Texto Comecar o dia
Pode acontecer
Um dia você desejar
o Céu cinzento
E enxergá-lo
insuportavelmente azul
Pode ser que aconteça
Olhar a robusteza das árvores
E pensar na ansiedade
da verdade que o outono revela
Em sua sala iluminada
Lembrar-se com muita saudade
do tempo do candeeiro
ou da vela
Cada momento difícil
dessa antiga caminhada
Pode acontecer de um dia
Olhar com imensa nostalgia
pela janela à própria alma
descobrir que não viu quase nada
Reclamou, perdeu a calma
Pagou pela viagem
Porém não suportava
A distância, a passagem do tempo
... a paisagem
A jornada da vida
Cuja partida
Ocorrida lá na infância, hoje distante
pode acontecer
Um dia você finalmente se dar conta
Que o caminho era só de ida.
Edson Ricardo Paiva
Um dia
Num tempo
Hoje não longe
Nem por isso perto
Existia um lugar
Que não chegava a ser deserto
Mas era distante do mar
E ficava em frente a uma janela
Onde havia acima um Céu
Não sei dizer se as estrelas
Que brilhavam naquelas noites
Costumam sair ainda
Meus olhos agora
Enxergam muito mais, quando fechados
Um dia
Reluzia esperanças
Que olhando neste momento
Penso ser melhor esquecê-las
deixá-las de lado
Relegar ao esquecimento
Agora
O silêncio daqueles dias
Ganhou voz e hoje me diz
Que era por não saber
Que eu trazia guardado no peito
O sonho de ser feliz
A gente era apenas criança
Que não sabe nem mais querer
O que um dia quis.
Edson Ricardo Paiva.
Hoje
Pra mim
Assim como ontem
Não é dia nenhum
Assim como eu
Pra você
Não sou ninguém
Sendo apenas mais um
Posso ser
Um poeta idiota
Um palhaço
Um cara legal e desconhecido
Um amigo, um bandido ou um bebum
É provável que não seja nenhum deles
Assim como esse dia
Também tem tudo pra acabar
Sendo apenas uma marca vermelha
Num calendário que foi parar no cesto
Na primeira terça-feira do ano seguinte
Pode ser que aconteça
No instante em que você passar
Pela moldura da porta
Que estiver mais perto
de repente
Chover no deserto
Num dia qualquer
Nesta vida, onde nada está escrito ainda
O errado pode ser
Que esteja certo
Mas a visão advinda
Lá de um lugar que não se sabe aonde
Venha abrir teus olhos
Pra tudo aquilo
Que você escondia
de você
Pode ser que hoje seja
o grande dia
Tudo depende
Se você
Aprende ou não
Abrir os olhos de ver
As coisas que você procura
debaixo da moldura
das portas que essa vida dura
Permitia a você enxergar
e ao mesmo tempo
te impedia de ver.
Edson Ricardo Paiva
Eu passo todo dia
pela mesma rua
e na frente de cada casa
Há sempre um jardim disposto
de maneira diferente
no tempo e no espaço
Eu faço a vida inteira esse trajeto
e faço do mesmo jeito
do lado oposto
Mas é a mesma rua
Que não é mais a mesma
Quando termina
Existe outra calçada
Quando a gente
Está perto da praça
Mas a graça de tudo isso
É o colibri que bate as asas
e sempre se aproxima
Mas não é todo dia que ele sorri.
Ali tem um Sol sempre brilha
E tem sido assim a vida inteira
Pois o fato de as nuvens o encobrirem
Impedindo que a gente o veja
Não significa necessariamente
Que esteja apagado
Nem sempre a cerejeira dá cereja
E os jardins são sempre jardins
Todas as ruas do mundo tem dois lados
Sempre sobra uma sombra
Mesmo que a gente não veja
O sorriso do colibri
Por detrás dos escombros
Eu acho assombroso
Tantos seres alimentando essa dúvida
de que o beija-flor realmente sorria
Pois não acredita no que não pode ver
Mas crê nos poderes da dor
E a gente sempre chega a outra rua
No final de cada dia
Brilhando ou não havendo Sol
Outra noite
E nunca é igual
E aquela rua também não é mesmo
A mesma que termina numa praça
E esta é a bela graça de toda vida
Aprendida na ausência de pressa
E que a gente não vê
Mas ...
Invariavelmente termina
Na esquina onde tudo começa
E que fica naquela rua
A mesma
Onde todo mundo passa.
Edson Ricardo Paiva
Um dia Deus fez vários mundos
Cobriram o nosso com lona
Todo dia agora é circo
Eu fico aqui da plateia
Sem ter a pálida ideia
A quem devo aplaudir primeiro
Eu olho a cena como um todo
E a mim mesmo como um tolo
Apenas a qualidade da luz varia
Pois o tempo torna o brilho fosco
Tentei escrever poesia
Sem querer falar de amor
E nem nada que fosse assim
Tão tosco
Com todo respeito
Ao palhaço que um dia fomos
Não há mais espaço pra riso
Só máscaras e máscaras
de caras bonitas e gentes ruins
e trapezistas e gente que come fogo
Por causa do aplauso do mundo
Tão cansado de não rir
Logo ... eu faço questão de aplaudir.
Edson Ricardo Paiva.
Eu quero a chuva
Num dia de Sol
No mesmo Sol
De uma manhã de inverno
Eu quero a sorte
de noite estrelada
Que seja hoje
e de novo amanhã
Calor de Sol
Numa blusa de lã
Espero
A curva lá da ventania
Eu quero vida na vida
E se eu pudesse querer
Outra coisa qualquer
Desejaria que ela fosse
Linda
Linda como a chuva
Num dia de Sol.
Edson Ricardo Paiva.
Cada dia na vida
É um dia que se vai
Na noite, perdida
Esquecida
de viver a vida
Essa gente meramente
Pensa em pensar que pensa
E tão intensamente não pensa
Que a vive propensa em longe vê-la
Trazendo nas mãos
Uma enorme porção
de nada, algo disforme
Não sacia a sede
Insaciada fome
A mente vazia
Pensa linda a cena
Sentindo-se plena
Em contato
Com gente pequena
Cuja mente
Mais vazia ainda.
Edson Ricardo Paiva.
Eu hoje abri a janela
Vi que o Sol brilhava lá no Céu
Ainda outro dia
Eu estava num lugar distante
Ainda outro dia
Eu era outra pessoa
Ainda outro dia
O Mundo era um lugar muito bom
E a vida era boa também
Agora
O Sol ainda brilha lá fora
As outras estrelas
Se apagaram quase todas
Os ventos que sopravam
As folhas que caiam
A água me parece
Ter-se evaporado
Hoje o novo dia
Me trouxe a vida nova
Mas hoje eu vejo
O quanto envelheci também
Talvez eu tenha me esquecido
A outra vida e o outro eu
Num canto qualquer do passado
Hoje, além de mim
Ninguém percebeu
Que o Sol ainda brilha lá fora
Com a mesma linda intensidade
dos dias de outrora
E os dias tem sido assim
Parece que agora ficamos
Eu e o Sol
E talvez por algum tempo
O Sol ainda brilhe lá fora.
Edson Ricardo Paiva.
No dia em que a gente nasce
O tempo a viver é pouco
Entretanto a gente perde
Muito tempo sendo louco
Louco o suficiente
A ser cego e não perceber
Que o tempo a viver é pouco
E que nada na vida é da gente
Nem mesmo a gente
Somente a nossa vontade
Então, sinta a brisa morna
A beijar o teu rosto
Assim que esse dia termina
Nenhum dia na vida retorna
Veja o vidro do relógio
Envelhecer com as horas
A genuína verdade
Passa na nossa frente
E toda oportunidade
Que vai e não volta
Era verdadeira
O ponteiro sempre volta
Pois o tempo, na verdade
Passou pelo vidro
Ao levar-lhe o brilho
Assim são as coisas
Que a gente perde
Ouça o sino da velha igreja
Veja há quanto tempo ele badala
E mesmo assim você
Não saberia dizer
Sobre ser a mesma vibração
de cada badalada triste
A vida se cala, quando não se ouve
Na simplicidade, a verdade da vida
Embarcamos na viagem
Mas há muito nos esquecemos
da boa sensação
Que é olhar o trem sobre trilhos
Enquanto ainda na estação
Há muito eu não olho o brilho
das gotas de chuva bater no chão
É assim que o tempo trabalha
E é dessa maneira que perdemos
A batalha pela vida
Porquanto a vida não é batalha
É apenas vida
Veja, que enquanto crianças
A gente deseja crescer bem depressa
E nessa pressa em crescer
Se esquece de guardar um pouco
da criança que deixou de ser
Pra poder sê-la outro dia.
Mas nenhum dia na vida volta
O tempo, o vidro do relógio
O beijo morno da brisa
A imprecisão no badalar dos sinos
E quando menos se espera
Um dia o trem sai dos trilhos.
Edson Ricardo Paiva.
Eu penso em como será
No dia em que a gente parar
Pra pensar em como teria sido
Tem horas que posso ver
Até as cores dos vestidos
Mesclados de amores vindouros
Cabelos floridos
Mulheres do passado
Homens de riscado
Talheres de ouro
Mas precisamos aceitar
Que tudo isso
Hoje é um sonho
E que está tão longe
Sorrisos guardados
Que podiam ser ridos
Esquecidos
Eu penso em como seria
Se fôssemos precavidos
E tivéssemos cuidado
de... juntos
Separar as pedras
Aquelas, que agora hão de ficar
Eternamente juntas
Nós não vamos saber nunca mais
Quão bela coleção de poesias
Poderia estar oculta
Aquelas
Que jamais vamos lê-las
Numa tarde de alegria passageira
Que podia ter sido
Eternamente verdadeira
Mas a gente foi deixando
Pra um dia depois
Eu penso em como será
Quando todo mundo perceber
Que podia ter sido
e não foi.
Edson Ricardo Paiva
Eu não gosto nem de lembrar
do dia que conheci a vida
Eu fiquei assim, meio na dúvida
Se vida era um lugar
uma pessoa
ou um pensamento pensado à toa
enquanto na sala de espera
Não sei nem se bem vida ela era
Me lembro que ouvia falar
Que era linda
Mas isso dependia
de que forma a gente a olhasse
Acho que foi por isso
Que no dia em que a olhei
Face a face
Percebi que nela havia
uma certa graça
Mas nada que não se desfaça
Com o correr dos dias
Enquanto ela se revela
Hoje eu penso que ela podia
Ser tão bonita
Mas eu sinto que ela se irrita
Quando ouve alguém dizer
Que a vida é bela
Essa vida irritada, agora
Me faz olhar pra ela e sentir
Vontade de dizer
Que por ela não sinto nada
Talvez, quem sabe
Uma ponta de saudade
do tempo que ouvia falar
Mas não a conhecia de verdade
É por isso que agora
Nada me dói saber
Que por mais ameaças
de ir embora, ela faça
A maior parte de mim
Já passou pela porta
E a parte que ficou
A bem da verdade
Nem se importa.
Edson Ricardo Paiva.
Quando vir que o dia começa
Não se apresse em declarar-se grato
Pelo simples fato de viver ainda
Os pássaros e as flores demonstram gratidão
Sendo parte integrante da natureza
E o fazem com simplicidade
Sem mostrar ou demonstrar
Nem pressa e nem gritaria
Observe o silêncio do vagalume
Na nuvem de tempestade
Que se agiganta e encobre a montanha
A outra montanha, de altura tamanha
Cujo viço leva o cume a sobrepor-se à chuva
O som das águas na voz do rio que canta
A sombra sob a árvore
Onde a abelha faz colmeia
E a aranha monta e desmonta
Sua linda e complicada teia
Atravessando a sua breve vida
Em divina serenidade
Permeando a nossa, enquanto isso
Compromissada em viver
Sem compromisso e nem nada
A verdade perene
Eternamente equilibrada
Pois as grandes obras
Mesmo despercebidas
Estarão sempre lá
Pra quem ainda quiser aprender
Que reconhecer a tudo isso é, sim
Agradecer a Deus
Guardando em paz o coração
Enxergar a palavra
No silêncio das coisas que Ele faz
Exortar gratidão
Buscar a ciência e a justiça
Ler nas entrelinhas
Das coisas que estão invisíveis
Apesar de simples e cristalinas
Deus trabalha humildemente
No pulsar da maior estrela
e na forma da formiga
Que recolhe a folha morta
Por isso, se o dia amanhecer
Agradeça a vida em atos
Veja que a resposta estava junta
Muito antes do advento das palavras
Pensamentos ou perguntas
Onde o vento somente as multiplica
E assim como o dia começa
Enfim, toda vida termina
Culminando quase sempre
Em súplica que descreve
E apesar de tudo isso
Aquilo que não se via
Sempre esteve
E estava lá todo dia.
Edson Ricardo Paiva.
O grilo
Cantava pra Lua de noite
E fugia do pássaro
Quando o dia amanhecia
Tem coisas que não se alcança
Por mais suaves
Sejam as palmas das mãos
Elas passam despercebidas
Há lugares pra se olhar de longe
E outros que se sabe
Mas nem ao longe se vê
Só não há como prender o tempo
Nem quando a gente o quiser
Nem mesmo sem o querer
O toque das mãos
Um dia deixa de ser tão suave
O canto do grilo
A Lua não alcança
O tempo troca a noite pelo dia
Correndo suavemente
Qual toque das mãos
Um dia deixam de ser tão leves
Porém são tão breves
Quanto a queda num precipício
A vida, tão linda que era
Até mesmo um encontro ela tinha
E passava toda a si mesma
A cuidar da sua própria beleza
Pois a beleza da vida
Quando a vida era bela
Jamais envelhecia
E passava sem pressa
Na certeza dessa espera.
Edson Ricardo Paiva.
Eu peço ao dia de hoje
Que ele esteja vivo
E seja livre como o pássaro
Que fugiu quando eu abri a porta
E que se a vida pudesse
Ser ao menos boa
e deliberadamente linda
Qual canto do grilo
Cantando pra Lua
Antes que finde a madrugada
E que a Lua empalideça
Grilada dos pés à cabeça
Carente daquela beleza
Que mata a gente de saudade
Mas que à luz da verdade
O morrer por saudade
Nâo seja morte que vem à toa
E quando a chuva cair
Ela jamais impeça
Que a gente peça ao dia
A presença
do pássaro que voa
Nem das flores
Que a chuva planta
Na beira das estradas
Que se percorre
durante o correr da vida
E se a vida puder ser assim
Não peço ao dia mais nada.
Edson Ricardo Paiva.
Vida Flor.
A vida é o dia de uma flor
Quando a chuva aproveita
Bota as pétalas de lado, assim
Se espelhando numa poça rasa
Detalhando os seus tim-tins
Orgulhosa da própria beleza
Ajeita luz do sol
Renovando a folia
Acredita, enquanto há tempo
Tempo é tudo quanto mais havia
Quando o tempo de já não mais crer vier
Ele vem, crer ela não quer...aceita
Bota espinhos, tenta defendê-la
Tristes mãos que, porventura, recolhê-la
Assim, como um sol que renasce
E que jamais se opõe
Ao orvalho das trevas
Escolhe uma melhor lembrança e a leva
Molha-te por molhar-se
Escolhe um ramalhete pra passar teus dias
Que, por ora, ornamenta e tenta e tenta
Tanto tenta que, quando desiste
Já não sente assim, tanta tristeza
Tenta, mas aprende a desistir também
Nem jamais te arrependa de nada
Desaprenda o sorrir
Mesmo assim, depois, aprende
Rir-se de si mesma.
Edson Ricardo Paiva.
Querido dia você ta lindo embora eu não esteja vendo graça nisso a culpa não é sua se bem da verdade eu nem sei porque estou assim silenciado por dentro, olhar querendo se fechar para não ver certas coisas ouvidos não querendo ouvir nada nem de tão bom e muito menos de tão ruim...
Acho que só quero ficar só...
Hoje em dia eu nem sei mais
O que é claro e o que é escuro
Nem sei mais a diferença
Entre o raro e o banal
Hoje eu não mais compreendo
O que é vento e o que é mar
O que é lento ou está parado
O que é fumaça e o que é ar
O que não tem graça
e o que é pra rir
Quem está contra mim
e quem está ao meu lado
Quando eu vou dormir
está de um jeito
Quando eu acordo
Não sei se acho feio ou bonito
deixaram tudo misturado
Não sei se o Mundo anda esquisito
Ou se sou eu
Que ando meio pirado
Hoje em dia eu nem sei mais
O que é claro e o que é escuro
Nem sei mais a diferença
Entre o raro e o banal
Hoje eu não mais compreendo
O que é vento e o que é mar
O que é lento ou está parado
O que é fumaça e o que é ar
O que não tem graça
e o que é pra rir
Quem está contra mim
e quem está ao meu lado
Quando eu vou dormir
está de um jeito
Quando eu acordo
Não sei se acho feio ou bonito
deixaram tudo misturado
Não sei se o Mundo anda esquisito
Ou se sou eu
Que ando meio pirado
Agora mesmo eu estava lendo
Um artigo que dizia
Que aquele problema antigo
Que parecia resolvido
Será recebido de volta
e com festa
E nessa festa haverá música
e serão cantadas
canções sem nenhuma poesia
dizem que a moda agora é esta
Eu olho pros lados
e não sei dizer quem é homem
Parece que o normal
hoje em dia é ver a fome
Como coisa natural
E que os salvadores
na verdade
São aqueles
Que a todos comem
Me disseram que agora a cobra voa
Eu concluo que por mais que eu diga
Estarei falando à toa
Pois hoje o mal é coisa boa
Outro dia, em sonho, entrei na mata
E à beira de uma cascata eu vi sentado
Sem qualquer possibilidade de fuga
Não sei se era tartaruga
Não sei se era Jabuti
Não sei se era Cágado
A única certeza que eu tenho
É que foi numa tarde de sábado
Num galho pertinho dele
Me olhava manso, o Sabiá
Não me canso de lembrar
Que cansado que eu estava
Disse quase resfolegando
Fica tranqüilo meu amigo
Em minha presença não há perigo
Hoje ando quase tão lento
Quanto a Preguiça e quanto a ti
Minha passagem por aqui
é coisa que invento
Pra espantar a solidão
Nem trago no coração
A antiga maldade de outrora
E somente o que peço agora
É um pouco de companhia
E então o bicho respondeu
Pois eu há muito espero este dia
Pois já te vi correr como o vento
E percebi
quando começaste a ficar lento
No meu íntimo,
também conheço os teus intentos
Apesar da aparência de bicho
Sou alguém que há muito conhece
e nunca andei depressa
Apesar das tuas preces:
Meu nome é tempo
Aquele, que mesmo quando você me esquece
Te encontra nas ruas
e ainda te reconhece
Quando do tempo eu tentei fugir
O Pássaro encantado
Que até então, se encontrava calado
Olhou pra mim como que rí
e simplesmente falou:
Bem-te-ví
Quando eu era jovem
Prometi que um dia eu ia
Realizar um sonho que eu tinha
E buscar a Lua pra ela
A Lua seria dela
E ela seria minha
De mão dadas nós iríamos
caminhar até aquela linha
Onde o Sol encosta na Terra
Hoje
Eu olho pro Céu e não vejo mais
As mesmas coisas que eu via
Agora as nuvens são verticais
Os olhos dela também
Não exibem aquele brilho
Que pareciam dizer
"Se eu estiver com você
então, tá tudo bem, meu filho"
Olho pro espelho e percebo
Que não foram apenas o Céu
E o brilho nos olhos dela que mudaram
Meus traços também se alteraram
e muito
Porém aquele espaço
Que eu tenho no coração
pra guardar um amor
E a vontade de dar um abraço
toda vez que eu a vejo
São ainda muito grandes
E muito
Muda a maneira de vêr e olhar
Hoje
Até mesmo as ondas do Mar
Parecem quebrar diferente
Mas tem coisas
Que por mais que o tempo passe
Não passam
Portanto
Basta querer que eu te abrace
Que meus braços, felizes
te abraçam
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