Texto Chines de Amor
O Bolo de Coco e os Dias da Semana
Por Diane Leite
Ainda deitada, com o corpo entregue ao travesseiro e a mente girando devagar,
ouvi a cena como quem assiste a um filme sussurrado pela casa.
Era manhã de domingo.
E por coincidência — ou delicadeza do destino —,
também era dia primeiro.
O bolo era meu.
Mas deixei meu filho de sete anos pegar.
Ele queria dividir com o irmão de vinte e um.
Só que o mais velho já tinha comido outro doce,
e eu disse:
“Come sozinho, meu amor. Esse é todo seu.”
E foi aí que a vida virou roteiro.
“Eu acho que eu não gosto tanto assim de bolo de coco…”
disse ele, pensativo, como quem descobre que cresceu um centímetro por dentro.
O irmão, curioso, perguntou:
“Mas que nota você deu?”
“Sete.”
“Por quê?”
“Porque hoje eu não tô gostando muito de coco.”
E o mais velho, com aquela sabedoria prática que só os irmãos mais velhos têm:
“Ah… é que você gosta de bolo de coco de segunda a quarta.
De quinta a domingo, você já não gosta tanto.”
Era domingo.
E eu sorri.
Porque entre uma mordida e uma conversa,
eles me deram a melhor metáfora para começar o mês:
— Tudo que é nosso pode ser ofertado.
— Tudo que sentimos pode mudar.
— E tudo que muda pode ser recomeço.
Na simplicidade de um bolo dividido,
aprendi de novo que o amor mora nos detalhes.
Que a escuta silenciosa é presença.
E que ser mãe é isso:
testemunhar o mundo sendo redesenhado todos os dias pelas palavras dos nossos filhos.
Às vezes, o bolo de coco é só bolo.
Mas às vezes,
ele é tudo que precisamos para lembrar
que até o amor tem gosto diferente dependendo do dia —
e tá tudo bem.
Porque amar também é isso:
respeitar o paladar emocional do outro,
e ainda assim, continuar oferecendo o melhor pedaço.
Ofício
O artesão observa em reflexão
O projeto em suas mãos
A projeção do que pode ser
A obra que modela
Como uma criança que forja
Seus sonhos em caravelas
Guiadas no mar da esperança.
Não há desespero que tome
O coração do artesão
Quando em seus devaneios
Se inebria no baile das ilusões
Como aquela mesma criança
Que nunca sonhou em vão.
Entender a vida, por si só, é uma arte. É olhar a existência nos olhos, e deixar-se guiar pelas trilhas que o mundo provém. É saber distinguir cada passo, e compreender os desígnios do futuro para além das expectativas, mas como quem sonha e faz acontecer. É notar a si mesmo como elemento fundamental da própria história, e não como um coadjuvante que tudo vê. É permitir-se ser livre, mesmo dentro das amarras que as circunstâncias podem trazer. É compreender o próprio tempo, alinhando as arestas que delimitam a imposição do outro no nosso querer.
Entender a vida é uma arte. Ser autor dela também.
Fora dele
Num dia chuvoso
À espera de um feixe de luz
Meu coração.
Que cambaleava inquieto
Em pura aguaça de emoção.
Pelas ruas em que fora
Enxovalhado por olhos cristãos.
Que em lama de caos
Atiraram sua esperança
E deixaram-lhe a desilusão.
De quem ama.
De quem sofre.
De quem vive
Em solo pagão.
O que aprendi com a vida
Aprendi a valorizar os pequenos momentos. Cada detalhe do dia a dia, que, muitas das vezes, passam despercebidos.
Aprendi a valorizar os velhos amigos, os que compartilham suas preocupações comigo e com quem, por consequência, sei que posso contar.
Aprendi a valorizar a família, e entender que, acima de tudo, família não se constrói necessariamente por relações de sangue, mas com relação de amor, reciprocidade e confiança.
Aprendi a valorizar as pequenas conquistas do cotidiano, e que vitórias maiores sempre vêm a seu tempo, e que é importante ter paciência para entender cada processo.
Aprendi a ter autoconsciência sobre minhas falhas, minhas limitações, mas, especialmente, minhas forças, e o quão longe elas podem me levar, superando diversos obstáculos e desafios.
Aprendi, principalmente, a me amar. Compreender meu lugar, e visualizar os espaços em que posso caber. E a me retirar quando ali já não sou mais bem-vindo.
Aprendi a me enxergar como meu melhor amigo. Aquele que ninguém tira, e nada substitui. Eis o que aprendi com a vida.
Acordamos todos os dias com uma missão grandiosa, mas não tão simples: a missão de amar.
Ao longo do dia, esbarramos em obstáculos que, certamente, não estão em nosso controle: os desejos e particularidades das outras pessoas, seus processos de reflexão, aceitação e suas questões intrínsecas, seus acessos de fúria e de confusão. Nesse momento, costumamos questionar nossa missão, sabatinar nossas intenções, inquirir nossos sentimentos. Ao fim do dia, no entanto, pessoas serão pessoas, com suas peculiaridades, seus altos e baixos, idas e vindas e traumas próprios. Criamos, então, nossos perdões internos para cada atitude que, de alguma forma, nos magoa, tira do equilíbrio, embarga nosso projeto de amar. A pergunta é: você tem se incluído em tudo isso? Tem compreendido suas questões particulares? Tem aceitado sua humanização? E, principalmente, tem se perdoado?
Como podemos levar à frente uma missão que já se inicia em xeque quando você falha em amar a primeira pessoa que aparece em seu dia, você?
Em um mundo perfeito
Onde a flor tem o direito
De florescer sem se camuflar
De encantar a si mesma com sua beleza
De trazer para o mundo a leveza
De quem sabe do que pode mostrar
Sem se esconder pelo que tem
Mas se amando pelo que é
Onde o tintinar dos sinos
Traz a alegria de um novo dia
Para que essa flor, já murcha,
Saiba que é hora de resplandecer
E, em sua nobreza, o tempo florear.
Oh, solidão acerba
Que, em mares desconhecidos,
Navega rumo à mansidão do infinito
Buscando um horizonte perdido
Através de espelhos d'água
Que se confundem com reflexões
Profundas como o mais vasto oceano
Que abraça cada pedaço de saudade
De quem, só, sofre calado.
Pensamentos que afogam
Embaraçam, pressionam.
Só te arrosta quem amou
E quem ama em vastidão
Outro coração, outros corações
Em distante escalada.
Eis o que move a vida:
Aprender a dançar
A dança da Solidão.
Esperava calmaria em minha solidão
Frente aos mares mais severos
Perante ira de um grande furacão
E da seca de meus prantos austeros
Vi a sombra do meu desespero
Com os olhos que ardem de paixão
E a chuva mais tórrida de janeiro
Que leva minhas lágrimas em vão
Misturei-me ao soneto que lhes trago
Como forma de manter-me em ilusão
De que a vida nos concede seu afago
A fim de dar sossego à minha aflição
Escrevo estas palavras tão simples
Como versos vindos de meu coração.
Dádiva
As minhas asas deixei,
por entre as árvores passei...
Em todos os oceanos nadei...
Por sobre as pedras voei...
Meu segredo não saberei,
não sei ao certo se sou anjo,
ou humano...
Se sou poeta ou anônimo,
se sei, ou não sei...
Se são conceitos ou liberdade para novos sonhos.
Mas se lhe digo que te amo, acredite...
Se estou contigo, confie...
Se sou presente, é porque sua presença me fascina...
Se inventei, eu inventei novamente...
Não estou aqui para ser fraco ou forte ...
Quero ser real na não-realidade...
Ser desejo por não existir, e por existir você desejar...
Por sobre as flores lembrei...
Lembrei de você... Novamente, eu lembrei de você...
Se aqui estou, é porque na alvorada conquistei a minha dádiva.
Decidi por não ter asas, para permanecer aqui e poder te amar...
Os dias eu vencerei...
E os meus segredos contigo, dividirei.
A realeza, Mãe.
Quisera eu ser tão perfeito filho a ponto de não possuir falhas,
Enfrentar o tempo e te fazer sorrir a todo o momento
Conseguir seguir sempre seu exemplo.
Entender o porquê se importa tanto com o que possa acontecer.
Queria ter o poder dos anjos e te proteger,
Retribuir um pouco do que me ensinou a ser.
Se fosse possível em uma poesia te decifrar
então palavras me mostrariam a dádiva que tem de amar...
Amor que não se cansa, que acompanha, que deseja o bem,
Dedica a vida para os seus filhos irem além, amor sem fim,
Trouxe-me a vida e daria a vida por mim.
E por tudo que me ensinou, me ensinou a sorrir.
Reflexo
Amo te amar
Amo poder te amar
Amo te encontrar
Te reencontrar
Amo sentir teu cheiro
E na sua presença te beijar
Amo esta minha vida
E minha vida é você
Amo quando vou te ver
E por te amar tanto
Só tenho a crescer
Eu amo todos os dias
Eu amo o dia que eu nasci para amar
E se eu nasci para amar
Eu nasci para amar você.
Anjo da Guarda
Ainda que eu esperasse por mil noites
E despertasse ao nascer do sol todos os dias,
ainda assim não poderia te acordar.
Porque nos teus sonhos te ensino a voar
e te levo às estrelas, a vida encantar.
A tua voz soa em silêncio,
ouço em palavras um único sentimento.
Mas quando teus olhos abrirem
e o mundo desejar te levar,
seja forte, te ensino a lutar.
E se nada parecer dar certo,
ainda assim conseguirei te mostrar
como é bom aqui estar!
Queria tanto que soubesses,
mas este segredo fui proibido de revelar.
Eu sou teu anjo e enfrentaria o que for.
Fui enviado para te guardar,
nasci só pra proteger,
mas aprendi a te amar!
Glory to God
A minha voz transformo em música,
Canto a vontade de lutar,
Expresso esperança,
Vejo brilho nos olhos de uma criança.
No sorriso levo atitude.
Decidi a Ti amar,
Encarar a vida sem medo de errar,
Aprender a perdoar...
Pedir por favor, lhe entregar uma flor,
Fazer amizades, viver sem idade.
A Deus faço louvor.
Sei que devo ser sempre melhor do que sou,
Viajar pelo mundo, e por onde for...
Com o dom de cantar...
Canto por amor.
O mundo que me trouxe flor.
Precisei de uma flor para alegrar a casa.
Busquei a mais bela e perfumada.
De tão linda, até brilhava...
Tinha um tom meio rosado, aveludado.
Fiquei até surpreso na primeira vez que sorriu.
Pensei que seria normal, mas foi especial.
Quão raro foi lhe encontrar!
Fui ver o mundo e vi o mundo girar.
A flor da terra que nasci começou a me encantar.
Transformou sonho em realidade.
E tudo que, juntos, queremos
é amar de verdade.
Não há tempo no mundo, não há distância,
só existem sonhos para quem quer realizar
e amor para quem quer amar.
A moral e o valor são o resultado das escolhas nas entrelinhas de um fatídico cotidiano.
No abismo do consciente caminham lado a lado o homem e a mulher, o amor e o ódio, o céu e o inferno, a fé e a descrença, a política e a religião como facetas de uma mesma moeda. Sobre tudo um magnífico deus e um diabo estúpido também aliados e dependentes entre si.
Poesia
Quer saber quanto doi a saudade? Escolha amar alguém do sertão.
Quando olhei nos olhos dela, foi tão gostosa a sensação, minhas mãos gelaram na hora, meu coração disparou e em meio àquele furor nossas almas se encontraram e eu pude perceber, o que é tanto alguém querer mesmo tendo outra opção.
Ela pra mim sorriu e minhas mãos alcançou, eu retribui com um beijo e o abracei com desejo pois sabia que ali encontraria abrigo pra meu coração ferido, carente e cheio de amor.
Quer saber quanto doi a saudade? Escolha amar alguém do sertão.
Os dias foram passando e ela ao meu lado a sorrir, mal sabiam nossas almas que no fim daquele dia, ai meu Deus que agonia, ele teria que partir.
E na despedida eu fui traído, mal sabia a bandida, da tristeza malvada, o quanto seria invocada para o nosso amor levar. E hoje te espero agoniado, volta logo para casa que aqui é o teu lugar.
Quer saber quanto dói a saudade? escolha amar alguém do sertão.
Desde então aquele dia, a vida se tornou vazia, olho o mapa todo dia, querendo um jeito encontrar de te ver mais perto chegar.
E em desespero clamo, pra que Deus por um engano, abrevie a saudade, que tanto meu peito invade, que tanto me faz chorar.
Amor te espero ansiosa, olhando aquelas orquídeas, que me faz feliz da vida, me lembrando que na hora da partida, me prometeste voltar.
Volta logo pra o aconchego, que aqui eu te espero sem medo, só em ti encontro sossego e eu prometo sem segredos que pra sempre vou te amar.
Pessoas...
A sombra da paz, da saúde e alegria não são capazes de proteger todas as pessoas que gosto...Mas posso ver na luz do sol o quanto elas são importantes para mim,elas são insubstituíveis, são inesquecíveis…
Quero sempre ter forças e sorrisos para enfrentar as dificuldades, as tristezas e as desilusões da vida...
E se meu sorriso for interrompido pelo sopro do medo e da tristeza?
Que eu consiga transmitir a paz e o amor de Deus, para os que estiverem ao meu redor...
No divã das minhas loucuras valorizo quem sou, não o que tenho…
O amor existe…
Ainda que hoje alguém espere meu fracasso, amanhã estarei na apoteose dos meus sonhos e propósitos, porque nunca vou perder a liberdade de dizer: O amor é especial e importante para
mim, nada é em vão… O
amor existe, eu encontro o amor nas pessoas, não conheço nenhuma outra razão para amar...
Você não soube entender
Você não cedeu nem um pouco
Você não quis amar
Você não pode sonhar
Você me fez sofrer
Você me fez chorar
Você me fez desistir de acreditar
Você sugou minha força
Você sugou minha vida
Você sugou meus sonhos
Agora estou vazio
Agora estou triste
Agora estou parado
Por que aconteceu isto
Por que aconteceu tal rápido
Por que aconteceu comigo
Reprise de uma história
Hoje sentir algo estranho
Uma reprise de algo perdido
Parei então para refletir
O que é ser feliz
De repente estava imóvel, apostando em meus pensamentos
Então me dei conta, que não tinha alguém perto de mim, que fosse carinho de verdade
Lembrei que um dia tive tanto e mesmo assim, não precisei fazer quase nada
Do passado vêm músicas, livros e poesias
Pois é parte de algo simples e verdadeiro em mim
Agora sempre fico repetido que estou lutando por alguém
Só agora percebi que o amor não pode ser uma batalha ou uma conquista
Sabe quando parece que tudo que é certo parece errado
O amor é algo que completa nosso ser
Amor é a exceção do simples e do complexo que é a vida
Não posso ser algo que não sou
Querer ver, o bom, o mau em quem tá próximo de mim
Não quero fazer comparações dos momentos bons em analogia aos ruins
Quero somente algo que seja simples
Que me faça um cara melhor
Não quero ser alguém que recebe folhas em brancas
Para escrever histórias a serem reescritas e apagadas com o tempo
Sou romântico busco a eternidade das palavras pelo AMOR
