diria alguma coisa
Qualquer coisa sobre chegada
Ao invés de partida
Uma frase sobre carinho e bem-querença
Algo assim; sobre ficar
Em qualquer lugar bendito
Um cântaro de água gelada
Um sorriso
Meia xícara de chá
Algum espaço qualquer
Onde eu pudesse sonhar
Olhar pros lados
Me sentir em paz
Agora
Tudo que eu queria
Estar distante
Ainda assim
Próximo e diante de um olhar
Que brilhasse ao máximo por mim
Só pra mim e mais ninguém
Eu sei que deve haver
Um olhar assim
Em algum lugar do mundo
Este imenso vazio
Não é possível que não haja alguém
Que sinta alguma espécie de arrepio
Uma certa alegria ao me ver chegar
Queria que me dissesse
No simples gesto de um lindo olhar
Pra esquecer a tristeza, o passado
... o resto
Me abraçasse com carinho
E me pedisse pra ficar.
Edson Ricardo Paiva.
Um amor com sentido.
Eu quero um amor que me ame
Um amor que não me amou
Pois, a bem da verdade
Não existiu, não ensinou-me amar
Eu, por não saber o amor
Não o sei dizer como é
Eu quero que um amor me queira
Sem saber que me quer
Um amor que ame sem pensar
Que chame meu nome
De maneira inconsciente
Que fique contente ao saber de mim
Sem saber nada a meu respeito
E que mesmo assim
Esse amor me ame do mesmo jeito
Que acorde com saudade
Que se deite tarde da noite
Feliz por saber que existo
Triste por eu não estar por perto
Um amor que espreite
Atrás da grade da janela
Esperando eu passar
Tentando ser discreta
Feliz por me amar
E que não desperte suspeita
Que ama
Mas que ame sem medo
E que tenha grata esperança em meu lugar
Pois viver sem ser amado e nem querido
É coisa que cansa, mas não mata
Mas, em virtude dos amores ruins
Que eu sei que existem nesse mundo
E quando a gente pensa
Num amor que sempre quis
E sabe possível haver amor assim
Meu espírito feliz, consente
E é nesse momento
Que a vida passa a fazer sentido.
Edson Ricardo Paiva
Agora eu sei
Eu sei que falei demais
Mas pensava que devia ter falado mais
Agora eu sei que me calei
Quando percebi que ninguém me ouvia
E penso que o silêncio vai falar por mim
Hoje eu ouço a voz do tempo
Presente e distante
e que jamais se esquece
E entendo o quanto ele ensina
E sempre termina as suas falas
Que se tanto soubesse
Teria me calado muito antes
Pois, diante da insanidade
A verdade um dia vem no vento
Enquanto o tempo que há de trazê-la, impassível...apenas se cala.
Edson Ricardo Paiva
Longe se vai
O tempo que eu fui menino
de cara queimada de Sol
Joelho repleto de machucados
de quem sobe em muros
Cai de árvores
Maceta mármore em lata
Corre atrás das pipas
E não pára quieto um instante
Lá se vai ao longe
O tempo do Sol a pino
A rolimã que rangia
A metade de um dia eu tinha
Pra resolver os problemas
Que arrumava de meio-dia em diante
Sem atentar para o fato
Que eu já os tinha e eram muitos
Eram tantos
Que até hoje minh'alma duvida
Que mesmo se hoje eu tivesse
Toda calma que existe no mundo
Eles pudessem ser resolvidos
Em somente uma vida
da mesma maneira que
Naqueles dias que longe se vão
Sem pensar, eu apenas desatava
Em questão de segundos
A mesma espécie de emaranhado
Que hoje, me faz calado e me dói no peito
Pois um dia a gente cresce
... e esquece
como era o jeito que se fazia.
Edson Ricardo Paiva.
Hoje
Pra mim
Assim como ontem
Não é dia nenhum
Assim como eu
Pra você
Não sou ninguém
Sendo apenas mais um
Posso ser
Um poeta idiota
Um palhaço
Um cara legal e desconhecido
Um amigo, um bandido ou um bebum
É provável que não seja nenhum deles
Assim como esse dia
Também tem tudo pra acabar
Sendo apenas uma marca vermelha
Num calendário que foi parar no cesto
Na primeira terça-feira do ano seguinte
Pode ser que aconteça
No instante em que você passar
Pela moldura da porta
Que estiver mais perto
de repente
Chover no deserto
Num dia qualquer
Nesta vida, onde nada está escrito ainda
O errado pode ser
Que esteja certo
Mas a visão advinda
Lá de um lugar que não se sabe aonde
Venha abrir teus olhos
Pra tudo aquilo
Que você escondia
de você
Pode ser que hoje seja
o grande dia
Tudo depende
Se você
Aprende ou não
Abrir os olhos de ver
As coisas que você procura
debaixo da moldura
das portas que essa vida dura
Permitia a você enxergar
e ao mesmo tempo
te impedia de ver.
Edson Ricardo Paiva
Existe tanta coisa nesta vida
Enquanto eu a tenho uma só
Escolhas são sempre as nossas
Portanto eu não posso perder meu tempo
Reclamando da imperfeição na paisagem
Quando eu sei que é uma viagem só de ida
E nada se deixa e nada se leva
A não ser saudade
Tudo mais não me pertence
Aquilo que tens hoje ao teu redor
Não o olhe como a uma conquista
Pense que são como estrelas
Assim como eu, todos podem vê-las
Sem jamais tocá-las
Pense no presente como uma lembrança
Uma fotografia de um tempo
Em que havia ou não havia esperança
A vida é algo tão breve
E não há ninguém que leve nada
Não vou desperdiçá-la sentindo medo
Não tenho direito de me queixar
Se o limão era azedo
Quando ele esteve em minhas mãos
e sei que deixei ficar passado e amargo
Hoje eu não trago mais nada comigo
Além daquilo que possa sempre carregar
Pois eu tenho o mundo todo
Sabendo que nenhum lugar me pertence
Vivo o presente agora
Sem chorar passado e nem futuro
O tempo jamais esteve ao alcance da vista
Diferente das estrelas, que eu posso ver.
Edson Ricardo Paiva.
Eu passo todo dia
pela mesma rua
e na frente de cada casa
Há sempre um jardim disposto
de maneira diferente
no tempo e no espaço
Eu faço a vida inteira esse trajeto
e faço do mesmo jeito
do lado oposto
Mas é a mesma rua
Que não é mais a mesma
Quando termina
Existe outra calçada
Quando a gente
Está perto da praça
Mas a graça de tudo isso
É o colibri que bate as asas
e sempre se aproxima
Mas não é todo dia que ele sorri.
Ali tem um Sol sempre brilha
E tem sido assim a vida inteira
Pois o fato de as nuvens o encobrirem
Impedindo que a gente o veja
Não significa necessariamente
Que esteja apagado
Nem sempre a cerejeira dá cereja
E os jardins são sempre jardins
Todas as ruas do mundo tem dois lados
Sempre sobra uma sombra
Mesmo que a gente não veja
O sorriso do colibri
Por detrás dos escombros
Eu acho assombroso
Tantos seres alimentando essa dúvida
de que o beija-flor realmente sorria
Pois não acredita no que não pode ver
Mas crê nos poderes da dor
E a gente sempre chega a outra rua
No final de cada dia
Brilhando ou não havendo Sol
Outra noite
E nunca é igual
E aquela rua também não é mesmo
A mesma que termina numa praça
E esta é a bela graça de toda vida
Aprendida na ausência de pressa
E que a gente não vê
Mas ...
Invariavelmente termina
Na esquina onde tudo começa
E que fica naquela rua
A mesma
Onde todo mundo passa.
Edson Ricardo Paiva
Um dia Deus fez vários mundos
Cobriram o nosso com lona
Todo dia agora é circo
Eu fico aqui da plateia
Sem ter a pálida ideia
A quem devo aplaudir primeiro
Eu olho a cena como um todo
E a mim mesmo como um tolo
Apenas a qualidade da luz varia
Pois o tempo torna o brilho fosco
Tentei escrever poesia
Sem querer falar de amor
E nem nada que fosse assim
Tão tosco
Com todo respeito
Ao palhaço que um dia fomos
Não há mais espaço pra riso
Só máscaras e máscaras
de caras bonitas e gentes ruins
e trapezistas e gente que come fogo
Por causa do aplauso do mundo
Tão cansado de não rir
Logo ... eu faço questão de aplaudir.
Edson Ricardo Paiva.
Poesia Sutil.
Eu penso ser muito bom
O fato de a flor não saber
Pois, se a flor dedicasse atenção
À tamanha admiração
daquele que a fita
Pode ser que aconteceria
de a flor então desejar
Querer ficar mais bonita
A estranha rareza a que se busca
Alçada no ver da vaidade
é beleza irreconhecível
Pois o olhar da cobiça a ofusca
Conduzindo almas perdidas
Nos caminhos da ilusão
Felicidade ... rara; querida!
Pobre plágio de alegria
A transforma num fácil jogo
E vem a falsa impressão
de estar dando as cartas
Farta-se em vê-las perdidas
Difícil esse jogo da vida
Perceba a felicidade
em andrajos vestida
Fingindo desenxabida
Morando na casa ao lado
Simplicidade é ter um valor
Invisível aos olhos de ver
Que nem ao menos pára para iludir
Infinita ... reluzente
Milhões de vezes mais cara
Real essência da vida
Modesta, invisível
Contrasta ao que não se basta
Do desejo em possuir
Àquilo que a alma enleva
Palavra jamais aludida
Uma entrave obsessiva
Insistente em mentir pra verdade
Suave arremedo, perdida
Enquanto a beleza mais bonita
É o fato de a flor
Ser bela sem o saber
A beleza mais bela da vida
É aquela que a gente não vê.
Edson Ricardo Paiva.
