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Saudades do tempo que a minha maior preocupação era decidir se a bolacha recheada seria sabor morango ou chocolate.
Que me desculpem os adultos, os sérios, os intelectuais, os discretos e os maduros...mas esse meu lado criança eu vou conservar pra sempre.
LIVROS DE INFÂNCIA
Eia em marcha meu Rocinante,
Vamos em busca de sonhos, vamos avante,
Não tenho tempo para bobagens ou inimigos,
Apenas quero viver e cuidar dos amigos,
Daqueles que me cativaram,
Isto o príncipe me ensinou,
Em nossas viagens,
Ou navegando rios com perigos,
Com Huckleberry Finn,
Ou em visitas as princesas de nossos sonhos,
São muitas aventuras e estórias sem fim,
Tempos felizes e risonhos.
Ah! Branca, Cinderela e Rapunzel,
Cachinhos e minha pequena Sereia,
Brincávamos debaixo do sol com nuvens por véu,
Construindo castelos de areia,
Sonhando acordados,
Dormindo felizes e inocentes,
Sem especiais cuidados.
Aventuras mil com Simbad, João e Maria e o Gato de Botas,
Protegidos pelo Soldadinho de chumbo, em todas as rotas,
Abrigados na casa de tijolos e fazendo guerra de travesseiros,
Fomos na meninice grandes felizes e arteiros.¹
As vezes enfrentando vilões,
Como em Ali Babá e os quarenta ladrões
Em outras ficamos no meio,
Da vida do patinho feio,
Ouvimos a resposta do espelho,
Corremos com Chapeuzinho Vermelho,
E o medo do Saci, da Mula e do Caipora,
Do Curupira, da Cuca e outros bichos,
Que enfrentamos em duelos,
Dentro e fora do Sítio do Pica-pau Amarelo,
Ah! Seu Bento,
Por sua causa e de outros,
Tive muito passatempo.
Agora saímos desse cenário,
Pra trás ficam sonhos, feiticeiras e leões
Ficam também armários,
Assim como imaginações.
Ai que saudades eu tenho...²
A grande maioria das pessoas só conhece dois momentos históricos em sua vida: o do narcisismo-infanto-juvenil e o da rabugice-avarenta da chamada terceira idade.
Será que a criança que fomos um dia sentiria orgulho do que nos tornamos?
Você vive o que aprende, o tempo te molda e o futuro não é o que víamos na bola de cristal quando crianças.
Quando crescer, quero ser pipa
Cores dançantes em um mar de azul. Assim Pedro vê o céu repleto de pipas da laje de sua casa. Ansioso, inicia o desenrolar de sua linha, o vento amigo está a seu favor, sua pipa vermelha levanta voo. Pedro “dá linha”, gosta da sensação de controle, sabe que pipa feliz é pipa amarrada, se ela se perde, acaba em tragédia. Aconteceu outro dia quando Pedro teve sua pipa cortada, sabe como é, nem toda pipa do céu é pipa parceira, tem pipa que tem fio de navalha e, do mesmo jeito que andar no morro pode ser perigoso, sua linda pipa amarela foi assassinada, após o corte fatal, rodou, perdeu o cúmplice controle e caiu em seu voo final. Nunca mais foi vista, embora ainda seja lembrada.
Pedro gosta de pensar na vida das pipas como pensa na vida das pessoas, a noite, deitado na cama, planeja suas aventuras. Hoje, com sua pipa vermelha, pretende sair dos limites da favela e conhecer o mundo que existe do lado de lá, do lado que ele nunca foi. Será que a linha vai dar?- pensa consigo.
Dá um puxão na pipa para ver se ela responde, ela puxa de volta. Tá tudo bem, ele pensa. Pedro gosta de imaginar que quando o sol reflete no papel de seda e ele consegue ver um pequeno brilho é sua pipa sorrindo, que ela sorri porque está voando. Aí Pedro fica feliz e sorri também. Mas interrompe o sorriso e para por um minuto, concentra-se, lembra da palavra da mãe, tem medo de cair da laje como caiu o Teco, seu vizinho. Foi outro dia mesmo, Teco estava tão feliz com sua pipa voadora que esqueceu que o chão tinha fim. Pedro sente falta dele, mas no fundo, tem esperança que ele more no mundo das pipas perdidas, talvez até conheça sua pipa amarela. Lá deve ser mais bonito que aqui, ele pensa.
Quando crescer Pedro quer ser piloto de avião, quer subir lá onde as pipas vão. Mas ainda não tem certeza. Ele queria mesmo era ser pipa.
►Noel
É estranho, mais nunca acreditei nele
Nunca acreditei que meus presentes viessem dele
Tantas historias eu já ouvir falar sobre ele
O bom velhinho foi o apelido utilizado
E vestido de vermelho foi caracterizado
Nas entregas dos presentes, organizado
Noel, parte do Polo Norte no dia 25
Tome cuidado, amarre bem o seu cinto
Pareço gostar dele, mas minto
Afinal, não creio neste mito
E possuo liberdade para falar, não é um delito.
Como poderias entrar em minha casa?
Não possui chaminé, talvez tenha asa
Minha mãe nunca me iludiu com essas histórias
Minha nossa, vejo agora, ilusórias
Mas entendo, as crianças do meu tempo, simplórias
Ah, aquela época, tantas boas memórias
Talvez no mundo atual,
Ele receba tudo agora virtual
Já não tem mais aquele ritual
Arvore enfeitada, a família agitada
Os gritos da garotada
Os tempos mudam, pois é
Não posso fazer nada, né?!
A ceia era algo fenomenal de se ver
Gostaria desta cena reviver
Lembro dela agora, enquanto estou a escrever
A última que tive, lá fora estava a chover
Minha mãe me dizendo para eu descer
Já íamos comer, estava a anoitecer
Por que devemos crescer?
"Devemos amadurecer, florescer!"
2005, me lembro bem deste ano
Eu tinha muitos e muitos planos
Noel não estava dentre eles, claro
Ser um "bom garoto" não fui, declaro
Mas fui, e sou, um filho presente
Então de você Noel, não sou carente!
Brigadeiro, terra, bicho e flor
Bolo de aniversário, pega-pega, casa de vó.
Bicicleta, livros, músicas e o primeiro amor
Merthiolate, cadernos de enquete, dominó.
Formação, trabalho, responsabilidade, da morte a dor
Mais juízo, menos tempo e o que resta é pó.
Só no sonho continuo inventor
[inventor de mim]
►Sou uma criança
Sou apenas uma criança curiosa
Quero saber como funciona tudo
Sou apenas uma criança curiosa
Quero saber como funciona o mundo
Sou apenas uma criança alegre
Quero te ver contente
Sou apenas uma criança alegre
Gosto de estar com muita gente
Sou apenas uma criança travessa
Quero pular,brincar, balançar
Sou apenas uma criança travessa
Me pegue em pleno ar
Sou apenas uma criança criativa
Faço meus próprios brinquedos
Sou apenas uma criança criativa
Faço tudo em segredos
Sou apenas uma criança boba
Não vejo maldade nas pessoas
Sou apenas uma criança boba
Só vejo coisas boas
Sou apenas uma criança
Quero ter sua atenção
Sou apenas uma criança
De bom coração!
Que você nunca perca as lembranças da infância, porque é nela que mora toda docilidade de uma inocência que um dia enfeitou a tua mais pura essência.
Na minha infância mamãe olhava pra mim de cara fechada e prometia: "Quando chegar em casa você vai ver..."
Eu via e sentia.
Ai, como doía!
Amizade (d)e infância
Amizade não tem que começar quando criança,
mas quando quer que comece, tem que ser com confiança...
Tem muitas amizades que começam na infância
-com brincadeiras de roda,
giz de cera espalhados pelo chão,
pique-pega, pular corda,
jogar peteca, brincar de boneca-
e nos acompanham
enquanto tentamos crescer.
Tem amigo que a gente lembra
do quanto conseguíamos ser radicais:
apostando corridas perigosíssimas
de velotrol em nossos quintais.
Tem amigo que a gente lembra
de quando aprendeu andar de bicicleta
de quando levou tombo de patins
e desistiu do skate que não deu certo.
Tem coisa que é a cara da infância,
como comer bolo de chocolate
e se lambuzar.
Beber bastante refrigerante para ver
quem consegue o alfabeto arrotar.
Tem também aquele momento,
de sair correndo pelo asfalto,
tropeçar no próprio pé e cair.
Eis o tenso instante de decidir
entre chorar ou rir.
Chorar.
Logo passa.
O choro passa, a dor passa,
a infância vai passando, devagar...
Vai passando na memória
a lembrança de quando arqueólogos
queríamos ser...
Para encontrar ossos
de dinossauro no jardim,
enquanto estávamos cavando,
na terra a nos sujar.
Em vez de um crânio de t-rex,
catávamos minhocas, tatu-bolas,
brincávamos com as joaninhas
e depois íamos colher acerola.
As histórias nunca acabam, vão apenas piorando...
Vão de um simples joelho ralado
até um coração estilhaçado.
A amizade cresce junto com a gente,
com uma força indescritível
e mesmo que estejam distantes,
os amigos são amigos.
Confessos, travessos,
brincalhões, companheiros,
protetores, bobos, piegas,
bregas ou estilosos, metidos,
modestos, um shake de sentidos,
de sentimentos, de tudo o que vivemos.
Amizade é aquela coisa estranha,
que dá trabalho,
que cansa,
mas é necessária
e sempre traz alegria, esperança,
consolo ou alguma maré boa.
Traz alegria para a vida e conforto para o coração.
Infância.
Criança escondida no armário,
Embaixo da mesa, atrás da cortina,
Riso frouxo revelando almas,
Jurava mentiras extraterrenas,
Confirmadas pelos coleguinhas,
Misto de vergonha e encanto.
“Na infância prestamos muita atenção no que as pessoas fazem.
Com o passar do tempo passamos a prestar mais atenção
ao que elas dizem.
A maturidade nos devolve a sabedoria infantil e nos faz
voltar a dar mais valor ao que as pessoas fazem e menos
ao que elas dizem.”
Quando somos novos temos que aprender a ser adultos.
Quando somos adultos temos que aprender a ser crianças.
A CHUVA
Através da janela
vejo a chuva que caí.
Insiste mansamente…
Sons das gotas da chuva,
a sinfonia fria
bate e molha a vidraça.
Divina fina chuva!
Vejo luzes dos reflexos
da chuva no asfalto.
As minhas lembranças
retornam ao passado.
Saudade e melancolia
da minha doce infância.
Aí meu coração chora
O ritmo da chuva insiste…
Saudades pai
Essas lembranças, essas bem antigas são muito boas, lembro quando me levava no bar do lado de casa pra comer coxinha com guaraná, ou nos fins de semana de manhã quando fazia pão na chapa ou ovo cozido com a gema mole, são as que gosto de lembrar, são as que sinto saudades, ou até da confusão em minha cabeça quando aos 11 anos descobri que eu não era seu filho de sangue, foi a primeira vez que escutei a expressão " Pai é quem nos cria, quem nos dá amor". Dói lembrar que minhas lembranças depois dessas não são nada boas, ainda me dói as vezes em que passo por lugares onde era hábito lhe ver caído, bêbado e sujo, ou quando lembro da vergonha que sentia quando tinha que explicar para os amiguinhos de escola que aquele cara bêbado e mijado caído no portão era na verdade meu pai... Mesmo sabendo que o senhor não era uma pessoa má, isso não era o suficiente pra mim, eu não queria ter que entender as suas frustações e a sua dor, eu só queria um pai, só queria que minha mãe não tivesse que estar sempre tão exausta e nervosa por não ter com quem dividir as responsabilidades e preocupações, isso ia criando tanta revolta e mágoa no meu coração, tanta vergonha e tantos outros sentimentos que cultivei por toda a vida. Já fazem 2 anos que o senhor partiu, hoje a mágoa foi embora, mais eu queria do fundo do coração que ela tivesse ido primeiro do que o senhor.
Eu passei a pensar nela com mais frequência, ela era tudo que eu queria , ela me encantava e com suas simples mensagem de bom dia , essa amizade já estava virando amor . Eu permanecia calado não falava dos meus sentimentos por ela , eu não queria perder sua amizade , eu pensava que ela ainda gostava do cara que ela ficava . Certo dia a gente conversando ela falou de um rapaz que estava mandando mensagem, do ex que volto , do passado dela que estava no presente , eu continuei calado a ouvindo , não me importava se ela ainda gostava de alguém ou se estava conhecendo , eu só queria ficar ali deitado na cama com fone de ouvido fazendo da sua voz minha música preferida . A coragem de falar do que eu sentia por ela passava longe de qualquer outra coisa, meus pensamentos gritavam dentro de mim, meu ciúmes estava ao ponto de escorre pelo meus olhos como lágrimas , o que estava sentindo era diferente do que eu sentia pela minha primeira namorada . Ela ocupava tanto minha mente que eu deixei de lado minha depressão , eu acordava todos os dias com a missão de fazer ela ver que eu era único que se importava com ela , que eu dormia e sabia que no dia seguinte ela estaria ali do outro lado esperando minha mensagem. Eu fazia de tudo para ela ver que ela era última pessoa que eu dava boa noite por que passava noite acordado com ela , e que ela era primeira pessoa que eu dava bom dia , era sincero cada mensagem, com ela tive coragem de mostrar todos meus textos , e ela parecia ser a única que realmente ler, cada elogio dela era uma motivação para contínua . Ela foi diferente da minha primeira paixão , ela era diferente da segunda decepção amorosa que eu tive, e da primeira paixãozinha da escola. Ela era aquela menina que eu citei em texto muito antes de conhecer , como eu queria falar para ela que eu tinha várias folhas escritas sobre ela , eu já tenho tudo pronto para nosso futuro , que em todos meus cadernos tem um pouco dela. Que nosso casamento já estava marcado , que eu sou seu namorado , que eu me preparei para ela , como eu queria , apenas só queria , por que na verdade eu não podia , talvez ela não entenderia quando eu estivesse em crise , ou quando ela me mandasse mensagem e não respondesse por que estaria no quarto com meus pensamentos negativos , pensando no meu passando , e que ela poderia me machucar como todas as outras, eu sofria antes de acontecer. Como eu ia falar para ela que eu era apenas um cara que chora quando tá triste , que escreve compulsivamente sem parar , que tenho marcas da infância por toda alma e corpo , como eu ia falar para ela que eu era problemático demais para uma menina mulher tão perfeita. O que eu dizia para ela quando ela me ligasse e eu atendesse com aquela voz de choro, como eu ia falar alô para ela querendo dizer me ajuda fica comigo até dormi, se ela era apenas um amiga. Eu tinha medo dela não compreender os meus motivos de ser assim , então novamente me calei , muitas vezes ela me perguntava se eu tinha dormido bem , e eu falava que sim , mal sabe ela que minha noite foi virando de lado para outro , mas minha falta de sono era ela.
Livro Marcas Da Infância
Ah! Se você só conhece tangerina poncã e nunca experimentou sentar-se debaixo de um pé repleto de mexerica e depois por pura maldade, espremer um pedaço da casca no olho de seu "coleguinha"... VOCÊ NÃO TEVE INFÂNCIA!
Na minha infância foi onde tive as melhores e mais verdadeiras amizades, hoje a virtualidade ofusca o brilho do verdadeiro sentido de amizade, faz com que a causalidade se torne subjetiva, e os sentimentos plagiados, nossa! da uma saudade da minha infância...
(Nossa infância)
Eu queria voltar
atrás e no passado
sabotar
a nossa história...
Reescrever a nossa infância,
Para que jamais precisasse haver separação...
E que nossa adolescência
na operação
do tempo durasse uma eternidade!...
***
