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"A Mulher Que Não Aguarda Ser Escolhida — Porque Já Escolheu a Si"
por Diane Leite
Sonhei.
E foi um daqueles sonhos que não pedem explicação.
Pedem leitura simbólica.
Pedem que a alma esteja acordada para entender o que o corpo dormindo viveu.
Eu estava cercada de mulheres lindas. Poderosas. Batom vermelho, cabelos ondulados, posturas afiadas. Nenhuma chorava. Nenhuma implorava. Todas sabiam do seu valor. E todas estavam ali com um texto na mão — o mesmo texto. Era um jogo. Um experimento. Uma encenação. Quem brilharia mais interpretando o papel que o mundo espera da mulher perfeita?
E eu observava.
Eu não competia. Eu não imitava. Eu não tentava.
Eu observava. Com clareza. Com lucidez.
Porque eu sabia: não sou atriz. Sou autora.
E quem escreve, não entra na disputa. Define as regras.
Eu não precisava ser escolhida.
Porque eu jamais dei esse poder a alguém.
Eu não me coloco numa prateleira esperando a mão que venha me pegar.
Eu decido onde quero estar. Com quem quero estar.
Por quanto tempo. Até onde.
Sou mulher de presença. Mas também de retirada.
Fico quando quero. E saio quando deixo de querer.
Não me justifico por amar.
E muito menos por parar de amar.
No sonho, havia também uma mulher invisível. Uma que ninguém mostrava. Uma verdade oculta.
E eu reconheci aquela presença. Porque já fui aquela mulher — a que sente tudo, mas não é dita.
E hoje, com toda a minha lucidez, não escondo mais nada.
Nem minha força. Nem minha ternura. Nem minha ausência. Nem minha decisão.
Acordei com um tipo de certeza que não se aprende lendo:
> Ser mulher não é esperar. É escolher.
Não é disputar palco. É erguer seu próprio espaço.
Não é agradar plateia. É respeitar seu roteiro.
E se alguma vez me viram como mais uma entre tantas — sorrindo com um texto decorado — foi porque eu permiti.
Mas agora é diferente.
Agora sou eu quem escreve.
Sou eu quem dita o tom.
Sou eu quem fico — ou viro as costas com a mesma leveza com que cheguei.
Não sou de cena.
Sou de essência.
E a mulher que é essência não precisa interpretar.
Ela vive.
E quem tiver coragem… que venha viver com ela.
Hoje é o dia que temos
Hoje é o único dia que temos.
E ele chegou vestido de verde.
Verde de renovação.
De cura.
De colheita viva.
Hoje é dia de manifestar,
de agradecer,
de sorrir trabalhando —
porque quem ama o que faz,
não sente o peso, sente o pulso.
O pulso da vida.
O pulso da reunião de almas.
De caminhos que se encontram
para cocriar o que o mundo ainda não viu.
Hoje é dia de permitir.
Permitir ser feliz.
Permitir dar certo.
Permitir sentir tudo.
Hoje é sobre amor —
por mim, por quem caminha comigo,
por quem vibra alto só de estar presente.
É sobre fazer com verdade.
Com energia que transborda.
Com leveza que inspira.
Com coragem para seguir em frente.
Gratidão por este agora.
Por este novo.
Por cada passo alinhado com o que faz sentido.
Hoje, mais uma vez,
eu me lembrei quem sou.
Sou movimento.
Sou realização em processo.
Sou semente de tudo que ainda vai florescer.
Assinado:
Diane Leite
Me sinto abençoada. Profundamente.
Mesmo com os desafios, tudo o que transbordo é tão genuíno que muitas vezes não há nome possível. Acordar com gratidão e entender, todos os dias, que a felicidade também é uma escolha — essa consciência muda tudo.
Assumir a responsabilidade pelos meus caminhos, pelas minhas escolhas e pelos meus resultados foi a decisão mais poderosa que já tomei. Quando você segura as rédeas da própria vida, percebe que está exatamente onde deveria estar. E isso é liberdade.
Viver em missão não é fácil. Lutar pelo coletivo exige coragem. Mas não há nada mais pleno. Nada mais verdadeiro.
Hoje, escolho com quem ando. Escolho com quem compartilho minha energia, meus projetos, meu tempo.
Acima de tudo, eu me escolho.
Nem sempre isso agrada a todos — e tudo bem. O mais importante é entregar o melhor de si, com autenticidade, ética e excelência. Aprendi que algumas pessoas se aproximam para absorver sua expertise. Outras, para partilhar jornadas. E essa diferença faz toda a diferença.
Cheguei a um ponto em que só desejo partilhas verdadeiras: com meus filhos, com minha equipe, com amigos, parceiros e família. Quando a troca é real, todos jogam no mesmo time. E um time alinhado com amor, propósito e missão... esse, ninguém derrota.
Ambientes que vibram desunião, dúvidas e competição não me servem. Se o coração hesita, é não.
Se há certeza interior, então é sim.
E sigo assim: com leveza, intenção e verdade.
— Diane Leite
Jornalista | Autora | Pesquisadora em Neuroplasticidade e Inclusão
Muitas pessoas não vão entender quando você escolhe trocar o mundo inteiro por uma missão.
Quando você diz “não” para o barulho lá fora e “sim” para o sussurro da alma.
Porque a maioria das pessoas — talvez 90% — não sabe o que é viver com propósito.
Não sabe o que é agir com o coração.
Estão tão presas a agradar, a pertencer, a seguir padrões, que se esquecem do que são feitas: alma.
Elas se esquecem que a vida perde o sentido quando não há missão.
Quando não há um porquê.
Todo o resto… é consequência.
E tudo — absolutamente tudo — que é seu por direito de vida, chega.
Sem pressa, sem cobrança, sem desespero.
Você não precisa correr atrás do que é seu.
Principalmente sendo mulher.
Porque uma mulher que estuda, que trabalha, que cria, que é família, que constrói com o coração…
ela não mendiga. Ela não força. Ela não se diminui.
Ela sabe que o que é dela, encontrará o caminho.
Porque ela vibra na frequência da verdade.
E a verdade sempre retorna para casa.
— Por Diane Leite
Quando tudo me faltou, eles ficaram
por Diane Leite
Quando o mundo me arrancava o chão,
os livros me davam asas.
Não eram páginas —
eram pulsos.
Veias abertas onde eu podia escorrer
sem medo de desaparecer.
Ali, eu me desfazia em silêncio,
e renascia em palavras.
Enquanto a vida tentava me apagar,
eles me escreviam de volta à existência.
Eu me escondia neles,
mas não para fugir.
Era ali que eu me forjava.
Era ali que eu me reconstruía —
palavra por palavra,
ferida por ferida.
Cresci com um livro no colo
e um buraco no peito.
Mas cada frase era ponte,
cada capítulo, escada.
Subi, tropecei, caí.
Mas continuei.
Enquanto muitos me davam as costas,
os livros me davam espelhos.
Me vi, me li, me reconheci.
E então entendi:
eu era a própria história.
Não personagem.
Autora.
Hoje, escrevo com sangue limpo.
Com alma lavada.
Com a certeza de quem atravessou a dor
e chegou do outro lado viva —
não só viva,
mas inteira.
Mais forte.
Mais lúcida.
E absolutamente minha.
Porque quem escreve com a alma,
sempre chega onde merece estar.
