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A História não vai se lembrar de mim. Não serão contadas histórias sobre mim, mas não vou permitir que isso me impeça de lutar pelo que é certo.
Você está a um centímetro do precipício, John B. Se eu fosse você, começaria a recuar.
É nosso dever dar as boas-vindas da melhor maneira possível. Temos que jogar limpo, vencendo ou perdendo. Na minha opinião, vejo uma honrosa vitória iminente.
Por que não pode vir me buscar, me abraçar forte e me falar que vai ficar tudo bem e que eu vou conseguir superar?
Todos recebem a mesma quantidade de tempo. Mas eu percebi que a profundidade do tempo que ele e eu tínhamos passado juntos é completamente diferente.
Os animais não te julgam, contanto que você tenha um coração bom. Eles não se importam com quem você é ou o que fez no passado.
Quando eu morrer, meu corpo vai parar de funcionar. Ele vai se desligar, de uma vez ou gradativamente. A respiração vai cessar, o coração vai parar de bater. Morte clínica. E um pouco depois, tipo, uns cinco minutos depois, meus neurônios vão morrer. Mas, nesse meio-tempo, talvez meu cérebro libere uma maré de DMT. É uma droga psicodélica liberada quando sonhamos, então eu vou sonhar. Vou sonhar mais do que jamais sonhei, porque isso é tudo. É a última descarga de DMT toda de uma vez. Meus neurônios vão disparar e verei um espetáculo de lembranças e imaginação. Vai ser uma baita viagem. Vai ser alucinante porque minha mente vai estar viajando pelas memórias de longo e curto prazo, sonhos se misturando com lembranças, e finalmente a cortina se fecha. O sonho que fecha todos os sonhos. O último grande sonho enquanto minha mente esvazia o depósito e então… acaba. A atividade cerebral cessa e não resta nada mais de mim. Nenhuma dor. Nenhuma lembrança. Nenhuma consciência de quem já fui. De que já machuquei alguém. De que já matei alguém. Tudo permanece como era antes de mim. A eletricidade se dispersa do meu cérebro até sobrar só tecido morto. Carne. Esquecimento. E todas aquelas coisinhas que fazem parte do meu corpo, os micróbios, bactérias e bilhões de outras coisinhas que vivem nos meus cílios, no meu cabelo, na minha boca, na minha pele, no meu estômago e tudo mais, seguirão vivendo. E comendo. E estarei servindo o meu propósito: alimentar a vida. Quando me decompuser e as minúsculas partes de mim forem recicladas, estarei em bilhões de outros lugares. Meus átomos estarão nas plantas, insetos, animais. Eu serei como as estrelas no céu. Aqui em um momento, depois, espalhadas pelo cosmos.
Sou só uma pessoa confusa que estraga tudo e nunca vai encontrar a felicidade. Por que encontraria? Não mereço amor.
