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⁠INTANGÍVEL

Guardei-te na gaveta das coisas novas,
arrumadas, qual gaivota que sobrevoa
a praia, antes de fechar a porta da tarde.
Guardei as razões que me deste
para te eleger. O teu gracejar constante
e aquele sorriso de inspirar poetas.
É tarde. A vitrola acusa cansaço
e os versos repetem-se na folha vazia.
Rendo-me à alegria de te sonhar
tão azul e tão presente como antes.
Sempre te soube interdito e breve.
Tão intangível, que magoa.

Inserida por franciscojoserito

ALVORADA


Alvorece
as gaivotas acordam a cidade
os sinos cantam ao desafio 
com os sonhos interrompidos
a maré lambisca a margem
os raios de sol diluem a bruma
e os meus lábios fogosos
engomam as rugas do teu corpo
com a mesma devoção 
com que a natureza regenera. ⁠

Inserida por franciscojoserito

Do rito de passagem

Não se esqueçam de que, na vida, existe uma coisa chamada “rito de passagem”. Quando decidimos mudar, quando estamos prontos para o próximo salto, precisamos ritualizar este momento.

Todas as religiões têm isso: festa de 15 anos, casamento, formatura.

O rito de passagem traz responsabilidade ao ato da mudança. Vá a um lugar sagrado – uma igreja, um bosque, seja o que for – e entre em comunhão com o Universo. Use uma roupa que você comprou ou guardou para este dia. Faça uma oferenda e uma prece: dedique os próximos passos a Deus. Peça a Ele para lhe guiar, proteger, mostrar o melhor caminho.

Lembre-se: todos os seus atos são sagrados e necessários. Dê a eles o seu devido valor.

Ri(to) de Passagem.

Mar de ilusões.
E, só, ao afogar-me,
Vi que a água não era doce.

Para andar de skate, é como um rito de passagem. Quanto mais você cai, melhor você fica. Então, caia o quanto puder!

A Teologia é uma Ciência Metafisica e Empírica que estuda através dos seus interregnos a relação entre o humano e a sua Divindade no contexto secular e espiritual por intermédio do rito e do mito. Teólogo Cornelio A.Dias

Deixa-se de ser um menino para tornar-se homem quando se faz uso de consciência e humildade para entender e corrigir erros como rito de passagem.

A vida é um percurso do dia a dia,
para além de ser um horizonte alcançar como meta...é um processo que passa pela conquista do nosso pensar e viver.

Inserida por aderitokambamba

O Paraiso do Rito, no iT do Ritmo Rítmico do rit mico. J.Almeida

Inserida por jefferson_almeida

BATISMO DE FOGO

Entre porres de bourbon
e ressacas marinhas
delirium tremens
febres terçãs
vestígios de naufrágios
canteiros de martírios
salmos, epifanias
mosaicos de neon
preso em teu labirinto entre fortes
desde as maciças retas concretas
de tua carnadura urbana
às tenras curvas abstratas
de tuas coxas mundanas
dentro de ti – ai de mim! -, Copacabana
fiz meu rito de passagem
meu batismo de fogo:
fiz-me
homem
menino
poeta.

Inserida por msdesouza

SOBRE A RELIGIOSIDADE DO BAIRRO COPACABANA EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS...

E eu que não tenho religião


[...] Parei para observar a procissão que tomou conta de minha rua ontem e por todos os lados que olhava, via pessoas com velas acesas às mãos cantando uma canção em tom de ladainha, capaz de inquietar qualquer um. Repetiam sempre com muito entusiasmo um refrão melodioso, acompanhado sempre pelo som de um violão extremamente afinado seguiam rua acima, passo a passo, verso a verso incessantemente.

Feito quando era criança, fui transportado à varanda de minha casa e convidado a ser expectador daquele evento. Maravilhado em ver tanta gente agindo em cooperação, tive a sensação de estar novamente em comunidade. Com o movimento de tanta gente junta todas as casas do entorno, postes de luz, asfalto e concreto sumiram. Tudo parecia como antes, intocado!

O mato alto nos lotes vagos, o caminho escuro de terra vermelha e argila cintilante, o barro na sola dos sapatos dos adultos, o vento, as minas d'água por todo o percurso, os sapos coaxando, os vaga-lumes brilhando no céu à frente de todos, o cri-cri... dos muitos grilos existentes, o cheiro de Dama da Noite, o incômodo do pinga-pinga da parafina das velas derretendo e queimando os dedos, o medo à véspera da sexta-feira da paixão.E até mesmo o velho campinho onde aconteciam as barraquinhas e feiras do bairro estava lá. Tudo parecia exatamente como antes.

Quis seguir o cortejo e cantar com eles suas cantigas celebrando a alegria de estar em comunidade novamente, por alguns instantes esqueci, inclusive, que eu não era católico e que havia optado há muito tempo atrás por não ter mais religião, optado por ser sem religião. E devido a essa minha decisão anterior, não conseguia compreender aquela minha aflição emotiva; não fazia muito sentido para mim estar tão tocado com tal acontecimento. Talvez fosse isso... Não era um simples evento casual, era um acontecimento, como antes!

Os meus olhos marejaram de ver, de ouvir, de sentir tanta energia positiva em trânsito. E mesmo quando passou pela rua o último integrante do cortejo e sumiu na curva dos olhos após virar a esquina da rua de cima, seguindo em direção à rua de baixo, no rumo da capela da única praça do bairro, ainda era possível ouvir os passos da multidão e o clamor da ladainha efusiva ecoando pelo ambiente e atingindo aguda os canais auriculares das pessoas, nas muitas residências hoje existentes. Quando tudo acabou... a vontade era de chorar. Mas sentia-me bem demais para tal.

Inserida por JotaW

⁠ESTADO DE GRAÇA

Eis-nos
na bênção da aventura
cachos de uvas ruivas no regaço
um véu de colibris a cobrir-nos a pele dos segredos.

Eis-nos
no céu dos escolhidos
todo o sol que irradias me ilumina
todo o amor que canto te pertence.

Inserida por franciscojoserito

Que importa 
que a alma jaza acre e escura
na lassidão da espera, 
se com sonhar-te apenas
tudo se irradia
e por ser-te
tudo se transforma? ⁠

Inserida por franciscojoserito

⁠MEUS OLHOS

Quando a noite
pousar sobre ti seu negro manto
e sentires que as estrelas te perseguem
que dançam ao teu redor, em burburinho
não tenhas medo meu amor
o que ouves são os meus olhos
que no escuro te acompanham
a salpicar de luz o teu caminho.

Inserida por franciscojoserito

⁠AMÊNDOA AMARGA

Rasguei com as minhas mãos
todas as promessas

abri as portas
vesti-me de vento
a afastar de mim o teu perfume

pintei-me com o roxo das dores
com o vazio dos dias

provei o fel do desencanto
minha amêndoa amarga. 

Inserida por franciscojoserito

⁠CRESCEU-NOS A CAMA

Lentamente
descemos o rio
mudaram as luas
os azuis do céu
e os verdes das margens

até nós mudámos
sem darmos por isso
pouco a pouco
o espelho mostrava-nos
o que viria a seguir
o preço a pagar
pela nossa irreverência

eu deixei de correr
e tu seguiste-me os passos
até ao ponto de não podermos
mais fugir ao destino

o céu acinzentou
cresceu-nos a cama
e o sangue deixou de saciar-nos

diz-me, amor
perdemos a sede
ou secou-se a seiva
que nos corria efervescente
pelas crateras da pele em chama

cresceu-nos a cama
ou mingaram-nos os braços?

Inserida por franciscojoserito

Não existe⁠ fraternidade espiritualista e leal da vida, de verdade que não prossiga com os ritos fúnebres de luz ao espirito e um lugar especial comum, na morte. 

Inserida por ricardovbarradas

⁠— Meu filho, por favor! Não se afaste da tradição que nossos antepassados transmitiram de geração pra geração! Pense nos familiares que estudaram e mantiveram essa herança cultural com tanto orgulho e sacrifício!
— Desculpa, papai, mas ela virou uma religião dogmática. Eu preciso criticar, questionar, analisar... Lamento muito, mas deixei de acreditar.
— Por favor, meu filho, não renegue sua origem! Não abandone a ciência!

Inserida por OficialRobsonCorrea