Tag chove
Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove - não poderão ir para o Céu! Lá faz sempre bom tempo...
Chega de garoa, seja logo meu sol, porque de chove-não-molha já basta eu
Chega de garoa, seja logo meu céu azul, porque sua tempestade sou eu.
Minhas orações vão até as nuvens e caem como gotas... nunca foram ouvidas por Deus.
Mesmo assim na esperança continuemos, de joelhos falando com nos mesmos.
Talvez um dia por bondade Ele nos ouç...
A esperança nunca morre dentro de mim, mas ela me mata aos poucos...
No que eu me tornei ?
E esse vazio que ousa me preencher e embaçar meus olhos.
Hoje minha alma é só mais um dejeto de um servo impuro.
Quando a Tua paz vira nos visitar ?
Quando nós não nos sentiremos mais aflitos ?
E quando vai nos ouvir ?
Mas eu vou sorrir quando amanhecer, pra mostrar a alegria da esperança que me sufoca cada dia mais.
E então... chove outra vez.
Mesmo que você se sinta só
Não chove todo o dia
A chuva vai passar
O dia pode estar fechado, mas eu sei
Não chove todo o dia
Não chove para sempre
A cidade era uma mata, ainda ouço contar os causos. Hoje lá ainda chove. Talvez sejam as lágrimas de Deus ou suor do homem. Bicho Homem.
Reflorestar é questão de conservar a própria especie.
Hoje chove, e as gotas formam poças ao de unirem. E novas gotas pingam alegria. Uma especie de dança sincronizada...
Chuva cai limpa a terra
leva o mal que esta nela
Chuva forte que não para
É muita dor pra pouca água
Chove agora e não para mais
Chove mais
Chove mais
Chove por mim os teus olhos
Chove por mim os teus olhos
Abusando do instante que te dou
Retrata o teu espírito
E com ele todo teu amor
Delineando tua face
Expõe-se a gota da dor
Entoando com arte
Reverencia-se ao observador.
O cheiro do teu sentimento
Exibe-se todo enfim
E o gosto de teu pensamento
Impregna-se em mim.
Chove pôr mim os teus olhos
Furtando-me o mundo em que estou
Deixa-me repleto da culpa
Pôr por ti não ter amor.
Enide Santos 21/10/14
Enquanto não durmo
Chove lá fora, chove por toda noite;
Noite sozinha, brilha a imaginação;
Nessas horas de intensa harmonia;
Saindo com vontade de ficar;
Perto de mim tudo e tão belo;
Passa as horas;
Lembranças de um tempo que não volta mais;
Só restaram lembranças…
Quase tão perto, mas longe de chegar;
Imaginar e desejar;
Sorrindo e chorando;
Tranqüilo num canto só esperando;
Sem barulho uma calmaria;
Só restaram pedaços de lembranças;
Agora nessa hora;
Imagino e reconheço;
Perdemos muito tempo;
Sem ter tempo;
Brincar com as emoções;
Perder as responsabilidades;
Se entregar ao momento de pensar…
E vou sempre a pensar. Deixa que logo passa;
Ainda sim resta me forças;
Misturar e misturar;
De querer e de querer;
Na hora certa você vai achar.
Chove lá fora
As vezes passo hora olhando lá foras.
E vejo como tudo aqui dentro é diferente de tudo que já vi.
Nada faz mudar minha maneira de pensar, de ser lá e daqui.
Ah se aqui se misturasse com lá!. Teria um mundo diferente.
Sem saudades de lá, e sem saudades daqui.
Chove tanto, parece que nunca terá sol. Será que um dia teve? Não me lembro! Chove pelo corpo sem fim.
Você espera que a angústia desapareça
Enquanto chove sobre a estrada estranha
Onde se encontra
Chuva: só espero
Que a angústia desapareça
Estou fazendo tudo o que posso
"Chove lá fora,
Cinzento arrebol
Rua lavada,
Aqui dentro, sol.
Coração tranquilo
Mente vivaz,
Chove lá fora
Aqui dentro, paz.
Vento assovia
Cantando sua dor.
Chove lá fora,
Aqui dentro, amor."
Lori Damm
chove lá fora
acordei
e vi que chove
observei
que não era só lá fora
revestido de breu
minh’alma
também, chora!
dengosa
amorosa
queixando de tudo
do silêncio mudo
da carência
daquela ausência
amargo sentido
coração partido
ah! e o meu amor
na sofrência, na dor...
chove lá fora
cá dentro do alento
também chora!
triste sentimento
sem compaixão
sedento
cheio de ilusão
lamento... dura hora
vão... solidão
chove lá fora!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 dezembro, 2022, 13’37” – Araguari, MG
versão para “Chove”
CHUVA (soneto)
Chove lá fora. O meu peito também chora
São suspiros de velhos e eternos pesares
Da alma que desapegando quer ir embora
Uma tristura que diviso, repleta de azares
Chove... Que agonia se percebe de outrora
Ah! Quem falou pro agrado voar pelos ares
Em preces de ira, com o chicote e a espora
Deixando as venturas laçadas pelos alares...
Chove lá fora. Minh’alma também aflora
E eu sinto o que o cerrado também sente
O pingo quente, e abafada a aflição afora
E esta tal melancolia que no temporal uiva
Tão impiedoso e ruidosa, que vorazmente
Tem a sensação: - choro! E chove chuva!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano