Texto eu Amo meu Namorado
Mistérios
As estrelas gritam a saudade
Mas meu coração sossega aos passos do tempo…
Passos silenciosos
Os quais só o coração ouve.
A vida se transforma em uma canção
Linda,
Repleta de rimas,
Frases bonitas
Palavras reais, Fantasias são apenas miragens.
Conquistas são resultados de lutas.
Saudade sem limite
Que se acalma quando o coração adormece
E o sentimentos repousam…
Tempo que domina
Sonhos que nascem
Sentimentos que vão e vem.
Descobertas de grandes mistérios
Mistérios da vida,
Mistérios que o coração
Desvenda a cada passo da felicidade.
Amor é pra sentir
Volta correndo, vem ver como você me deixou, mas não demora, porque meu coração já saiu do meu controle, e se bate eu não sei, só sei que pede por você.
Como foi covarde em fazer-te amar assim, e depois deixou-me á sombra da solidão, se sofro é por sua causa, e não aceito seu perdão se você junto não vier, preciso de você comigo.
Preciso do meu ar, preciso te encontrar, preciso de você, preciso não morrer, se amar é vida, porque você insiste em me entregar a morte?
Porque quebrastes os grilhões que me faziam feliz ao seu lado, porque deixastes a saudade com seu sarcasmo, me deixa ser denovo seu escravo.
Ser o meu amor, mas meu, o desamor em que lá no fundo do meu coração fizeste cravar e como tirar um sentimento que jogado foi, com tanto ardor.
Se tiras de mim essa vontade de você, como fazer então para pôr um amor em que nem se quer você me deixa te ceifar, ou mata o pouco que dentro de tí está.
Pobre de mim, que acreditei no amor, se de tantos amores que há no mundo, só o seu me veio infernizar, cadê as forças que sinto não me ajudar, sou pobre diabo, sou pano de trapo.
Não me negues um amor que eu tenho que sentir, pois se já não interesso para tí, pelo menos me devolva minha alegria, meu sorriso, devolve minha vida.
Mesmo por capricho volta pra mim, seja por piedade, sem saudade, sem amor, sem desejo, com com lampejo de um amor em que só quem sente sou eu.
Volta logo, volta sim, estou tão sofrido, jeito de menino despido, sentindo que o mundo me deixou sem sentido, sentindo o gosto do desgosto sal do desejo, jeito de solidão.
Se pudesse faria-te uma serenata, te cantava, te velava e fazia de suas noites, uma feliz madrugada com amor e a declaração desse alguém apaixonado, aquecendo seu coração congelado.
Sim, sozinho vou seguindo com você no pensamento, mas meu sentimento é o de estar ao seu lado, com seu carinho e sua mão em me ajudar á seguir e viver, sem mentir.
Se fosse pra viver isso nem vivia, sentir esse lado amargo de você nem sentia, seu desapego me deixa sem vida, esse amor juro nem queria.
Se prefiro morrer, o amor não se faz presente, se na sua frente me pôs á chorar, e você mais uma vez sem ter dó dessa vez não quis me aceitar.
É amor! amor com amor se paga, e você nem me afaga, como trocado de amor á me restabelecer, somente com desapego vem me fazer sofrer.
Cadê aquela linda flor, onde se encontra a mais bela rosa que como prosa me encantou, será que sobrou somente o desamor? amor é pra sentir, não me mate sem amor.
Estou aqui, onde sempre estive!
Longe o suficiente para que meu corpo
Minhas mãos te toquem
Mas os pensamentos viajam pelas estrelas.
Te encontram em um instante
Em que tua luminosidade invade
O universo de minha imaginação
Nesse exacto momento faz-se luz no cosmos inteiro.
E meu olhar perdido encontra a razão de sua existência
Na claridade que emanas do teu interior
Mais rápido que a luz são os pensamentos
E neles beijo-te com o raio de meu âmago!
Breve são os momentos que passamos por essa vida
Perdidos em nós mesmo a espera que o milagre aconteça
Que o tempo passe, e as almas se esqueçam
Dos sonhos tocados levemente decorados guardados no seu interior.
Você sabe o que é um sonho?
Você sabe o que é um sonho?
Você é meu sonho!
Se realizando aos poucos
Sonho bom, sonho louco...
Que me fez acordar,
Do sono mais profundo,
Dum lugar obscuro e imundo
No qual insisti em morar...
Um habitante das trevas profundas,
Hoje andando pela luz,
Só você me conduz
Ao caminho da esperança.
Você sabe o que é um sonho?
Você é meu sonho!
Que sonho com gosto,
Pra ver o seu rosto...
Que é lindo como nunca vi,
Ao vê-lo radiante
Sinto coisas que nunca senti,
E vejo o tempo que perdi...
Seu sorriso irradia energia,
Que me ajuda a enfrentar,
A agonia de ser um mero mortal
Um ser fraco, carnal...
Você sabe o que é um sonho?
Você é meu sonho!
Se realizando aos poucos
Sonho bom, sonho louco...
(dedicado a KAROL,minha duente,meu amor...)
E.Bulhões
Tem dia que acordo indisposta
sem querer me levantar.
Olho ao meu redor e penso:
tenho muita coisa para fazer,
não posso parar de viver.
Sem você, sua ausência
me faz sentir fraca,
não posso desistir de viver.
Levanto da cama e entro no banho.
A água me faz relaxar,
viajo pensando
no cotidiano passado.
Logo penso no café.
O relógio me faz acelerar
o ritmo é lento e preguiçoso.
Corro para o trabalho.
Não tenho você para me desejar um bom dia!
O dia passa... sem graça.
Depois corro para a escola.
Lá tento me distrair com os livros
E com os amigos.
As horas passam e você
nem me liga.
Gostaria de saber como foi
o seu dia, te dizer como
está sendo o meu.
No caminho de volta para casa,
tudo me faz lembrar de você.
As lágrimas querem cair
dos meus olhos.
Mas o cotidiano me chama
para a realidade:
Você se foi e não me quer mais.
Algo me desperta para o mundo
e um impulso me faz olhar para o relógio,
lembrar que a vida segue.
É maravilhoso saber que a vida pulsa,
mesmo que cadenciada pelo amanhã.
O que fazer se o cotidiano tirou você da minha vida.
Quando você está longe...
Os pedaços do meu coração sentem sua falta.
Quando você está longe...
O rosto que eu conhecia se perdeu também.
Quando você está longe...
Todas as palavras que preciso ouvir,
Para conseguir ir adiante com meu dia
E fazer tudo ficar bem.
Eu sinto sua falta...
O amor que não tive...
Ficará em minha boca
O gosto do beijo não dado,
Em meu corpo o fogo não apagado
Do desejo não realizado...
Não quero amanhã
Que você tenha se tornado
Uma doce lembrança do passado,
Quero estar presente,
Eternamente a teu lado.
Ah! Nada acontece pra impedir
Sua partida, fato quase consumado
Pode-se dizer que por isso
Ando um pouco mais calado
E meus olhos não disfarçam
O quanto tenho chorado.
Pelo menos o consolo
Ver seu desejo realizado.
Sua partida
Fez abrir esta ferida
Como suportar tamanha dor
Serei eu o primeiro
A morrer de amor...
Como posso sentir saudade
Se não tive a felicidade
De sequer provar seu beijo
Como explicar tamanho desejo.
Como sentir saudades
Do amor que não tive,
Do beijo que não dei
Do fogo que não apaguei.
Certas coisas que o coração
Não consegue explicar
O fato é que este amor
Permanece lá e independe
Da minha vontade.
Meu amigo secreto se foi pra longínqua Terra do Nunca, se foi com uma passagem só de ida.
Não sei se vou poder entrar lá.
Eu tenho certeza que o que você falou era verdade.
Não importa onde você esteja, eu olharei pra cima e verei alguém na escuridão por mim.
E eu por você.
"Te vejo em julho", você disse.
Não me faça esperar muito.
Às vezes, ainda choro no silencio do meu quarto, com a cara enfiada no meu travesseiro pensando que não posso mais aguentar o peso de uma dificuldade. Mas, é justamente nestas horas que percebo que não estou mais sozinha. Sei que não posso suportar as minhas dores com algum tipo de força humana que provenha de mim, mas tenho certeza de que vou avançando na vida através da imensurável capacidade que Deus me dá de levantar-me e colocar-me de pé. Deus me prontifica permitindo que eu caminhe além do que um corpo físico debilitado como o meu conseguiria. Porque Deus é a minha força e com Ele estou sempre superando os meus limites.
Trecho do livro "Inimigo Oculto- Foco, Força e Fé"
O medo se vai para se encontrar com a coragem de me declarar, falando de amor com o meu silêncio hesitando em dias que se perdem em chances desperdiçadas;
Nunca deixei de acreditar na minha capacidade de estar em felicidade e plenitude que me cerca;
Mas por não saber viver de forma plena e sim vivendo na dor o tempo não volta do início para tornar acontecer;
DE NOVO...
Ednaide Gomes de Paiva
Mais uma vez estou no meu deserto,
Mais uma vez estou perdida,
Volta e meia entro nessa escuridão,
Qual razão? O que me atrai?
Estou falecendo,
Aos poucos não restará nada,
Vou ter que ficar em vão.
Não quero mais a beleza,
Não quero a juventude,
Não quero ser independente,
Inteligente... Quero só ser gente.
Grito e ninguém escuta,
Não consigo fazer ler meu ser,
Algo forte demais abate-me,
O que há de errado? O que fiz?
O ar que respiro falte-me,
A dor persiste.
E como pequenas gotas de água,
Vai secando o meu mar...
Estou a me afogar,
Asfixiando-me na profunda tristeza.
Pedir socorro, levantar do chão,
Sorrir, recomeçar...
Tudo de novo... Não dar!
Assim... Só me resta chorar.
Anjo meu:
Levais minhas lágrimas
Minha ansiedade
Minha falta de carinho
Minha falta de abraço
Minha falta de sorriso
Ao meu pai Lá no céu
Nesse dia 12 dias dos Pais
Sei que ele esta nos braços
De Deus orando por mim
E mesmo que meus ouvidos
Não possam mais ouvir o som
De sua voz... e mesmo que meus
Olhos não o vêem mais como antes...
E mesmo que minhas mãos não possam
Mais tocar em suas mãos como antes.
Anjo meu:
Mostrai-vos meu coração ao meu pai
Pra ele vê que apesar da distância
Ele ainda bate cada vez mais forte por ele
Meu Pai, Ordeni Martins.
Carta à Minha Doce Humanidade
Linda de riso despretensioso,
E dona do meu coração e das chaves perdidas,
Tua luz é um verso meio torto
Que mesmo assim que és dança na vida.
És "lindona" por ser perfeita,
Porque aceitas até a chuva no piquenique:
Sorri, quando a sopa queima,
Encontras poesia onde ninguém procura. Simplesmente por ser...
Teus olhos guardam histórias não contadas...
Algumas tristes, outras cheias de asa.
E mesmo assim abrem janelas
Para o sol da manhã que te abraça.
Não me dispensas? Nem eu a ti.
Somos dois mapas desenhados à mão:
Às vezes perdemos o caminho,
Mas achamos estrelas no mesmo chão.
Esta paixão não é um conto de fadas,
É terra molhada depois da chuva, rara...
Frágil, real, cheia de raízes,
Onde até as pedras aprendem a amar.
Então segue, minha dona, do abraço apertado, do beijo maravilhoso..
"Linda" que esquece o guarda-chuva no armário,
"Lindona" que conversa com plantas murchas...
Porto seguro de imperfeições ternas...
𝐂𝐨𝐥𝐚𝐝𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐞𝐦 𝐌𝐞𝐮 𝐏𝐞𝐧𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨
Para variar, despertei contigo coladinho em meu pensamento, feito brisa suave no abrigo do mais sereno sentimento.
Pedi a Deus por tua jornada, que seja leve como o vento, e que eu, em alma entrelaçada, te acompanhe em cada momento.
Que eu caminhe ao teu lado, mesmo que só em pensamento, e que minha presença calada seja tua luz, teu alento.
Seja eu tua inspiração, teu sorriso ao amanhecer, a paz que toca o coração, o motivo doce de viver.
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Helcedir - Manhumirim - MG
Meu Calor
Ela é o meu calor.
Quando penso nela, o meu corpo arde sem fim, como se cada célula queimasse num fogo doce e cruel.
Não sei em que feitiço me meti — mas sei que não consigo, nem quero, sair dele.
Pensar nela é uma tortura… uma sede impossível de saciar, um sofrimento de querer, mas de não saber se é certo.
O meu apocalipse pessoal.
Aqueles olhos… pequenos, mas infinitos.
Olhos que dizem mais do que mil palavras.
Eu conheço todos os seus rostos — sei ler cada nuance, cada sombra, cada brilho, como se fosse um livro de romance que só eu pudesse folhear.
Os seus lábios… pequenos, carnudos, únicos.
Chamam-me, silenciosos, como se soubessem que eu viria sempre.
Cada dia que passa, ela brilha mais do que no dia anterior.
Não sei se, isto é, amor ou paixão — talvez seja um veneno disfarçado de mel.
Mas sei que me prendeu neste jogo sem regras.
Não porque me acorrentou…, mas porque eu quis ficar.
E sofro. Sofro para entender o amor.
Dizem que ele move céus e montanhas…
Mas o meu, ah… o meu moveria o que é visto e o que não é.
Amor — quatro letras.
Suficientes para me destruir e me reconstruir,
para me fazer mudar por algo que não vejo, apenas sinto.
Assim como o calor.
O seu cabelo molhado brilha mais que qualquer estrela,
a sua pele é seda quente e suave.
Ela surge nos meus sonhos e parte sem explicações,
deixando o vazio perfumado de lembrança.
Quero correr com ela na chuva.
Quero contar estrelas ao lado dela.
Quero escrever as melhores histórias da nossa vida para que os nossos filhos saibam que ainda há brilho no mundo —
brilho que nasce do seu sorriso tímido e bondoso.
Eu sempre me imaginei com ela,
porque só comecei a sonhar quando a vi pela primeira vez.
Foi um amor puro, crescendo devagar, ameaçando apagar-se com o tempo…
Até que eu me perdi na escuridão.
E foi quando a vi novamente que todas as sombras dentro de mim se desfizeram.
Naquele instante prometi nunca mais deixá-la ir.
Tornei-me prisioneiro do amor.
Ele acorrentou-me, torturou-me…
e eu gostei.
Gostei porque a dor tinha a forma de calor.
E então enlouqueci — enlouqueci por ela.
Mataria, morreria, por um único sorriso seu.
Gosto do seu jeito.
Despreocupada, mas cuidadosa.
Forte onde eu sou fraco.
Ela é o meu demónio e o meu paraíso, o meu calor e o meu pôr do sol.
E eu… eu sou o escravo voluntário deste amor.
Não sei quanto custa o amor para o mundo,
mas para mim o preço é este:
o sofrimento de estar amarrado sem saber
se algum dia serei liberto.
Meu anjo humano
Carta aberta. Ao senhor Boy magia
Algum tempo atrás o destino me apresentou um ser quase humano, o tempo passou rápido e tive o prazer de acompanhar essa evolução de ser para um lindo humano esse evoluir pleno e sonhado com desejo e orações de um ser humano de longe vibrando na mesma sintonia para ver vc evoluir crescer vencer . Hoje tenho certeza que nossa jornada finaliza aqui sua vitória, minha despedida com a certeza que fiz meu melhor pra por e com vc , a certeza que somos vencedores é quando podemos soltar as mãos uns dos outros sem medo do novo . Parabéns, meu anjo protetor siga firme em busca de tudo aquilo que você desejar , não esqueça sua origem , não esqueça o caminho percorrido , não perca a essência, não mude seu caráter , mantenha sua fé em Deus.
Hip. Amo vc . Somos humanos em voo solo de alguém muito grata pra alguém muito especial vc ., eternamente Boy 🪄💋
Carta ao Tempo
Meu caro Tempo,
Confesso que não sei se te temo ou te desafio. A morte? Ora, a morte é só um ponto final mal colocado, e eu, como bom desleixado, sempre preferi as reticências... O que me assusta mesmo é a tua ironia: morrer cedo demais, deixando a mesa posta e o vinho por abrir, ou tarde demais, quando já não há convivas, só pratos vazios e um relógio a tocar no vácuo.
Quero ir-me na hora certa — nem tão cedo que os meus ainda chorem de verdade, nem tão tarde que disfarcem o suspiro de alívio com flores murchas. E que sobrevivam alguns dos que desprezo, porque um homem sem rancores é como um mar sem maré: plano, previsível, incapaz daquela fúria que também ergue barcos.
E quando enfim me dobrares a página, que fiquem umas poucas linhas minhas, rabiscadas num canto qualquer — num caderno esquecido, num email perdido na nuvem. Coisas que um dia alguém possa ler e pensar: *"Este aqui ainda respirava quando escreveu."*
E aí, meu velho Tempo, terás cumprido teu ofício sem me fazer covarde ou caricatura.
Assinado,
Um que ainda não acabou de chegar
Roberval Pedro Culpi
Meu amor se foi
Na verdade ele não morreu, apenas desistiu de mim
Não sei se por amar demais,
Ou se esperto, logo percebeu onde estava se metendo.
Meu amor se foi
Não meu sentimento por ele,
Mas não ser dele, inutiliza meu amor.
Meu amor se foi
E com ele a ideia de amor romântico,
Devo estar do trigésimo amor, mas não importa, esse era o verdadeiro, eu sei.
Meu amor
Não vá
Meu amor, fique.
Se adiantasse pedir eu pediria, mas meu amor é orgulhoso, oh orgulhoso amor...
Meu amor, em fim, partiu.
Silêncio
Músicas que ressoam o nada,
gritam — o ouvido estraçalha.
O meu cúmplice que vira,
esse silêncio guardado.
E esse silêncio rasga,
atravessa a alma fraca,
como penitência fria,
quietinho me abraça.
Silêncios que gritam,
verdades caladas.
Grito preso
é silêncio armado,
municiado e vestido
de luto sagrado.
Fala mais alto
que o fôlego permite.
Calado, ele grita;
gritando, ele cala.
Cárcere privado
dentro de mim,
confortável veneno.
O silêncio revela
o que o barulho disfarça,
o que a palavra teme,
o que o tempo guarda.
E o que o silêncio guarda?
Além de segredos, mentiras e piadas?
E o que ele mata?
Além das verdades, vontades e a alma?
Guarda cartas nunca enviadas,
guarda abraços negados,
guarda beijos molhados,
guarda o gosto amargo
dos “nunca mais”
e dos “quem sabe um dia”.
Mata risos pela metade,
mata sonhos no olhar cansado,
mata desejos acorrentados,
mata o amanhã no ontem enterrado.
Não falo do silêncio externo,
mas daquele interno,
que a gente tranca e alimenta,
pouco a pouco, com migalhas.
Silêncio que abraça,
engolindo palavras,
sufocando pensamentos,
despindo a alma.
Como eu o calo?
Escrevo em tormento
nesse silêncio que me acompanha
dia e noite,
enquanto trabalho,
enquanto rio,
enquanto falo,
enquanto disfarço.
Ele se deita comigo,
divide o travesseiro,
morde o meu sono.
É sombra no peito,
é nó na garganta,
é frio na barriga,
é relógio parado.
E quando penso que partiu,
ele retorna, paciente,
sentando-se à mesa
com um prato vazio.
(esperando as migalhas)
Come do meu cansaço,
bebe da minha espera,
e ri sem fazer barulho.
O silêncio não é ausência,
é presença severa,
é voz oculta,
é juiz sem sentença.
No fim, pergunto:
se eu quebrar o silêncio,
o que sobra de mim?
[Intrínseco]
Deixo o sol atravessar meu corpo,
como quem permite à vida
um instante de repouso.
Com as minhas veias pulsantes,
num verde vivo que conduz a minha essência
carregando a tudo que me veio antes
como parte da minha tenra herança
que é a benção da existência.
O chão me acolhe, como quem me quer junto,
e meus olhos, semiabertos,
aprendem a descansar no mundo.
