Texto de Amor Ensinamentos de Vida
CRIAÇÃO (soneto)
Há no amor um tempo certo de se firmar,
que é o momento de plenitude e bendito:
as almas são de uma total grandeza ímpar,
e onde, os dois corpos, poetam no infinito.
Tudo é um êxtase no peito a proclamar,
de força e surpresa, a um coração aflito;
acesa, mãos tremulas, se põe a celebrar,
num vagido, eclodindo num gentil grito.
Rasga-se em luz o olhar dos amantes;
cada gesto a carícia em plena euforia,
e o tempo, estaciona em cada abraço.
Porque, entre cada gesto refrescante,
brota todo o Universo, em doce alegria,
acalmando o dia, dos beijos em rijo laço...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
05/04/2018
São Paulo
Olavobilaquiando
Inspiração de amor
Oh! imaginação solitária e crua
Clamando pelos carinhos teus
Traz versos da alma nua
E não somente sinais ateus
Diga a ele que é o amor
Quem grifa os versos seus
Escorrendo na veia torpor
E na inspiração os desejos meus.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
09/10/2014
Rio de Janeiro, RJ
A UM AMOR PERDIDO (soneto)
Quando a primeira vez se perde o amor
Que do leito acordou, ali gemendo e só
Dentro do peito a tristeza se faz em nó
E desabrocha a flor de lágrima e suor
A vida sente os olhos mareados, forrobodó
Sobe-lhe um amargo, e o primeiro ardor
Do queixume, do pesar, de um pecador
Tal a rosa, de perfume e espinhos, dá dó
Então a alma se traveste de desventura
Numa torpeza de paixão e de mágoa
Onde o sonhador é bravo sem bravura
Assim neste pranto em verso de bágua
Teu cheiro é açoite sem doce candura
E tua lembrança nos arde em frágua...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/10/2019, 23’47”
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
De amor
Eu não tinha nada, ao vir para este mundo
Busquei em cada olhar um abrigo, um amigo
E nesta leitura me fiz mais profundo
No meu eu. Me vi rico, me vi mendigo
Cada tempo, cada minuto, cada segundo
Caminhei junto ou separado, calei e pude falar
Assim o corpo se tornou fecundo
E aprendi como é bom amar
Que na alma só ele vai fundo
E ao partir, nada terei, só o amor pra levar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
fevereiro de 2016 – Cerrado goiano
Mulher
Mulheres mistério da criação
Mulheres de sexto sentido
Mães, esposas, amor garantido
Meretriz, coração sofrido
Repartido, nem sempre aceitas
Sedutoras, perfeitas, imperfeitas
Vaidosa, cheirosa, provocante
Ocultas, feiticeiras, alucinantes...
Mulheres que encantam, provocam
Com seu olhar falam, tocam
Parideiras, santas, no cio
Briguentas, humor por um fio
Beatas, rezadeiras, absintas
De almas serenas
Brancas, loiras, morenas
Pé no chão, terrenas...
Mulheres de luz, de juízo
Agitadoras, de guizo
Sedutoras no paraíso
Dominadoras com seu largo sorriso
Mãos calejadas de rendeiras
Preguiçosas, trabalhadeiras
Outras com sua ginga faceira
De pulso forte como aroeira...
Mulheres que o olhar disfarça
Perseverante, perpetua a raça
Envolventes com toda a sua graça
Conselheira de eterna ilusão
Movidas pela feminina emoção
Fascinantes nos perigos do coração
Fera na defesa de sua convicção, dos seus
Mulheres uma bela criação de Deus!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02/03/2009 - Rio de Janeiro, RJ
Choro de amor
E passamos junto muita coisa
dos nossos olhares muito perdeu
fui teu no amor, a saudade poisa
hoje, no tudo se foi, tudo morreu
Sei que é outra a sua jornada agora
que a nossa paixão no tempo ficou
que o coração está em diversa hora
e que o teu sorriso por mim gorou
Assim, o destino se fez em realidade
sem piedade de nosso amor zombou
deixando na poesia muita saudade
louca, e o rastro de não mais voltou
E nesta ressequida saudade dorida
ainda no peito o silêncio do seu olhar
que insiste em não dar a sua partida
restando a solidão na alma a chorar
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02/06/2016, 12'00" – Cerrado goiano
NATAL, amor
- Para todos os que coabitam
os fartos, os que necessitam
- Pelas mãos que dão asilo
a aquele que está intranquilo
- Pela dor que é compartilhada
na dificuldade vivenciada
- Pela velhice respeitada
é sabedoria, tem de ser assimilada
- Pela mágoa que abriu ferida
indulgência deve ser oferecida
- Pelas guerras iniciadas
as armas devem ser arriadas
- Pelo tempo, em sua moderna corrida
abrace mais, sorria mais, mais vida
- Pela inconsciência desatinada
a natureza deve ser preservada
- Pelo amor, a diversidade em harmonia
vamos comemorar união, força, hegemonia
- Pois a nossa fé não pode ser fatal
oremos ao Menino Deus, é Seu Natal!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
cerrado goiano - Natal.
SONETO PARADOXAL
Como quisesse poeta ser, deixando
O estro romântico, espaço em fora
O amor, ao reconhecer sem demora
A seleta face, abriu o ser venerando
Encontros e desencontros, cortando
Caminhos e trilhas, percorri: e agora
Que nasce a poesia, o poema chora
E chora, a rima passada, recordando
Ó, estranha sensação despropositada
Tão saudosa como se fosse “In Glória”
Invade o poetar sem ter um comando
Assim por larga zanga aqui pousada
Me vejo perdido, triste nesta oratória
Quando poderia êxito estar versando
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04 de dezembro de 2019 – Cerrado goiano
Olavobilaquiando
E, Por Falar de Amor
Hoje acordei com o coração aos espinhos
De uma saudade
Sem os teus carinhos
Imensidade
Esta solidão
Que poeta pela metade
Versos de emoção...
Pelas lágrimas um aroma rijo
Do árido sertão
Um esconderijo
D’Alma na contramão
Do teu olhar...
Me agarrei no timão
E a navegar
No mar de suspiros
Pus-me a chorar!
Hoje acordei com o dia empanado
Escuro
Você não estava ao meu lado
Tudo era vazio, impuro
Coalhado
Duro
Propalado...
Desconjuro!
Eu só queria ser carregado
Dali
Pelo desejo imaculado
Que sempre tive de ti
E não essa dor
Que hoje senti
Ao falar de amor
Aqui!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Cerrado goiano, 10 de dezembro, 2019
ATRAVANCO
Tantas vezes, na poesia, as asas do amor
Largo na imaginação, e fico dele tão perto
E, ao poetar, a realidade então a interpor
Como tudo, sem ti, um vazio tão deserto
Saudade... a minha alma chora, essa dor
O dia alongado e, a noite cheia de aperto
Meu sentimento soluça tal a um pecador
Que pede indulgência, e tudo tão incerto
E abre o espanto, no olhar, duma agonia
Meu verso voa, e mais triste é a alegria
Que sagra o coração nas rimas sonantes
Há pôr tudo a esperança, que não falece
O cântico insiste, e a solidão empecesse
Sustando a força do torvar para amantes
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/12/2019 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
DEIXE QUE VOCIFERE
Deixe que a voz da alma enfim vocifere
Este grande amor que no peito arqueja
Que o olhar do mundo todo então veja
Um afeto que satisfaze e que não fere
Basta de desacertos! Que apenas seja!
Sem medo, sem segredo, apego sugere
E quando eu passe, eu me empodere
Da paixão, e a cobiça morra de inveja!
Sabe: é tão forte dentro desta emoção
Que a afeição desnorteada me consome
De ti sou repleto, e poeto-te com ardor
Ouço a ti em cada canto, canta o coração
Em um pulsar que exalta só o teu nome
Como é bom poder falar do nosso amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/12/2019, 17’14” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
A Voz do Amor
Nesse coração acelerado e existente
Labirinto romântico e sacro do afeto
De refúgio arcano, piegas e inquieto
A voz do amor, te vozeia, persistente
E quando a tua voz tange na mente
A alma se embebece em um dueto
Com o sentimento, num só soneto
De paixão e ardor, tão ferozmente
Que, o meu olhar se torna cantante
Denunciando ao meu amor sincero
Sua importância de todos os amores
Em um concerto leve e constante
Dos anjos, sem nenhum exagero
És ritmo a vida em todas as cores!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/12/2019, 16’10” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
[...] do Amor
[...] e tão grande, sublime e tão profundo
Chega-te a mim! - adentre no meu amor
Sempre digo: e que se faça mais fecundo
E neste mundo, quero-te mais, aonde for!
Se vício, deixe-me pecar por um segundo
E o meu desejo entrego ao desejo em flor
Preme o meu peito com o teu ser jucundo
E beba-me no prazer... este doce sabor!
Ah! Bendito momento de sua aparição
Se o tempo morrer agora. Que importa!
Já de porta devassada deixaste o coração
Perdoe-me Deus, no sentir já não comporta
Tanto querer, e no olhar tanta a satisfação
Pois, deste amor ao pecado me transporta
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/12/2019, 05’03”, Cerrado goiano
Olavobilaquiando
DÚVIDA (soneto)
E.… uma dúvida que me atormenta
A divisão que no amor em que ando
Padeço e sofro, num vazio, quando
O perdão e culpa, a qual me alimenta
Silêncio e traição sufoquei amando
Na ânsia de querer-te sem tormenta
Ah! Como dói este olhar que ausenta
Pois, o desejar no coração não mando
Tenho o dia estonteado e sem atitude
Choro, e com que ardor eu quisera
O afeto, agora confuso e sem virtude
Sinto que prodiguei a paixão sincera
Se sofro, porque invadir-te não pude
E nas incertezas, difícil é essa espera...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 de janeiro de 2020, -Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ESPERANÇA (soneto)
Saudades de ti, me vem com ternura
Teu nome, ao amor, não é indiferente
Entre o poetar, e nos versos murmura
Recordação, nos suspiros, de repente!
Longe de ti, o pranto, mísero, tortura
Essa solidão, que geme tristemente
Mas, as alegrias vividas, porventura
Abalança o tormento, tão presente
Nesse amargo sofrer, o teu nome
A florescer na secura do cerrado
No peito o saudosar, me consome
Ao evocá-lo... agridoce atmosfera
Que no desejo é mais que desejado
E, na inspiração... ainda te espera!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/01/2020, 07’03” – Cerrado goiano
Olavobilaquiando
GRILHÃO DO AMOR (soneto)
Tenho saudade e ardo em lembranças
Dum amor que me endoida e me abate
Quem há de me tirar destas esperanças?
Quem há de os nós, quebre, me mate?
Não sei que certeira e desiguais danças
Me cravou no peito, dores deste quilate
Sem que eu sentisse, as tais mudanças
Do sossego. E agora neste vil combate...
O amor adentrou tão cauto, silencioso
Que eu nem me preocupei que estava
Apenas vivi, um ser no haver amoroso
E os lábios a sorrir e olhos cheios d’água
Como dói viver, sentindo, estreita trava
E chorar na solidão e trovar com mágoa!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
copyright © Todos os direitos reservados
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
DEIXA... (soneto)
Deixa que a poesia a dor devasse
A dor de amor que não é segredo
Pois, a todos tem o mesmo enredo
Mais cedo, ou tarde, se mostrasse
De todo o afeto, não tenhas medo
Tenhas no esperar que tudo passe
Aos desenganos encare a tua face
Nas perdas nem tudo é só degredo
Basta de pranto! enxugue a emoção
Deste amor que o poetar consome
Melhor o sofrer sobejo que ter ilusão
Ouça o poetar do coração, imerso
Que vocifera pelo certo sem nome
No tempo, se revela, o exato verso
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CALABOUÇO (soneto)
Ah! quem há de amar, amor inconstante e criado
O que o coração sofre, e a poesia cria impotente
Sangra, chora, pena e arde o sentimento da gente
Nas lágrimas poetadas num recanto aprisionado
O pensamento escreve, e o desagrado fica ao lado
Catucando a alma com seu olhar tão descontente
Quando nos versos teria que ser o trovar diferente
E, insistente, se faz a melancolia hospedada no fado
Ó palavra pesada, rude, fria e espessa, que penaliza
Abafa a ideia leve, e do sonho põe-se num paralelo
Onde refugia a solidão, numa escuridão governanta
Quem pode achar a expressão tenra, tal afável brisa?
Que sopre rimas que nunca foram ditas, de teor belo
E venha ao amor confessar agrado preso na garganta!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/01/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
INTENSO (soneto)
Tens, no abraço, o calor que não é engano
Do amor: tão aceso no desejo, tal a pureza
Que a minha razão permanece na certeza
Do feitiço, da quimera e do anseio humano
E, nos encantos da sensação, a total viveza
Tristeza?... não. Pois, o querer é soberano
E na alma é permanente, e de chama acesa
Tão brando no verso: em cadência e beleza!
És afago e carinho, sob os olhos: um abrigo!
Amigo!... Intenso!... em acordes na emoção
Tão dos sonhos, que parece um amor antigo
E, te digo: - igual não há no trôpego coração!
Se distante e na saudade, um severo castigo
Flor amorosa, que perfuma e aderna a paixão.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08/01/2020, 05’09” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
OUSADIA (soneto)
Longe do poetar o amor, a alma nua
A solidão escreve! Um silêncio cego
Do claustro, em um vazio e no ofego
Insiste e teima, sofre e tudo continua
Mas o velho coração na dor entrego
Na esperança que o pesar construa
Prática. E não a uma desilusão crua
Largue o querer, em um aconchego
De tal modo, que o viver no suplico
Então chore, grite, e assim agrade
A ilusão. E então valha o sacrifício
Porque a pureza, barda da liberdade
Da arte casta, nunca usa de artifício
Pra amar com leveza e simplicidade
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
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