Texto de Autor Desconhecido
Ainda em duvida
Não sei quem sou,
em quem confiar.
Não sei quem amar.
E nem quem leu,
este poema que alguém vai adorar.
Estou me perguntando...
Existe céu?
A minha vida terá um significado?
Um dia eu serei amado?
Será que eu dia eu serei odiado?
Mas isso não importa, pois nem conheço que eu sou agora
e isso realmente não importa
para quem já passou de sua hora
-Realidade -
" Eu nasci ouvindo que preciso tentar,
mas cresci sabendo que não devo errar.
Por que a vida se tornou cansativa?
Cansar de ouvir a verdade,
como se um sussurro acabasse com a realidade.
Só queria entender o por quê,
eu te envergonho ao perder?
Te juro que eu tentei,
tentei quebrar a barreira que me deixa insegura,
insegura ao ponto de não saber ser eu,
insegura ao ponto de me perder no meu eu.
"Tudo bem errar"
ela fala logo após me julgar,
ela sou eu,
um eu que se escondeu"
Oh! Eis a bela história; De belas vidas.
Escondida em cantos que ninguem se preocupa em procurar. Esses mesmos cantos, dos quais querem se afastar, dos quais querem se diferenciar, esses seres. Uhm!
Sorriso meu, ou talvez; tristeza a minha. Será?
Tal como as minhas palavras ou frases, coisas de um desconhecido, que logo passará se possível, tal como agora, que escrevo de um lugar aleatorio; escolhido pelo acaso.
A primeira escolha é algo entre o mais ou menos certo e errado para almas que assim acreditam. Risadas dou, ou devo eu dizer, sorrisos demonstro para monstros que, de algum jeito acreditam.
Tedioso, não? quem sabe, nada disso, uhmfph! Suspiros.
De um aleatório, de lugar algum ou de lugar nenhum, porque é-me deconhecido; um lugar desconhecido para um…
…desconhecido.
Palavras de um Desconhecido
Hoje eu chorei por você,
Por não saber onde está
O meu amor, que se perdeu
E não soube voltar.
Sempre busco achar
Minha vida, um sentido, um altar.
Sempre irei lutar com o que encontrar,
E sentirei que o meu respirar é meu amar.
E o seu sorrir é o meu abrir,
E o meu ceder não é te ver.
E no seu riso crescer,
E depois poder te agradecer
Pelos momentos de embarcar,
E mergulhar no seu olhar.
♥ Filha, hoje farei uma prece ao Eterno Paiagradecendo por tudo o que tu és,e tem sido na minha vida. O dia de hoje é um dia feliz, importante, merecedor de grande comemoração. Me sinto feliz e realizada,tu aplaudes as minhas vitóriase não faz cara feia com os errosque às vezes cometo. Porque tu, és conhecedora que a vida éassim mesmo, um aprendizado constante. Por ter uma filha assim como tu, amigae compreensiva, as coisas se tornambem mais fáceis.Fico mais tranquila em relação ao seucomportamento, dedicado e responsável.Quero manifestar o grande carinhoque sinto por ti, e falar da tuaimportância em minha vida.Talvez não fosse preciso dizer tudo isso, mas tu sabes o que sinto e o quanto ébom poder dizer tudo issoao teu respeito, pois são palavras de amor,reconhecimento e gratidão e sendo assimnos faz um bem enorme.
Seja sempre muito feliz! Te amo!
Tua Mãe. ♥
Imagine um mundo todo seu.
Imagine um mundo aos seus pés.
Um mundo onde você tenha tudo e todos só para você.
Imagine que todos e tudo são para te fazer feliz.
Um desejo seu move tudo ao seu alcance.
Se você quiser alguma coisa, vai surgir alguém sorrindo para atendê-la.
O que você desejaria?
Se fosse algo delicioso para você comer, alguém traria.
Se quisesse caminhar ao fim da tarde, alguém estaria lá para te fazer companhia.
Onde seria? Por campo cheios de belas flores ou por uma praia linda e deserta?
Se quisesse algo mais difícil, sem problemas! Seria alcançar o pico de uma montanha e, de lá, contemplar a beleza de todo o vale lá embaixo? Sempre teria alguém para te levar no colo se precisasse.
Seria um abraço que te mostrasse todo carinho? Lá teria alguém. Seriam palavras de carinho? A voz suave de alguém sussurraria doces palavras no seu ouvido.
Um beijo? Teria sempre lábios prontos para te beijar.
Imagine as pessoas que você levaria para este teu mundo. Todas as pessoas queridas para você.
Imagina todas reunidas a seu convite e do seu lado para assistir ao filme que você escolheu. Todas elas desejando te ver feliz. E você as vendo sorrindo para você, mas também curtindo aquilo tudo porque é tão somente com você.
Mas, ah esqueci! Não me imagine neste teu mundo.
Não imagine que me conheceu,
que me viu o rosto,
que ouviu minha voz,
que sentiu o meu abraço,
que suspirou pelo meu beijo.
Eu não posso estar neste teu mundo.
Eu já imaginei o meu mundo.
Estou nele com deliciosos manjares, lindos lugares, palavras doces a serem sussurradas, abraços a ser dados, beijos serem entregues, momentos a serem desfrutados.
Tudo isso! Mas, o meu mundo está tristonho, sombrio e sem graça.
Pois lá estou eu com tudo isso esperando você.
Você vem?
SOMBRA DOS VENTOS
Cansado de ser marinheiro nauseado
De remar à unha rumo a dezembros nublados
Pus-me ao solo encravado
Aqui ando e corro descalço
Meu superego, campo farto de hectares
Da primeira à última porteira
Posse tenho das poças em que tanto afogo
Eu quem afaga a cada seca desse cerrado
Eu quem afaga
Espelho de faca
Plantarei um pássaro
Para asas fazerem sombra em meu quintal
Sujo, eivado, de esgalho (ou da migalha)
O assoalho de meu quintal...
Solo, sujo, sol e chão
Farto de folhas de feridas que secaram
No outono que se foi.
Não como a sorte que nasce nos trevos
Nas vielas dos meus dedos...
A minha sorte - eu tenho outras -
Ainda é cedo
Pra mostrar
Quero (mais do que posso); vê lá se posso
Oh, esperança tão teimosa
Quero comprar uma rede
Pra me balançar
E voar em vento
Pra mo'da vida não parar
A minha sorte - eu tenho outras -
Ainda é cedo
Pra mostrar
OS MELHORES CONSELHOS
Economize dinheiro toda semana! Não importa quanto. Apenas economize.
Ouça os conselhos de seus pais ... no final são os únicos que querem o melhor para você.
Escolha seus amigos com sabedoria, assim como você escolhe os produtos para o seu desenvolvimento.
Aprenda a ficar sozinho e independente. É uma habilidade que poucos dominam.
Eduque-se, leia, leia, leia.
Eduque a você mesmo, cuide do seu corpo.
Não espere que alguém te ame; aprenda a se amar primeiro.
Você ficará bem
PÃO DE ILUSÃO
"Dona Maria vai à mesma padaria há 43 anos e alguns dias. Essa data traz a agonia inventada pela espontaneidade da vetustez. Alguns móveis da padaria, ao longo da modernidade, foram trocados por mármore gelado e mogno lustroso. Os donos do estabelecimento ainda não foram trocados. O padeiro continua com um semblante frio - tanto quanto o mármore - e a balconista, com a sua pele lustrada pela temperatura dos pães, estende dedos grossos para devolver o troco. Em todos esses anos, os formais comprimentos nunca foram trocados por nenhuma amizade com túnica mais interna. Dona Maria é apenas mais uma velha assídua que sempre compra o mesmo bolo de trigo. Os que estão na padaria, também são apenas os mesmos, apenas são, sem muitas túnicas internas, são superficialmente apenas duas almas sem recheio que Dona Maria vê ao longo de seus 43 anos. Por casualidade, há muitos calendários, Dona Maria vê os mesmos rostos, os mesmos objetos, come as mesmas comidas, veste os mesmos vestidos que cheiram a naftalina. Diga-nos, Dona Maria, diga como era o sol naquela década. Diga-nos, diga com dignidade como as pessoas se trajavam, nos diga sobre os programas televisivos, diga-nos se os corpos eram em preto e branco, diga se havia medo de ter esperança. Conte-nos, conte sobre hoje, conte sobre excesso de cores. Conte-nos como contas as moedas do cofre que guardas em cima da geladeira, qual valor tem a mudança. Para Dona Maria, a dinâmica do tempo não lhe foi muito generosa. Dona Maria aguarda, no cume de sua demência, que nada possa mudar, pois envelhecer é um fenômeno agudo, que esculpe pés de galinha e rugas sem muita cortesia estética. E ela inventa todos os dias mais um dia de monotonia, para que não alcance o desespero de um dia ter de que se reinventar. Dona Maria sabe que a eternidade não se vende em nenhuma padaria, mas que a alegria da ilusão lhe traz a sensação de poder ter desenhar a vida que se quer levar."
O MENINO QUE O VALE LEVA
"Você nunca volta pelos mesmos caminhos. Você, o pequeno menino do vale, também é o grande adulto que leva. E se hoje vai embora - cheio de lentidão na marcha - é porque nunca perdeu o medo de voltar. Sempre soube que, o soluço, é o veredito pujante do perdão digerido. E eu, teimoso como sou, dou conversa ao desespero. Tenho calos por ainda ter cordas, na cabeça, para me pendurar em suas fugas. Corra ligeiro, na cidade que há em mim, com todas as suas coisas que vão perdendo o cheiro, exalando o melhor perfume da sua falta. Vale-me muito esse menino. Valei-me...volte! Pois as placas não têm nomes e, as ruas, não têm saídas. Nos fios da barba, há cama para a sua insônia. Riso também é choro. Cacto também se rega. Amor, não se nega".
AMAR - ATO I
"Desde que se tornou verdade, todo medo era apenas mentira, sem parcimônia de sentir a ausência do cais que me era, da imensidão de sorrisos igualmente divididos. Com aqueles braços - que atravessavam-me sutilmente os poros - tod'alma fluía, vestida de lençóis translúcidos, delicados, mas hígidos o suficiente a passar por qualquer espinho sem nem causar ferida, partos e partidas. Partilhas comigo a razão das mais belas canções e da cólera incurável, da falta do ar. Desde que se tornou verdade, tudo se torna...transforma no ato de amar".
Pouco é Querer pouco
Quando eu quero a poesia,
Eu quero anestesia,
Quando eu quero a magia
Eu quero alegria
Quando eu quero conforto
Eu quero um abraço
Quando eu quero amizade
Eu quero pra eternidade
Quando quero,
Quero em demasia
E é isso que me traz agonia
Não consigo viver de pouco
Não sou pessoa de troco
Quero sua mão,
Quero seu coração
Quero sua perna,
Quero sua alma
CARECA DE SAUDADE
Há pouco esmero nesse texto. Há pouco ele cresceu. Crespos, lisos, ondulados: tantos são os caminhos para a saudade. Trançados em raiz, espetados, penteados em et ceteras. E, mesmo em caminhos calvos, é algo que cresce, aumenta, cai. Tal vez, saudade. Cabelo, talvez. Arrepia e embaraça. Saudade é capaz conceber sentimentos de arrepiar e embaraçar qualquer sensatez. Há quem peleje ao pentear os fios desse tempo com o credo latente de que a saudade irá passar. Esforços em vão. Cabelo se corta, saudade também. Saudade logo cresce. O cabelo? Também!
PÉTALA POR PÉTALA
"Aprendi a andar sobre à vida sem as mãos, sem nenhum apego ou reflexo de segurança mediante ao perigo. Em minha riqueza de aptidões, a que mais contemplam é a terrível maneira como os cadarços se comportam. Os que se importam: sintam-se importantes. Equilíbrios aos equilibristas. Pra eu que tanto me dou bem e mal - pétala por pétala - sob o papel de malabarista, resta rogar habilidade na dinâmica das instabilidades."
TRUCO
Troquei de roupa
Troquei os passos
Troquei figuras
Troquei os fatos
Troquei de olhos
Troquei de alma
Troquei de cores
Troquei de espelhos
Troquei de braços
Troquei palavras
Troquei de amores
Troquei de pecado
Troquei as bolas
Troquei
Truquei
Retruquei
Aos trocos e devoluções
Não me troco por nada
CIDADES ONÍRICAS
"Gosto de tudo o que sou, enquanto caminho para o sono, naquele instante de repouso em que sou apenas mais um tom de vulto. Sou bom em ouvir vento varrendo ruas, em pensar na turbulência dos acasos e em fugir de insônias autorais. Refaço as costuras dos panos que me embrulham, em pensamentos desajuizados, desenfreados. Quando, por fim, durmo, acordo em cidades oníricas e tomo café da manhã com a minha bendita inconsciência."
LER-ME É LEI
"Leia-me!
Leia-me, me lê.
Lê aqui...e aqui.
Agora, aqui.
Cursivo,
Bem grafado,
Devidamente acentuado.
Todavia, gramaticalmente
Despenteado.
Leia-me!
Leia-me, me lê.
Lê aqui...e aqui.
Agora, aqui
E agora, consegue?
Não conseguiu.
Tá amuado,
Sabe que até um desvairado vê,
E idem o pobre iletrado.
Deixe-me chegar mais perto...
Fique parado!
Não afrouxe as córneas,
Não pule palavras.
Minha couraça em páginas...
Leia lauda por lauda.
Ainda não consegues?
Fiquemos bem!
É tudo esboço,
Se tá turvo,
Não tá borrado.
Tobogãs venosos
Escorrem ´liquid paper´.
Omiti ou tá apagado.
Leia-me!
Leia-me, me lê.
Lê aqui...e aqui.
Agora, aqui.
Há muita luz em mim,
Não sou de fins,
Muito pouco de abismo.
Se não consegues me ler,
É miopa - ou astigmatismo."
TIMBRE DOS VENTOS
"Quando o vento der timbre às portas e janelas: é hora de acordar. Desperta-te mansinho, como cada fio de uma nuca que se insinua. Olhai as molduras que sol pendura em paredes cruas. Escute os meus uivos - qu'esses, aprendi com os ventos. Num abraço coube todo clarão do dia. É nas manhãs dos teus beijos qu'eu me rein(vento)."
ELAS POR ELAS
Das mulheres que se perdem
Em teus lençóis,
Eis, em teu colo,
A única que lhe faz
Cama, chão e torpor
A mulher em teu colo,
Pede com sede,
Cada janela dos teus olhos,
Elas são elos,
Mas, só uma,
Geme sem dor
A mulher em teu colo
Cruza ventos e suspiros
Para ter os teus ósculos;
Ela sabe a rua do ir e do voltar
É sujeito de seu próprio verbo,
Sujeitando-se ao delírio e
à doidice
De comprar horas
Pra te amar
GOELA
GOELA
"Os meus braços balançavam.
Como um pêndulo,
Os meus braços balançavam.
Remando em antagonismos,
Meus barcos não iam,
Nem voltavam.
Meus olhos vasculhavam:
Do embrulho no estômago
Aos mares das pálpebras.
E o meu cais virava caos,
Revirava todo o chão do mundo
Até achar sementes,
Raízes, ramas ou, somente,
As palavras enterradas
A sete palmos
Em minha goela."
