Texto Pai do Mario Quintana
Soneto penoso
Emoção! ao sentires a poesia pacata
O abandono duma prosa de amor
Trova que fere, canto que maltrata
É pranto que nasce de grande dor
Quando ouvires d’alma rude sonata
Rugindo de um sentimento traidor
E perceberes uma poética ingrata
Entenda, são versos dum sofredor
Cá, esconde as angústias, o tédio
Onde o coração sofre duro assédio
Do desagrado, em verso amargoso
Pois, um poema que magoa, soa
Na sensação... e o sentir atraiçoa
E, quase sempre, resiste penoso!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 outubro, 2023, 08’51” – Araguari, MG
TODO AMOR
No sentimento, há um soneto lindo
Que mais parece uma leve emoção
Sussurrante, com o versar sorrindo
Na versão aquela perfeita inspiração
Atraente sensação, o afeto incluindo
Suspiros em versos, mimos em botão
E, que torna o fascínio tão bem vindo
Com seus sentidos, saboridos, então!
E, assim, verseja a prosa no agora
Com significado do fulgor da aurora
Que rega o coração com o tal vigor
Ah! paixão... bom ter-te neste carinho
Sem que seja um cárcere de espinho
Mas, sim, a poética com todo o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/10/2023, 15’51” – Araguari, MG
POESIA DESFOLHADA
Ela com toda a sofrência. A dor pesada
Verso miserável, o sentimento a vincar
Contrita, suspirosa, lacrimosa, fadada
A cada árduo momento o seu poetizar
Toda sofrência... E, de alma surrada
A sensação de desamparo a fervilhar
Aflita, inquieta, trêmula, atrapalhada
O canto desentoado, põe-se a chorar
Como não sentir a este triste ensejo!
Onde outrora era prosa e doce beijo
Olhares, gestos e, a poética sincera
Tristura! Trova lastimosa, rejeitada
Hoje, nesta dura poesia desfolhada
Tal folha outonal, o amor degenera.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/10/2023, 16’10” – Araguari, MG
Adequação
Saudade! De ti o vazio que me dilacera
E, que enche a minha alma com agonia
Lágrima, suspiro, delírio e, prava apatia
Tu! sensação que rasga e a dor esmera
Versos tristes, triste e inquieta poesia
Amargura que quase envenena, hera
Daninha que prolifera, que degenera
Que emana do pesar a cruel melodia
Grande este sofrer! Descora a aurora
Suplicio, aguçado sempre, vida afora
Segue, ferindo, em carentes caminhos
Saudade! Guarda contigo está rudeza
Deixai-me o tempo com sua gentileza
Não tem glória sem coroa de espinhos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 outubro, 2023, 14’35” – Araguari, MG
CANTAR EM VERSO
Poetar! Esquadrinhar os sentimentos
A imensidade ilusória da imaginação
O vário profundo casto da sensação
O redil duma emoção, os momentos
Poetar á luz prateada de uma paixão
Ver todos os chãos, os pensamentos
O pulsar do coração, os sacramentos
Da alma... rolada pela face do quão!
Poetar, sempre plural, de maravilhas
O teu reino das viscerais quimeras
Eras da percepção, enredadas trilhas
Poetar os confins da razão, o risonho
Agrado. Os perfumes das primaveras
A leveza do vento, na asa do sonho!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 outubro, 2023, 18’34” – Araguari, MG
Silêncio
Silêncio o mais rude dos tormentos
O que mais dói na emoção da gente
O que sente o vazio, tristes lamentos
A imensidão do sentimento ausente
Silêncio é viver sem os momentos
É privação, é ter uma dor ardente
Deixar-se levar pelos aflitos ventos
Da solidão, ir morrendo lentamente
O silêncio, inquieto numa despedida
É uma alvorada de clarões diversos
Um misto entre os suspiros da vida!
Ele tem tudo... reunido, e nada tem!
E não há se quer poética nos versos
Que suavize a alma, sem um porém!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 novembro, 2023, 13’03” – Araguari, MG
REDIZENDO
... e na alma dum soneto tão descontente
exausto e esfarrapado, o versar censura.
Em uma caminhada suspirante e ardente
que o destino do sentido, então, rotura...
E agora, cá, solitário, o coração cadente,
que importa está poética que aventura?
Pois, a solidão, golpeia o peito da gente,
a paixão, banhada em lágrimas, tortura!
Assim, também, o amor, em um trajeto
sinuoso. Sem brilho do se ter completo
e ao som de árduos cânticos tristonhos...
ele dói, finca, traz tão duros embaraços
sangrando a emoção, criando cansaços.
O que um dia foi sensibilidade e sonhos.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 novembro, 2023, 15’41” – Araguari, MG
SONETO DE AMOR III
Um soneto de amor, enredo, acolhida
E nos gratos versos o sentimento feliz
Uma história de amor, sensação, vida
Na sedutora emoção como eu te quis!
Em cada verso um verso de destemida
Paixão. Pois, a diversa afinidade condiz
Onde deixa a alma da gente... aquecida
Uma fascinação desta atração aprendiz
Pediste, desde então és doce momento
E em nossos lábios um fiel sacramento
Em que, tão sedento, hei de mais viver!
Um soneto de amor, carregado de magia
Que só pensa em ti, e cheio de melodia
Chamando teu nome, cevando meu ser!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 novembro, 2023, 19’20” – Araguari, MG
Ao amor, canto!
Tu és, amor, a síntese do encanto
O canto da alma em bela sinfonia
Dormita em ti o desejo em poesia
Tens a afeição como o teu manto
O poeta te trova como dom santo
Teus versos são cheios de alegria
Teu toque envolto em doce magia
És sentimento, zelo, ternura. Tanto!
Em ti a luz do olhar de uma paixão
O segredo do coração enamorado
... o sentido tão pleno de sensação
Quero a poética que só em ti existe
Bençãos dos Céus, vital significado
A razão que só num amor consiste!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 novembro, 2023, 19’48” – Araguari, MG
Caleidoscópio
Versificação, fragmentos de estados sentidos
Girados, diversos, coloridos em semelhanças
Fantasiados, aglutinados, os sonhos defluídos
Refletindo as lembranças em breves danças
Inspiração, agregados repletos de infinidades
Olhares, gestos, sentenças e teus tormentos
Rimando as cicatrizes, desenhando saudades
Em um fado, espelhado de eleitos momentos
As quimeras se entrelaçam em pensamentos
Tal como a um traçado e, delineado de ilusão
Emoção estampada d’alma, sobejos adventos
Arte do destino, uma prosa matizada, vibrante
Que poeta o singular, e peripécias do coração
Tal um caleidoscópio, que dá talho ao instante.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2023, 18, novembro, 19’00” – Araguari, MG
"Somnium,ii"
Quantos sonhos? Tantos, tantos, nem sei
Cada momento aquele detalhe em poesia
Um toque, um sentido, o suspiro que rimei
A poética, fantasia, aquilo que não suporia
O lado frustrado, os que também eu amei
Tento levar a vida com sensação, alegria
Cada singular emoção na prática exaltei
Busquei o bem o amor, cantei com magia
Sonhei com a imaginação tão embaciada
Sonhei os devaneios d’alma, apaixonada
Sonhei o sonho sonhado, cheio de versão
Assim, vou pela vida, sonhando a sonhar
Pois, dentro do peito há paixão a palpitar
Ornando a prosa com a ilusão do coração
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 setembro, 2023, 15’53” – Araguari, MG
Laceração
Muitos versos, por certo, eu redigi
Por certo, muitos versos eu cantei
Devaneei, inspirei, lá, acolá, aqui
E muitos, eu, na saudade guardei
E na poética, aquela solidão, vivi
Recebi afagos, também, afaguei
Olhei em volta, outrora adormeci
O singular instante, de amor falei
Das palavras ao vento, doce ilusão
Dos gestos dados, eterna emoção
Muito senti e quis, e pouco sobrou
Então, o fado, de afiado embaraço
Me lacerei no querer um só abraço
E no teu cheiro que no verso ficou!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 setembro, 2023, 19’37” – Araguari, MG
Clamor
Quando eu parar de criar verso salgado
Para elevar, por fim, o agrado na poesia
Nessa hora solene e de festiva alegria
Peço a ventura que fique firme ao lado
Não quero somente pelo desejado dia
Açoitando minha alma com o passado
Preciso de suspiro e olhar apaixonado
Nos versos, cheios de branda melodia
Depois que a poética tiver seu abrigo
No desfastio, tenha verso enamorado
Traga tom, gesto, num versejar amigo
Se o poema de um prazer foi separado
No clamor, então, quero sair do castigo
E, não mais ter o aprazimento negado.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 setembro, 2023, 14’46” – Araguari, MG
Soneto do cerrado abafado
Quem ateou este sedento chão do sertão
Nesta aridez que nunca mais se apaga?
E para que o planalto com está sua saga
De severo tempo, de sede, de sequidão?
Quem pintou em tom de cinza, desolação
Sentido na toada, de tonalidades pesadas
Num pôr do sol no horizonte vermelhadas
Amarrotando a vereda em ardida vastidão
E, o vento abrasado, e a vegetação aflita
Sol a pino, nuvens no céu que desbotou
Aquentando o verso com cálida pulsação
Quanto calor, e o craquelado na escrita
Um empoeirado que da terra desgarrou
Abafando o cerrado com agre sensação.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 setembro, 2023, 12’12” – Araguari, MG
Pulsar do coração
Sobre o amor se eleva este canto
Em gesto poético tão apaixonado
O sentimento exato num traçado
Da paixão com seu doce encanto
Dentre tantos feitos, me és tanto
E à sensação um afeto recatado
Ao voejar na alma, soneto alado
E ao entanto se faz sacrossanto
Sobre o versar aquela essência
Necessária a um singular olhar
Que deixa a prosa com emoção
Então, como é bom poder amar
Pra ser algo maior na existência
Suspirando o pulsar do coração.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 setembro, 2023, 11’35” – Araguari, MG
Por conta e risco
Uns sonetos importunam, esganiçados
A sisudez da poética com descortesia
Ou por inquietas ufanias são poetados
Em poeirenta sensação, vã, seca e fria
É a arte que provoca, toca, uma poesia
Dando voz, hora e vez aos alucinados
Passados, na paleia que disseca e cria
Acutilando os sentimentos apunhalados
Não é agrado, nem alívio, mas suspiro
Que faz sangrar cada palavra, rabisco
Em cítricos versos em um acertado tiro
Cada feito é vida, por tal, não se doma
Cada um dos traços é apenas um risco
Quando quer no doce versar, o aroma!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 setembro, 2023, 10’45” – Araguari, MG
Onda de calor - (no cerrado)
No cerrado, o sol referve, em fulgor ardente
As copas dos pequis, na nuance estorricada
Tortos galhos nus. E a planície descalvada
Escaldado sertão, pela, a sensação da gente
Não há sombra, poeirento chão, céu luzente
Desmaiado vento e, o mormaço pela estrada
Buritis de braços abertos, geme, dita fadada
Súplice quentura, o purgatório sofregamente
E, inflamado, sussurrante, e tão inconstante
Ofega, quase sem querer, sem ter vontade
Para enfrentar, bravamente, o dia torturante
No prado corre o suor, ressumado, tom maior
E nesta verdade um rogo suplicante, piedade!
O cerrado, encalorado, arde na onda de calor.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 setembro, 2023, 16’54” – Araguari, MG
Era verão e um calor escaldante proporcionava aos mais atentos um desfile de corpos bronzeados como estandartes de tecidos leves e coloridos.
Conversava com amigos em tom descontraído quando ele passou sozinho, olhos em minha direção e todo aquele cenário de repente desapareceu e lá fiquei, lá sonhei.
Olinda,1997
Uma paixão
Paixão é o céu azul! A alma com canto
O que entorpece e alimenta a sensação
É o olhar que roubou o tom do encanto
A poética lua em serenata pro coração
Paixão é emoção, sedutora, um recanto
No peito: tão cheio daquela doce ilusão
Sentido, sede, tentador, contenta tanto!
Dando entusiasmo a nossa imaginação
Paixão é arrebatamento que nos aloja
A beleza balsâmica do amor que forja
É a matiz que aquece o toque, arrepio...
Paixão, explosão de desejo, sentimento
Sussurros, suspiros, ignoto seguimento
Pois, vida sem paixão, um poema vazio!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/09/2023, 11”54” – Araguari, MG
Chuvarada... (soneto II)
Chuvarada... do céu caindo, no cerrado
e, sob o céu, a primavera ornando, além
exalando perfume, e o vento perfumado
agrado, que se sente, sentindo um bem
Chuvarada... molhando o chão ressecado
num movimento, encantado, de vai e vem
suave doçura, deste momento afortunado
dos suspiros da chuva, que as chuvas têm
Chuvarada... a chuva... feitiços diversos
de mil canções, em umedecidos versos
musicado na alma o compasso a pingar
Chuvarada... quanta vez a ti comparável
em um soluço nostálgico e tão insaciável
afim, cerro os olhos e me pego a chorar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/09/2023, 14”14” – Araguari, MG
*na bolha de calor a dias, hoje, choveu no cerrado.
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