Texto Pontos Autor Luis Fernando Verissimo

Cerca de 7792 frases e pensamentos: Texto Pontos Autor Luis Fernando Verissimo

⁠Consigo te ver
Tão próxima
Mas também tão distante

Não és mais a mesma
Será se tudo o que você sentia
Passou em um instante?

Mal a vejo sorrir
Será se sou tão decepcionante
Para te causar infelicidade constante?

Ainda estou a te esperar
Para tomarmos aquela xicara de chá
E falar
Falar sem parar sobre tudo que a vida nos fez passar

Quem estou tentando enganar...

O chá já esfriou e toda vez fico a esquentar
Dia após dia
Em um desejo constante
De enfim poder te olhar

Quem estou tentando enganar...
Você não vai mais voltar.

Inserida por ThiagoSousa23

Fiquei doido, fiquei tonto...
Meus beijos foram sem conto,
Apertei-a contra mim,
Aconcheguei-a em meus braços,
Embriaguei-me de abraços...
Fiquei tonto e foi assim...

Sua boca sabe a flores,
Bonequinha, meus amores,
Minha boneca que tem
Bracinhos para enlaçar-me,
E tantos beijos p'ra dar-me
Quantos eu lhe dou também.

Ah que tontura e que fogo!
Se estou perto dela, é logo
Uma pressa em meu olhar,
Uma música em minha alma,
Perdida de toda a calma,
E eu sem a querer achar.

Dá-me beijos, dá-me tantos
Que, enleado nos teus encantos,
Preso nos abraços teus,
Eu não sinta a própria vida,
Nem minha alma, ave perdida
No azul-amor dos teus céus.

Não descanso, não projecto
Nada certo, sempre inquieto
Quando te não beijo, amor,
Por te beijar, e se beijo
Por não me encher o desejo
Nem o meu beijo melhor.

Fernando Pessoa
Pessoa por conhecer: textos para um novo mapa. Lisboa: Estampa, 1990.
Inserida por marcosarmuzel

"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra."

Êxodo 20:4
______________________

Deus é o julgador, o vingador e o provedor
Ninguém pode substituí-lo.


Sim eu amo a mensagem da cruz.

Inserida por FernandoAlva

⁠Pena, como um fio de navalha, corta-me o peito,
Palavras como punhais, cravam-se no meu leito.
Não me lamente, não! Para mim, sua dó é vã,
Reserve suas lágrimas para o sofrimento alheio, para a dor que nunca sã.

Dizem que sou feliz, mas é uma farsa sem fim,
Em meu coração, um abismo, um grito sem fim.
Solidão é minha única amiga, minha sina, meu fado,
Seu olhar de compaixão é uma ferida, um fardo desgraçado.

Óh, Pai dos céus, óh, Deus que não responde,
Por que este jogo? Este tormento que me esconde?
Piedade, suplico, em prantos me desfaço,
Minha mente é uma prisão, onde me enlaço, onde me embaraço!

Invisível, me tornei, um eco sem voz,
Ignorado, esquecido, em um mundo atroz.
E agora me pergunto, no vazio e na amargura,
Será que a pena que recusei poderia trazer ternura?

Não sei, não sei, a dúvida me consome,
Mas sei que neste deserto, não há consolo, nem nome.
Assim, no silêncio, na solidão eterna,
Eu me desfaço, sou nada, uma alma frágil e terna.

Inserida por FernandoNobrega7

Você não tem noção a quantidade de gente que vive ansiosa pela sua derrota contra o cansaço.

Duvidam principalmente da sua resistência emocional perante as adversidades.

Acreditam na sua queda por consciência da falta de apoio da sociedade nos seus projetos.

O segredo é nunca parar.

Inserida por FernandoLachado

⁠⁠A felicidade não é um check-list de coisas a fazer, sonhos a realizar ou metas a cumprir. Isso é mero preenchimento de vazios.

A felicidade é um estado contínuo de conexão e gratidão com e pela pura e simples existência, é ausência de medo, é alegria. Não há vazios, tudo é o todo e o amor é a causa primária de todas as coisas.

Inserida por ferscheuer

⁠A maioria das pessoas não consegue romper crenças e paradigmas que bloqueiam a sua felicidade porque isso requer abrir mão, desapegar de todo tipo de pessoas, ambientes e comportamentos tóxicos.

Isso é algo extremamente doloroso. Ao menor sinal de desconforto, elas desistem e retornam para o mesmo sistema que as aprisiona.

Inserida por ferscheuer

⁠Mais do que outras artes, são a Literatura e a música propícias às subtilesas de um psicólogo. As figuras de romance são - como todos sabem - tão reais como qualquer de nós. Certos aspectos de som tem uma alma alada e rápida, mas suscetíveis de psicologia e Sociologia porque - bom é que os ignorantes o saibam - as sociedades existem dentro das cores, dos sons, das frases, e há regimes e revoluções, reinados, políticas e - há-os em absoluto e sem metafísica - no conjunto instrumental de sinfonias, no todo organizado das novelas, nos metros quadrados de um quadro complexo, onde gozam, sofrem e misturam as atitudes coloridas de guerreiros, de amorosos ou de simbólicos.
Quando se quebra uma chávena da minha coleção japonesa, eu sonho que mais do que um descuido das mãos de uma criada tenha sido a causa, ou tenham estado os anseios das figuras que habitam as curvas daquela de louça; a resolução tenebrosa de suicídio que as tomou não se causa espanto: serviram-se da criada, como um de nós de um revólver. Saber Isto é estar além da ciência moderna, e com que precisão eu sei disso.

Diário de Bernardo Soares - pag. 341

Fernando Pessoa - Livro do desassossego

Inserida por ana_nenduziak

⁠eu pego uma caneta
o tom azul nela
olhei teus olhos
não quis falar
penso em você todas as manhãs
escuto músicas
olho filmes
viajo na dimensão dos planetas
só não encontro a estrela que eu dei o seu nome
anoto no caderno
um traço pequeno
tento esconder meus sentimentos
estão vindo mais rápido, do que eu pensei
sinto sua falta

Inserida por Fernando_Slat

⁠Você não vai encontrar uma solução enquanto você for parte do problema.

Como resolver?

1- Investigar o que você pensa, por quê pensa, o que sente por que sente, como age e porque age.

2- Encontrar a Autossabotagem nos tabus, preconceitos e crenças limitantes.

3- Reprogramar através de ferramentas (autoconhecimento, vivências, psicologia, neurociências, tecnicas etc)

Inserida por ferscheuer

⁠Ah, meu maior amigo, nunca mais
Na paisagem sepulta desta vida
Encontrarei uma alma tão querida
Às coisas que em meu ser são as reais. [...]

Não mais, não mais, e desde que saíste
Desta prisão fechada que é o mundo,
Meu coração é inerte e infecundo
E o que sou é um sonho que está triste.

Porque há em nós, por mais que consigamos
Ser nós mesmos a sós sem nostalgia,
Um desejo de termos companhia –
O amigo como esse que a falar amamos

Fernando Pessoa
Poesias inéditas (1930-1935). Lisboa: Ática, 1955.
Inserida por Maiaregina

⁠Tire-se o número e o mês
e o ano
a este clarão diário.

Tire-se a manhã
que o arremessa
- parábola no olho,

as horas fogem de si mesmas.

Sem as paredes noturnas
onde as tardes se acomodam
vencidas.

Sem o impulso de ontem e amanhã
a girar-lhe o eixo:

Tire-se o número e o mês
e o ano
ao que é vertente

Sempre

_________ agora.

Inserida por viviane_1

⁠Á mesa do jantar ele se cala.

Que outros falem demasiado
remoendo os chocalhos das próprias ideias
não o incomoda tanto.
Conheceu muitas borras de palavras
e teve de discernir a sós
os afetos que lhe serviram de caminho
ao lado de Dora, sempre.
Tantos jantares gastos em torno a
opiniões
essa esgrima imaginativa
a sentenciosa: ele já o sabia.

Os outros falam
e ele basta um aceno de cabeça.

Inserida por viviane_1

⁠Adultos e crianças vão guiados
por um andor branco e comovente.
Formam
duas fileiras de mãos atenciosas.

A céu aberto arremessam as vozes
contra a linha dos montes.
A lentidão dos passos
imita o arco dos antepassados.

Até que o vente apaga
o dedo em luz.
Soluço. Desamparo.

Como um segredo
a avó me repassa o fogo.

Inserida por viviane_1

⁠25 de abril, sempre!!!
Mas não nos podemos esquecer do lado negro da história. Bastantes terroristas foram ilibados de crimes de sangue que planejaram e praticaram.
Para agravar a situação, anos mais tarde ainda foram condecorados como heróis de abril. Não vale tudo e neste caso todas as cores tiveram culpa.

Inserida por FernandoLachado

⁠Existe algo alarmante na ciência:

1 - existe um consenso, o ser humano é limitado, ok.
2 - essa limitação perde a importância quando o assunto é dizer que Deus não existe, é isso que acontece quando alguém fala em milhões de anos pra qualquer coisa.
3 - O cientista menos radical fala que não discute fatos científicos, fatos estes concluídos por estudos seguindo regras estabelecidas por mentes limitadas.

A conclusão é muito simples, onde Deus não é bem vindo, eu me retiro, mas não sem deixar algo aqui: em seis dias criou Deus o céu, a terra e todo o ser vivente, no sétimo dia ele descansou.
No livro de Hebreus isso volta a ser discutido, quando os apóstolos falam que somente com a fé se pode concluir que tudo que existe não foi criado pelo o que se pode ver, essa é a verdade que escandaliza o meio acadêmico.

Inserida por FernandoAlva

Não existe ⁠conhecimento do bem e do mal. O que existe é o conhecimento. Agora o que voce decide fazer com esse conhecimento pode ser bom ou ruim.

Com o conhecimento, você pode criar uma bomba nuclear ou fornecer energia para uma populacão.

O conhecimento é essencial para que o homem possa exercer o livre arbítrio em sua plenitude.

Inserida por ferscheuer

"A Torre que tocava o céu"

⁠Construiu-se um dia, em pedra dourada,
uma torre tão alta, tão bem desenhada,
que o próprio céu, em sombra e fulgor,
curvou-se ao seu ápice, tomado de dor.
O rei que a erguia dizia sorrindo:
— Tocaremos os deuses, estamos subindo!
Ninguém mais morrerá, ninguém mais cairá!
Seremos eternos, além do que há.
Mas quanto mais alto se erguiam os muros,
mais fraco tornavam-se os elos futuros.
A torre, tão firme, perdeu sua base,
e o rei, cego em glória, ignorou a fase.
Até que um dia, sem som ou aviso,
uma pedra caiu do paraíso.
Depois outra, e outra, e então o trovão
desfez a torre com a mesma mão.
O rei foi soterrado no brilho que quis,
num império que nunca o fez feliz.
E dizem que ainda, por entre os escombros,
ecoam seus gritos: desejos sem donos.
Pois a queda é o fim de quem se recusa
a aceitar que a alma também tem sua lusa.
A ruína não nasce da noite ou da sorte —
ela é o preço de zombar da própria morte."

Inserida por robscheuer

⁠O Tecelão de Fios Invisíveis

"Um velho chamado Telmar, o Tecelão,
vivia no alto da torre da mão.
Tinha um tear de fios tão sutis
que ninguém via, mas todos sentiam.

Ele tecia o destino dos homens,
criava vitórias, moldava os nomes.
Com um puxar, fazia um nascer,
com um laço, fazia esquecer.

O povo dizia: “Telmar é poder”,
e o temiam, sem nunca o ver.
Mas um dia, um menino subiu
até a torre onde o medo fluiu.

— Senhor dos fios, por que nos prende?
— Porque vocês me pedem, e nunca compreendem.
Vocês temem a vida que escapa das mãos,
e preferem viver em minhas ilusões.

O menino então cortou um fio,
e o mundo parou, caiu o frio.
Pois todos estavam atados demais
às tramas que Telmar fazia por trás.

Aprenderam, então, que o poder que domina
é aquele que nasce do medo que mina.
E que o controle é a mais doce prisão
para os que recusam ouvir o coração."

Inserida por robscheuer

⁠Relicário do Tempo

No âmbar do tempo, há portais escondidos,
vestígios de astros, de passos perdidos.
O agora, que vibra em tão tênue espessura,
é sombra de outrora, é veste de altura.

Caminho em espiral sob cúpulas mudas,
em ruínas de horas, em casas agudas.
O tempo não passa — ele gira, ele espreita,
esculpe memórias na carne desfeita.

Se tento prendê-lo, escorre em minha mão,
mas volta em silêncio no sonho e no chão.
Se falo seu nome, ele cala em mistério,
oculto nos traços do mundo etéreo.

Talvez seja templo, talvez seja abismo,
ou um deus que se veste de ritmo e cismo.
Mas sigo seu rastro com olhos fechados,
ouvindo relógios nos céus enluarados.

Pois sei — mesmo quando se parte e se finda,
há algo no tempo que nunca rescinda.
Um fio, uma trégua, um véu de infinito,
que dança, que some… no velho labirinto.

Inserida por robscheuer