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Nada como uma vida simples na roça, ela tem o que comer, amendoins! Energia não lhe faltará, tem flores amarelas silvestres, a preferida dela, por onde anda. E quando chegar de suas caminhadas um belo sofá faltando encosto lhe espera para o merecido descanso. Não lhe falta nada, quase nada, ela não consegue achar o outro pé das suas lindas e gastas havaianas.
Meus tempos de Infância
PARTE 01
Toda hora estou pensando
E agora vim me expressar
Através da rima eu escrevo
O que o coração quer falar
Memórias da minha infância
Que a mente tenta acessar.
Um tempo bom por demais
Pomares, rios e currais
Brincadeiras, festa e alegria
Naquele lugar reunia
Famílias com alegria...
Brincadeiras e diversão
Simplicidade e muita união
Podia ter só o feijão
Que ainda sim chamava atenção...
Todo mundo queria ficar
Naquele lindo lugar
Visitante se admirava
Pra um e outro falava
E assim a fama espalhava
Por toda região, daquele barracão
De paredes de pau a pique
Das prateleiras mais chiques
Era os alumínios da minha vó
Que de longe encadeava
Do brilho que ela dava
Com areia, bucha e sabão.
Com amor e dedicação
Em tudo que ela fazia.
Trabalho disfarçado de lazer
Para as crianças aprender
Como tudo se fazia
Não era como hoje em dia
Que não pode fazer nada
As Brincadeiras boas estão paradas
Pois os pais não deixam brincar
Agora só tem celular acabando com a diversão
E cada um mais molão
Diferente de outro hora
Que Meninada Jogando bola,
Lá no meio do terreiro
Podia fazer lameiro
Que os pais não se importava
Tinha mais fé que era Deus que cuidava
E tudo ficava bem!
São muitas memórias que surgem
Quando eu paro para pensar
Naquele incrível lugar
Que passei a minha infância
Tempo bom de criança que pude aproveitar.
Eu lembro dos meus avós
Na flor da juventude
Força, fé e atitude
Trabalhando com paixão
Naquele fecundo baixão
Minha vó na mão de pilão
Debulhava aquele arroz
E já preparava depois
Tudo fresco ali da hora
Essas são as memórias
Que me pego a pensar.
Meus tios com par de espora
Aprendiam a caminhar
Trabalho, sustento pra o lar
Era o que os pais ensinavam
Respeito e consideração
Passava para a geração
Como enfrentar a vida
Com sabedoria e proeza
Não tinham muita riqueza
Mais tinha muita alegria
Era seu jeito de amar
Ensinando uma profissão
Cada filho um leão
Era assim que preparava
Uma forte geração.
Com garra, fé e união.
Autor: Fernando G Saldanha
13/01/2025
Da roça, fugimos para cidade grande em busca de uma vida melhor e, longo tempo depois, voltamos pelo mesmo motivo.
𝘕𝘢𝘴𝘤𝘪𝘥𝘰 𝘯𝘢 𝘳𝘰ç𝘢 𝘦 𝘯𝘦𝘭𝘢 𝘧𝘰𝘪 𝘤𝘳𝘪𝘢𝘥𝘰, 𝘣𝘳𝘪𝘯𝘤𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘯𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢 𝘦𝘮 𝘮𝘦𝘪𝘰 à 𝘤𝘢𝘷𝘢𝘭𝘰 𝘦 𝘨𝘢𝘥𝘰, 𝘦𝘴𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘯ã𝘰 𝘵𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘦 𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘭𝘦𝘷𝘢𝘷𝘢 𝘯𝘶𝘮𝘢 𝘤𝘢𝘴𝘢 𝘥𝘦 𝘵𝘢𝘪𝘱𝘢 𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘮𝘱𝘳𝘦 𝘵𝘳𝘢𝘣𝘢𝘭𝘩𝘢𝘷𝘢 𝘦𝘮 𝘶𝘮𝘢 𝘤𝘢𝘴𝘢 𝘥𝘦 𝘧𝘢𝘳𝘪𝘯𝘩𝘢.
𝘛𝘳𝘢𝘣𝘢𝘭𝘩𝘰 𝘱𝘦𝘴𝘢𝘥𝘰 𝘧𝘰𝘪 𝘴𝘦𝘶 𝘧𝘰𝘳𝘵𝘦 𝘢𝘭𝘪𝘢𝘥𝘰, 𝘱𝘰𝘳é𝘮 𝘴𝘦𝘮𝘱𝘳𝘦 𝘩𝘰𝘯𝘳𝘰𝘶 𝘱𝘰𝘳 𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘱𝘢𝘴𝘴𝘰𝘶 𝘰𝘳𝘨𝘶𝘭𝘩𝘰𝘴𝘰 𝘥𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘯𝘰𝘮𝘦;
𝘥𝘦 𝘜𝘔 𝘙𝘈𝘗𝘈𝘡 𝘛𝘙𝘈𝘉𝘈𝘓𝘏𝘈𝘋𝘖𝘙.
𝘌𝘴𝘴𝘦 𝘦𝘳𝘢 𝘈𝘯𝘵ô𝘯𝘪𝘰 𝘊𝘢𝘳𝘭𝘰𝘴, 𝘮𝘦𝘶 𝘵𝘪𝘰 (𝘛ô𝘪𝘯) 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘦𝘳𝘢 𝘤𝘰𝘯𝘩𝘦𝘤𝘪𝘥𝘰 𝘦𝘮 𝘋𝘰𝘮 𝘔𝘢𝘤𝘦𝘥𝘰 𝘊𝘰𝘴𝘵𝘢 𝘯𝘢 𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘮𝘰𝘳𝘢𝘷𝘢.
O Roceiro
Pelas paredes gretadas
Mugidouras vacas deitadas
Paciente e ruminante
Observava, ele via
O amanhecer no horizonte
Lá vem a barra do dia.
Acorda mulher, acorda Lia
O algor cobria de neve o chão
Que frio!... Virgem Maria
Levanta mulher, coragem e opinião
No poleiro, não tem mais galinha
Façamos junto a oração
Salva-nos, ajuda-nos oh!... mãe rainha
Opinião! Opinião! Exclama
Com mãos calejadas o rosto lava
Descalço, pisa n' água, na lama
Se não fosse ele, homem chorava
Sorrindo, alegre, a vida leva
Mulher!... este frio é geada
Mas enquanto o café côa
Amolo minha enxada
Pois, não gosto, não fico a toa
Também trato das bicharadas
Dos porquinhos e da marrôa
Marido o café tá coado
Vem beber senão esfria
O roceiro vem afoitado
Não vim antes, não sabia
Bebe e pega seu machado
Nossa lenha não vai ao dia.
É triste; não sei ler, sou tapado
Amanhã preciso de arrogo
Marido!... me dá licença
Vou por feijão no fogo
Desculpe, arrogo não é doença
Fala logo com seu sogro
Meu pai tem clemência.
A tarefa d' manhã terminada
O roceiro vai sossegado
Cachimbo na boca e na mão a enxada
Também no ombro o machado
Derrubar a matarada
Onde tudo é plantado
Descalço, nos trieiros, na saroba
Alegre, cantando, não tango
Pula, um bicho, é cobra
Foi engano é um calango
Que bela mata e gigante peroba
Roço, queimo e planto morango
O céu, a serra enfumaçada
Dos roceiros a história narra
Árvores deitadas, folhas esturricadas
Por todo lado zumbido de cigarra
É tempo agora de queimadas
Quase tristeza o roceiro agarra
Vamos urgente aproveitar
Chegou a flor do mandacaru
O sol não vai mais esquentar
Que fumaça! Foge o inhambu
Nossa roça vou por fogo, queimar
Essa chuva não vai pegá-la cru
Mulher!... Vamos agora plantar
Arroz, milho, mandioca e feijão
Se o pai do céu nos ajudar
Vamos fazer um farturão
A nossa fé não pode, não vai faltar
Não esquecendo da oração
Na roça tudo é dureza
Lá dá praga pra chuchu
O prejuízo é quase certeza
Corre perigo da cobra urutu
Formiga, cupim é da natureza
Destruidores, passo preto e tatu
Quando planto, sou feliz
O tatu, mandioca e milho ranca
O roceiro não maldiz
E por Deus, não adianta
Formiga nas folhas, cupim na raiz
E vem o sol virgem mãe santa
Chega então a colheita
Houve grande resultado
Labuta, sofre, não deita
Corajoso, alegre vai o coitado
Uma boa cama ele enjeita
Foice no ombro, fazer novo roçado
A história do roceiro
Ela é indeterminada
Bolso limpo sem dinheiro
E a ele não falta nada
Veste algodão e sempre caseiro
Crê em Deus, crendice e fada.
BEBÊ CABRITO
Ele é muito inteligente,
não quer saber de atrito,
nem vacina ele toma,
não precisa estar inscrito,
é melhor que gente braba,
mama na teta da cabra,
esperto bebê cabrito.
CÉU DO INTERIOR
O céu visto aqui na roça
alegra meu coração.
Vejo fácil as estrelas
acima da minha visão.
Boa visibilidade,
calma e tranquilidade,
nesse pedaço de chão.
De toda minha vida, quase três partes se passam na cidade onde, em meio à competitividade, insisto em sobreviver e adquirir conhecimento, mas se não fosse a primeira parte vivida na roça onde aprendi a arte da humildade e da sobrevivência, certamente já teria sucumbido.
Quando a fé é sensata, coerente e madura o homem crê que deus lhe dará uma boa enxada para capinar a roça. Mas quando a fé é histérica, picareta e infantilizada o homem crê que deus irá capinar a roça por ele.
DEUS HOJE É DIA
DE EU TE AGRADESCER
E TAMBEM DIA
DAS PESSOAS
POGRECER
HOJE É DIA DE ESTUDAR
PARA QUANDO CRESCER
SOFRIMENTO
A VOCÊ NÃO CHEGAR
TRABALHAR NA ROÇA
NÃO É UM BOM LUGAR
ESTUDAR
E CRESCER UM BOM
EMPREGO ACHAR
A natureza é liberdade!
Que bom meu Deus é morar na roça,
não tem muros nem cadeados e nem chaves nas portas.
Sou livre como o vento e sinto o ar puro e o cheiro de mato.
Que imensa alegria contemplar tantas maravilhas, arvores montanhas e pastos.
De madrugada acordo com o canto do galo e dos pássaros,
ouço o cacarejar das galinhas e os piados dos pintinhos e passarinhos.
La tem João de Barro,pintassilgos,quero-quero sabiá e canarinhos.
Tem andorinhas voando e filhotes nos ninhos.
La no horizonte desponta os primeiros raios do sol,
começa brilhando aos poucos e aquecendo os arredores.
As flores já despertam espreguiçando e ajeitando as pétalas, azuis, amarelas, vermelhas e brancas, enfeitando toda a florestas.
No pasto os peões recolhem o gado, e os soltam os bezerros pra mamar.
de longe se ouve o mugido das vacas,com seus bezerros a berrar.
Quem mora na roça não tem tristeza e nem vive sozinho.
De dia tem os animais por companhia e de noite a lua brilha todinha pra mim no terreiro da casa minha.
Antonte encontrei um rapaz
Menino, ele falava demais
De tanto escutar sua prosa
Esqueci de tudo lá fora
Tentei sair de fininho
Mas o moço não parava mais
E a fala era das boas
Quando menos assustei
Já era depois das seis
Esse povo lá da roça
Quando garra numa prosa
A gente desliga de tudo
E a conversa não acaba mais.
A Formiga, mais ou menos uns dez Pingos d'água e Eu
Num dia desses...
De previsão do tempo em desacordo
e céu azul e nuvens brancas,
dando formato a imagens de sonhos
e sol brilhante e sombra boa,
projetada em rumo de árvore grande
- [pé de um trem qualquer]-
plantada no asfalto da cidade
ou na terra do campo.
E de repente a chuva...
Que desaba sem aviso antecipado,
desabrigando os descuidados
tomando ligeiro os caminhos
e ocupando-se de preocupar
os videntes de desenhos em nuvens!
Tratando de por ritmo nos passos moles
escaldados e amolecidos pelo sol quente,
tratando de apressar as aves
em seus vôos solos pelas quinas do céu,
tratando de acordar os lagos e de viver os peixes
e tratando de matar a sede da terra - que agradecida -
empurra à superfície, as plantas...
Expondo suas folhagens verdes
seus frutos vistosos
e suas inspiradoras flores perfumadas.
Feito chefe em dia de súbito descontentamento,
ralha aos quatro ventos, a chuva que cai do céu.
Num protagonismo invejável!
Só as formigas se incomodam mais...
As gotas d'água,
feito flechas lançadas contra elas,
- do alto, sem escrúpulos ou piedade-
fazem pesar ainda mais o seu árduo trabalho diário.
Três estrelas ancoradas no céu
calçando a lua
em uma nuvem qualquer,
e uma rajada de vento soprada de lá para cá
na contramão da dança dançada a favor da chuva,
faz ir embora a nuvem escura carregada de raios
que entopem o céu de desespero.
Três dessabidos destinos,
encontram sentidos
em um sentido qualquer:
A Formiga...Desenrasca o pão do jeito que dá!
A Chuva... Se diverte com a farra toda!
E Eu...Transformo em tempestade - nem dez gotas d'água - caídas sobre mim!
Aurora
(Rayme Soares)
Desejar-te desde a aurora
Não me quietou, não me calou
Adormecia o que hoje aflora
E agora é parte do que sou
Parte do que sou
Solta os cabelos e me acolhe
Menina terra cultivou
O chão da raça que me chama
Raízes fortes que cravou
Pegou meu coração
Hoje falo quando calo
Minha boa em ti cessou
Quando lá na roça é noite
A manhã já levantou
"Indimensionável", infinito
Aquele espaço aqui e lá
Cara linda vem comigo
Todo sempre namorar
Da roça, na roça.
De manhã acordo.
A janela passada a taramela.
O sol preguiçoso.
A esbirra na figueira.
Café na tigela.
Bolo de fubá.
Broa quentinha, mamãe felizinha.
Cama de campanha rangendo como uma velha.
Hei pecado ser da roça.
Pecarei sempre por essa terra.
Mansidão, tranquilidade pito na boca.
O canário a tintirilar.
A brisa sopra as folhas secas correm.
A gente acorda cedo para ver o sol raiar.
Pássaros, borboletas e beija-flores.
Uma diversidade de multicores.
Cantares diferenciados, mas uma só harmonia.
Vivo aqui, sou daqui e aqui viverei.
A VIDA NA ROÇA.
Uma casinha singela,
Ao lado de uma estradinha de chão,
Onde a vida é simples e bela,
Há paz de alma no coração.
Uma porteira na entrada,
Um mata-burro ao lado,
Um liberando a estrada,
O outro inibi a passagem do gado.
Construída ao pé do morro,
Roupas limpas no varal,
Com a casinha do cachorro,
E uma farta horta no quintal.
Não há luz elétrica e nem muro,
Mas tem lamparina e lampião,
Lá não se vive no escuro,
Lá não há poluição...
Meu casebre e palhoça,
Onde plantei a felicidade,
Eu não troco a minha roça,
Pelo conforto da cidade.
►Pequena Roça
Sobre o sol um calor sem igual
Acima da estrada de terra, sobre o céu o grande farol
Os carros de bois seguem com uma trilha sonora
Os garotos estão ali, dando banho as hortas
O homem batalhando para o crescer de sua pequena roça
Reparando os portões de ferro enferrujados, com sua antiga solda
Sua esposa torna-se companheira de dança da enxada
E lá de longe pode ser ouvido a serenata da cigarra
Os vaga-lumes brilham nas noites mais claras.
O suor desce como lágrimas do Nordeste
E os corpos respiram com aquelas brisas leves
O campo rural floresce, e a santa Mãe as vozes agradecem
E aqueles humildes portões prevalecem
O tempo machuca os pais daquela terra,
E os filhos então tornam-se herdeiros dela.
Em meio ao trabalho árduo, um prestígio
Lá naquela casinha de madeira encontra-se um abrigo
Um lugarzinho quentinho, para fugir do frio
A pequena roça muitas vezes passa por momentos terríveis
O homem, com um palito em sua boca, sabe dos perigos
E na mata espreita animais que se tornam inimigos.
Viver sobre o solo arranhado não é difícil, disse um dos filhos
Difícil é racionalizar a força ao segurar o garfo
Pois o corpo se torna mecanizado, acostumado com o trabalho pesado
Ele acordou junto ao cacarejo do galo,
E fechou os olhos ao nascer da noite, com os dedos calejados
A vida no campo possui seus pontos altos e baixos
Seus pontos fortes e fracos,
Mas aquela família sempre estará pronta para o trabalho.
O Brasil, assim como em todo o mundo, precisam de mais extensionistas rurais para animar os processos de desenvolvimento no meio rural brasileiro.
A juventude rural vive uma intensa mobilidade social, entre o ir e vir, sair e transitar entre o rural e o urbano de forma mais acentuada.
Ser Extensionista Rural, de fato, não é algo simples e fácil. Não é um trabalho para aplicar receitas. Cada família rural possui uma experiência diferente e uma particularidade distinta.
