Texto de Carlos Drumond de Andrade - Antiguidades

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Iridescente-Linkin Park

Quando você estava em pé no meio da devastação
Quando você estava esperando na beira do desconhecido
Com o cataclisma desabando, por dentro gritando "Salve-me agora"
Você estava lá e possivelmente sozinho

Você sente frio e perdido em desespero
Você constrói a esperança, mas o fracasso é tudo que você conhece
Lembre-se de toda a tristeza e frustração
E deixe-a ir, deixe-a ir

E em uma explosão de luz que cegou todos os anjos
Como se o céu tivesse explodido o paraíso em estrelas
Você sentiu a gravidade da graça suave caindo em um espaço vazio
Ninguém lá para pegá-lo em seus braços

Você sente frio e perdido em desespero
Você constrói a esperança, mas o fracasso é tudo que você conhece
Lembre-se de toda a tristeza e frustração
E deixe a ir, deixe a ir

Deixe a ir
Deixe a ir
Deixe a ir
Deixe a ir

Você sente frio e perdido em desespero
Você constrói a esperança, mas o fracasso é tudo que conhece
Lembre-se de toda a tristeza e frustração
E deixe a ir, deixe a ir
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Um dia você acorda e percebe que por mais lento que o tempo passe, você está sempre correndo.
Acorda e se dar conta que tem mais um dia, só esse dia pra fazer tudo o que deseja.
Percebe que o que importante não é o que se é na vida, e sim quem você tem na vida
Percebe que não se muda de amigos, mas que amigos mudam
Percebe que não há grandeza maior e mais poderosa que o perdoa
Um dia você se sente tão só e vazio, e se isola por medo que te vejam chorar,mas porque? Chorar faz bem a alma, desperta dentro de si algo inexplicável. Algo seu
Um dia você se deixa envolver com alguém, que se torna um ser tão especial e indispensável,mas quando se dar conta esse ser vai se afastando e agora você o ver como uma simples peça de quebre cabeça que pra você já não serve mais
Ai, só depois quando a saudade aperta,as lembranças voltam,você percebe a falta que ela faz,e que por mais longe que esteja,sabes que para perto a pode trazer.
Percebe que nada passo em vão e que nada é por acaso.
Feche os olhos, agora pense em tudo de ruim que já te aconteceu, da raiva, Até mesmo vontade de voltar no tempo e refazer tudo. Agora analise as coisas boas que já te aconteceu. Ha isso faz bem, Mas em qual desses acontecimentos você apreendeu mais? Os bons ou ruins?
Só apreendemos errando, e o nosso pior erro é acreditar que nunca estamos errados.
Percebe que os maiores valores estão nas coisas simples: no choro sincero, no olhar profundo, no sentimento puro.
“Percebe que não é possível ser feliz sozinho, fundamental é amar”
Percebe que precisa tomar atitudes e não perder tempo.
Procura algo, alguém a quem possa realmente desabafar, sorrir, amar. Procura em vão, volte atrás e traga de volta para si alguém que sente muito sua falta e deseja ser sua. Me leve pra você.
Um dia percebe que não precisa que ninguém plante suas flores e rege seu jardim.
Pois só você pode fazer com que elas cresçam
Percebe que tem tudo, mas que ainda falta algo.
E depois de tudo olha pra trás e percebe que as ondas do mar não apagaram suas pegadas, você que não deixou nenhuma.
Acorda e começa a enxergar que um dia não poderá fazer absolutamente nada e que hoje pode fazer tudo.
Percebe que não adianta correr contra o tempo, mas precisa fazer com ele corra atrás de você.
Então viva o hoje, pense no que te faz feliz, resgate o que te magoou e ensine o amar,sorria,faça,ame. Fazendo isso saberás que tudo nascerá mais belo e assim vai perceber que indispensável mesmo é ser feliz.

Eu já nem ligo mais, não me torturo e nem me descabelo, cansei dessa fase de sofrimento antecipado, desses medos em vão, não me sinto mais insegura e nem sinto mais fobia a sua rejeição, eu não me importo com o rumo que as coisas vão tomar e não me desespero mais com o final dessa historia. Me desapeguei, larguei mão, entreguei a Deus, agora não sofro mais, decidi que o que vai ser, será e ponto. Me sinto livre, solta e nada mais pode me abalar, me blindei de certa forma pra que não haja sofrimento que possa me invadir ou me angustiar, agora to de bem com o mundo, estou em paz, sem esse prazer misturado com a agonia que poderia ser te perder. Toda a minha insegurança virou desapego, todo o meu medo e incerteza já não me assusta tanto quanto antes, não estou preocupada com o futuro, sei como tudo termina. Então entreguei meus pontos, joguei tudo pro alto e me libertei dos meus pensamentos, estou vivendo o meu presente, estou vivendo e curtindo, me divertindo, andando despreocupada, sem ansiedade no peito, não preciso me sacrificar e nem me quebrar em mil pedaços para alguém notar que eu existo, para alguém juntar meus cacos e me remendar, não preciso mais, porque me sinto inteira de corpo e alma, preenchida por dentro e por fora, eu estou em paz e feliz.E é assim que tem que ser, é assim que vou seguindo, sem me iludir, sem esperar nada de ninguém e sem precisar provar nada a ninguém, sem decepções, sem medos e anseios, sem chances desperdiças com coisa que não valem nada, toda minha confusão e indecisão eu transformei em indiferença,do resto?…
me libertei!

"Quando calam nossa voz escrita, quando definham nossas palavras em versos, quando de nós fazem um papel rasgado e maltrapilho, traduzimos a repressão em mais letras.
É uma luz que se apaga, um livro rasgado, milhares de olhos que não apreciaram mais a beleza das letras... Infelizmente, o mundo gira em torno da hipocrisia, da farsa, da mentira e da roubalheira. Onde estão os nossos livros??? Onde estão escritos os direitos de exercer a literatura sem repressão? Lamentavelmente pobre a decisão de fechar milhares de janelas enviadas através desta porta biblioteca.
Triste, pergunto: Quando será o funeral?”

Não importa!

Não importa quantas luas terei que esperar e ouvir borboletas toda vez que ver teu sorriso.
Não importa quantas vezes ficarei exausta por te esperar, estou livre para você.
Não importa a distancia que terei de percorrer e se a estrada é imensa assim como o mar.
Não importa quantas horas terei que esperar até amanhã para ouvir tua voz outra vez.
Não importa o quanto ou quantas vezes a loucura do mundo vai me deixar maluca.
Nada disso importa... se cedo ou tarde você estará livre para compartilhar seus sonhos comigo.

Basta um incentivo
Incentivar um sorriso a quem não aguenta mais chorar
Incentivar a alegria a quem só sabe sofrer
Incentivar a sabedoria a quem não se considera tão capaz
Incentivar a amizade a quem só consegue viver sozinho
Incentivar a humildade a quem só conhece o orgulho ou arrogância... isto, é humanizar!

Hoje é tempo de esperança,
é tempo de desespero.
É possível sorrir,
é difícil não chorar.
Temos as melhores condições,
e as piores também.
De um lado a paz,
e do outro a guerra.
Chegamos a um grande nível de sabedoria,
e a grande potencialização da loucura.
Tudo é possível,
nada é possível.
É o terreno fértil para construção,
é o terreno fértil para a destruição.
Podemos chegar onde quisermos,
podemos não chegar a lugar nenhum.
É dia e é noite... O mundo é lindo, ele é horrível...
Quem está no extremo se perdeu.
É preciso aprender a andar na corda bamba.

ʚĭɞ...ʚĭɞ

Cuidado: O que dizer sobre esta palavra que instiga tantos significados? Palavra que engessa e que acolhe, que oprime e acalenta. O cuidado com o corpo, o cuidado com as relações, o cuidado com o outro, nesta vida atribulada, repleta de desafios, stress, dificuldades, agressões, ultrajes e indignações. A vivência do dia a dia que dificulta o cuidado de si e consequentemente nos limita no cuidado com o outro. Como lidar com as cobranças internas, quando a mídia nos empurra o tempo todo para o caos e ao mesmo tempo incita a buscar a saúde, qualidade de vida, respeito ao meio ambiente, o cuidado com a família.
Nesta luta pela sobrevivência e vivência a capacidade de olhar para dentro, conhecer nossas limitações, defeitos, anseios, sonhos pode nos transformar. Quando aprendemos a nos reconhecer, passamos também a nos amar. E amando seremos capazes de aceitar o outro e conviver também com suas limitações, defeitos, anseios e respeitar seus sonhos.
Quiçá possamos trazer harmonia as nossas convivências, ainda que em muitos momentos elas exijam dureza nas ações e tomada de decisões, isso pode acontecer com doçura, leveza, gratidão e acolhimento. Somos seres capazes de pensar, refletir, transformar e principalmente amar. Façamos desta nossa capacidade algo a contribuir para nossa existência delicada e evitemos assim as agressões ao próprio corpo. Explosões, bloqueios e acúmulos se refletem em nosso organismo como reflexos daquilo que está além do suportável. Neste turbilhão de emoções e sentimentos, adoecemos. A vida merece mais que isso. Nos podemos ser mais que isso. Ame-se, ame e deixe ser amado. No final será somente isso que contará.

Carta de um amor

Jaz um sentimento no que se punha toda verdade em forma de emoções e atos; e os transmitia em palavras de gratidão e zelo então. O sentir era transcrito das mais diversas maneiras de afagar o coração.
Ao fechar os olhos, seu sorriso involuntário traduzia um carinho na alma resgatado por uma lembrança inefável.
O sinônimo rodeava seu corpo nas mais diversas cores e sensações; e de dentro de uma ostra nascia a mais bela das ilusões.
Jaz um envolvimento no qual o egoísmo não conjugava verbo algum. Desmedido, solto, livre! Em suas asas continha um porção extra de um mágico antídoto, que destilado na ponta da língua através de um doce beijo, paralisava toda a terra em seu redor. A dor como um ato de amor tinha seu papel em sua melhor transcrição sentida; era a saudade desmedida, que em suas visitas com sua partida, a conhecia salteado e de cor.
Dizem que existiu, que quem o sentiu teve sorte, quem viveu teve em suas mãos o mais precioso bem já sentido e tocado. Que tinha o poder de transformar todo o planeta em um único ponto, onde o pensamento faz morada.
Jaz a necessidade de amar, o desejo de afagar e indistintamente transformar o sentir no mais nobre sentimento já permitido e jamais compreendido.
Amor de céu, amor de terra, amor de fogo, amor de mar, amor de amar.
Amor de se envolver sem medo, amor de cultivar desejos, amor de banhar a alma, amor de se entregar.
Jaz amor, aqui o amor, já sentido em sua mais forte e única verdadeira forma de estar. Jaz, o amar.

Grito pela natureza

Linda natureza, é lamentável que a estejam destruindo!
Mais lamentável ainda por aqueles que nascerão e não terão a chance de conhecê-la em toda sua essência e plenitude...
Sou feliz e privilegiada por ter nascido em berço da mãe natureza, rodeada dos mais belos rios e cachoeiras, ouvindo o canto dos mais belos pássaros e o ecoar de algumas feras vindo de longe.
Não me afastei da mãe natureza, mas sim da visão horrível de ver a sua destruição e não poder fazer nada, nem meu grito e tão pouco minhas lágrimas trarão de volta todo o esplendor de uma beleza que um dia encantou os olhos de todo o universo.
Resta a lembrança, mas fica a esperança de que um dia o homem use sua bondade, sua sabedoria e sua inteligência a favor do que ainda resta. Esse "um dia’" precisa ser especificamente HOJE.

UM BREVE MOMENTO!

Ontem eu estava feliz, pois estava ao seu lado, e hoje, tudo o que me resta é a saudade, saudade daquele teu sorriso que tanto contemplei no momento em que estavas bem ao meu lado e tão ao meu alcance... tão real... Saudade da tua voz que tanto admirei, e teu olhar que me dizia tanto enquanto tua boca permanecia fechada. Gostei de ter estado ao teu lado, fui feliz por um breve momento, quando você estava ali, tão ao meu alcance! Você é a minha saudade...
(abr/92)

Poema inacabado...

Amar é...

Buscar o amor a cada momento, durante toda a vida, enfrentando as lágrimas, fazendo cessar a dor, enxugando a cada gota da face.
É transformar, dar brilho ao nosso horizonte, deixar para trás o irreal, buscar o nosso sol como se procura uma joia exclusiva...
(fev/89)

Estou me sentindo desconfortável.
E meu desconforto é você!
Estou me sentindo triste.
E minha tristeza é você!
Estou me sentindo sozinho.
E minha solidão é você!
Estou me sentindo inseguro.
E minha insegurança é você!
E se existe um pouco de esperança para mim...
Minha esperança é você.

MALDADE


Se em alguma circunstância se questionar sobre a maldade, eis aqui uma possibilidade.
Ausência de amor,
Tanto a si, quanto ao próximo,
E talvez, um pouco de dor,
Causada por um malfeitor

Ilusão de que o material
Vale mais do que o espiritual,
Escassez de altruísmo,
E em resposta, o individualismo

Desmemoria de valores e ideais
Buscam o que almejam feitos canibais
Enxergam o preço de tudo
Perdem de vista o valor do nada

Desconhecimento de que apenas perpetua a alma
O que é feito para tal,
Ó Céus, esquecem que a maldade
Pode ser letal.

Saudade do nosso amor proibido...

Sinto saudade de você. É como se eu ainda sentisse em mim cada vez mais forte tudo que vivemos juntos. São tantas lembranças que não se apagam, emoções que não esqueço, palavras e gestos que recordo como se acontecessem hoje.
Sinto saudade de você, das nossas brincadeiras de criança, dos mergulhos de rio atrás de casa, das guerrinhas de lama, dos banhos de chuva.
Sinto saudade do seu riso, de me refletir brilhando nos teus olhos. Olhos que eu nunca esqueço e continuo a procura.Olhos que se tornaram o meu primeiro amor, amor de irmãos, amor de primos, amor de amigos, amor de sonhos.
Sinto saudade de rir das tuas caretas estranhas, das tuas piadas repetidas tantas vezes. De me sentir completa perto de você e imaginar que sempre estaria.
Sinto saudade de tremer toda vez que ouvia o teu nome e de ficar vermelha quando alguém percebia. Saudade de te abraçar mesmo que fosse apenas como primos. Principalmente, saudade de aspirar o amor que eu nunca revelei e que até hoje sobrevive.
Saudade de correr de mãos dadas com você momento que me dava a mais forte sensação de que nunca nos separariamos.
Mas nos crescemos, jurei que seria apenas o meu amor de infância, foi também o de adolescente. Continua sendo até hoje.
Sinto saudade de dizer te amo por ter a certeza que ninguém julgaria esse amor. Por ser criança e os outros nem ligarem.
Agora o amor que calo em mim é proibido,
primeiro amor que nunca concretizou,
amor que reprimo, e tento esquecer.
Amor de menina. Que jurei ser passageiro.
Não pode acontecer tu é só o meu primo.
No entanto como controlar a saudade que me bate e quer te ter?
Sinto saudade até do nosso primeiro beijo aquele que nem chegou a acontecer.
Que saudades do nosso amor proibido.

Ela o amava mais que tudo e por ama-lo tanto morria todos os dias de vontade de te-lo ,em uma conversa desabafa ela pra ele ,dizia o quanto a sobrevivência dele era importante pra ela :

diz ela :
- Eu juro diante a ti que não posso mais carregar isso comigo,a sua falta,você sabe que eu morreria por você e sabe que ja morri muitas vezes ..

ele calado ,escuta tudo aquilo e com a cabeça faz um sinal negativo,como se não soubesse o que responder ,ele disse :

- Todos sabem e você tambem que tu és muito importante pra mim tambem,mais não como tu gostarias que fosse ...

A reação da moça foi de grande espanto,sim ela sabia ja desse fato,mais acho que ouvir da própria boca machucaria mais,e então ela diz como se fosse morrer amanha :

- Todos os dias eu ouço sua voz e sinto os seus labios no meus,sinto você me abraçar como se fosse um fantasma,talvez seja isso que você é pra mim,um fantasma,me assombra e me persegue e não senti piedade de me ferir,minha vida é você ... e que se meu coração fosse uma casa ,você estaria em casa,cuidando das paredes e ilustrando os móveis,mas sinto dizer que e como eu sinto que nada do que foi dito até agora tem algum fundamento e que eu só espero a morte oficial,pois na pratica eu já morri ... e sinto dizer enfim ,que você não é mais nada pra mim ..

"Hoje cedo eu chorei acordei com você na cabeça
Não peça pra que eu te esqueça
Pois tudo no mundo me lembra você
Hoje cedo tocou a canção que você mais gostava
Parece que você estava comigo...

...Volta e vem dar um jeito nesse desacerto do meu coração
Eu não posso fingir nem tão pouco mentir pra mim mesmo
É caminhar sem rumo a esmo, pois você ainda é minha direção..."

Dizem que o tempo ajuda, que o tempo faz melhorar...E realmente, ele acalma o nosso coração. Mais nem o tempo, nem nada, tira este vazio aqui de dentro. Não há o que impeça a saudade de bater novamente, assim sem dia, sem data, em uma hora x da vida, sem explicação. Tem horas que faz muita falta, e que esta falta dói novamente, como no dia que você se foi. Hoje eu me peguei ouvindo todas as musicas que cantávamos juntos, enquanto você tocava seu violão. E enquanto as ouvia,eu senti sua presença. Eram momentos únicos, de paz e amor. Queria poder voltar no tempo uma vez que fosse, e viver novamente um destes momentos. Ouvir você. Sinto saudades. Te amo meu pai, meu ANJO.

A luz da lua

Não tenho mais criatividade para escrita, nem para trabalhos grandiosos ou qualquer coisa que use essas grandes idéias que nunca existiu, minha respiração pesa e às vezes até me dói o coração de tanto amor que tu deixaste aqui. Deves me perguntar ainda: Quem é esse tu? Talvez esse tu seja a lua sorrindo para mim, as ondas se quebrando e virando espumas, as flores piscando para o sol. E nós nos derramamos e viramos apenas um. Ainda somos nós? Talvez tudo tenha se desfeito e eu tenha virado “eu” e você voltou a ser apenas “você”. Quem sabe até nunca tenha sido nós. E o vós? Acho que nem aprendi a utilizá-lo ainda.
Naquelas tardes tão inesperadas e acorreria implorando para que eu andasse mais devagar, decidi escrever cartas para o meu amor. Cartas belas, cheias de poesias e palavras complicadas. A lua sabe ler? Acho que sim! E ao chegar em casa me esparramei e derramei-me em papéis pautados. As palavras fluíam e a luz da lua me abraçava. Eu olhava para o céu e via as estrelas dançando e me chamando para entrar no compasso delas. Meus olhos fixados no papel e as lembranças não tão boas assim só me forçavam a repetir:
“Ó minha bela lua,
Não me aperte tanto, querida amiga.
Folgue-me sem largar
E aprecia as palavras que escrevo em sua homenagem. “
Ainda escutava as canções cantaroladas pelas belas estrelas me forçando a suspirar ao olhar pela janela e lamentar-me por não ter a lua junto a mim para assistir aquele lindo espetáculo que por sinal estava ao nosso favor.
“E pulas para cá
Encaixa-se em mim e mostra-os
Que tu não és tão grande assim ”
Ao esperar resposta tua percebi que era loucura querer a lua do meu lado. Talvez só a sua luz e a sua beleza não fosse o suficiente para me completar por inteiro. Algo me diz que vazios não se completam apenas com lanternas, por mais lindas que fosse a cor delas. Precisa de concreto, algo que nos suporte, transforme.
Tudo implicava para que eu corresse atrás.
“Desistir talvez seja fraqueza,
Mas temos direito de escolher.
Sofrer ou me entregar a você? “
Se entregar a lua? Que besteira é essa? Eu já me sinto indo longe demais e nem preciso ser astronauta para alcançá-la. Voava entre as nuvens de algodão que a protegia e me sentia cada vez mais patética. Uma paixão tão impossível... Algo realmente lamentável para uma pequena como eu. Ela me pedia para ir embora e eu deveria soltá-la. Ela também não me largava! E o seu olhar de lua? Seu sorriso de lua? Enluarava-me por inteiro, hipnotizava e me deixava prostrada aos seus pés. Pés de lua, belos pés de lua.
- Minha querida, hoje tu tens feito algo melhor do que ontem?
- Não, tudo como sempre.
Eram respostas realmente admiráveis, curtas, talvez grossas e irônicas. A lua não se portava como tal. Mas o seu brilho no olhar cegava-me por uns minutos e quando voltava a mim eu estava a suspiros apaixonados. Nada de criatividade. As palavras fugiam e eu me dava conta de que não era um bom momento para bater-boca com o meu coração.
- Tudo bem, lua minha, não se grile.
- Alto lá! Talvez o que me tire à paciência seja essa tua falta de amor próprio. Adora esquecer-se de si mesma. Meus problemas são os seus problemas e essa tua mania de tornar-se simples é um erro.
- Erro querer ser igual a todo mundo?
- Sua luz brilha mais do que a minha.
- Nunca!
As palavras se afundavam e sumiam no silencio que a lua deixou ao virar as costas. Restava-me conversar com o meu “caderno das mentiras”, ele libertava-me, mas naquele dia não estava muito a fim de papo e me deixou focada nessa tal luz que a lua disse que eu tinha. Decidi não ouvi-la mais. Acabei deitando no chão de tanto rir da minha própria decisão. Que tal esquecê-la? Não, não a lua, mas sim a inútil decisão que tomei. Decidi então ouvi-la eternamente. Maravilha! Corretíssimo! Agora estava melhor. Libertei-me e permiti que os meus olhos fechassem entrando em um breve sono. Acordei querendo descrevê-la.
“Boca de Luar,
Olhar de Lua,
Suspiros... Longos e tensos suspiros.
Medo, muito medo.
Lua tem cabelo?
E se eu a imaginasse com um?
Negros, longos, belos.
E sua fala calma?
Seu comportamento tranqüilo?
E o seu brilho?
Perto de mim ela só sabia brilhar.
Passou de nova, minguante...
Ainda cresce, e fica cheia...
Isso! Cheia! Preenche-me assim. ”
Eu não dormiria depois de lembrar do quão bela minha lua é. Abri a janela e vi a chuva, caia em pingos grossos. Não conseguia vê-la, por mais que forçasse as vistas. Era apenas o começo de uma eterna tempestade.
Me recolhi e ao ver a luz do sol me levantei para ir ao encontro da lua. Sim! Eu era presenteada todos os dias e a via brilhar em plena luz do sol.
- Dormistes bem, querida lua?
- Sim, mas talvez não seja a hora para falarmos de sono, estou ocupada.
Isso me destruía. Quem ela estava a iluminar que não podia se preocupar comigo? A minha luz deve ter se apagado completamente.
Eu voltava a andar para o meu destino, sem nem saber o que eu realmente queria, achei até que estava ali apenas pelo brilho da minha bela e querida. Dei-me conta de que entraram pessoas novas na minha vida e tive que conviver. Fiz grandes braços amigos para quem sabe um dia me puxar do céu e prender-me a terra, mas era o que já deveriam ter feito naquele exato momento. Esqueceram e me deixaram lá flutuando. Abri a janela para tentar enxergá-la em quanto permanecia longe, mas mesmo com todo esforço não conseguia. A chuva piorava e ofuscava a minha visão.
- O arco-íris virá quando você menos esperar.
- Não quero o arco-íris, quero a lua.
E assim tentavam me convencer de que a chuva passaria. Voltei para minha escrivaninha apenas iluminada por uma mini-lanterna que se pendurava em um fio de náilon. Coloquei as mãos sobre os olhos e transbordei-me.
“Querida Lua, por que não vem enxugar essa lágrima que estás a deslizar? Queria tanto que pudesse ler-me com êxito. As dúvidas me consomem e sei que no momento o que eu mais quero é a sua compreensão. Minha cara lua consegue compreender-me? Sei que não. Nem tentas, por favor. Dói saber que não posso chamá-la de minha, afinal tu nascestes para brilhar em multidões. Tenho o desejo de jogar uma corda e amarrá-la a mim, o que achas? Não podes achar nada, é apenas uma lua, mas deve está pensando em mim como uma pequena idiota. Busco-te. Mas tudo indica que não terei muitos resultados. Não me pisas, não me cospes. Será que não seria mais confortável me remendar e me forrar de carinho? Estou gasta demais. Talvez você me use sem nem perceber. Talvez me arranque a pele, os fios de cabelos e os ossos. Não me sobrou nada, apenas essa luz que ainda você diz ver em mim. Bela, viva. Por que amar a sua luz dói tanto a cabeça e o coração? Por que não me abraça mais? Admite que me esqueceu? Te amar é um erro! ”
Deixei um papel cor de rosa o que me aprisionava e o que me acabava. Nada de resposta.
“Minha pequena esquecida, não posso enxugar lágrimas de dor. Preciso transformá-las em alegrias. Minha luz pode sempre te aquecer, só é pensar em mim. Não me perderá por que nunca te pertenci. Não te deixarei, por momento algum, mas entenderei se achares melhor evitar-me, pois creio que será melhor do que sentir dores de cabeças ao me amar. Sou morte, e a minha luz deve está causando repulsa por mais que evite dizer. Não sou mais “nova” e ofusquei-me diante da sua luz. Nasceu para brilhar em meu lugar e virar lua será fácil. Talvez eu queira dizer que te amo também, mas não na mesma intensidade, e na sua idade, minha pequena, tudo deve ser tão intenso quanto o negro dos seus olhos. Não chore, querida. Preciso que esteja sorrindo, nada é mais belo que o seu sorriso.”
O papel, junto com as palavras e todos os sentimentos verdadeiros foi desgastando até se rasgar e com toda certeza ser esquecido.

Um visitante apareceu para mim

Eu estava largada, ainda transbordando esperando por uma resposta que nunca viria. Aconcheguei-me no assento relaxando com os olhos ainda fechados. Imundo! Sussurrei para um mosquito que pousou em minhas escritas. Ele olhava para mim e aquelas bolinhas azul-escuro me refletiam. O visitante me assistia de longe e não parecia ter medo de mim. O que ele estava pensando? Se eu quisesse eu poderia acertá-lo com um papel ou esmagá-lo com o bocal da minha caneta. Mas ele não recuava, nem se movia. Encarava-me de forma tão espetacular que conseguiu me deixar vidrada nele. Movimentava os “bracinhos”, se posso chamar assim. Apertei os olhos e tentei lê-lo. Não consegui. A ingenuidade e a segurança que ele me passava eram realmente incríveis.
- Que tal tomarmos um café?
Claro, não teve conversa. Ele me ignorou completamente e saiu voando pela greta da janela. Fiquei ainda um bom tempo pensando no acontecimento e ria de mim mesma ao achar ridícula a idéia de que um inseto estaria ali para me visitar. Mas por que não? Então aproximei mais a luz da minha mini-lanterna e voltei a escrever.

Nasceu a lua – Matou-me
O ano começa e eu estava decidida a entregar-me aos estudos. A ansiedade por conhecer pessoas novas e encarar assuntos mais complicados me fez está pronta em minutos. Peguei a mochila que por sinal estava completamente fora da padronização da escola e me dirigi ao meu pavilhão. Revi pessoas que marcaram minha vida, abracei-as e apresentei-me a pessoas novas. Eu era típica menina melosa que ama abraços e ursos cor de rosa. Não importava muito naquele momento. Estava perfeito. Até que olhei para a sacada do meu colégio e avistei alguém. Senti calafrios e sorri ao ser chamada por minhas amigas para voltar à conversa. Não me entendi.
A escolha da sala foi logicamente feita pela secretaria do colégio, mas por mais que eu tentasse não sentia nenhuma mudança. O comportamento dos meus colegas era o mesmo, os professores passavam e me cumprimentavam, permaneciam com os mesmos cortes de cabelos e estilos de roupa dos anos anteriores. As pessoas legais continuavam legais, as inteligentes continuavam inteligentes, as mais quietas continuavam sentando nos cantos da sala e os novatos tentavam se encaixar em um deles. Eu especialmente era viciada por disciplina e tentava buscar a ordem. As crises, as brigas e a falta de educação não tinham espaço perto de mim e logo percebi que eu fazia parte da “guarda de honra”. Vinquei-me, aperfeiçoei-me e acomodei-me no militarismo que tanto levanta o meu alto estima. Deves está a pensar – Ela estuda em um Colégio Militar. –Você está certo, meu caro!
Os dias foram passando e todos já estavam com saudade das férias. Entraram de volta no ritmo e a vida voltou a ordem. Eu não era mais a menina dos ursinhos cor de rosa. Passei a ser temida e troquei os vestidos pelo meu fardamento que aos meus olhos era tão bonito quanto o resto do meu guarda-roupa. Eu me dedicava aos estudos a cima de tudo e não desprezava nada que pudesse me acrescentar.
Como todo bom colégio tinha que haver boatos, e a escolhida tinha sido eu. Azar? A palavra “Azar” tinha virado o meu sobrenome no final do mês de Julho, quando as aulas voltaram do recesso de São João. Começaram diversos boatos e então decidi me queixar no “corpo de alunos” (Local responsável pelo comportamento disciplinar dos alunos). Foi daí que conheci a lua.

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