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Meu bolso estava vazio, mas a cabeça estava cheia de coisas que eu queria dizer e o coração cheio de histórias que queria contar.

É muito mais fácil condenar a vítima do que o opressor, porque nem todos querem se colocar no corpo da vítima. Logo faz da vítima de “vitimista”, como uma pessoa que se esconde por detrás do que muitos veem como um fracasso, ou seja, “ninguém mandou nascer com o cabelo duro, com a pele preta, na favela, como muitos dizem ninguém mandou ser ‘favelado'”. O ser gosta de pisar no outro, principalmente quando ela percebe que o outro se encontra no chão, logo nasce as separações e exclusões sociais.

Temos uma favela marginalizada que nem sempre é aceita no mercado de trabalho. Para muitos o negro ou a negra que luta pelo seu direito, tem de calar a boca, logo o difama de “vitimista”. São tão marginalizados, que não podem muitas das vezes montar uma guia e sair vendendo, que a prefeitura prende, nem sempre pelo fato de ser negro ou negra, mas por ser de menos condições de vida e pertencer a uma classe menos favorecida.

Desde do início do meu envolvimento com o movimento de mulheres fiquei incomodada pela insistência das mulheres brancas liberacionistas que a raça e o sexo eram duas questões separadas. A minha experiência de vida mostrou-me que as duas questões são inseparáveis, que no momento do meu nascimento, dois fatores determinaram o meu destino, ter nascido negra e ter nascido mulher.

⁠QUE NÊGA!

Tu és mulher nêga,
uma poesia em mim!
A mulher negra,
Deus ao pintar
Pincelou de forma diferente:
Deixando uma obra de arte
Que encanta a gente.
O da Vinci pintou a Mona Lisa,
Porque não te conhecia!

A essência da vida é viver dia após dia, porém o teu “bom dia” traz-me a convicção de que não há dia melhor.

A beleza negra da noite não tem espaço para luz, mas é repleta de vida.

Fiz café para o João e o José Carlos, que hoje completa 10 anos. Eu apenas posso dar-lhes os parabéns, porque hoje nem sei se vamos comer.

Não existe um ferreiro de Ogum, Ogum é seu próprio ferreiro e a brasa que queima a forja é Exu, orixá da combustão e das paixões do mundo.Tudo que arde, ama transcendentalmente e queima é Exu. Difícil separar o que é de um e o que é do outro nesta fraternidade, dualidade e comunicação em terras de Oxalá.

⁠Orgulho de ser negro

Ser negro não é fatalidade
Ser negro é uma felicidade
Ser negro é motivo de orgulho
Ser descendente de um povo batalhador
Que não abaixa a cabeça para o preconceito opressor
Que vai à luta sem medo de errar
Mas se errar!
Tenta de novo até acertar
Ser negro é motivo de orgulho
Motivo de alegria
A cultura Negra é a arte que nos inspira
É arte que nos contagia
A cultura Negra é uma expressão
De história e sentimentos
Que nos causa grande emoção
Que agita o coração
Os negros criaram a capoeira
Arte marcial brasileira
Usada para autodefesa
Aaaaah, capoeira,
Luta verdadeira
Jogo cheio de destreza
Dança mandingueira
Os negros criaram a arte brasileira
E ainda tem gente racista
Depois de ver tais maravilhas
Mas eu não sou pessimista
Acredito na justiça divina
O povo negro
Exige apenas respeito
E os seus direitos
O negro batalha contra o preconceito
Todos os dias com muito fervor
Para que no fim vença o respeito e o amor
Por isso neste dia fazemos festa com muito barulho
Pois somos negros com muito orgulho

Consciência negra? Porque precisamos de um feriado para entender que todos merecem respeito? Viva o dia da consciência humana!

Para muitos é normal prenderem e matarem negros e negras que moram na favela, e em outras localidades também. Porque, também morre negros e negras em áreas nobres, e muitos são criminalizados, pelos o que dizem lutar contra a violência em nosso país.

A ovelha negra é excluída não porque seja diferente, senão porque expõe os iguais...

Lá no interior eu era mais feliz, tinha paz
mental. Gozava a vida e não tinha nenhuma enfermidade. E aqui em
São Paulo, eu sou poetisa!

Cor esplêndida,
um corpo perfeito,
beleza cobiçada, tão sonhada cor dourada,
olhos blindados.
Negra de black
basta um pisque,
encanta mais que mil eclipse.

⁠Eu percebi que a beleza não era uma coisa que eu poderia adquirir ou consumir, que era algo que eu tinha que ser.

Protesto

Mesmo que voltem as costas
Às minhas palavras de fogo
Não pararei de gritar
Não pararei
Não pararei de gritar

Senhores
Eu fui enviado ao mundo
Para protestar
Mentiras ouropéis nada
Nada me fará calar

Senhores
Atrás do muro da noite
Sem que ninguém o perceba
Muitos dos meus ancestrais
Já mortos há muito tempo
Reúnem-se em minha casa
E nos pomos a conversar
Sobre coisas amargas
Sobre grilhões e correntes
Que no passado eram visíveis
Sobre grilhões e correntes
Que no presente são invisíveis
Invisíveis mas existentes
Nos braços no pensamento
Nos passos nos sonhos na vida
De cada um dos que vivem
Juntos comigo enjeitados da Pátria

Senhores
O sangue dos meus avós
Que corre nas minhas veias
São gritos de rebeldia

Um dia talvez alguém perguntará
Comovido ante meu sofrimento
Quem é que esta gritando
Quem é que lamenta assim
Quem é

E eu responderei
Sou eu irmão
Irmão tu me desconheces
Sou eu aquele que se tornara
Vitima dos homens
Sou eu aquele que sendo homem
Foi vendido pelos homens
Em leilões em praça pública
Que foi vendido ou trocado
Como instrumento qualquer
Sou eu aquele que plantara
Os canaviais e cafezais
E os regou com suor e sangue
Aquele que sustentou
Sobre os ombros negros e fortes
O progresso do País
O que sofrera mil torturas
O que chorara inutilmente
O que dera tudo o que tinha
E hoje em dia não tem nada
Mas hoje grito não é
Pelo que já se passou
Que se passou é passado
Meu coração já perdoou
Hoje grito meu irmão
É porque depois de tudo
A justiça não chegou

Sou eu quem grita sou eu
O enganado no passado
Preterido no presente
Sou eu quem grita sou eu
Sou eu meu irmão aquele
Que viveu na prisão
Que trabalhou na prisão
Que sofreu na prisão
Para que fosse construído
O alicerce da nação
O alicerce da nação
Tem as pedras dos meus braços
Tem a cal das minhas lágrima
Por isso a nação é triste
É muito grande mas triste
É entre tanta gente triste
Irmão sou eu o mais triste

A minha história é contada
Com tintas de amargura
Um dia sob ovações e rosas de alegria
Jogaram-me de repente
Da prisão em que me achava
Para uma prisão mais ampla
Foi um cavalo de Tróia
A liberdade que me deram
Havia serpentes futuras
Sob o manto do entusiasmo
Um dia jogaram-me de repente
Como bagaços de cana
Como palhas de café
Como coisa imprestável
Que não servia mais pra nada
Um dia jogaram-me de repente
Nas sarjetas da rua do desamparo
Sob ovações e rosas de alegria

Sempre sonhara com a liberdade
Mas a liberdade que me deram
Foi mais ilusão que liberdade

Irmão sou eu quem grita
Eu tenho fortes razões
Irmão sou eu quem grita
Tenho mais necessidade
De gritar que de respirar
Mas irmão fica sabendo
Piedade não é o que eu quero
Piedade não me interessa
Os fracos pedem piedade
Eu quero coisa melhor
Eu não quero mais viver
No porão da sociedade
Não quero ser marginal
Quero entrar em toda parte
Quero ser bem recebido
Basta de humilhações
Minh'alma já está cansada
Eu quero o sol que é de todos
Ou alcanço tudo o que eu quero
Ou gritarei a noite inteira
Como gritam os vulcões
Como gritam os vendavais
Como grita o mar
E nem a morte terá força
Para me fazer calar.

Essa capacidade de sorrir mesmo diante da dor, das tristezas e até mesmo das frustaçoes me encanta e me faz pensar ser uma característica do meu povo os (NEGROS), uma herança deixada através de gerações, pois que força e alegria era aquela que mesmo diante do chicote, do sol escaldante, do labor, da ausência de conforto, da falta de expectativa e de tantas outras mazelas que lhe sobrevinham, esse povo ainda encontravam força pra cantar? Pra sorrir, pra brincar, pra dançar, pra festejar.. Que povo feliz apesar dos pesares! Oh quantas coisas esse povo me ensinou e me ensina! Tenho milhões de palavras e frases para falar do meu povo, mas prefiro sempre lembrar deles como um povo alegre e feliz😊!

Diante ao preconceito, basta não ter boas condições de vida, nem sempre por ser negro ou negra, que o ser é descriminado, ele também é descriminado de acordo com a condição de vida, e até pela opção sexual. O que eu sei é que, é difícil encontrar uma pessoa que diga ser branca no Brasil, que não tenha um pouco do sangue de negro ou negra correndo pelas veias, mesmo assim o preconceito ainda existe, em nosso país.

Você está me dizendo que o rei de um país de terceiro mundo anda por aí com uma roupa de gato a prova de balas?

Maria, uma menina de 13 anos, negra, probre, favelada, morta na escola em que estudava.
Maria não morreu apenas na escola, morreram seus sonhos, ali.
É um murro lá no meio do sossego, é uma dor que vem me visitar todas as vezes que vejo, ouço ou leio uma notícia como essa.
Se você consegue ver isso com normalidade, ótimo, parabéns, eu não. Maria buscava uma transformação social através da educação e do esporte, e a sua escola foi o palco de sua morte.
Meus pensamentos se ordenam como uma tropa em forma. E, de repente, se espalham, como folhas secas, num amontoado, com o vento.
Tão nova, tão pequena, tão cheia de vida, cheia de sonhos. Meu Deus do céu! Sonhos grandes, sonhos lindos, que ninguém soube. Só ela, a pequena Maria, e os levou consigo.
Não, não consigo entender o porquê desta política de combate ao tráfico que põe na mesma balança criminosos, Marias, Josés, Amarildos e os levam pra longe. Em troca de uma dor eterna, uma dor que não passa nunca.
Na verdade, queria poder não mais ter de ver isso na tevê ou nos jornais, mesmo sabendo que ainda vou ver isto por muito tempo.
Daí, pego um papel e tento escrever, sei lá, reescrever uma história tão antiga, tão calejada, tão forte, tão presente em nossos dias. Com um único detalhe, eu não apenas vejo, eu sinto, de perto, todos os dias.
Maria não é filha da Ciça, do Eike, Maria não tem berço, Maria era negra, pobre e favelada. Dessas que precisam estudar pra provar pra uma sociedade desigual, que oprime, que marginaliza, que é possível, que é gente. Maria precisava vencer triplamente. E foi possível, até que foi alcançada por "balas perdidas", que dilaceraram sua carne e lhe tiraram a vida.
Que pena, Maria. Você se foi. Vi suas fotos pela tevê e você era linda, Maria.
No sepultamento de Maria talvez não tenha nenhum Global, não tenha corrente em rede social, dessas do tipo, somos todos Maria, mas apesar disso, Maria tinha uma família, e que família!
E como encontrar força diante disso tudo? Só por Deus, meu amigo.
Esta é minha esperança, esta talvez seja a esperança de todos nós.
Maria foi vitoriosa em tão pouco tempo de vida! Não deu, eu sei, eu só posso dizer: descanse em paz, Maria.
Seu sonho acabou, mas a luta continua!

Claiton de Paula.

Deixa eu sonhar..
Acreditar num futuro
Sem medo,
Que só o amor vai existir..
Deixa,
Deixa vai......

Enquanto a questão negra não for assumida pela sociedade brasileira como um todo: negros, brancos e nós todos juntos refletirmos, avaliarmos, desenvolvermos uma práxis de conscientização da questão da discriminação racial neste país, vai ser muito difícil no Brasil, chegar ao ponto de efetivamente ser uma democracia racial.

Eu procuro, com o meu trabalho, mostrar uma imagem digna da mulher negra. A mulher negra é invisível.

A BELEZA NEGRA

A beleza negra está nos olhos de quem vê.
Se quiser empresto os meus,
senhor do engenho, pra você.
O preto dá qualquer tonalidade a outra cor,
ela é muito importante.
A beleza do outro é o reflexo do que está dentro de você...