Texto para um Amor te Esquecer
E se o destino, cansado de nossas quedas, resolvesse nos ofertar um novo começo — uma vida em outra terra, onde o vento não soubesse nossos pecados — virias comigo?
Ali, o tempo não pesaria sobre nós; o amor seria como a primeira luz da manhã, nascendo manso entre as ruínas do que fomos.
Eu te olharia como quem reencontra o sentido do existir, e em teus olhos repousaria a certeza de que, ainda que o mundo se desfizesse, bastaria o teu gesto para recriá-lo.
Porque amar-te, em qualquer vida, é o mais divino dos destinos.
O silêncio entre dois suspiros
A vida é um corredor estreito, mal iluminado, onde portas se abrem para quartos que nunca escolhemos entrar.
O primeiro passo nos é imposto e o último não nos pertence. Entre um e outro, arrastamo-nos sobre um chão que muda de forma e de temperatura, como se o mundo conspirasse para nos lembrar que o controle é ilusão.
Não há mapa, apenas o instinto de continuar andando, mesmo quando o ar pesa e o coração lateja como se tentasse escapar do corpo.
O tempo nos esculpe sem delicadeza, arranca partes de nós sem aviso e, em troca, deixa cicatrizes que aprendemos a chamar de experiência.
O amor, quando chega, é lâmina e é cura. Pode nos erguer acima de qualquer miséria ou afundar-nos mais do que qualquer abismo.
As pessoas que cruzam nosso caminho são sombras em movimento: algumas se misturam à nossa, outras nos arrancam pedaços, e raras são aquelas que permanecem.
E mesmo essas, um dia, serão levadas.
A vida não é justa nem cruel. Ela é indiferente.
Não se importa se estamos de joelhos ou em pé, se sorrimos ou choramos, se imploramos ou amaldiçoamos o céu.
Os dias seguem, um após o outro, como soldados obedientes a um comandante invisível.
Há momentos em que a luz fere mais do que o escuro, em que o silêncio grita mais do que qualquer multidão.
É nesses momentos que percebemos que não somos heróis da nossa própria história — apenas sobreviventes.
O destino não é escrito nas estrelas, mas na poeira que se acumula sobre nossos ombros.
Arrastamos conosco o peso dos erros que não podem ser desfeitos, o eco das palavras que não conseguimos dizer, o vazio deixado por tudo o que não tivemos força para segurar.
O tempo não perdoa, apenas apaga.
E um dia, quando o corpo já não responder, nem mesmo o medo importará.
Tudo se dissolverá na mesma escuridão de onde viemos.
Meus sentimentos já não são os mesmos.
Tudo aquilo que um dia existiu em mim por você simplesmente se perdeu no tempo e nas suas atitudes. O que eu sentia morreu aos poucos, até sobrar só indiferença. Não tenho mais a mesma entrega, não tenho mais o mesmo olhar, não tenho mais o mesmo coração voltado pra você.
Hoje eu vejo claro: o que restou não é amor, é apenas lembrança. E lembrança não sustenta nada.
Glaucia Araújo
Asfalto e Estrelas
Verso 1
O asfalto reflete o céu nublado, mais um dia igual.
A cidade pulsa, um ritmo acelerado, um ritual.
Procuro um mapa, uma bússola pra me guiar,
Nesse deserto de concreto, onde o tempo parece parar.
(Refrão)
E a vida segue, num eterno vai e vem,
Entre o que é real e o que a gente quer também.
Um grito abafado na multidão,
Engenheiros do Hawaii, na nossa canção.
Verso 2
As vitrines exibem sonhos já virados pó,
E a esperança se esconde em algum lugar só.
Coleciono momentos, fragmentos de um querer,
Enquanto a rotina insiste em me convencer.
Verso 3
A tela brilha, um universo virtual,
Onde a verdade se confunde com o superficial.
Promessas vazias em cada telejornal,
E a alma clama por algo mais real.
(Refrão)
E a vida segue, num eterno vai e vem,
Entre o que é real e o que a gente quer também.
Um grito abafado na multidão,
Engenheiros do Hawaii, na nossa canção.
Verso 4
Coleciono palavras, frases de efeito e canções,
Tentando decifrar os meus próprios corações.
Em cada esquina, uma nova estação,
Buscando um sentido pra essa imensa solidão.
Ponte
Será que o futuro já foi escrito em algum lugar?
Ou somos nós que traçamos o nosso caminhar?
(Refrão Final)
E a vida segue, num eterno vai e vem,
Entre o que é real e o que a gente quer também.
Um grito abafado na multidão,
Engenheiros do Hawaii, na nossa canção.
Daniel Vinicius de Moraes
SAUDADES
Quando eu era criança
Guardo na recordação
A casa que nós morava
Perto de um ribeirão
Dum lado tinha um pasto
E do outro um mangueirão
Na frente tinha um jardim
E no fundo a plantação
Perto da venda da estrada
Tinha um campinho de bola
E num banco de madeira
Os cantador de viola
Junto com meus companheiros
Como a gente era feliz
Sentado a sombra das árvores
Ouvindo modas raiz
Hoje só resta lembranças
Daquele tempo que foi
Não tem munjolo e pilão
E nem o carro de boi
Não tem toque de berrante
E nem nuvem de poeira
Quando passava a boiada
Na estrada boiadeira
O torrador de café
Também não existe mais
Hoje é o computador
A internet e Wi-Fi
E agora mais recente
Inteligência artificial
Vou vivendo de saudades
Até o momento final.
Francisco Garbosi
Poema-Carta Secreta
Guardei comigo um mapa inacabado,
um traço faltando,
um silêncio pesado.
No tempo que fugiu,
não te dei a flor prometida.
Deixei-a murchar no bolso da covardia,
mas nunca a perdi.
Você foi farol e ausência,
caminho e desvio,
mar que chamava sem resposta.
Hoje não trago a mais rara das flores,
trago a que sobreviveu no deserto dos anos,
a que resistiu às estações
e ainda guarda teu nome nos espinhos.
Entrego-a não para voltar ao início,
mas para selar o destino.
Cumpro, enfim, o que ficou suspenso,
e te digo:
se a vida não nos der outra temporada,
no papel já nos dei uma eternidade,
uma versão melhor de ti e de mim.
Carta Aberta
O “ir embora” sempre foi pesado e árduo,
só sendo acompanhado de um “até breve”
pra poder deixar ainda mais a respiração pesada.
Pois cada minuto processando o “ir embora agora”,
a saudade vai ser o passatempo da viagem,
com um gosto, no entanto, agridoce.
Levo na mala as lembranças,
os momentos que aqui tive,
mas deixo o meu coração —
e até é bom que aqui ele esteja guardado.
Peço encarecidamente que o deixe no meu cantinho,
e se precisar fique bem pertinho,
que é pra de lá, onde eu estiver,
sentir o teu carinho.
Mas enfim, me resta ir:
“Ir embora agora”... mas até breve!
— Êmily Santos
Boa noite!
Que o descanso de hoje seja um abraço de Deus na sua alma.
Que Ele acalme o que ficou agitado,
acolha o que ficou doendo
e guarde com carinho o que ainda é espera.
Porque, no silêncio da noite,
Ele continua cuidando…
e já está preparando o amanhã.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
Ter um coração sincero e leal é carregar um fardo invisível.
Permitir-se sentir é, muitas vezes, abrir portas para feridas profundas.
Acreditamos na bondade alheia, mas o mundo raramente retribui.
Hoje, encontrar alguém de caráter é como buscar estrelas em pleno dia:
não é impossível… mas é raro, e exige fé.
Compartilhando ideias...
Por: Patrícia Dias
Em teu olhar, um convite a arder,
Um fogo que me chama, me faz querer.
Teu corpo, um mapa de desejos sem fim,
Onde cada curva me leva para mim.
No toque da pele, um arrepio que inflama,
A paixão que nos toma, que nos chama.
Suspiros que ecoam, num doce clamor,
A união de almas, em puro ardor.
O amor que nos cerca, em chama que cresce,
E o tesão que nos guia, que nos aquece.
Em cada beijo, um universo a explorar,
Um elo profundo, que não vai findar.
Contigo, Sapekinha, a vida é um sentir,
Um êxtase intenso, um eterno existir.
Essa dança de corpos, de almas a vibrar,
É o nosso segredo, o nosso amar.
Há algo divino no olhar de uma criança —
um brilho que não busca entender, apenas sentir. Ela não vê o mundo como ele é, mas como ele pode ser quando o coração está aberto.
A criança não teme o novo, ela o transforma em descoberta. Não se prende ao ontem, vive o agora com o encanto de quem vê milagres nas pequenas coisas.
Com um olhar puro, ela encontra beleza onde muitos veem rotina: num raio de sol atravessando a janela, no perfume da chuva, no abraço que chega sem motivo.
Se pudéssemos olhar a vida sempre assim,
descobriríamos que a felicidade nunca foi distante —ela sempre esteve nos gestos simples, nas risadas sinceras, na gratidão silenciosa de apenas existir.
Olhar o mundo com os olhos de uma criança
é permitir que o amor seja uma fonte natural,
que o tempo desacelere, e que a vida — mesmo imperfeita — seja um lugar de encantamento.
E que o tempo é a gente que faz ♡
Feliz Dia das Crianças!
Não desanime.
Mesmo quando o caminho parece longo
e o cansaço pesa nos ombros,
há um Deus que te sustenta passo a passo.
Ele conhece suas dores,
ouve suas orações silenciosas
e prepara respostas no tempo certo.
Respire fundo, levante os olhos
e siga — o recomeço que você espera
pode estar bem perto de chegar.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
📖 Prefácio do Livro
Eu nunca quis escrever um livro.
Essas páginas surgiram porque eu não tinha mais onde gritar.
Enquanto uns escrevem pra vender sonhos, eu escrevo pra não enlouquecer.
Cada crônica, cada verso, cada frase cuspida aqui, foi arrancada no tapa pela vida.
Não espere encontrar heróis nessas linhas.
Eu não sou um deles.
Sou só mais um filho da favela, que aprendeu cedo que abraços apertados escondem punhais,
e que o amor, quando não mata, vicia.
Esse livro não é pra quem quer se sentir bem.
É pra quem tem coragem de encarar a própria hipocrisia no espelho.
Se você chegou até aqui, bem-vindo ao caos.
Não prometo redenção, mas te garanto que a verdade aqui não tem maquiagem.
Assinado,
Valter Martins / Santo da Favela
CHEGA UM TEMPO...
Chega um tempo da vida q nenhum presente material deste mundo vale mais do q o amor verdadeiro q recebemos das pessoas, chega um tempo q percebemos q as pequenas coisas, as mais simples, q ganhamos d presente de alguém foi a coisa mais valiosa da vida, pq foi dado com muito amor e dentro das condições, chega um tempo q entendemos q não vale a pena desejar grandes coisas, pq descobrimos q as mais valiosas d todas já temos q é a nossa alma, custa a entender, mas, qdo estamos prestes a perder pessoas queridas ou as perdemos, a vida mostra a sua verdadeira face, pq deixamos de valorizar tudo isso q era gratuito e deixamos d agradecer a todos e a tudo. Chega um tempo, enfim, q estarmos rodeados de pessoas verdadeiras e de amor sincero, vale muito mais do q qualquer baladas e festas, Chega um tempo q o tempo do homem se vai e q devemos considerar o tempo de Deus p encontrar a eternidade.
As pessoas são complicadas.
Não importa se você já fez de tudo pra ajudar um amigo, se você já passou a noite acordado para ajudá-lo em algo, seja o que for, desde um trabalho até simplesmente seu ombro amigo, sua atenção e dedicação. Não importa o carinho, o cuidado e a cumplicidade que um dia existiu. Importa é se você comete um erro, é como se tivesse sido passada uma borracha na história de vocês. Isso leva à reflexão: Era recíproco ou utilitário? Bem, seja o que for, essas super pessoas à prova de erros não perdoam. E se você não está bem para corresponder à expectativa dessas pessoas? Piorou...
Chega uma hora que cansa demais. E você simplesmente segue.
Alma em fuga...
Acordei um pouco vazia, sensação de vazio... e uma nostalgia (mas passa) são coisas da vida, talvez a idade avançando, a incerteza e até certezas do que a vida nos apresenta num mix de alegria e também de frustração, alguns planos feitos outros desfeitos, é interessante como em certo momento de nossa vida nos deparamos com essa sensação, aí o peito estufa e o suspiro solta profundo...profundo...ai lembro minha mãe e volto imergir no útero materno e me coloco na posição fetal e sinto o acolhimento da alma e volto a suspirar novamente... E a vida segue seu curso comigo dentro daquele barquinho de papel que fiz na infância navegando no líquido amniótico de agora....nessa saudade imensa de outrora...
De repente, o mundo some sob meus pés.
Me vejo caindo em um abismo profundo.
Caio de forma brutal.
O fim é inevitável.
Vem você e me puxa, me ergue, se torna minhas asas. De uma queda brutal, agora voo suavemente até a superfície.
O mais intrigante é não saber se foi a queda ou as asas que me fizeram ver a importância da vida.
Anjos existem ainda hoje: você me puxou do abismo.
Um fantasma sabe que é um fantasma.
Eu nem essa certeza tenho.
Será que fui sequer um susto passageiro,
um arrepio na sua tarde?
Ou fui como o ar que você respirou
e nunca percebeu?
Até para ser uma lembrança ruim
é preciso ter deixado marca.
E você me nega até isso:
o privilégio amargo
de ter sido uma má lembrança.
Fui o nada que nem como nada
foi lembrado.
Quando com efeito ao mesmo porto chegam amante e amado, cada um com a sua norma, um servindo ao amado que lhe aquiesce, em tudo que for justo servir, e o outro ajudando ao que o está tornando sábio e bom, em tudo que for justo ajudar, o primeiro em condições de contribuir para a sabedoria e demais virtudes, o segundo em precisão de adquirir para a sua educação e demais competência, só então, quando ao mesmo objetivo convergem essas duas normas, só então é que coincide ser belo o aquiescer o amado ao amante e em mais nenhuma outra ocasião.
(Em "O Banquete")
Até a empatia encontra seu fim.
Há um limite para o perdão, um esgotamento para a compreensão.
Algumas almas não merecem resgate, apenas a colheita amarga do caos que plantaram.
Algumas pessoas não apenas merecem o que sofrem —
mereciam talvez um pouco mais,
só para entender o gosto da dor que sempre serviram aos outros.
