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Não se pode viver na superficialidade e na casca das coisas:
Precisamos reencontrar o caminho que nos leva ao lugar do coração, a esse espaço interior onde somos nós mesmos, onde nascem nossos desejos e nosso anseio de ganhar as alturas. Lá ouvimos as batidas do coração, o arfar dos pulmões. Percebemos que, na medida em que fazemos espaços, em que nos desapropriamos de nós mesmos o Senhor pode se aproximar e tomar de nós. Seremos habitados pelo Mistério.
O amor deve ser doado de forma espontânea, nunca compulsoriamente. Amar não se impõe, é um ato de livre escolha. Ninguém deve ser constrangido a amar, porque amar é movimentação energética do espírito que se transmite e somente assim o faz quem a tem; não se falsifica condição energética sem a ter. Tudo que é obrigado causa constrangimento e consequentemente superficialidade. Por isso, ame, não finja, e não force ninguém a amá-lo.
A CHUVA E O TEMPO
Sempre nos queixamos que nos falta tempo. Tempo para ler, tempo para fazer uma comida caseira e tempo para ver um bom filme, ou seja, um tempo para ficarmos com nós mesmos. Mas quando a chuva chega impossibilitando várias ações externas e as opções “sociais” ficam realmente escassas, percebemos que só nos resta a nossa tão amada casa e então o tempo surge com uma força irritante. Agora temos tempo para tudo. Aquele tempo que você desejou e nunca parecia chegar finalmente chega, tornando-se quase palpável através daquelas constantes gotinhas persistentes. Agora aquele seu livro, aquele mesmo, jogado em alguma gaveta, o seu fogão limpo e sua “pequena grande” lista de filmes ainda não vistos, estão esperando pacientemente por você.  Tudo que você desejou durante sua semana cansativa de trabalho está ao seu alcance. Mas sabe o que acontece? O livro acaba permanecendo naquela gaveta empoeirada pedindo por um banho de ar, o seu fogão vai continuar com o brilho usual e aqueles filmes vão ficar para outro dia, um dia mais especial. Você vai acabar sentado na frente de um computador ou qualquer outro equipamento de comunicação que possua os aplicativos mais utilizados no momento. Ao seu lado estará um pedaço de pizza ou qualquer outra comida que se possa conseguir apertando alguns números do seu telefone celular, afinal é bem mais simples pedir algo para comer, sem falar que te poupa tempo e você é mestre em sabê-lo usar, certo? Após curtir algumas fotos, conversar com algumas pessoas,  e ver alguns vídeos incríveis, você olha para o relógio e verifica que a madrugada se aproxima e o filme que você tinha separado para assistir, adivinha? É muito longo e o tempo já foi gasto. Recapitulando, você não leu nenhuma página do seu pobre livro, você não fez a sua tão amada comidinha caseira e seu filme da listinha vai continuar sendo um filme da listinha. Você teve tempo. Você teve sim. Mas você insiste em olhar “lá fora”. Você continua buscar “lá fora”.  O tempo nos permite nos desconectarmos um pouco dessa sociedade totalmente padronizada e nos conectarmos com a nossa essência, mas quando o tempo é nos dado, o vazio de nossa natureza nos transforma em medrosos e ansiosos seres e com objetivo de sair desses pensamentos que nos atormentam, buscamos passatempos superficiais, enquanto a vida e o tempo nos dão a grande oportunidade do autoconhecimento. Sabe?! A chuva sempre vem, mas uma hora o tempo acaba.
Onde há esforço para aparentar algo que foge da essência, há uma pessoa triste querendo ser aceita. 
O que não ressoa do coração é superficial. 
E o superficial é sentido automaticamente por aqueles que buscam viver a verdade de suas almas.
Virtude e Bom-senso perderam espaço nos valores de algumas pessoas. Não é a toa que a televisão e outros meios de comunicação divulgam grande quantidade de sensacionalismo, tragédia, vulgarismo, superficialidade, e mesmo assim contam com uma boa audiência. Não é somente com o objetivo de tornar o povo mais ignorante, iludido e consumista - na verdade, isso já foi conquistado por ELES com grande sucesso. Hoje, pelo hábito, esse envenenamento mental já se tornou uma (necessidade) para atrair a atenção do público e são meios bastante eficazes de se ter (audiência). E quem são ELES? Um punhado de gente com grande poder politico econômico social, dedicados a se manter e ganhar mais poder a custos dos outros.
Quando a massa compreender que a mudança social começa em nós mesmos, no "Conhece a ti mesmo". A (ESSÊNCIA) das coisas terá mais importância do que a (SUPERFICIALIDADE) das coisas. Nesse sentido, palavras superficiais que geram conflitos, posturas dogmáticas e intolerantes, sejam elas na religião, na filosofia ou na política, deixará de ter força, ao passo que haveria um entendimento mais amplo do que A e B separados com antagonismo e orgulho humano. ''O Homem superior é amplo nas ideias e não toma partido; o homem inferior toma partido, mas não tem nenhuma amplitude de visão''.
Faço a seguinte comparação entre a imensidão do mar e a grande expressividade dos sentimentos, calmos, turbulentos, ondas que se movimentam, começam e recomeçam, dançam em conformidade com os ventos, são altas ou baixas, o sentir que influencia e também é influenciado, mantendo-se autênticos, graças a Deus, algo válido diante de circunstâncias que motivam e as que desgastam, preservando sua profundidade e ainda que o tempo não seja favorável, irão expor sua verdade, mas nem todos são aptos para percebê-la, pois muitos contentam-se com a superficialidade.
Na parte complexa e amarga da vida, existe uma grande superficialidade marcada por idas e vindas, onde tempo é frequentemente desperdiçado com vaidades de corações impulsivos e mentes indecisas, pois nem todos estão dispostos a pagar o preço que é ser de verdade.
Uma complexidade tão inquietante com fatos inexplicáveis, muitas pessoas conhecidas que mesmo perto ficam distantes, enquanto que muitos desconhecidos se aproximam à distância, tornando assim o lugar físico pouco relevante, uma nítida discrepância.
Considerando esta realidade preocupante, é salutar buscar aquilo que possa trazer significado, amores recíprocos, tratos que alimentam a felicidade, que torne o viver mais agradável com atos de espontaneidade, ou seja, que não precisam ser cobrados, verdadeiras raridades.
 
 
