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As pessoas dizem que amigos não destroem uns aos outros
O que elas sabem sobre amigos?
— “Game Shows Touch our Lives”, The Mountain Goats
Talvez seja mais como o que você falou antes, rachaduras em todos nós. Como se cada um tivesse começado como um navio inteiramente à prova d’água. Mas as coisas vão acontecendo… as pessoas se vão, ou deixam de nos amar, ou não nos entendem, ou nós não as entendemos… e nós perdemos, erramos, magoamos uns aos outros. E o navio começa a rachar em determinados lugares. E então, quando o navio racha, o final é inevitável. Quando começa a chover dentro do Osprey, ele nunca vai voltar a ser o que era. Mas ainda há um tempo entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós nos rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros, porque vemos além de nós mesmos, através de nossas rachaduras, e vemos dentro dos outros através das rachaduras deles. Quando foi que nos olhamos cara a cara? Não até que você tivesse visto através das minhas rachaduras, e eu, das suas. Antes disso, estávamos apenas observando a ideia que fazíamos um do outro, tipo olhando para sua persiana sem nunca enxergar o quarto lá dentro. Mas, uma vez que o navio se racha, a luz consegue entrar. E a luz consegue sai.
(Quentin Jacobsen - Cidades de Papel)
Quando li "Cidades de papel" de John Green, primeiro pensei que Margo era doida por abandonar tudo, não pensar no futuro entre outras coisas.
Revendo meu pensamento percebi que posso morrer amanhã ou viver mais cem anos e sou a pessoa que mais deixa de viver o presente pensando no futuro...
A Demora
O amor nos condena:
demoras
mesmo quando chegas antes.
Porque não é no tempo que eu te espero.
Espero-te antes de haver vida
e és tu quem faz nascer os dias.
Quando chegas
já não sou senão saudade
e as flores
tombam-me dos braços
para dar cor ao chão em que te ergues.
Perdido o lugar
em que te aguardo,
só me resta água no lábio
para aplacar a tua sede.
Envelhecida a palavra,
tomo a lua por minha boca
e a noite, já sem voz
se vai despindo em ti.
O teu vestido tomba
e é uma nuvem.
O teu corpo se deita no meu,
um rio se vai aguando até ser mar.
,
Se a ideia é criar cidades para pessoas, devemos criar espaços onde podemos nos perguntar: ¿ mi gusta estar donde estoy?
Aonde eu Cresci
" Quase nada Acontece,
Moro em Caracas..Município Zona Oeste
Cidade dormitório, nada posso esperar...
Pois em cada esquina ,tem uma igreja e um bar
Eu quero ver as cidades cada vez mais violentas: corações sendo roubados, preconceitos sendo destruídos e mais pessoas viciadas no amor. No mais, paz. Por favor!
O que eu gosto de visitar em uma cidade são as igrejas, os cemitérios e as bibliotecas, todas coisas que exigem silêncio e aspiram à eternidade.
Nunca acredite em nada, especialmente, em contos de fadas sobre cidades mágicas com pessoas pequenas e felizes!
Ao olhar para as luzes de uma cidade a noite passa tantas coisas em minha cabeca, sendo impossivel de descreve-las
Não se trata do silêncio confortável sentido nas cidadezinhas norte-americanas, embora a atmosfera física dos acessos, quintais e cercas seja com frequência a mesma; a diferença é que nas cidades de verdade a gente sabe com certeza qual é o tipo de gente escondida atrás das portas numeradas, mas aqui, onde tudo parece tão passageiro, efêmero, não há um padrão geral da população e nada é intencional - esta rua, aquela casa, cogumelos brotando ocasionalmente, e uma rachadura na parede, que poderia ter lá seu charme em outro lugar, só ecoa uma nota fúnebre, profetizando a desgraça.
Guarulhos, minha cidade.
Aqui cresci, nas ruas empoeiradas,
Ou em tempestuosas chuvadas e ruas enlameadas,
Em brincadeiras despreocupadas,
E nos sonhos de menino, construí o meu destino.
Vislumbro com o cair da noite, as pessoas e as andanças,
O ar que ainda exala o perfume da esperança.
E às árvores recurvadas na Serra da Cantareira,
Em visitas com os amigos,
Apreciei tanta beleza,
Que jamais caberia na imaginação de um antigo.
Em 8 de dezembro de 1560, Guaru "indivíduo que come",
índios barrigudos, segundo a língua tupi, pelo Padre Jesuíta Manuel de Paiva.
Nascestes Guarulhos, de Nossa Senhora da Conceição.
Da minha cidade nasce o norte ladeirento,
indócil e o sol, quando chega, penetra-a delicadamente,
carinhosamente, depois de vencido o nevoeiro...
Ao sul do Tietê, a oeste o Cabuçu...
Sua riqueza primeira, de ouro e mineração.
As minas foram descobertas,
segundo Afonso Sardinha, a denominação ,
o progresso então chegou e a Maria Fumaça, que passa com a produção...
Em 1915, os atos da Câmara já diziam,
contra o desmatamento,
a implementação do esgoto,
a poluição da água,
o abastecimento.
Três autoestradas chegaram, a população superou 1 milhão,
Quanta magnitude, mais educação, mais emprego e mais saúde;
o aeroporto, o progresso agregou-se, quem preocupou-se?
E a questão ambiental, mercantilizou-se?
Tornou-se uma cidade importante,
onde a paisagem verticalizou-se em torres de concreto, tão de perto.
E ainda temos o viaduto “Cidade de Guarulhos”,
refletindo por um momento, tornou-se um importante monumento.
Minha cidade é linda...
Tem suaves montanhas.
O amanhecer é sorridente,
qualquer alma doente se cura com as nascentes.
No passado bastaria lançar os olhos ao horizonte...
E com familiaridade e doce intimidade,
a natureza de pertinho nos blindava a mocidade.
Ter olhos sagazes no presente, ao ser...
Para ir reconstruindo todas as belezas,
É preciso ter visto antes, para reconhecer.
Crescidos, estamos eu e essa grande metrópole,
Hoje ainda observo o espetáculo do por-do-sol,
Que brilha no céu, tornando-o mais azul, mas não vejo o horizonte,
Do clima a transformação, avisto a poluição.
Essa cidade de todos,
os direitos e os deveres,
os versos e adversos,
te amo minha metrópole,
Guarulhos cidade progresso.
Os animais mais ferozes moram nas cidades e não nas matas...Os animais das cidades são estúpidos, agressivos, sujam a água que bebem e o caminho que andam.
Estirpes no final do campo
madeira morta
folhas de hera entrelaçadas
musgo, cogumelos
cheio de água, solo
deixa.
Pântanos inconstantes
Em torno dessas cepas,
eu sonhava
em fachadas de edifícios pequenos
pernas elegantes
garras, mezaninos
asas de pássaro.