Texto Pai do Mario Quintana
EX AMOR
Foi-se-nos pouco a pouco esmorecendo
os suspiros que na sensação sussurrava
olhos fitos na qual o sentimento falava
que no então, não mais estava cabendo
Os degraus do desejo, fomos descendo
e a admiração já a luz de tudo anuviava
baços, apenas a dissonância despontava
logo no acaso o rascunho ia perdendo
Alma gêmea da minha, na sede figura
como o saciar que para a alma saciou
ou foi talvez, a ilusão, que pouco dura
Nada sei, muito sinto, o que me restou
um dia e outro dia na árida desventura
se chorei, porém, o enrabichado calou.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/11/2020, 11’08” – Araguari, MG
SEM INSPIRAÇÃO
Às vezes uma poética me entala
Nesta lacuna em que eu ando
Sofro, cá no cerrado, quando
A saudade dentro do peito fala
Inspirações sufoquei nefando
Sem as trovas numa luz sincera
Ah! Cada rima com força quisera
No senso, e não o cântico calando
Sinto que nas quimeras fui rude
Choro cada outrora desta sandice
Já alquebrado, foi-se a juventude
Os versos que não criei por tolice
Por desventura escrever não pude
E assim tornar a prosa na mesmice
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 09 de dezembro, 2019
Olavobilaquiando
Natal Defronte
As ruas corridas, muito estresse
No dia lotado de apressado rumor
E o meu pensamento desvanece
No muito fragor e no pouco amor
Já é Natal, cheio de luz de fulgor
O brilho da fé, opacou-se, afinal
De aparência o hoje é o mentor
Nestes tempos, de só fútil ritual
Valeu-me o olhar dum pedinte
Que brilhava mais que tudo isto
Era príncipe e farto de requinte
A face que lembrou a de Cristo
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Cerrado goiano, 12 de dezembro, 2019
O AMANHÃ
Nunca, devemos dizer jamais
O dia vai como tem que ir
A brisa nos leva,
Onde quer que estais
E nos põe a partir
Vais... vais... vais...
Mesmo que o medo te faça fingir
Não olhe para traz
Ouça do teu coração, a voz
Ele lhe dirá em linhas gerais
Um sonho. Arranque o teu poder feroz
Nunca atroz, vá mais e mais
Não olhe para traz
Quando o amor leva nossos sonhos
Tudo é capaz
Até mesmo chorar...
Enxugue tuas lágrimas, tudo é fugaz
O que importa é amar
Não olhe para traz, siga teu olhar
A brisa nos leva
Onde quer que estais
E nos põe a partir
Vais... vais... vais...
O amanhã é um talvez
Não acredite na sua ilusão
Pegue a ti, e a tua nudez
Da alma, e busque a paixão
Acredite em ti, de uma vez
Coloque tuas asas e vá voar
As nuvens são macias, ao tocá-las
Cada passo dado vira passado, sem pesar
Pois, você está vivendo, vá voar...
A brisa nos leva
Onde quer que estais
E nos põe a partir
Vais... vais... vais...
O amanhã é um talvez
Vá de vez, e não olhe para traz
O hoje é fugaz, e a vida uma só vez
Então deixe a brisa te levar
Tenha lucidez... Vorás é o tempo!
As vezes não terá outro talvez
Quando o amor leva nossos sonhos
Tudo é capaz
Até mesmo chorar...
Não olhe para traz
Vais... vais... vais, o que importa é amar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/12/2019, cerrado goiano
Dezembros
Mais uma vez esperança
Anjos, luzes, bolas e cores
Velas velando a lembrança
Guirlandas ornadas de amores
Na ceia enchendo a pança
Na fé a busca dos valores
No olhar abraço e aliança
Dezembros prescritores...
©Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/12/2015 - cerrado goiano
CARTÃO DE NATAL
Busque um galho de sua existência
Nas forquilhas enfeite com determinação e coragem
Não se esqueça das bolas de diligência
Dos cartões amigos de boa mensagem
Aqueles envelopados no amor, carinho, reverência
Ilumine com lâmpadas de esperança
Pisca... Pisca... na malícia, advertência
Colorindo cada canto com detalhes de alegria e confiança
E no topo do galho a estrela guia da fé
Afinal é a razão da comemoração da lembrança
O nascimento do Deus Menino filho de Maria e José
O que veio para a aliança...
Feliz Natal e Próspero Ano Novo.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Dezembro, Natal 2015/2016
Cerrado goiano
ANO NOVO
A existência, uma jornada cheia de episódio
Uma viagem, comboio, de traço, nó e de laço
De passo a passo, ponto a ponto, num desafio
Tão fugaz! Voraz! Lá vai o trem no compasso
Pela vida, de paisagem variada: quente ou frio
Rumando para a próxima parada, um cansaço
Um alívio, em frete.... um silvo agudo, assobio
Uma outra gare, outro tempo, outro pedaço
Quem sabe ali... será a quem nos amará?
O destino que nos há de dar a exaltação
O acordo que fará satisfação sem estrovo
Quem sabe?... Quem sabe? Ali será?... Será?
Silva outra vez... e parte pra seguinte estação
Nova esperança, surpresas: UM ANO NOVO!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/12/2019, 05’23”, Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Tudo no universo está a teu favor
:
Todo o amor de Deus, toda a boa vontade dos seres de Luz, todo o empenho do seu anjo-guardião, o amigo "nego veio" aqui ( que também resolve alguma coisa), os seus outros companheiros espirituais, a sua mãe desencarnada, tudo a seu favor. Querendo ver você desabrochar. Apoiando as suas decisões, enquanto você busca o bem, enquanto você procura está com a verdade e a justiça, enquanto você está com você.
Tenha paciência, mas não tenha medo. Não tem mal. O que tem é mal entendido. Olha pra você, pra esses olhos no espelho, e sorria. Acredite no bem. Só no bem.
Quando lhe dizia: “Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você”
Não menti, pois ainda em todos os lugares lembro e sinto sua falta.
Já tentei parar de respirar milhares de vezes, mas nunca consegui parar de lembrar de você.
Eu ainda te amo e guardo nossas recordações em meu coração.
Quando a criança era criança, andava com os braços balançando.
Queria que o córrego fosse um rio, o rio uma torrente... e que esta poça fosse o mar.
Quando a criança era criança, não sabia que era uma criança.
Tudo era cheio de vida, e a vida era única.
Quando a criança era criança, não tinha opinião sobre nada.
Não tinha hábitos.
Sempre sentava com as pernas cruzadas,
Saía correndo... os cabelos eram desarrumados, e não fazia pose quando fotografada.
Quando a criança era criança, era o momento das seguintes perguntas:
Por que eu sou eu e não você?
Por que estou aqui e não ali?
Quando começou o tempo, e onde acaba o espaço?
A vida sob o sol é apenas um sonho?
Não seria o que vejo, escuto e cheiro apenas uma visão do mundo antes do mundo?
Como pode ser que eu, que sou eu, antes de chegar a sê-lo, não fosse?
E que eu, sendo quem sou, algum dia não serei eu mesmo?
Quando a criança era criança, achava muitas pessoas belas, mas agora... raramente.
A criança imaginava claramente o Paraíso, e agora só consegue suspeitar como seria.
Não podia imaginar o vazio, e hoje se estremece com a ideia.
Quando a criança era criança, brincava com entusiasmo... e agora tal entusiasmo só acontece com muito esforço.
Por que todos não enxergam, tal qual as crianças, os portos, os portais e as aberturas que existem abaixo na terra e acima, no céu?
se todos os vissem, haveria uma história sem assassinatos e sem guerra.
A gente faz de tudo
Mas nada faz sentido
Nem as luzes da cidade
Nem o escuro de um abrigo
A gente faz de tudo
Mas nada faz sentido
Nem a existência de uma guerra
Nem a violência do inimigo
Não posso entender o que fizeram com nossas vidas
Não posso entender por que viramos suicidas
Oh! Oh! "O que fizeram com nossas vidas?"
Oh! Oh! "Por que viramos suicidas?"
Eu ando tão vazio, tão cheio de vícios
E o fim da linha, é só o início
De uma nova linha, de um novo mundo
De um dia-a-dia cada vez mais absurdo
Eu já pensei em mandar tudo pro espaço
Eu já pensei em mandar tudo pro inferno
Mas não pensei que fosse tão difícil
Ficar sozinho numa noite de inverno
Não posso entender o que fizeram com nossas vidas
Não posso entender por que viramos suicidas
Oh! Oh! "O que fizeram com nossas vidas?"
Oh! Oh! "Por que viramos suicidas?"
RECOMEÇO
Não há tempo de suspirar saudade
Tenho muito à sentir, querer ainda
Prosas na ventura, quimera infinda
Pois, no amor eu tenho imensidade
Toda sensação é mais e bem vinda!
Em cada emoção uma sublimidade
Felicidade do coração com vontade
Há tanto afeto e tanta ternura linda
Já andejei em dezenas de direções
Tropiquei em vacilos e nos senões
Tive a solidão, e a lição da vaidade
E, agora com o sentimento consolado
Vivo o momento, não mais o passado
A saudade, decorrida, a deixo de lado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31, outubro, 2021, 08’40” – Araguari, MG
ALVOR DE SAUDADE ...
A noite se vai e vem o dia regressando
Com seu manto cintilante do rebento
Todo suspiro passado vou lembrando
Aperta o peito, a vontade, sem alento
Solevo o olhar pro horizonte olhando
Encontro o sol, grandioso e tão atento
Que no alvorecer ele vai no comando
Causando agrura no meu sentimento
Ó estrela reluzente, guia, tem piedade
Leva toda está minha bruta ansiedade
No teu mando, me faça assim, alegrar
Envia o teu esplendor a tua claridade
Pra essa tristura na alma, de saudade
Deste amor que não deixei de amar!...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/03/2021, 08’39” – Araguari, MG
VELHA PAIXÃO
Enfim, depois de tanto ido no cerrado
Tantos arredores, e dores no coração
Eis que ressurge noutra a velha paixão
Nunca perdida, e ao desejo amparado
É bom sentir o teu perfume ao lado
Com o sussurrar brando e, sensação
Antiga. É bom estar tão apaixonado
E ter-te comigo nesta doce emoção
Se tive no caminhar aquele engano
Tive também o olhar de um querer
Sem disfarçar, burlar ou ser insano
Paixão: sentir que a vida não explica
Que só vai ter, tendo no vário viver
E quando tem, o amor se multiplica!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/06/2021, 08’20” – Araguari, MG
Tentei em outros braços
Encontrar uma maneira para te esquecer
Mas tudo foi em vão
Porque meu coração só quer amar você
Tentei mais uma vez
Em outros braços feito louca sentir o teu calor
Tentei sentir o gosto do teu beijo em outra boca
E não adiantou
No silêncio da noite, no vazio do meu quarto
Meu coração chama por você
Não consigo te esquecer
Meu amor, vem matar essa vontade
De amar você, te aquecer
Ninguém faz aquele amor que um dia a gente fez
Volta pra ser o meu bebê
Eu preciso te encontrar
Pra te ninar e te amar outra vez
De amar você, te aquecer
Ninguém faz aquele amor que um dia a gente fez
Volta pra ser o meu bebê
Eu preciso te encontrar
Pra te ninar e te amar outra vez
No silêncio da noite, no vazio do meu quarto
Meu coração chama por você
Não consigo te esquecer
Meu amor, vem matar essa vontade
De amar você, te aquecer
Ninguém faz aquele amor que um dia a gente fez
Volta pra ser o meu bebê
Eu preciso te encontrar
Pra te ninar e te amar outra vez
De amar você, te aquecer
Ninguém faz aquele amor que um dia a gente fez
Volta pra ser o meu bebê
Eu preciso te encontrar
Pra te ninar e te amar outra vez
ESPERAR
Não mais te darei o canto do amor tanto
E nem tão pouco a sensação por te amar
Siga-te no teu canto, quieto, e, portanto,
Permita-me idear na poética, e devanear...
Não mais te darei aquele desejo, encanto
Nem acalanto. Pois, a mim torou-se pesar
Fique aí, por aí... no teu qualquer recanto
Onde os versos não possam te encontrar...
Desejo-te mais e mais, e estar, bem mais
Pois cá, o meu coração tá cheio de canção
Esperar? Minh’alma saiu da beira do cais...
Largais o tempo, se foi, agora outra razão
As rosas marcadas de paixão, aquelas tais
Não mais. Te amar, somente na inspiração...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/09/2021, 19’45” – Araguari, MG
SONETO VICIOSO
Horas pequenas de o meu poetar
Eu nunca senti quando vos tinha
Que amargurasse a poesia minha
Em tormento e nostalgia de amar
Pensamentos ao vento, a cutucar
Versos soltos, a rima tão sozinha
Soluços nos sonetos, pobrezinha
Sensação, que o peito põe a trovar
Poética de amor, emoções acontece
Escoa no papel saudade alva e pura
Do dantes, insiste e não se esquece
Estranha inspiração, tão desventura
Por um amor, que no amor desfalece
Viciando o coração em dura candura...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 setembro, 2021, 18’47” – Araguari, MG
S’ERRA
S’erra meu soneto, em rimar-vos tanto
Em verso tenso e saudoso, em vos ver
S’erra a poética inquieta, em não haver
E te ter ao lado, faz-lhe ceder ao pranto
S’erra o poeta, na lira dar-te em canto
Pra vós, e na inspiração mais escrever
S’erra cada verso, em assim te conter
É vazio, solidão, a prosa sem encanto
S’erra compor o longevo, sem apesar
De tantas vezes no engano, enganado
Faz desta ilusão sentimentos divididos
S’erra o lhano verso ao amor versejar
Que das promessas são votos cridos
Nestes erros, errar! qual o culpado? ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, setembro, 11, 10’01” – Araguari, MG
Ferreirando
POÉTICA CONFISSÃO
Leia-te nos meus lhanos versos singelos
Que o meu coração tem para te poetar
São talhados com tão aguçados cutelos
Da minha inspiração, para lhe ofertar...
Tem amor nos detalhes, e nos paralelos
Do desejo, almejo, e sentimento a arder
Deixa dar-te em pensamentos donzelos
Encanto, tal o luar dum impar anoitecer
Estes foram feitos para ter-te sensação
Afagos, beijos, e muita, muita emoção
Pois, o verso guarda o amor enamorado
Então, amo-te demais, e mais a paixão
E, em prosas puras para ti, essa canção:
- a poética confissão de um apaixonado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/09/2021, 05’38” – Araguari, MG
ILUSÕES PARALELAS
Ó, como está saudade é de rotina
Mora no hábito, é dor no clamor
No entanto, um dia mandou flor
E o prazer era presença matutina
Como por ti me apaixonei, Amor!
E vê: que na memória contamina
O suspiro, que aos olhos neblina
Enche o dia de tristura, ao dispor
Ah, que falta faz o do teu olhar
Ah, os teus abraços a me ocupar
As coisas belas que não disseste
Tantas e tantas, que seriam elas
Nesta solidão, ilusões paralelas
Para emoção sair deste agreste
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro
