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Silêncio
Quem poderia crer que no silêncio se acha o significado para várias coisas,
Quem poderia crer que no silêncio comum se desespera o incomum,
Quem poderia crer que no meu silêncio preencho o seu vazio,
É o silêncio faz você imaginar, entrar no mundo da dúvida e se você não tiver "base" o desespero vem e decisões precipitadas são tomadas.
É no silêncio que meu mundo é revelado.
O que fazer quando perdemos tudo aquilo que amamos?
O que fazer quando nos damos conta que fomos nós os responsáveis pelo chão se abrir debaixo de nossos pés?
O que fazer quando somos forçados pela vida a perder o restinho daquele que temos?
O que fazer?
Não existe uma fórmula secreta, ou um conselho "sábio" a seguir, não existe nada além de você e seus pensamentos de perda, de luto, de tristeza.
Cabe a nós mesmos decidir entre segurar a corda ou soltá-la, entre chorar ou engolir o choro e seguir em frente, entre viver ou se um morto-vivo.
O que fazer?
A resposta está em avaliar se é forte o suficiente pra receber uma nova chance da vida ou fraco demais em não perceber e aceitar que temos sim um grande valor, e que esse valor só deve ser medido por nós mesmos, e mais ninguém.
Poema: Canto do sabiá
Por que és tão cruel destino?
Por que desta forma me tiraste deste mundo?
Lembrado e esquecido,
Lembrado pelas minhas contribuições
E esquecido em um navio
Nas águas frias me pego a pensar
Nas terras de palmeiras
E no canto do sabiá
Agonizando vou indo ao fundo do mar
Imaginando minha terra de palmeiras
Onde canta o sabiá
Meu pedido atendeste
Me permitiu voltar antes que eu morra
Para ouvir o canto do sabiá
TEU CHEIRO
Quero te abraçar de novo
e sentir teu cheiro
de canela e "flor de laranjeira"
quero beijar teu rosto
acarinhar teu corpo
e sentir teu gosto
quero levar teu cheiro
de canela e "flor de laranjeira".
(publicada no livro: Antologia V - CAPOCAM Casa do Poeta Camaquense - 2019)
POESIA
Esse é meu jeito de fazer poesia
as vezes com, outras sem rima
sem pontuação, às vezes com vírgula
sem perder a razão, uso a emoção
Escrevendo sério, às vezes brinco
sendo sincero, às vezes minto
Falando de amor ou de mazela
minh'alma está contida no âmago dela...
a poesia.
(publicada no livro: Antologia V - CAPOCAM Casa do Poeta Camaquense - 2019)
A RODA
Bendita invenção que nos conduz
por caminhos premeditados
a destinos tão desejados
nos leva com pressa
para cumprir um dever
sem pressa
para cumprir um prazer
bendita é a roda
que tanto roda…
(publicada no livro: Antologia V - CAPOCAM Casa do Poeta Camaquense - 2019)
ÁRVORE
O vento afaga tua infinita beleza
entre sussurros, acenas com leveza
Noite e dia cresces sem parar
Quantos em teu seio
conseguistes abrigar?
Este estar sempre no mesmo lugar
te faz sorrir e te faz chorar
Meus olhos não querem parar de te olhar…
Quem te plantou neste lugar?
DESDE JÁ
Um dia desses quando eu partir
não quero tristeza
e se quiserem chorar
chorem com leveza
Não perturbem minha paz
entendam…
estarei ocupado
escrevendo a derradeira página
da poesia de minha vida
Partirei tranquilo
não sintam pena
minha vida foi plena
Sorriam…
deixem minha alma partir serena.
(publicada no livro: Antologia V - CAPOCAM Casa do Poeta Camaquense - 2019)
DOCE DESCANSO
Numa estrada sem fim
atravessando o vento
paro para descanso
num pequeno estabelecimento
com um sorriso nos lábios
sou atendido de pronto
por uma menina morena
de tão linda, um encanto
como fosse passarela
entre mesas desfilou
seu corpo magro e bem feito
logo me conquistou
seus andares faceiros
meu café adoçou
seus olhares sorrateiros
minha alma alimentou
EU
Eu...
no verde da mata
no topo da serra
no campo da várzea
na água do rio que vai
Eu…
no sol que ilumina
na sombra da noite
na brisa serena
na lua que sai
Eu…
no canto do pássaro
no vento que sopra
no sorriso da alma
no orvalho que cai
Eu…
poeta que sou
que canta em versos
a musa que encanta
Eu…
poesia que sou.
FRUTO DA CRIAÇÃO
Sou fruto da criação
de sábios progenitores
cultivado com sacrifícios
crescido sem dissabores
infância de maravilha
juventude de amores
vividas na plenitude
sem traumas e sem rancores
sou fruto da criação
de sábios progenitores
MUSA DA MINHA POESIA (5)
Meu "Dom Quixote"
te criou Luzia
a musa da minha poesia
não sei se és feia
ou se és bonita
vejo em ti beleza infinita
não sei se mentes
ou dizes a verdade
vejo em ti pura sinceridade
sendo real ou fantasia
serás sempre Luzia...
a musa da minha poesia.
NOITE NO CAMPO
Neste mundo encantado
de mistério e sedução
criaturas que vagueiam
na imensa escuridão
vida intensa e silenciosa
revelando seus enredos
deixam rastros apagados
preservando seus segredos.
PAIXÃO (3)
Que sentimento é esse?
que ilude a razão
faz gostar sem reparar
perdoar sem ser perdoado
ser contente na tristeza
e vai deixando sem noção
Que sentimento é esse?
que acende a luz e vai embora
que me deixa assim
prisioneiro de mim
querendo não te querer
pensando em ti não pensar
esquecendo de te esquecer
que me deixa assim...
escrevendo para lembrar.
SOL
Iluminando caminhos
que a escuridão oculta
revelando encantos
que a natureza nos brinda
chegas sem pressa
anunciando o amanhecer
proclamando a cada dia
o milagre da vida.
SINA DE POETA
A noite já chegou
e eu aqui estou
na solitude do silêncio
abro a porta
fecho os olhos
tua imagem vem
em minha mente
sinto teu perfume
e tuas mãos
te abraço no vazio
tudo é mera ilusão
abro os olhos
olho o céu
chamo por ti em vão
tudo é escuridão
fecho a porta
procuro um papel
uma caneta
e cumpro minha sina…
esta sina de poeta.
AMIGOS CHATOS
Existem os amigos chatos
que falam de coisas como
música, filosofia e poesia
Existem os amigos encantadores
que falam de coisas como
política, finanças e economia
Eu particularmente prefiro os chatos.
DESENCONTROS
Cheguei agora
fora de hora
te encontrei menina
minha sina...
sinos tocando
coração martelando
neste compasso
perdido me acho
divina paixão
essa (demência)
que com frequência
invade meu ser
em mais um querer
e agora Fulana
por horas insanas
te encontro a vagar
em meus pensamentos
injusto destino
que nos fez distantes
me trouxe tão antes!
ou te trouxe depois?
PAPEL DO POETA
Palavras flutuam no vazio
em sílabas desconexas
o papel está repleto
de versos incompletos
a noite cumpre seu papel
já passou de meia
e um pássaro noturno
canta seu canto por completo
as sílabas se conectam
palavras ganham nexo
os versos se completam
e cumpro meu papel de poeta.
MULHER
Mulher... essa trilogia!
quem cria, é a biologia
quem analisa, é a psicologia
mas quem explica...
é a poesia.
PONTE DA SAUDADE
Na estrada tem uma ponte…
passa carro
passa gado
passa gente
passa quem quiser passar
passa o vento
passa o dia
passa a noite
passa o tempo...
só não passa esta saudade
de outra vez te ver passar.