Te Amo e Nao quero te Amar
Não, não quero mais gostar de ninguém porque dói. Não suporto mais nenhuma morte de ninguém que me é caro.
Meu mundo é feito de pessoas que são as minhas - e eu não posso perdê-las sem me perder.
Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver.
Não quero lembrar. Faz mal lembrar das coisas que se foram e não voltam. (...) Agora já passou. Não sinto raiva, não sinto nada. Sinto saudade, de vez em quando. Quando penso que podia ter sido diferente.
Quando Você Voltar
Vai, se você precisa ir
Não quero mais brigar esta noite
Nossas acusações infantis
E palavras mordazes que machucam tanto
Não vão levar a nada, como sempre
Vai, clareia um pouco a cabeça
Já que você não quer conversar.
Já brigamos tanto
Mas não vale a pena
Vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV
Sei que existe alguma coisa incomodando você
Meu amor, cuidado na estrada
E quando você voltar
Tranque o portão
Feche as janelas
Apague a luz
e saiba que te amo...
Dessa vez quero acertar, por isso, combinei comigo que apesar de estar morrendo por você, não gosto de você.
Eu quero encontrar alguém
que ao ver que meu amor caiu e se quebrou
não o jogue fora,
mas que, com carinho,
junte os pedacinhos
e me ajude a consertar.
Acho que sempre lhe amarei
Só que não lhe quero mais.
Não é desejo, nem é saudade
Sinceramente, nem é verdade
Eu sou uma completa incógnita.
Tal dia quero, tal dia não quero.
Não sou mais humano
Não sou mais gente
Renunciei a este status
Já não quero esta patente
Por isso decidi não ser mais homem
Agora sou macaco
Não sou mais gente
É muito cômodo ser macaco
E muito incômodo ser gente.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.
E o que não posso e não quero exprimir fica sendo o mais secreto dos meus segredos.
Não quero a meia-luz, não quero a cara benfeita, não quero o expressivo. Quero o inexpressivo. Quero o inumano dentro da pessoa; não, não é perigoso, pois de qualquer modo a pessoa é humana, não é preciso lutar por isso: querer ser humano me soa bonito demais.
