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Toada do Amor
E o amor sempre nessa toada!
briga perdoa perdoa briga.
Não se deve xingar a vida,
a gente vive, depois esquece.
Só o amor volta para brigar,
para perdoar,
amor cachorro bandido trem.

Mas, se não fosse ele, também
que graça que a vida tinha?

Mariquita, dá cá o pito,
no teu pito está o infinito.

Carlos Drummond de Andrade
ANDRADE, C. D. Alguma Poesia, 1930

Respondendo ao desafio do Vaqueiro aboiador.

O desafio foi aceito
e o poeta aqui chegou
eu não canto do seu jeito
porque vaqueiro não sou
mas eu admiro a arte
e fazer verso faz parte
e por isso aqui estou...
ÊÊÊÊÊÊ.

E o vaqueiro consagrou
a arte de fazer toada
mas aqui tu encontrou
alguém que não leva lapada
o seu verso é soberano
mas eu sou Paraibano
Cabra da rima afiada...
ÊÊÊÊÊÊÊ.

Já tive uma namorada
lá pra bandas do sertão
moça simples e educada
apegada em religião
mas depois fiquei solteiro
por causa de um vaqueiro
que roubou seu coração...
ÊÊÊÊÊÊÊÊ.

Hoje estou na solidão
sem ninguém pra me amar
se sangrou meu coração
um dia vai se curar
e eu ando país inteiro
procurando um vaqueiro
pro mode deu me vingar.
ÊÊÊÊÊÊÊÊ.

Quantas vezes alguém pensa que ama,
mas na verdade, apenas ama a si próprio,
estragando tudo, egoísticamente,
pois o verdadeiro amor
é sair de si mesmo
Amar é
sempre deixar-se,
para ir
totalmente ao outro.

Inserida por neusamarilda

⁠Boa tardinha, beirando crepúsculo em solo de brisa, silêncio nas campinas, na invernada e nos caminhos todos. Tenho pena dos que não conseguem ver a poesia do momento, passam sempre rapidamente sem perceberem a vida. Vão atrás de "curtirem", porque dizem - o tempo passa e na verdade são eles que passam  e não se detém a um olhar mais profundo sobre o que há ao redor ou mais além.
Sigo na minha toada, leve e com atenção aos detalhes do dia que se despede, agora, com vento bem friozinho. Finalmente - será o inverno? Apenas a chuva não vem, onde andará ? Sou como planta e quero sob gotas dela espairecer. Não me preocupo mais com os corações sem sentimentos maiores e indiferentes a tudo.


Trecho de capítulo de livro a ser lançado

Inserida por neusa_marilda_mucci

⁠O poeta morreu           

No entanto sobreviveu, a um cruel tirano, 
que lhe fez encomenda, de narrativa heroica,
o poeta criou parábola, como homenagem 
Aos tiranos sem coragem.
Este enfurecido ordenou a decapitação,
O poeta não tinha cabeça, tinha uma luz no coração
Brilhando...
Arrancaram-lhe o coração e deram aos cães,
Estranhamente a luz mais brilhava, iluminando a multidão
Que delirante sorria e dançava, festejando.
O tirano se retirando.
Largas passadas, seguido de sua guarda, que entoava a toada
Declamada do poeta.
O poeta viveu muitos anos, sem cabeça e sem corpo,
apenas com a luz brilhando, escrevendo poemas e rimando,
invisível, era visto em bares, iluminados pela luz.
Contam que um dia uma outra luz, surgiu, 
e em harmonia, levou-o para ninguém sabe.
Sabe-se que até hoje,
a toada simples e ritmada, 
é cantada.

Inserida por EduardoChiarini

⁠EM TOADA DE POESIA

Oh! Seu pudesse em cadência e ternura
Dizer-te o que no peito me é um estrondo
Se em poéticos sons vibrando de doçura
Pudesse ao sentimento estar compondo
Se o versar falasse, o que, enfim, procura
Que a tempos no olhar o prazer escondo
Uma sensação atraente de terna loucura
Aonde cada verso o amor está propondo

O poema seria a paixão com um sentido
Cheio de emoção, sem coração partido
Trazendo o que no verso de amor traria
Seria um canto, divino canto de estima
Cristalino som e tão cheio de pura rima
Um cântico d’alma em toada de poesia

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 março, 2023, 18'33" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol