Teu Olhar me Tira do Serio
Acabrunhado, infeliz
Quis o mundo seguir assim
De olhar parcial
Igual a quando te olha
Qual folha caída
Assim quis a vida
Tal luz escondida
Se vida se ausenta
Na noite perdida
Novamente vai-se a vida
Era nau na tormenta
Mera imagem pintada, aquarela
Apesar de procela, era o nada
Conforme é o passar do tempo
Os tempos mudam
Quis o vento soprar assim
De olhar enviesado
E se olhava de perto
Era só desalento
Triste vento, desenxabido
Mormente destituído
de graça e de vida
Uma adaga escondida a brilhar
Em cada desvão do caminho
Um triste cantar passarinho
Cantando baixinho
O seu triste cantar
Era quase um lamento
Meramente uma questão de escolha
Eram dois os caminhos
Simplesmente
Ser gente ou ser folha
A pensar-se imparcial
Mas o dia amanhece outra vez
E outra vez parece igual
Infeliz desarvorada
desejando , quase calada
Que seja feliz o dia
Esperança ela tinha
Qual folha caída
Alegrias de outrora
Isso eram coisas ... lá de outras horas
Demora, demora
e não vinha.
Edson Ricardo Paiva.
Este mundo é um lugar
Onde as coisas, de vez em quando
Fazem sentido
Basta olhar
Que quando não se entende um olhar
Não adianta dizer palavra
E mesmo assim
A gente as escreve
Pensando que assim
Pode ser que lá no fim do mundo
Pode ser que lá no fim da vida
Deve ter algum sentido pra tudo isso
Senão não teria um motivo qualquer
Nem sequer pra ter nascido
Neste mundo
Um lugar onde as coisas
Normalmente fora de lugar
Aguardando arrumação
Que a gente quase nunca
Encontra tempo suficiente para fazê-la
É triste, é muito triste
Quando se percebe, que fatalmente
Mesmo assim
Há de se ouvir um sentido
No ruido que vem das estrelas
Mudas, perenemente mudas
Meus Deus
Este mundo precisa é de ajuda.
Edson Ricardo Paiva.
Tocarei com o olhar o fundo da sua alma...regarei seus sonhos com os mais doces dos beijos molhados de felicidade...farei com que toda parte do seu corpo sinta saudade...e me procurará,procurará o meu olhar por toda cidade...
E então depois que você virar as costa pra mim, vou ficar te olhando com olhar perdido parado até que desapareça da minha limitada visão,mas isso não me impedira que te olhe sempre com os do coração..
Você nunca entendera as palavras e o brilho no olhar,não entendeu nunca entenderia o que meu corpo junto ao seu lhe dizia, segredos ditos sem palavras quando minha alma a sua entrelaçava você não entenderia pois claramente nunca esteve em sintonia..
E lá vem você,me olhando daquele jeito desvio o olhar,tentando ser algo mais além que sua presa fácil,fico de costas mas fico atento a sua voz, estou agora atendo a cada palavra sua, mesmo de costas parece que estou vendo seu rosto cada expressão dele,ouço seus passos cada um deles até você distanciar de mim,estou ainda atento,estarei atento porque tudo se trata de você...
Aquele cheiro de terra molhada a brisa fresca da chuva, um olhar solitário olhando a rua, vejo tantas coisas importantes mas, sem importância no momento, a chuva sempre trás o vento, o vento sempre trás o frio, bom o frio já sabe e eu aqui sozinho já viu, pensamentos embaçam minha mente como a chuva nas vidraças, o vento sussurra um nome, suave como as águas que escorre pelas calçadas...
Quando eu era criança, ainda
Não me ensinaram a olhar o Céu
E chamar as pipas de "pipas"
Àqueles mágicos brinquedos
Eu dava o nome de "quadrados"
Em alusão à coincidência geométrica
Finas ripas de bambu,
papel de seda
e sonhos
A voar mais alto
Que o próprio urubu
Não havia e ainda não há
Qualquer outra coisa quadrada
A simbolizar
Com tanta desenvoltura
A liberdade
A simplicidade
E a ausência do medo de altura
Humildade de papel
A ganhar o Céu
Ensinando
Que nem sempre
fragilidade é sinal de fraqueza
Se cada coisa tem o seu lugar
O lugar do quadrado é lá
Nos Céus imagiários da minha infância
Pois as coisas simples
Sempre serão aquelas
belas lembranças
Que o tempo há de ensinar
Que ao final
haverão de ter
O lugar de maior importância.
O Amor de verdade
Quando chega
Não carece de brilho no olhar
Não precisa acontecer
Numa noite enluarada
Tampouco ser perto do Mar
Ele vem assim
Sem que ninguém o traga
Vem no vento
Pela força do destino
e te encanta
Mais que tudo
Que tenhais visto antes
Aquela moça
Te faz sentir
Que não és nada
Além de um mero menino
Perdido e apaixonado
Que não precisa de mais nada
Nada além
daquela moça
Sempre ao seu lado
E pra sempre por perto
e assim, te fazer saber
Que tens sorte
Te tornar
conquistador do Mundo
Alguém mais forte que a dor
Não haverá
nada que te faça ver
a cor dos olhos
ou dos cabelos
Tanto te faz, meu rapaz
Serão sempre os mais lindos
Aquilo que te prenderá
Será o aroma
que vier da alma
E que há de te inebriar
A vida inteira
Será
O amor que tanto queria
Aquele
Que pediste a Deus, um dia
Acabaste de conhecer
O teu amor verdadeiro
Meu olhar pela janela
Contorna o mundo
desisto de procurar-te
Verdade
Fecho os olhos
Imprimo-te na retina
Vou te vendo e vivendo
Vivendo e sonhando
de vez em quando
Eu tenho algumas ideias
Medéia
Ah, meu Deus
Como eu queria
Viver tantos sonhos
Abro meus olhos, tristonhos
Penso em pão e poesia
Eu e ela na janela
Felizes
No final de mais um dia
Nesse tempo e nesse lugar
Um pouco de paz
Nenhuma saudade
Somente felicidade
Tudo mais
Conforme vier a vontade
a gente faz.
Um rosto desconhecido
A se olhar no espelho pela manhã
Perguntou para a eternidade
Quem foi que conferiu
Essa autoridade, tão limitada
Pra que o espelho refletisse apenas
Algumas formas ainda perfeitas
E aquelas imperfeições tão pequenas
Coisas que não dizem nada
Sobre aquele rosto que fitava a própria imagem
Será que o segredo da vida
Era saber ornar ou diferir
A imagem refletida
da persona daquela alma
Escondida na calma ou na ausência desta
E que se faz a presença mais constante
Em cada momento da vida
Se um dia, nesta longa eternidade
Inventarem espelho que reflita
Não a imagem que se acredita, pois esta é bobagem
Mas a figura real e sem igual de quem se é
Pois seu medo era saber
Que se um dia não lhe for mais possível
Ocultar ao mundo os seus segredos
O que será que lhe resta?
Edson Ricardo Paiva.
Olhar o mundo
Pelos vidros da janela
Em vez de ir lá e ver
E depois, quando a garoa estia
Dizer que durante a tempestade
Mil relâmpagos havia
E os via de dois em dois
Ilusão tão ranzinza
Num céu pra lá de cinza
Sonhar outra vida
Refutar à própria estrada
Não chegou a nada
E perdeu a chance de ser
A pessoa que era
Chorou, na chegada no outono
O riso que fingiu na primavera
E nem era preciso
Você tira o canto ao pássaro
A impor-lhe uma vida de espera
Um cântaro vazio
Água fria não há
Mas tem sempre uma nascente oculta
Num lugar qualquer da poesia
O poeta a busca
Enquanto o pássaro a pranteia
Volta e meia se confundem
A escuridão revela
Claridade ofusca
Patéticos detalhes
Arquétipos pra lá de tolos
Os ares ao redor de Éolo
Serão sopros de ideias novas
Sempre as velhas mesmas
Resultando em nada
Estrelas no céu
Manto estampado
Um oceano em baixo
Pode ser que ao lado
Fronteiras do mundo
Simplesmente areia
Ilusão que germina a semente
Tão astuta era a promessa
Que resulta morta
O caminho era torto
Perde a luta e teu melhor da vida
Criança de braços abertos
Tropeça
Com pressa de abraçar o mundo
Abraça o chão
Simplesmente ilusão
E chora, até que percebe
Que teria sido um tanto bom
O tom do sustenido inverso
Ter nascido um simples grão de areia
Viajar por entre versos
E passear por todas as esferas
Estrelas, quasares, grupos de Planetas
Tão bonito e imenso Céu
Atravessar a vida
Na garupa de um cometa
Entoar, de carona
Um murmúrio inaudível
E segue a eternidade
Cantando a milhões de Universos
Edson Ricardo Paiva.
Se você chegar lá
Vai perceber a diferença
Entre ter alguém
Que lhe acompanhe com o olhar
Até você sumir na curva, ou não
E me contar se você viu
O frio, a cara de riso
Na tempestade negra que caiu
E o momento em que foi preciso
Fazer a exceção tornar-se regra
São essas coisas assim
Que tem o valor do que são
Portanto, enquanto ainda houver
Cura para os cortes...use!
Porque
Um laço de fita, um olhar
Prende a alma pelo encanto
Se você chegar lá, vai entender
Que pra quem não sabe o que quer
Tudo sempre se encaixa
E qualquer coisa serve
Mas que nada preenche a vida
Pois a vida é breve
Então, enquanto existir atalho
Ao caminho da morte...recuse
Pois, é sim, sempre possível
Encontrar o que tanto procura
E depois deitar tudo fora
Quando você chegar lá
Finalmente, vai saber
A razão
da lição que dizia
Que um mais um, são dois
E outras coisas que não sabia
No dia em que descobrir
Que o vazio
Ocupa um espaço imenso
Penso
Que nesse momento
Teus pés vão pisar no chão
Pois, quando a alma apenas voa
É sinal que viveu à toa
E, que pena, voou em vão!
Pois a visão era turva
Se você chegar lá
E descobrir
Que ainda existe sorte...não abuse
Tomara que tenha ao seu lado
Alguém que te ame de verdade
Te olhando, até sumir na curva
Porque, se não existe igualdade
Todo dia é do mesmo jeito
E tudo é igual, tristemente.
Pois é preciso ter amado de verdade
Pra ter o direito a deixar saudade.
Edson Ricardo Paiva.
Quem sabe
Se olhar pra frente
Pode ser
Que só o presente
Amanhã seja passado
Quem sabe
Se olhar pros lados
No meio da madrugada
E num beco escuro
Perceba que só agora
Eu me sinto seguro
Fui criado à beira
De uma vila chamada loucura
Minha casa ficava na esquina
Da rua impossível, com a difícil
Foi difícil, mas saí de lá
Quem sabe
Se olhar pra baixo
E caminhar depressa
Nessa fria madrugada
Eu ache a solução da diferença
Entre vida e tristeza
Quando a vida inexiste
Tristeza é voz perdida
Vaga-lume, precipício
A parte mais difícil
Se esquecer como se faz
E eu quero paz
Quem sabe
O olhar pra cima
A chuva fina
Me perdoe
Pra que eu possa prosseguir
Perdido
E descansar os pés
Lá na praça do passo esquecido
Onde eu queira
Finalmente olhar
Pra dentro da minha alma
Quem sabe, pode ser até
Eu escute o som das palmas
Aplausos que se escuta
Quando a gente finalmente aceita
Que de fato perdeu a luta.
Edson Ricardo Paiva.
Um dia de descanso
Olhar pro céu cinzento
Outrora azul, tão manso
Mansamente desejar
Somente
Que Deus desse pra gente
Uma hora sequer de descanso
Olhar pra escuridão do céu
Pro céu da vida e ver voltar
Um balão colorido
Que um dia na distância
Aquela pobre e doce infância
Julgou que se dava perdido
E que agora, por ora se avulta
Um minuto qualquer de descanso
Eu pediria, combalido
Se pudesse
Antes...feliz que se fosse
Durante a partida
Trocar de lugar com o balão colorido
Que a vida me trouxe
Em forma de lembrança
Outrora azul, tão mansa.
Edson Ricardo Paiva.
Há momentos
Que valem uma vida
Como andar na chuva
Olhar pra cima e perceber
Um raio de Sol que a invadiu
Chove dentro de você
É preciso uma miragem
Uma fagulha frágil
Um sonho em forma de mensagem
Num milagre, a lucidez
Era preciso uma visão
Que talvez não te venha jamais
Não dessa forma sucinta
Veja, chove no papel
E o presente é uma tinta que o borra mais
É querer ouvir a própria mente
Enquanto a mente, propriamente, não se cala
Há momentos
Que podem valer uma vida
Um pensamento que te aguarda há muito
Paciente, lá no fundo do quintal
Até que a mente se aquiete
E pense até ser ouvida
Por enquanto é tudo que lhe resta
No entanto
Esse momento vale uma vida.
Edson Ricardo Paiva.
Hoje, surge meio que atalhado
Creio que seja esse meu jeito
Esse jeito meio que imperfeito
De olhar sempre de lado
Para as coisas do horizonte
Surge um Sol minguante, meio alaranjado
Emerge uma luz meio apagada
Iluminando meio que quase nada
Na fresta por entre as telhas
Restando um pouquinho pra cada telhado
Era o ventre do mundo, era uma luzinha assim...de nada
Reflete no espelho, me olhando de esguelha
Repetindo a imagem de alguém que hoje sou
Mas que ontem não era eu
Esse é algo que eu resgatei
Antes que se perdesse por completo
Pode ser que seja ainda alguém
Quem sabe ainda tenha uma alma
Eu sei que, ao caminhar na chuva, se molha
E, que ao pisar na folha, chega quase a barulhar
Mas elas farfalham também ao vento
Quem sabe todos nós, sejamos folhas que arremedam gentes
Hoje, surgiu meio que atalhado, o Sol
E eu olhei-o meio de soslaio
Percebi como sou diferente das folhas
As folhas são filhas de Deus e se quedam
Eu caio.
Edson Ricardo Paiva.
Se fosse apenas a vida
E se a gente tivesse só
Que olhar a chuva na janela
Mas tem dias que o ranger da porta assusta
Tem dias que o ranger da porta irrita
E tem dias em que a porta range
Custa um tempo a perceber a falta
das coisas que a chuva trazia
No silêncio a alma grita
Porém, é tão grande esse silêncio
Que nem mesmo a própria alma escuta
Mas ele é assim, tão lancinante
Que eu sei que o próprio Deus garante
A alma o sente
Não nos basta ter de volta aquele tempo
Aquela coisa corroída pela chuva
Um tempo carcomido pelo tempo
Por mais breve ele fosse
Muito ele abrange
Tem dias em que há previsão de tempestade
Se fosse então apenas
Ter que olhar o Sol pela janela
Abrir a porta ao vasto mundo
Perceber que amanhã
Também não trará nada
Nada além de outra manhã
Aquela que desfolha as flores
Ver as pétalas já mortas
Com o vento a levá-las
Todas pra bem longe
Sem cores, sem viço, sem nada
Em cada fim de tarde
O mesmo vento na janela
Aquela velha porta range
Não me assusta, nem me irrita
Me toca à duras penas
Me apenas convida a viver
Como se fosse outro dia de chuva
Sem chuva nova, sem nem mesmo a velha chuva
Apenas chove
Sem as coisas que ela trazia
Ela não trouxe nada
Eu não quero outra vida
Nem aquela de volta
Eu quero essa à distância
Olhar o mundo do espaço
Que um dia, antes da invenção do tempo
Eras antes do cansaço
Era assim que a vida prometeu que ela seria.
Edson Ricardo Paiva.
Já estive em quase todos os lugares
Onde a vida nos permite estar
Sem convite para olhar de perto
e nem de longe
Onde quer que, porventura, houvesse
Hoje estava só, sentado no quintal
Vendo o sol na minha cara
Claridade ali, parada sobre a roupa
Que desbota, estendida
Sem sopro, sem prece
Nenhum canteiro de rosas, nem de vida
Arremedo de verso e nem dedo de prosa
Nada digno de nota
Um convite pra fazer cara de triste e nem contente
Nada a ser notado
Nada que me faça diferente
As coisas vão ficando e nos deixam de lado
Descontente acho que sempre fui, de graça e sem queixa
Pois já estive em quase todos os quintais que a vida deixa
E jamais achei-os parecidos
Creio serem eles todos muito iguais
Um silêncio com ou sem ladrilhos
Reles, toscos
Frios, quais os trilhos sobre onde vaga o tempo
À margem de quase tudo
Uma imagem sempre assim...
Tão desbotada quanto a triste lembrança
Esquecida, assim, sumiste
Enfim, se apaga
Falso encanto de tecido
De estampado colorido
Que se apaga sob o sol que te ilumina
E termina sempre a se esvair
Deixe sempre um tanto de sorriso sobre tudo isso
Nem que seja só pra que ele seja visto
Nem que o vejam sem notar.
Edson Ricardo Paiva.
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