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Verdadeira Solidão

A solidão é nos momentos de tristeza e desespero, olhar em volta e não ver ninguém e pensar:
''Mas uma vez sozinho'', - pergunto ''Por que?''
E sem esperar a resposta, cerro os punhos e sigo em frente, sem saber aonde estou indo.
A verdadeira solidão é gritar em silêncio o nome de alguém que não nos ouve, procurar calor numa voz distante, rasgar-se de desejo por um corpo que não nos quer.Esperar pela chuva no deserto, querer saciar a sede num mar de areia, alimentar um sonho impossível.
E aquele adeus sofrido que não se consegue dizer...
A verdadeira solidão é chorar a dor de não ter um lugar no coração de alguém que já ocupou o nosso, é sentir-se desprotegido, desamparadoe vulnerável sem chão.
É amar e não ser amado.

Apenas

Era amor, era aconchego,
era vontade de ficar junto,
era calma, o sossego
de um sonho sonhado.
Trocas de carícias,
eternas juras
que se estiolaram
no tempo corrido
da vida em comum.

Onde se escondeu
a antiga paixão,
onde ficou perdido
tanto amor?
Como duas pessoas
que se amaram
são, agora, apenas amigos?
Onde ficaram as carícias, o sexo?

São dois unidos,
pensando em ser um,
seguindo independentes
suas vidas isoladas
que não mais se tocam
como antes.
Juntos, vivem tão separados
como se longe estivessem.
São vidas a parte
que se relacionam
sem serem um par.

Apenas tentam cumprir
a promessa feita no altar
de ficarem juntos
até que a morte os separe.

Alguns matam
Alguns roubam
E alguns partem o seu coração

Para mim, o maior dos suplícios seria estar sozinho no paraíso.

Me sinto tão estranho por ter uma vida totalmente diferente das outras pessoas, talvez possa ser especial por isso.

No meu mundo solitário a tristeza é minha companheira fiel, ela foi a única que não me abandonou.

Eu descobri que a solidão é o grande amor da minha vida
A minha companheira fiel
A mãe que sempre me estende o colo
E o consolo sempre almeijado.
Não tenho outro conselheiro
Ela sempre esteve ao meu lado.

Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Meu desabafo, minha solidão!

Quando me deito pra dormir, com a escuridão da noite, memórias me trazem lembranças de puro sofrimento.
Meu coração partido em pedaços, minha alma morta e meu corpo enfraquecido.
As lágrimas insistem em descer, estou perdida em um mundo cercado de desgraça, miséria e dor.
Em um mundo desumano, onde o único objetivo é ser melhor que os outros, em um mundo onde o amor perdeu o sentido e o ódio reinou.
O amor foi aniquilado do coração do homem, o amor foi despedaçado.
Me sinto melhor no escuro, fico mais à vontade!
Pois ninguém me vê, ninguém pode reparar meus defeitos, posso amar sem me preocupar com beleza física, sem saber qual sua cor, seu nome!
Apenas sinto seu calor!
Me sinto bem à vontade quando estou de preto.
O preto me atrai, me deixa em paz, me anima e me faz pensar em mim mesmo.
Gosto de ficar sozinha, desse jeito não me sinto traída…
Apenas falo com minha consciência, ela me entende, me ajuda, me ensina.
Estou fora de si, me sinto tão sozinha, mesmo quando estou rodeada por milhares de pessoas, mas ninguém me entende, ninguém sabe o que realmente quero.
Meu desejo é tão pequeno...
Sou tão complicada que às vezes nem eu mesma me entendo.
Perdi meu manual, fica meio difícil saber como usar!
Preciso de um técnico que possa me ajudar, me ajudar a descobrir como realmente sou.
Um técnico para avaliar meus conceitos, consertar meus defeitos, alegrar minha alma entristecida.
Preciso de um técnico perfeito!
Minha alma está negra, nem eu mesma consigo enxergar, quer dizer, nem sei se tenho alma.
Não consigo me descobrir neste mundo escuro, coberto por uma nuvem negra que não quer passar, com a proporção do tempo ela está crescendo, qualquer dia desses essa bomba vai estourar, e eu não quero estar aqui para ver!
O mundo vai se acabar e eu continuo sozinha, não tem ninguém para me perceber!
Eu quero alguém só para mim...
Alguém que me ame e me note no meio da multidão, alguém que tape o buraco negro do meu coração...
Alguém que seja capaz de me arrancar da SOLIDÃO e me fazer feliz, como nunca fui um dia!

Sabe quando se perde a sensibilidade? A vida passa no automático e os dias se esvaem pelos seus dedos de forma fria e ríspida? Quando a alma está vazia de qualquer sentimento bom, e um buraco enorme arde em seu peito? Nada consegue amenizar... Sabe quando já não dói mais? O vazio é tão grande que nada dói, são sempre feridas abertas e anestesiadas, paradas.
Minha vida esta assim, minha alma esta assim, eu sinto que me perco mais a cada dia que passa, eu me afundo mais. n
Essa vida é mesmo sem sentido, você vive pra fazer os outros felizes, você se doa e nada em troca recebe. Ou será que o problema sou eu e minha dificuldade em ser feliz? Pessoas entram e saem, eu simplesmente não consigo mantê-las perto de mim, há um bloqueio, um muro que me impede de ser feliz de verdade. Eu sei, estou nova demais para dizer algo assim, mas eu não consigo me lembrar de algum momento da minha vida onde eu estive feliz e realizada. É sempre assim, tristeza atrás de tristeza.
E aos que dirão "Tem gente pior que você", experimentem a solidão, a angústia, o fracasso e a mediocridade, e então vocês vão entender o que eu quero dizer quando me expresso dessa maneira.

“A solidão concede ao homem intelectualmente superior, uma vantagem dupla: primeiro, a de estar só consigo mesmo; segundo, a de não estar com os outros¨

REFLEXÕES DE UM ADEUS

Agora, sentado,
ouvindo apenas o ruído do silêncio,
parado,
eu penso em nós.
Vem vindo do fundo, gritante,
alarmante,
a ansiedade do tempo passado
preenchendo do nada
o vazio de dois mundos.
Somos duas pontas de flexas,
disparadas do infinito,
que não se encontrarão.
Um grito de alarme
cresce na garganta
e espanta
no vôo, a felicidade
que em vão tenta o pouso
em minha alma angustiada.
Somos dois que
marcham ao longo,
sem cruzamentos,
nem encontros.
Tontos,
procuramos nos dar as mãos
através o nevoeiro do tempo.
Ilusão temerária de sermos um,
quando seremos, eternamente
dois.
Pois,
não percebes?
Teu mundo é formado
de outras cores.
Consulto o silêncio,
tal fora o relógio da vida,
e vejo nos ponteiros
que não se tocam
nossa própria tentativa
do ser uno.
Nessa ilusão míope não vemos
que passamos
um pelo outro,
sem nos tocarmos,
como os ponteiros
que marcam a vida,
perdida.

Não! Eu não estou bem. Definitivamente. Sinto um vazio constante dentro de mim e um desejo incontrolável de preenchê-lo.

Eu gosto de ficar sozinha, mas eu não sou solitária, minha solidão me faz companhia.

Quem planta a semente da mentira
colhe a floresta da solidão...

PARTIDA

E meu trem partiu.
Foi naquele momento,
exatamente,
que ele partiu.

Tremeu, apitou
e, gemendo,
sumiu entre névoa
que ficou na noite,
ao redor de tudo.
Partiu sozinho
como eu,
num trilho infinito,
tremendo, aflito,
já bem longe, deixando
apenas a névoa.
Contornos imprecisos
de uma cor acinzentada,
lentamente se apagando.

Na estação,
dentro da noite,
não ficaram acenos,
nem lágrimas;
talvez uma recordação,
talvez nem isso.
Mas, submisso,
preso ao trilho
de seu destino,
foi que meu trem partiu.
Ninguém viu
nem compreendeu
que ele partia
definitivamente.

Canção do Adeus

Mais uma vez,
lábios se abriram
e me disseram
adeus!

Um duro olhar viu
meu sim silencioso,
cheio de surpresa
e desapontamento.
Lábios que antes úmidos,
prometiam beijos,
secos e crispados
recusavam o amor.
E meu corpo tremeu
apertando a garganta.
E, engraçado, nada
havia mudado.
Nunca houve amor,
apenas farsa,
ilusão e dúvida.

Sua imagem
ressurgiu das sombras,
me acusando
os erros de outrora.
Sua boca, em outros lábios
me apontavam.
O destino por mim próprio
construído era, enfim,
a sua forma de vingança.
Todo amor
que desprezei um dia,
foi consumido
ao fogo do arrependimento.
Mas, creia que já não luto
e compreendo agora
que tenho de sofrer
o que lhe fiz.

Embora por outros lábios,
outras vozes e gestos
diferentes.
Tudo é você,
tudo é seu
e me condena.

Por quê?

De repente o vazio
Traz o som do nada,
E no silêncio que crio
Vem a ausência de tudo.
Parado, incrédulo, mudo
Não quero sentir a falta
Que cresce no corpo
E na alma, e maltrata
O coração vacilante
Com as incertezas
De amante,
De tristezas.
Por que ir adiante
Na ilusão fugaz
Do amor vivido?
O amargor que vem à boca
É a perda sentida,
E lívido
Busco compreender o partir
Sem adeus, sem porquê.

RECORDAÇÕES (perdidas)

No espelho da vida
revi mil rostos,
velhos, cansados, perdidos
em passado já distante.
Em meu espanto percebi
quem fui, pois,
na luz que refletia
finalmente eu via
o tempo que passara:
rápido, irônico, implacável.
Pedaços de mim
eram outras fisionomias,
que não eram mais
como um dia foram.
Lutei por descobrir
vestígios de outrora:
em vão!
Pois eram apenas traços,
fugazes traços.
Lembranças de rostos,
sorrisos, abraços,
carinhos, beijos.
Tempos passados,
passadas vidas,
uma palavra, um adeus.
Pensamentos decompostos
de imagens tão queridas.
São presente.
São feridas
que ficaram
na Alma.

A dor do poeta

O poeta é triste
por natureza,
mas na poesia
encontra o conforto
como o navio que
chega ao porto
levado ao sabor
da correnteza.
E se da vida
sente a tristeza
de um amor que
já está morto,
cultiva a flor
de um mais belo horto
onde a poesia reina
com beleza.
Encontra a vida
na bela forma
da rima fértil
do verso apaixonado
e, com a tristeza da vida
se conforma.
Não sente mais
o fel de seu passado
até que a vida
de novo o transforma
num homem só
amargurado…

A vida é tão sombria quanto a morte.

ENGANOS

Mergulhei no passado tentando
compreender o presente de uma vida
e descobrir em tantos enganos
a verdade escondida nas mentiras.
Em que dobra do tempo vivido
ela ficou perdida; oculta nas sombras,
tantas vezes negada ou transformada.
O tempo partilhado com o nada.
O prazer sofrido, sem o gozo
do ideal imaginado; perdido.
A mudança rápida de amores,
deixou a mágoa do vazio;
e, por não ser o amor verdade,
fiquei sozinho, sem compreender
o destino cruel que nos leva
a viver tudo o que não é.

Solidão não cura com aspirina.

Ter depressão é como morrer mil vezes por dia. Mas ninguém nunca sabe, ninguém nunca vai saber.

BUSCA

Cansado, nem forças tenho p’ra chorar,
pois sofrendo vaguei a procura de um bem
sem jamais um só amor eu encontrar,
sem sentir jamais o afeto de ninguém.

Nunca cruzaram os meus um só olhar,
que me dessem a esperança de também
neste mundo ter o direito de amar
e ser amado neste mundo por alguém.

Há os que nascem destinados
a viver sempre só, abandonados,
vivendo, mas da vida esquecidos.

E entre esses assim perdidos
sofrendo amores não correspondidos,
vou seguindo a sina dos não afortunados.