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Loucos e Santos
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.
Nota: Esse texto vem sendo repassado como sendo de diversos autores, entre eles Marcos Lara Resende ou Oscar Wilde. No entanto é uma adaptação do texto “Crônica para os Amigos” de Sérgio Antunes de Freitas, publicado em 23 de setembro de 2003.
...MaisTecnicamente, psicopatas não são legalmente insanos. Eles sabem a diferença entre o certo e o errado. São pessoas racionais, muitas vezes altamente inteligentes. Alguns conseguem ser bastante charmosos. Na verdade, o que mais assusta neles é o fato de parecerem tão normais.
Sendo a normalidade um conceito meramente subjetivo, entendo que sou apenas mais um peixe no oceano de anomalias sociais.
Os considerados loucos se permitem enxergar o mundo sob a ótica do realismo, sem mesmo que seja preciso se prender aos padrões sociais que conceituam a normalidade. Afinal não seriamos nós os loucos por estarmos refletindo desesperadamente o que é esperado pelos ditos normais?
Não discordando das regras que limitam a mobilidade de certos grupos, mas ditadura comportamental é como defecar no ser pensante a imposição de seu próprio eu.
"Ser diferente não é um problema, o problema é se considerar o primeiro e único padrão de 'normalidade'."
Não devemos voltar ao "normal" porque esse era o nosso grande problema. Voltar ao que estávamos fazendo antes, só irá nos trazer a mesma situação que estamos agora!
Cada um com sua loucura: a minha foi julgar-me normal, perigosamente normal. E como me parecia que os outros estavam loucos, acabei ficando com medo, medo deles e, o que é pior, medo de mim mesmo.
É algo muito além dessa normalidade terrena! Procurar compreender, tornaria minha alma pequena. Sendo assim, luto como se estivesse em uma competição na arena, mesmo já no final, quando acredito não valer mais a pena, vencerei então esta guerra, destemida, confiante e serena. Porque ao que foi ligado no céu e na terra, não precisou sequer de uma antena.
É impossível alguém não ter preconceito. Todos nós formamos ao longo de nossa vida algum conceito sobre várias pessoas que conhecemos e atividades com que nos ocupamos. Dentro da normalidade somos capazes de mudar estes conceitos colocando outros em seu lugar e vendo o mundo de outra forma. Preconceito doentio é aquele que criou raízes na mente da pessoa e não permite alteração.
Equilibramo-nos na corda da normalidade que outrora foi um largo caminho de muitas possibilidades de ser.
Filmes fazem parte de um nível ilusório capaz de encantar este simples ser, o fazendo acreditar em historias que são 99% de certeza de não acontecer nesta vida. vida esta que os prende a normalidade surreal
Normalidade é doença! A loucura é a expressão da liberdade em uma sociedade burra, hipócrita e cruel.
