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...da inocência da infância até à velhice extrema, continuará exatamente assim, só atribuindo interesse e grandeza àquilo que está a serviço da sua pessoa e da sua importância."
(in "Um alpendre, uma rede, um açude: 100 crônicas escolhidas", Editora Siciliano, 1994. – Fonte: Templo Cultural Delfos)
Infância Violada
Não passava de criança
Que sonhava ser herói
O que trago na lembrança
Eu que sei o quanto dói
Era só uma menina
Que sonhava ser princesa
Mas que teve a triste sina
de ser pega indefesa
Foi tão feio, tão nojento e tão vil
Erguer meus olhos puros e infantis
Mirar na cara do meu algoz senil
Ultrajado em seus míseros ardis
Enojado de seu semblante imbecil
Laçado feito um passarinho infeliz
Lá se foi minha pureza
Antes nunca que tão cedo
Quem saiu em minha defesa?
Só restaram culpa e medo
A vergonha e a tristeza
Hoje moldam meu enredo
Não havia a quem contar
Ninguém me daria ouvido
Com quem mais posso contar
se até eu de mim duvido?
E se eu quisesse evitar
Não teria acontecido?
Haveria culpa em mim
Por tão funesta atitude?
Se houver, diga que sim
faz de conta que me ilude
Sem flores em meu jardim
Espinhos me fizeram rude
Minha sede não tem fim
Faltou água em meu açude
Quem sabe mesmo assim
Num lampejo de virtude
Antes de chegar o fim
algo acorra e tudo mude?
E se perceba até que enfim
Que eu resisti o quanto pude
Puberdade senil
"Ainda não sei qual é a expressão que me flerta
quando miro minha face no espelho;
desconheço no reflexo esse olho que me enxerga,
que me escruta com a passiva ira dos tempos,
insolente na sombra dos rastros de um vinco.
Quando essa mão que explora traços invisíveis na deslembrança de um rosto infante, chispas de fuligem me alcançam a mente.
E os meus cabelos nascem prateados.
Perdi a superfície vã das coisas simples na esteira da infância,
ou em puberdade senil se encontra o olho desse espelho?".
Reflita sobre a sua… infância… Sua sensação… Suas palavras… Suas emoções… O tempo, ele não irá esperar… Não importa o quanto tente segurá-lo, ele escapa.
(Ultimecia)
Acreditava ser uma pessoa extramamente tímida (fraca). Hoje sei que a timidez está relacionada ao medo de errar, fracassar e a falta de fé em Deus. Hoje está com medo, vai com medo e tudo. Timidez é o resultado da falta de fé em Deus. Eu estou quase liberta.
Terna infância
Na minha infância brinquei
De amarelinha, esconde- esconde.
Bate a cara, conte até dez.
Encontre-me não sei onde.
Na minha infância brinquei
De pega-pega, perna de pau.
- Minha filha não é só brincar,
Recolha as roupas do varal.
Na minha infância brinquei
De cirandinha e pião
Saltitei, corri, dancei.
Me esparramei pelo chão.
Na minha infância brinquei,
Diverti com meus irmãos.
Soltei pipa e rezei
Aprendi a fazer balão.
Na minha infância brinquei
Com simplicidade revesti.
Tive o carinho dos pais,
Jamais deixei de sorrir.
Na minha infância brinquei,
Estudei, apanhei, cresci.
De tudo eu desfrutei
De nada arrependi.
Não tenho medo da escuridão, a luz sempre rompe, e faz das sombras, um teatro, onde as histórias são sobre medos, mas quando criança, quando a lua brilhava, dormia com as luzes apagadas, com as janelas abertas, iluminada pela claridade mais hipnotizante, e quanto ao medo, fica nos contos, nas lendas do passado, não é a escuridão que assusta, é a falta de amor que temo.
– Ei, por que não fazemos uma promessa? Hum, se você ficar muito famoso e eu estiver em apuros... Você vem me salvar, está bem?
– O quê?
– Sempre que eu estiver encrencada, meu herói virá me resgatar. Quero ter essa experiência pelo menos uma vez.
(Diálogo entre Tifa e Cloud)
O mundo está repleto de pessoas que nunca, desde a infância, encontraram uma porta aberta com a mente aberta.
Infância
Saudades de você, meu querido eu: inocente, calmo, serelepe, cheio de vida, sem medo de ser feliz;
Saudades de não saber de nada, mas ter o mundo na palma da mão;
Eu sabia o segredo da vida, mas desperdicei, pois cometi o pecado de desejar crescer;
Agora, querido eu, sou um poço de incertezas, sentimentos falsos, ou são reais?;
Sou um poço de arrependimentos, pois tirei a melhor parte de mim;
Espero que me perdoe,
por quebrar todas as nossas promessas.
Ela é linda,
tem um brilho sincero
no olhar,
um sorriso com sabor de infância,
de quem não deixou
de se deslumbrar
com a simplicidade da vida,
onde o amor é uma constância,
apesar de já ter sido ferida, não perdeu a esperança,
portanto, conquistá-la
é uma grande conquista
e amá-la é cultivar
agradáveis lembranças.
Quando crescemos, encontramos maneiras de esconder nossas ansiedades, nossa solidão, nosso medo e tristeza. Mas as crianças não escondem nada, colocam tudo em suas lágrimas, que correm livremente para o mundo inteiro ver.
Infância.
Criança escondida no armário,
Embaixo da mesa, atrás da cortina,
Riso frouxo revelando almas,
Jurava mentiras extraterrenas,
Confirmadas pelos coleguinhas,
Misto de vergonha e encanto.
Vestido Vermelho
Num de meus aniversários, não sei qual, ganhei da minha madrinha um vestido vermelho; era a coisa mais linda que eu já tinha visto, com a saia rodada, a cor viva, eu me sentia uma princesa com ele. Mas havia um probleminha: o vestido era sufocantemente quente, parecia um forno, com todo aquele tecido pesado e o forro grosso, me fazia suar em bicas e eu suportava calada a tortura, ficava quietinha, não brincava, pois parecia que a roupa abafada me tirava as forças, me deixava febril, sem ânimo para nada. Minha mãe dizia que com aquele vestido eu (moleca) me comportava como uma "mocinha". A paixão doentia pelo vestido vermelho acabou de vez quando eu cresci um pouco e ele não cabia mais em mim... Parando um pouco para pensar, acho que aquela coisa nem era tão bonita assim, não passava apenas de delírios de conto de fadas na cabeça de uma sonhadora criança do interior... Fiquei bem melhor sem ele, acho que por isso até hoje não suporto roupa desconfortável, aquela já foi suficiente para a vida toda, ufa!!!!
O tempo é mesmo fantástico...
Na infância usamos fraudas e as únicas necessidades é alimentação, proteção e afeto, o maior tempo passamos brincando, fazemos amigos de todas as classes e raças sem precisar dar nada em troca, são momentos preciosos pois é nessa inocência que podemos construir irmãos para uma vida.
Chega um tempo em que a liberdade se transforma no maior desejo, mas ninguém avisa que para possui-lá o preço é alto, e que para conquista-lá é necessário abdica-lá também. Ficamos adultos e passamos o maior tempo trabalhando e estudando para garantir a nossa própria sobrevivência e daqueles que um dia já garantiu a nossa também.
O tempo passa depressa e feliz daquele que o amor chega sem pedir licença e consegue uma morada, como toda árvore bem plantada bons frutos iram surgir, daí pra frente aquela liberdade que você tanto desejava se transforma na vontade de construir raízes para jamais de lá sair.
Chega o tempo em que as bagagens já estão grandes demais e o nosso desejo é desfazer as malas, chega o momento em que sabemos quem realmente sempre nos quis bem, pois é na nossa inutilidade que as pessoas somem, ou vêm.
Já não temos mais nada a oferecer, só o jeito de ser e viver, desejo que todos tenham alguém de quem possa ouvir um "Eu te amo". O que aprendemos com os anos? Que o importante é vivê-los, não tê-los.
“Na infância prestamos muita atenção no que as pessoas fazem.
Com o passar do tempo passamos a prestar mais atenção
ao que elas dizem.
A maturidade nos devolve a sabedoria infantil e nos faz
voltar a dar mais valor ao que as pessoas fazem e menos
ao que elas dizem.”
Sabe aquele tempo que a gente lembra com uma certa nostalgia: amigos de infância, o céu estrelado, olhar apaixonado, amarelinha na calçada, estudar um dia antes da prova e ainda tirar nota alta, pois é, bons tempos... Um dia a gente cresce e acha que sabe tudo, que agora sim vou ser feliz, ter uma casa, um carro, um bom emprego... uma pena que a gente demora tanto tempo para perceber que bom mesmo era sentar na calçada e olhar para o céu, imaginando os monstros que as nuvens formavam... bom mesmo era rir de tudo sem grandes preocupações, com a inocência que só uma criança traz no olhar... bom mesmo era curtir estes momentos tão especiais, tão cheios de sonhos, de fantasias, de esperança, tão perto de Deus.
Ouço passar o vento e ele me traz recordações da infância. Que saudade daquele tempo onde tudo era tão simples, tão inocente. Ah menina! Se hoje pudesse voltar e te dar um conselho, diria: acalma-te, escuta o vento, diminui o passo, caminha sem pressa e vai de encontro a tua felicidade.
