Textinhos sobre Limites da Vida
Não pode falar em Direitos Humanos um país que pratica a pena de morte. A vida é o maior de todos os direitos do homem.
Aprendi demais nessa vida, meu caro. Cada pequena ferida que carrego em meu coração, traz consigo um peso estonteante. Acontece que as cicatrizes doem às vezes e a brisa traz lembranças indesejáveis. Eu que reclamava tanto, “era feliz e não sabia”. E agora que minhas lágrimas escorrem e meu coração grita por socorro, eu percebi que perdi tempo demais me lamentando. Perdi tempo demais tentando encontrar soluções para problemas que eu mesma inventara. Perdi tempo demais, meu caro. Com pessoas que não valiam a pena e com sentimentos que foram jogados no lixo. Mas aconteceu, não é? Eu aprendi, meu amigo. Aprendi que essa vida não é fácil e que andar nela machuca demais. Aos poucos, a dor vai se tornando suportável, é claro. Mas incomoda. O passado incomoda. Lateja aqui dentro, grita coisas que eu não quero ouvir - e sou forçada. Só que a gente vai aprendendo, né. Trazendo dores, carregando pesos do passado, lembranças que talvez, nem sejam necessárias - mas a gente guarda porque gosta de sentir dor. Gosta de ver que aquilo que passou, jamais tornará a acontecer novamente. Mas a gente vai caminhando, meu caro. Vamos guardando um alguém aqui, outro alguém ali. Com medo de errar, de sofrer, de se decepcionar. Mas a gente vai seguindo. Colhendo mágoas, semeando sorrisos. A vida corre, meu caro. E a gente nem consegue acompanhar.
Tanta gente nasce e morre sem dialogar com a vida. Contam coisas, falam por falar, mas não conversam, não usam a palavra como elemento de troca.
Necessidade mesmo na vida é estar perto de quem se gosta… deixo a paisagem correr, e penso demais em você.
Caótica, intensa, inteiramente fora da realidade da vida.
Vida não tem adjetivo. É uma mistura em cadinho estranho mas que me dá em última análise, em respirar. E às vezes arfar. E às vezes mal poder respirar. É. Mas às vezes há também o profundo hausto de ar que até atinge o fino frio do espírito, preso ao corpo por enquanto.
Porque a vida só se dá pra quem se deu. Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu. Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não. Não há mal pior do que a descrença.
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão.
Nota: Trechos de "Como dizia o poeta"
E agora que eu mandava na minha vida, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta. Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pensar nele. Claro, eu fico em casa o dia todo, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus. […] achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. […] Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.
