Texto eu Amo meu Namorado

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Meu melhor amigo, meu irmão!

Eu te amo de montão.

Mas eu não vim aqui pra só te dizer isso não. Tenho certeza que vim aqui pra dizer o quanto és importante pra mim. O que serves pra mim e o quanto te considero na minha vida... Todas as vezes que precisava de um ombro amigo, você estava lá pra me ajudar e me acolher, me dar conselhos, brincar comigo e me fazer rir. Você ficava triste por ver minha situação, nunca me fez sofrer feito outras amizades, que já me magoaram tanto... brincaram com meus sentimentos por ter que ser sincera e legal com todo mundo... Só você sabe quando estou errada ou certa, só você me entende nas horas vagas... isso que eu chamo de irmão. Irmão é aquilo que podemos contar sempre, confiar sempre. Nunca considerei ninguém tanto assim como te considero. Sabe por quê? Porque você me roubou uma confiança que ninguém roubará de mim. Lembra daquele ciúme besta? Não tinha nada a ver, pois sempre coloquei você em primeiro lugar em tudo na minha vida... Aquelas pessoas que dizem que "vai ser eterno" e nunca é eterno? Com certeza você sabe, mas sabe por que nada é eterno também? Pois "ninguém" é eterno, mas os tempos que passamos juntos podem se tornar inesquecíveis pra nós dois, maninho! Muitos pensam besteira entre nossa amizade, pois saiba: não ligue para o que os outros pensam, pois pessoas hoje em dia só sabem nos julgar e nos criticar por nossos erros... quando acertamos, ninguém repara, né? Mas, quando erramos uma vez, só falta nos matar. Na boa mesmo, prefiro ouvir um "foda-se" sendo verdadeiro, do que eu "eu te amo" sendo falso... Quantas vezes desconfiei de você? Nenhuma, né? Porque acredito que você pode ir além do que você imagina... Conta comigo pra tudo que quiser, sempre estarei disposta a você, meu lindo. Te amo tanto, tanto, meu melhor amigo, meu irmão de outra mãe!

Promete que sussura eu te amo no meu ouvido?
Ou que dá um monte de beijinhos na minha nuca?
Promete que vai ficar tempos olhando dentro dos meus olhos?
Ou que esqueçe toda dor que já passou?
Promete que perdoa nossos equívocos?
Que vai passar o tempo todo juntinho comigo?
Fica comigo olhando a chuva ali fora da janela? Ou fica olhando pro céu do meu ladinho?
Mexe devagarinho no meu cabelo quando eu estiver deitada no teu colo?
Me olha e me dá um beijo bem grande?
Promete que vai contar mentirinhas só pra me ver em horas nada adequadas?
Promete que quando abre a porta do meu quarto e me vê dormindo, deita do meu ladinho me abraça e dorme ali também?
Promete que vai ter saudades, que vai me encontrar, sorrir e me abraçar bem apertado?
Deita no colchão comigo pra ver filme?
Mata o bichinho que eu tenho medo?
Não me faz ter motivos pra sentir ciúmes?Promete que me escreve num papelzinho?
Que me olha de longe e ri? Promete pra mim...
Promete que vai me amar e me fazer feliz?

eros & civilização

se você diz eu te amo
meu coração se mira no espelho
e faz piruetas de circo

se você diz eu te quero
meu coração distraído lixa as unhas
e diz: não se comova, baby

se você diz eu te quero
meu coração faz versos como quem sonha demais
e não se abala nunca

se você diz eu não te amo
meu coração tristonho acende as luzes
porque as noite é negra como a asa da graúna

Geraldo Carneiro
Piquenique em Xanadu. 1988

Promete que vai sussurrar eu te amo no meu
ouvido? Ou que vai me dar um monte de beijos na minha nuca? Promete que
vai ficar mexendo devagarzinho no meu cabelo quando eu estiver deitada
no teu colo? Que vai me olhar e me dá um beijo bem grande? Promete que
cuida de mim quando eu tiver dodói? Promete que vai ficar fazendo
carinho na minha mão? Promete que me leva pra da uma volta? Promete
sempre me dá mais razões pra eu amar mais você? Promete pra mim que mata
o bichinho que eu tenho medo? Promete que me dá teu moletom quando eu
tiver com frio? Que vai respirar devagarzinho perto do meu ouvido?
Promete pra mim que vai abrir a porta, me vê dormindo, deitar me abraçar
e dormir ali comigo? Que quando me vê vai sorrir, me beijar e me
abraçar bem apertado? Que vai deitar no colchão comigo e ver filme?
Promete que canta alguma coisa pra mim?
Promete pra mim... Que vai me amar e me fazer feliz? ?

Você sabe o quanto eu te amo. O quanto o meu olhar e meu coração te procuram enquanto os dias passam devagar. Minha expectativa era grande, hoje, a dor supera qualquer uma delas. Você sabe que eu gosto de você, sabe o quanto eu te quero, o quanto eu preciso, e ainda fez uma escolha. Pensou só em você, em o quanto era bom saber que lá fora, depois da janela, do tempo frio, tinha alguém que pensava em você antes de dormir. Alguém que gosta da idéia de um dia te abraçar. Alguém que não nega, assumi.
Dói você ser você. Eu não me apaixonei pelo hoje. Apaixonei pelo que você era pra mim. O meu conforto.
E olha o que o tempo fez com a gente. Apodreceu tudo de bonito que nós tínhamos juntos. A amizade, não sei mais aonde ela se encontra. Escondeu-se. As palavras bonitas, hoje um tanto raras, se esconderam por trás de detalhes ridículos que pra você fazem mais importância. Ta doendo muito. E eu gostaria muito que você entendesse.

Eu amo você e não há como negar,
Quando as palavras tento esconder...
Entregue sou por meu olhar.
E os caminhos que tento seguir,
São todos atalhos que me levam a ti.
E quando me perco nos teus olhos me encontro,
Negar-me a ti,seria não amar nem um pouco a mim.
E se o tempo não é agora,
Com certeza um dia ele irá chegar,
Pois uma história escrtia por Deus,
Nem o tempo, nem a distância, nem os conflitos poderão apagar.

Sabe, pensei que meu primeiro amor, fosse igual aos de filmes. Eu e a pessoa que amo fossemos ficar juntos e ser felizes, mas não passava de um sonho, pois estou aqui sozinha, sofrendo, porque essa pessoa não me ama, nem fala comigo, por isso choro, só que chorar não adianta,porque isso não vai fazer ele me amar. Eu tento ficar feliz ou pelo menos finjo estar.
Sabe quando o vejo com outra menina, meu coração aperta, me sufoca, e ai mesmo sabendo que não adianta chorar, choro mais choro muito, até me acalmar, e perceber que ele não me ama, mais ama outra, e dói reconhecer isso, mais vai ser assim. Meu primeiro amor não teve um final feliz, Pois a vida não é um filme muito menos um conto de fadas.

Eu quero dizer que te amo..
Espero conseguir expressar o meu sentimento
Só que eu queria expressá-lo exatamente do tamanho que ele se encontra em meu coração
Porém, palavras não são suficientes para falar do amor que tenho...
E nunca seriam fiel, por mais que eu tentasse, ao amor que realmente eu sinto por você
Quero, ao menos, conseguir te mostrar o quanto você é importante para mim
Quero que você saiba que você entrou na minha vida na hora certa
E que eu não quero mais que você dela saia
Quero fazer você ver, tudo de maravilhoso que eu vejo em você e que eu vejo para nós
Quero que você entenda sobretudo, a força que eu tenho para te amar
Quero cuidar de ti
Te abraçar, te beijar e falar contigo quantas vezes eu quizer
Vou estar com você
Dormir e acordar do teu lado
Ter o teu amor, ser também o teu amor
O seu carinho me alimenta, mata minha sede
Os seus beijos me acalmam,

Vou... te olhar nos olhos e dizer todos os dias de minha vida
Eu te amo,,,

Eu te amo tanto, não me vejo longe de você!
Você é o meu porto seguro, meu guia, meu tudo!
Se você não estivesse aqui do meu lado não sei o que seria de mim hoje!
Esse amor que fortalece, que enfrenta tudo e todos, esse amor que eu nunca quero que acabe, sabe, né, você é não é perfeito, mas são os teus defeitos que te tornam único e especial.

Tive um namorado que me disse que eu nunca faria sucesso, nunca seria indicada ao Grammy, nunca teria uma canção de sucesso, e que esperava que eu fracassasse. Eu disse pra ele: "Um dia, quando não estivermos juntos, você não vai conseguir nem pedir uma xícara de café sem me ouvir ou me ver".

Minha mulher e eu temos o segredo para fazer um casamento durar:
Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.
Nós também dormimos em camas separadas: a dela é em Fortaleza e a minha, em SP.
Eu levo minha mulher a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.
Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento, "em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!" ela disse. Então, sugeri a cozinha.
Nós sempre andamos de mãos dadas...
Se eu soltar, ela vai às compras!
Ela tem um liquidificador, uma torradeira e uma máquina de fazer pão, tudo elétrico.
Então, ela disse: "nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar".
Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Lembrem-se: o casamento é a causa número 1 para o divórcio. Estatisticamente, 100% dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a "senhora certa".
Só não sabia que o primeiro nome dela era "sempre".
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas, tenho que admitir: a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: "O que tem na TV?"
E eu disse: "Poeira".

Pálpebras de Neblina

Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. Essas coisas meio piegas, meio burras, eu vinha pensando naquele dia. Resolvi andar.
Andar e olhar. Sem pensar, só olhar: caras, fachadas, vitrinas, automóveis, nuvens, anjos bandidos, fadas piradas, descargas de monóxido de carbono. Da Praça Roosevelt, fui subindo pela Augusta, enquanto lembrava uns versos de Cecília Meireles, dos 'Cânticos': "Não digas 'Eu sofro'. Que é que dentro de ti és tu? / Que foi que te ensinaram / que era sofrer?" Mas não conseguia parar. Surdo a qualquer zen-budismo, o coração doía sintonizado com o espinho. Melodrama: nem amor, nem trabalho, nem família, quem sabe nem moradia - coração achando feio o não-ter. Abandono de fera ferida, bolero radical. Última das criaturas, surto de lucidez impiedosa da Big Loira de Dorothy Parker. Disfarçado, comecei a chorar. Troquei os óculos de lentes claras pelos negros ray-ban - filme. Resplandecente de infelicidade, eu subia a Rua Augusta no fim de tarde do dia tão idiota que parecia não acabar nunca. Ah! como eu precisava tanto que alguém que me salvasse do pecado de querer abrir o gás. Foi então que a vi.
Estava encostada na porta de um bar. Um bar brega - aqueles da Augusta-cidade, não Augusta-jardins. Uma prostituta, isso era o mais visível nela. Cabelo malpintado, cara muito maquiada, minissaia, decote fundo. Explícita, nada sutil, puro lugar comum patético. Em pé, de costas para o bar, encostada na porta, ela olhava a rua. Na mão direita tinha um cigarro, na esquerda um copo de cerveja. E chorava, ela chorava. Sem escândalo, sem gemidos nem soluços, a prostituta na frente do bar chorava devagar, de verdade. A tinta da cara escorria com as lágrimas. Meio palhaça, chorava olhando a rua. Vez em quando, dava uma tragada no cigarro, um gole na cerveja. E continuava a chorar - exposta, imoral, escandalosa - sem se importar que a vissem sofrendo.
Eu vi. Ela não me viu. Não via ninguém, acho. Tão voltada para a própria dor que estava, também, meio cega. Via pra dentro: charco, arame farpado, grades. Ninguém parou. Eu, também, não. Não era um espetáculo imperdível, não era uma dor reluzente de néon, não estava enquadrada ou decupada. Era uma dor sujinha como lençol usado por um mês, sem lavar, pobrinha como buraco na sola do sapato. Furo na meia, dente cariado. Dor sem glamour, de gente habitando aquela camada casca grossa da vida. Sem o recurso dessas benditas levezas de cada dia - uma dúzia de rosas, uma música de Caetano, uma caixa de figos.
Comecei a emergir. Comparada à dor dela, que ridícula a minha, dor de brasileiro-médio-privilegiado. Fui caminhando mais leve. Mas só quando cheguei à Paulista compreendi um pouco mais. Aquela prostituta chorando, além de eu mesmo, era também o Brasil. Brasil 87: explorado, humilhado, pobre, escroto, vulgar, maltratado, abandonado, sem um tostão, cheio de dívidas, solidão, doença e medo. Cerveja e cigarro na porta do boteco vagabundo: Carnaval, futebol. E lágrimas. Quem consola aquela prostituta? Quem me consola? Quem consola você, que me lê agora e talvez sinta coisas semelhantes? Quem consola este país tristíssimo?
Vim pra casa humilde. Depois, um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu me esquecesse de mim. E fez. Quando gemeu "dói tanto", contei da moça vadia chorando, bebendo e fumando (como num bolero). E quando ele perguntou "por quê?", compreendi ainda mais. Falei: "Porque é daí que nascem as canções". E senti um amor imenso. Por tudo, sem pedir nada de volta. Não-ter pode ser bonito, descobri. Mas pergunto inseguro, assustado: a que será que se destina?

Caio Fernando Abreu
ABREU, C. F. Pequenas Epifanias. Porto Alegre: Sulina, 1996.

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

Cecília Meireles
Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca
ESPANCA, F. Sonetos de Florbela Espanca. Mem Martins: Edições Europa-América. 1985

Quem sou eu?

Eu às vezes não entendo!
As pessoas têm um jeito
De falar de todo mundo
Que não deve ser direito.

Aí eu fico pensando
Que isso não está bem.
As pessoas são quem são,
Ou são o que elas têm?

Eu queria que comigo
Fosse tudo diferente.
Se alguém pensasse em mim,
Soubesse que eu sou gente.

Falasse do que eu penso,
Lembrasse do que eu falo,
Pensasse no que eu faço
Soubesse por que me calo!

Porque eu não sou o que visto.
Eu sou do jeito que estou!
Não sou também o que eu tenho.
Eu sou mesmo quem eu sou!

Pedro Bandeira
Literatura Em Minha Casa, Palavras De Encantamento, Poesias, Editora Moderna, Ministério da Educação, FNDE
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Eu estou pensando em você hoje porque é Natal, e eu lhe desejo felicidade.
E amanhã, porque será o dia seguinte ao Natal,
Eu ainda lhe desejarei felicidade.
Eu posso não ser capaz de lhe falar sobre isto diariamente,
Porque eu posso estar ausente, ou nós podemos estar muito ocupados.
Mas isso não faz diferença.
Meus pensamentos e meus desejos estarão com você da mesma forma.
Qualquer alegria ou sucesso que você tenha, me fará feliz. Me iluminará por todo ano.
Eu desejo a você o Espírito do Natal.

Ouvir Estrelas

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e e de entender estrelas.

Olavo Bilac
Poemas de Olavo Bilac

Que neste Natal,
eu possa lembrar dos que vivem em guerra,
e fazer por eles uma prece de paz.

Que eu possa lembrar dos que odeiam,
e fazer por eles uma prece de amor.

Que eu possa perdoar a todos que me magoaram,
e fazer por eles uma prece de perdão.

Que eu lembre dos desesperados,
e faça por eles uma prece de esperança.

Que eu esqueça as tristezas do ano que termina,
e faça uma prece de alegria.

Que eu possa acreditar que o mundo ainda pode ser melhor,
e faça por ele uma prece de fé.

Obrigada Senhor
Por ter alimento,
quando tantos passam o ano com fome.

Por ter saúde,
quando tantos sofrem neste momento.

Por ter um lar,
quando tantos dormem nas ruas.

Por ser feliz,
quando tantos choram na solidão.

Por ter amor,
quantos tantos vivem no ódio.

Pela minha paz,
quando tantos vivem o horror da guerra.

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Eu Tenho Um Sonho

Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de Independência, estavam assinando uma nota promissória de que todo norte americano seria herdeiro. Esta nota foi a promessa de que todos os homens, sim, homens negros assim como homens brancos, teriam garantidos os inalienáveis direitos à vida, liberdade e busca de felicidade.

Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência físicas. Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas brancas. Isto porque muitos de nosssos irmãos brancos, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar.

Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as dificuldades de hoje e de amanhã, que eu ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho norte americano.

Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais".

Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter.

Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo espiritual negro: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim.

Martin Luther King

Nota: Excerto do discurso realizado no dia 28 de agosto de 1963, nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C., como parte da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade.

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