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Uma nova noite escurece o dia
O velho dia que esclareceu a noite
Um novo dia clareia a noite
A velha noite que apagou o dia
O combustível da solidão do meu coração
é meu tanque repleto de recordação
É o que não me permite esquecer,
reaprender e recomeçar a viver
Isso, dá esse sorriso de meia boca
Coloca minha cabeça no seu peito
Diz baixinho que está tudo bem
Isso, senta de lado no meu colo
Coloca vida no meu corpo
Abraça-me em silêncio sem contar o tempo
Isso, faz cara de mal e sensual
Sinta minhas mãos deslizarem por seu corpo
Dê-me um beijo que me tire a respiração
Isso, me conceda seu calor com ternura
Não contenha a emoção
Sinta-a palpitando meu coração
Traga-me um sentimento de certeza
Deixa de drama
Diz que me ama
É uma bobagem perder tempo curando feridas
quando podemos criar novas alegrias
Então pra que nos machucar?
Tira-me esse sentimento de incerteza
Diz que me ama
Deixa de drama
É uma besteira tão grande nos afastar
quando sabemos que só somos felizes juntos
Então não tem porque nos afastar!
Se promessas e juras não nos valeram (idéias dêmodês)
Não te prometo e nem te juro mais nada (palavras clichês)
Só quero que viva suas alegrias
E torço para que também sejam minhas
Sempre que eu sinto a morte chegando meu humor é sufocado.
O irônico é que eu posso escolher viver,
mas o medo é maior que a coragem ao incerto.
Meu silêncio são meus berros de desespero.
Então eu morro. Eu morro e fico sem paz.
Queria que me salvassem, mas estão todos tão mortos
que nas ruas vejo mais defuntos do que em cemitérios.
E eu odeio tanto cemitério.
Ver pessoas velando por corpo inanimado
como se estivessem mais vivas que o próprio.
Escolheria o inanimado ao vivo vazio.
Preferiria o sono eterno à tortura de dormir e acordar cadáver.
Eles vão te falar tanto as mesmas mentiras
que você um dia vai acreditar que são verdades.
E vai enxergá-las como se fossem realmente suas.
Eu estou sentado no sofá em silêncio.
Ela está em pé ao lado do batente da porta
que divide a sala e o corredor
tentando fingir não sentir.
O momento silencioso da TV
mostra o quanto estamos fora de sintonia.
Não sabemos o que falar.
Só sabemos velar no meio da sala
pelo momento que está para acabar.
-Não se preocupe comigo - eu digo.
Estarei bem, apesar de distante.
Já aprendi a ignorar o sofrimento
e morrer assim aos poucos sem gritar.
Levanto do sofá e arrumo as minhas coisas.
Nos despedimos com um abraço solto e rápido.
Não somos capazes de nos encarar. (seria mais difícil)
Não suportaria olhar nos olhos dela. (guardamos as lágrimas)
As horas vão passando e o tempo me consumindo.
Cada ciclo do ponteiro me atinge a consciência,
e eu me desespero por saber o final de tudo isso.
Eu estou morrendo e não conheço nada
e nem alguém que possa me salvar.
Eu sou um lunático e esse tempo me é tão cruel.
Devia ter nascido em outros tempos.
Na época que aceitar era simples e normal,
E o tun-tun valia mais que o tic-tim.
Prefiro a morte à ausência.
Prefiro a overdose à abstinência.
Estou cansado de esperar por dias melhores.
Vou aproveitar o que há de bom dos piores.
Gosto do seu sorriso
e de como fica vermelha
quando fala comigo
Gosto do seu olhar
e de quando sem graça
me pede pra ficar
Tá tudo bem,
Assim não vou agora
e nem depois também
Gosto de te ouvir
e o quanto fala bobagens
só pra me fazer rir
Gosto de te abraçar
e do perfume amadeirado que exala
logo acima do delicado colar
Tá tudo bem,
Assim não vou agora
e nem amanhã também
Gosto de estar aqui
De estar apaixonado
pelo seu doce gosto
Tá tudo bem,
Assim não vou agora
e nem depois também
Gosto de estar aqui
De estar apaixonado
pelo seu doce gosto
Tá tudo bem,
Assim não vou agora
e nem amanhã também
Tá tudo bem,
Gosto de gostar
de você também
Mas quem foi que disse que
tem que fazer algum sentido?
(é) Às vezes torna-se contraditório sim
É que as coisas são assim mesmo, mutáveis
(sei lá) Acho que é porque a mesmice é chata demais
E já se tornou normal não querer ser normal
Eu sou só mais uma metamorfose ambulante,
do tipo que o velho Raul já descrevia
Chega ser cômico ver o desespero
no seu olhar quando lhe falam
a verdade sobre você na sua frente
Não cabe tanta vergonha dentro desse corpo,
que você acaba deixando-a escapar
e transparecer nessa sua cara sem graça
Olhos arregalados
Sorriso amarelado
Palavras gaguejadas
Queria saber o que acontece
com o "estar por vir" que anda
demorando tanto pra chegar
Cada dia a menos me sufoca mais
E eu já não sei o quanto
posso suportar ficar e esperar
atrás destes escudos que sempre são armados
assim que atravesso mais uma vez a porta,
me calo e tapo os ouvidos tentando sumir
E não sei mais se consigo fingir
não me importar, quando na
verdade estou tão atormentado
atenuando essa vontade de
gritar para o mundo tudo
o que me deixa assim, angustiado
O meu silêncio são meus berros
de desespero que você ainda não
aprendeu mesmo como escutar
E eu nem quero ou espero
muita coisa desses dias,
só queria um pouco de paz
Algo a mais para preencher
esse peito que há tempos não sabe caber
nada diferente desse vazio
Algo a mais para brilhar
esses olhos que há tempos não sabem enxergar
nada diferente dessa melancolia
E os dias que eu tenho certeza que não sou mais
tão vulnerável perdem a validade quando eu te vejo.
É tudo uma grande mentira, pois eu sou o mesmo garoto
sonhador que não se cansa de se decepcionar.
Mas eu não preciso gritar pra ninguém que existo.
Acho que você também não deveria precisar,
e nem incomodar-se tanto com o que vão pensar de ti
ou se ocupar em preconceituar a filosofia alheia.
Engraçado olhar o calendário
e começar a voltar para ver
aquele dia que a gente se encontrou
Seria melhor se não fossem só números,
lembranças e desesperanças
Queria poder ver e sentir tudo de novo
Uma Terça-feira cheia para uma Sexta vazia
São muitas, muitas páginas para trás
E eu aqui que não aprendo olhar pra frente
As pessoas andam dizendo que eu estou muito sério,
calado, e quando não, falando frases curtas e secas,
Mas não sabem de nada que se passa aqui dentro
Nem o quanto que essa mesma semana já me foi diferente
Como eu posso sorrir se ninguém aprendeu
ainda como preencher o vazio desses dias?
Não, eu não sei ser feliz e sorrir o tempo todo
E me é ainda mais difícil quando o ano traz esse mês
e eu vejo que nada aconteceu como a gente planejou
São muitas às vezes
que eu me calo
Prefiro deixar de falar
o que penso para não me desgastar
Mas não é porque deixo de falar
que eu deixaria de pensar
Faço um diálogo na minha mente
e percebo que não vale a pena continuar
Acho que é por isso
que de quando em vez
acabo não respondendo
quando fala comigo
E não é por ruindade
É que às vezes realmente
acho que falei,
quando na verdade só pensei
Sabe, às vezes eu sinto uma enorme saudade,
Penso em tudo de bom que você fez e em voltar.
Mas é só você reaparecer e começar a me irritar,
que eu entendo o porquê que me afastei.
