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Eu moro num quase, naquele cantinho no infinito que ninguém parece ver.
E é ali que me embriago de incertezas e rodopio numa valsa enquanto o último acorde da música exige o teu nome. Sentia-me perversa por cerrar os olhos ao mundo real, sentia-me uma causa perdida dentre tantas outras, talvez comum demais, sonhadora na mesma proporção. Gostava de ligar os pontos brilhantes das estrelas esperando que a esperança se formasse e despencasse feito chuva de fim de tarde. E era num desses devaneios que eu desejava a gente numa dessas passagens de estrelas cadentes. Elas eram tão rápidas quanto as tuas vindas e tão passageiras quanto a tua presença. Talvez eu tenha te perdido num desses horizontes de céu rosa, ou quem sabe você apenas não pertencia ao meu céu, não sei. Talvez eu tenha até te perdido para a tempestade, porque além do meu porto seguro, você era a minha calmaria. Acho te dedicaria uma orquestra de trovoadas se você quisesse. Eu sempre me desacelerei por sua causa, sempre quis que os relógios congelassem, o tempo parasse, queria guardar para mim um sorriso que só cumprimento por fotografia. E nas somas de tudo que é finito, o resultado para nós nunca será positivo, meu bem. Improvisei a vida inteira esperando pelo momento certo de te encontrar e perceber que era você o tempo todo. Mas não é você, não é? E não importam quantos muros eu piche, quantos outdoors eu espalhe pela cidade ou quantos porta-retratos comprimam o teu sorriso. Eu te perdi para um tempo que nunca tivemos. Era como se todas as belezas do mundo me traíssem e se transformassem no mundinho que nunca conhecemos. Acho que as covinhas das suas bochechas são os meus maiores traumas. E no meio da procura interminável e preguiçosa por tua loucura em outras pessoas, eu me perdia num mundo desconfortável e vazio. Lembrava então que sentia tristeza bonita ao teu lado, pelo menos eu sentia. Prometi então que você seria o meu vício só até o sol se pôr e aqui estou esperando por um solstício de carinhos teu. Enquanto me envergonho de preferir os teus cheiros aos meus perfumes, aperto os olhos com toda força como se fosse capaz de fazer as coisas voltarem para os seus respectivos lugares. A desordem é confortável no entrelaçar dos nossos sorrisos. Você dizia que tudo estava bem e, por um segundo, realmente tudo estava. Não queria ser tão clichê ao ponto de dizer que “o que é pra ser, tem que ser”, até porque essa não sou eu, este é você e nós não somos nada. E quando eu não dormia cedo para evitar a ressaca de uma noite sem tuas reclamações, eu ria sozinha lembrando o colorido da tua alma, no brilho do teu rosto, das estrelas orbitando o teu mundo de fantasia que eu mesma criei. Percebi então que jamais voltaria a ver o brilho dessas estrelas, eu nunca mais seria o motivo do brilho delas. Depois de duas puxadas de ar constatei que não esperava que a esperança despencasse do céu, eu ligava os pontinhos brilhantes justamente pra decorar o mapa do teu sorriso. Você sempre vai ser o meu “quase”, o meu cantinho do infinito que ninguém conhece. Vai ser sempre você.
Hoje não tinha estrela do céu.
E nada pareceu mudar.

sonhei contigo noite passada

Inserida por AmandaSeguezzi

O amor está entre um “sim” e um “com certeza”, nunca é um “talvez”, até porque não se ama pela metade, não se sente quarenta por cento de amor ou essas coisas, por exemplo. Amor é ajustar-se. Se acomodar no tempo do outro, harmonizar os passos, conciliar as respirações. Amor é um clichê multicolorido, o mais belo, quem sabe. Amor é, entre todas as coisas, saber ser simples pelo outro, se apaixonar pelo compreensível, malícia recatada. Amor não é escolha, é convicção. Amor é esquecer os medos, desafinar num riso alto, amor é correr na veia do outro, sentir o pulsar do outro e mesmo assim, costurado a outro corpo, soldado em outra alma, estar confortável como se fosse apenas outro lar. Amor é acertar de primeira e nunca, jamais barganhar, porque o amor é trapaça, golpe de sorte, arritmia inesperada. Amor é se apaixonar pelos mesmos olhos e pela mesma boca todos os dias. É gostar de rotina por saber que nela alguém lhe faz esquecer-se desses dias compridos. Ah o amor, que é a porta do espírito, é preencher o vazio do medo de ser sozinho, é acomodar-se. Amor é um nome, tem mais ou menos o tamanho de um abraço apertado, amor é sentir paz e estar em paz. É nunca roubar o que lhe pertence. E há quem diga que amor é estar com sono, mas esperar a pessoa ir dormir primeiro apenas para não perder momento algum ao lado dela, porque amor também é doar-se, amor também é um momento. Amor é ouvir um “Eu te amo” e revidar com um “Eu também te amo” e não apenas com um “Eu também”, justamente por não existir metades, todavia sim um bocado de encaixes esperando o instante certo de amoldar-se. Amor é não duvidar do destino, desafiar a morte, o amor acontece feito uma bomba implosiva de ações e reações. Amor é sonhar a dois, dançar sempre com o mesmo par. Ah esse amor, que faz agradecer todos os dias por respirar o mesmo ar, o amor esse que caminha por anos, sem resposta para as perguntas, talvez, mas quem se importa? Amor é um terminar a frase do outro, é cuidar, é importar-se. Amor é recomeçar todos os dias a mesma história e nunca enjoar dela. Ah mais amor, este que move o mundo, que muda pessoas, amor é renascer dentro de si e ficar surpreso pela batidas do coração que se parecem tanto com tambores sem ritmo. Amor é dançar sem música, escrever poesia no ar, amor é olhar o nada e lembrar-se de alguém, porque amor também é insignificância, amor é jamais esquecer. Amor é perder-se na pele do outro, decorá-la, enfeitá-la de felicidade recíproca. Amor é não hesitar. O amor nunca morre, apenas adormece. Ah o amor! É não saber nem quando, nem onde. Amor é zelo excessivo, rota de fuga das fugas. Amor é perder-se com outrem sem fazer questão de ser encontrado. O amor não tem êxito, porém urgência sim. É amar os pés, os dentes, a curva da orelha. Amor é dizer não ao peso do tempo nos ombros e viver intensamente o eterno dos dias. Amor também é esquecer-se de prever o imprevisível. Amor é perdoar o que pode ser perdoado, o justo pelo justo. É unir fio de sangue, criar raízes como a natureza e ser infinito feito ela também. O amor, ele adoça a vida, ele adoça o ser humano. Ah o amor! É a espera do que vale a pena. Amor é conquista.
E quando o amor da sua vida bater à sua porta, você não irá hesitar. Já vai saber.
Amor é nunca se arrepender.

Inserida por AmandaSeguezzi

Eu amo você. Amo os seus dois pés esquerdos. Amo quando você prefere o seu orgulho ao encarar os meus olhos. Porque eu também amo os seus olhos e o modo como o sol os deixa mais claros. Amo os pontinhos pretos no contorno da tua íris, as tuas pequenas conexões de caos. Eu também amo o teu caos, o paraíso do teu inferno. Eu amo você. Eu amo a forma como planejamos bêbados naquele final de festa que tudo daria certo entre nós. Porque eu também amo o aviso “Canalha!” marcado em letras invisíveis na tua testa. Amo você por não gostar de café. Amo você por desafinar Cazuza. Eu amo você. E também o futuro que ainda não conheço, mas vejo nas palmas das tuas mãos. Porque eu também amo quando tuas linhas encostam-se às minhas e a gente fica rindo. Eu amo você e os seus pés por caminharem ao meu encontro. Percebo então que amo as tuas artérias, o ar que enche os teus pulmões. Porque eu te amo de dentro pra fora, te amo de longe sussurrando os meus carinhos na curva da tua orelha. Eu amo você. E o teu olhar de criança no mundo adulto. Amo a inocência das tuas expressões e a suavidade dos teus passos. Amo a cegueira, porque também consigo te decifrar em braile. Amo a constelação dos pontinhos das tuas costas. Amo o tremer das tuas mãos apertando a minha cintura. Porque eu também amo o menor dos espaços que nós, assim como amo o teu beijo morno e sequencial. Eu amo você. E as rugas de preocupação da tua testa, o suor que corre despercebido por teu pescoço. Porque eu também te amo nos detalhes, te amo pelas falhas breves e por tudo que você nunca me disse. Eu amo você. E essa junção de todas as canções de Chico Buarque que você consegue ser. E tudo que você faz para eu me afastar de tudo que jamais pensei em ter para sempre, mas também nunca me imaginei sem. Eu amo. Porque amor também é liberdade, céu infinito de outras vidas. Eu amo você. E o modo como você ri da primavera e dos traços tortos nas ruas. Amo a tua sobrancelha arqueada, o cabelo bagunçado, a mordida discreta no canto da boca. Amo como você calcula o tempo em momentos e não em minutos. Porque eu também amo fazer parte dos teus minutos, ser alvo dos teus momentos. Eu amo você. Amo somar o tempo em quantos beijos meus conseguem caber na extensão da tua clavícula. Amo confundir os danos e te trazer pra perto. Amo os acréscimos das tuas costelas. Amo o arrepio dos meus dedos dançando na linha rígida da tua coluna. Amo as tuas queixas, a curva do teu queixo. Eu amo você. Também amo os focos de relâmpagos do teu abraço, o mistério da tua alma e a sedução trivial das tuas paranoias. Eu amo você. E a composição do teu cheiro, amo o amontoado de solidão que você carrega nos ombros. Porque eu amo saber que o teu todo se encaixa nas minhas metáforas mais bonitas. Eu amo você.

Inserida por AmandaSeguezzi

“Somos pequenas granadas de hesitação, não somos? Quem sabe até bombas atômicas implosivas. Flertes impulsivos, cartas que não foram enviadas, quiçá escritas. Somos lençóis de aromas distintos, hálitos, diferentes hálitos. Pra você o céu é vermelho, já o meu um cintilante lilás. E continuamos assim, um camuflado de folhas caídas. Calmaria que esvai junto ao vento. Tão leve... Somos as somas dos erros e as sobras das palavras. Somos o diminutivo de carinho: que não existe. Por que não sermos um? Somos aquelas frases clichês ditas no calor da hora, as malditas risadas durante um beijo. Um furacão que não cessa. Paz que não se acomoda, somos um trilho sem fim que não aceita paradas bruscas dentre as estações. E o que eu faço? Se procuro qualquer rastro teu nos variados desatinos dos querubins, em rostos indiferentes, eu procuro. Descubro então que tenho tratado a dor e não a causa dela, que não encontro a melodia que tanto preciso se não for me arrastando por tua rodovia de quase-estrelas. Até o tempo está me perdendo e parece não se importar. Em todos os sentidos, os opostos, os corretos, os incertos. Não acompanha meus rastros, minhas pegadas num sentido torto ou noutro que eu desconheça. Não se convence de que, por sentir demais, minhas direções se tornaram incontáveis. E era assim, apesar do teu todo ser uma tempestade infindável eu sempre me perguntava como conseguira roubar todo o brilho do sol só para si. Aí, entre as queixas, entre a curva do teu queixo, eu compreendo que também somos criminosos, eu com a selvageria imprudente do coração e tu com as gotas de mal-me-quer escorrendo pela boca disfarçadas de veneno doce. Rodopiávamos na mesma sinfonia, contudo não no mesmo ritmo. Os teus olhos expressavam a pressa, os meus procuravam conforto na eternidade de apenas um segundo. Eu até podia supor que éramos os suspeitos habituais de uma pesarosa mágoa que não traz culpa nem vontade, mas sim voracidade e descaso. Entendi que nossos laços, sanguíneos, sarcásticos, abrasadores não se encontravam nas mesmas vielas. Porque nós somos um camuflado de folhas caídas que correm por veias diferentes. Coágulos de finitos desamores.”

♦ No último segundo de vida a gente pensa em quem?

Inserida por AmandaSeguezzi

“Eu acho que a gente se acerta.
Na mesma fagulha, no mesmo teto. Na correnteza contrária, no elo infinito. Num beco da vida, num banco de praça. Ah, a gente se ajeita. Num cômodo pequeno, em foto 3x4. Em ideias fúnebres, em um blues anos 60. A gente se ampara até nos desencontros. Nos contrapontos, rumo contra o tempo. A gente se restringe a uma história por dia e três sorrisos por mês. Matamos quatro lembranças e dois dragões por sonho. A gente se acerta nos erros, na curva do engano, na rota do ego, na estrada dos ensejos. Ah! Sim. E chegamos a fingir que os sentimentos suspiram como balas perdidas inesperadas, e nos enganamos, pela milésima vez, de quê somos de naipes diferentes, peças de quebra-cabeças totalmente distintos que se encaixam de vez em quando. Que não ligamos para a laceração do orgulho ou pro precipício da eternidade. Acho que a gente se acerta. Você aí e eu aqui. Evitando os olhares certos, os lugares errados, a hora hipotética apenas para não se render aos encantos de um perfume doce. E posso até cogitar que a gente se equilibra. Na solidão das queixas, no vazio ao qual o preenchimento ainda é uma incógnita. Na carência flamejante, na cama desarrumada, respiração desregulada. Percebo então a falta do xeque-mate, da surpresa que não surpreende mais, nos carinhos intermitentes. Porque eu aceito as circunstâncias da confusão para que o segredo das mordidas no pescoço continue oculto. Eu suporto o peso regresso, as sensações anacrônicas, mas nunca a risada sarcástica das despedidas que pesam os teus ombros, e nos meus olhos. E assim eu acho que a gente se acerta. Você com os olhos negros distantes e eu poetiza dissimulada. Ambos sonhadores e criminosos.
Ah, a gente se ajeita.
Quando dá, a gente até se fantasia de criadores de caso e adoradores do caos pra nunca se perder de vez.”

- Ao regresso que odeia despedida.

Inserida por AmandaSeguezzi

“Eu queria caber num segundo teu.
Naquele sorriso bem demorado, assim como na palma da tua mão. Queria fazer parte das entrelinhas dos teus versos, entre as linhas tortas do teu caminho. Ah como eu queria! Ah como eu queria entender como consigo acomodar tanto de ti no meu um metro e sessenta e três de altura. O problema dos encontros são os desencontros ao final de tudo. E agora passo pela cena difícil te desenhar em uma máquina de escrever. Se eu te dissesse que a palavra despedida tem exatamente o formato das tuas mãos, você ficaria para mais uma valsa? Que a meia-luz da sala me incomoda. Que o sofá não está aonde eu queria nem com quem eu gostaria. Adiantaria? Prender a brisa do teu perfume em porta-retratos, o sorriso na cabeceira da cama, os teus cotovelos na mesa de jantar. Eu desabafo com a televisão ligada, trocando os canais como se fosse encontrar teu rosto em algum comercial de margarina. Bebo café para sentir teu gosto, tomo banho quente para murmurar junto ao vapor sobre as curvas do teu corpo. Descobrindo que quanto mais o tempo passa mais tudo perde a graça, que até tuas palavras eram macias e confortáveis. E acho que, sinceramente, eu me acomodaria até num “bom dia” seu. O que me consta que tenho acordado tarde para evitar esses tais “bom dia” que há muito não me confortam. Tenho também um bocado de sotaque bonito preservado no canto do ouvido ecoando na primeira hora da manhã na varanda. O chimarrão me arrepiava a nuca e eu percebia, enfim, que estava num inferno e ele era o meu próprio corpo. As lembranças eram bombas relógio, a explosão unilateral de um afeto platônico. Moreno, só queria te dizer que eu apostei todas as fichas em você e perdi. E talvez as casualidades do universo ainda te recoloquem no meu jogo. E você vem. Claro que um dia vem. Primeiro escuto os teus passos, logo após a essência do perfume, o corpo provocativo, contudo nunca a alegria das pulsões. Pergunto-me então se a tristeza lhe acompanha a qualquer segundo. Se for assim, fique por aí. A monomania de sentir a tua tristeza como um ombro amigo que me puxa para dançar em dias difíceis, que rodopia meus sentidos até eu cogitar ser algo bom. Tua tristeza acena pra mim e eu me conforto. Qualquer sensação compartilhada do teu corpo é navalha e, sinceramente, eu me acostumei com o latejar das ideias e dormência da alma. Convencendo-me, pra variar, que não é pecar errar pelo excesso, mas sim pela falta. Encarava-me com meio sorriso, dois tapas nas costas e um "Acalme-se, menina, essas consternações acontecem nas melhores almas.".
Mas e as tremuras do corpo?
Falência múltipla dos sentimentos, um AVC de remorso e o latejar do silêncio.

♦Um dia ele me disse: “Vamos ser mais do que montinhos de areia no tempo?”
E eu não fui.

Inserida por AmandaSeguezzi

O tempo foi passando, voando, virando migalhas. 
Parecia que o meu corpo estava parado no mesmo lugar desde aquela última respiração profunda na praça. Era estático o efeito da paisagem bonita. Era o caos aguardar por uma companhia que virou as costas e foi embora sem contemplar a beleza das flores. E todos os dias eu admirava o verde vivo, a brisa rasteira, ansiosa para encontrar tua nota dó dentre os sussurros da ventania. Ficava sentada ali por horas, rabiscando, estrangulando o tempo. Cruzava as pernas, os braços e as ideias procurando, ao menos, uma posição confortável para as dores da alma, ou um motivo aceitável que me fizesse desviar desse caminho infindável. Percebi então o magnetismo do passado atuando como uma bússola que aponta apenas para o Norte. Descobri por entre cinco ou seis puxadas de ar que nunca fora a intenção ser o teu rumo fixo. E as possibilidades me deixavam inquieta, melodramática, desenhando cenas no vácuo como se pudesse pintar as situações e bordá-las num estado real. Chegava a roer as unhas, cantarolava sinfonias, coçava os olhos, entretanto não sentia vontade em voar pra longe. Acho que eu te procurei em todos os rostos que conheci desde o dia que te vi pela última vez. Nunca tive muita sorte na vida, mas tenho certeza que o teu gargalhar no escuro poderia facilmente ser confundido com um bilhete de loteria e isso me contentava. E ora veja, mesmo nas pausas sem graça eu ainda conseguia rir até a barriga doer pelo destino ter sido tão sacana a ponto de me fazer derreter a cada contração de intenções sutis. Tenho medo do escuro. Mas ainda lembro-me do sorriso sem esperança, sem luz que silenciava o último encontro. De quando colocou uma pulseira colorida estranha no meu pulso e deu dois nós. De quando me pegou pelas mãos, olhou no fundo dos meus olhos e disse que o amor era grande, mas o mundo era maior. Virou-me as costas e foi embora como quem sabia exatamente o que estava fazendo, como se planejasse há muito tempo. Comecei a escrever poesias sobre as cores estranhas, sobre como elas ficaram bonitas depois que ele me presenteou, sobre os dois nós. Sobre o nó no pensamento, que se transformou em nó no coração até se acomodar num clandestino nó na garganta. Ele nunca voltou à praça para pegar o que era dele por direito. Eu ou a pulseira, não sei ao certo. Arranquei-a do pulso com toda a força que tinha, joguei num canto, quis enterrar junto das flores bonitas para que o encanto nunca se perdesse. Tarde demais. Todos os dias as cores me assombram, assim como o aroma das flores, assim como o estranho corpo que imigrou ao longe. Cegueira inexpressiva. O pulso ainda pesa tanto quanto as palavras nunca ditas.
E eu escrevo em preto e branco até hoje.

Inserida por AmandaSeguezzi

“Descobri por entre todos os meus receios que sou o meu pior inimigo, que não sou nada além de antecipações.
Era como se a chuva fosse do chão de encontro ao céu num avesso majestoso. Era ver tudo invertido e se adaptar nesse compasso de tristeza bonita de se sentir. Saudade não é mais um sentimento, é uma veia colocada no lugar errado, dor de cabeça por tentar se transportar para onde o tambor do pulsar grita. Mas nunca dá. Porque você se tatuou em mim e eu me costurei em nós, desate um fio e o meu todo se esvai em desatinos. Já que não almejo encanto, separo então um canto para me reinventar. Mostro-me distraída com as paredes descascadas, perguntando-me se as paredes do ego também dispunham do mesmo formato concreto, impedindo as guerras emocionais de escapulirem pelos poros feito um inundar de amargura. Só queria esculpir o teu nu em estátuas, emoldurar os sorrisos para que nunca se dissipem do brilho dos olhos. Compreender que a nudez mesmo está escondida nos detalhes que só percebo depois dos seis lances de escada e um vinho barato. Confusa, talvez. Sentindo o incenso da tua presença, antes mesmo de sentir o afago do teu corpo. Ainda confusa, desvendando a incógnita de quão o mar sabe ser tão claro quanto teus olhos, que cerram atados diante de um fecho de luz. Tua serenidade não cobiçara os meus raios solares. Mudava de opinião como quem sucumbia às fases da lua, exibia a tristeza como quem rega flores artificiais, era pesaroso gostar do colorido de algo sem vida. Era desafiador despir as palavras para que fossem aceitas sem o desconfiar de um Cavalo de Troia. Eu me entreguei de coração aberto e alma limpa para virar apenas mais uma vítima corriqueira do “não era pra ser”. Esquece o roteiro, amor. Nem o aroma do teu perfume sabe a rota da saudade, mas mesmo assim sempre volta para me assombrar. Mais forte e incomum. Um recital fresco e perigoso como a madrugada, sem ecos e sem carnaval. Paralisa os meus sentidos e me faz perceber que comum mesmo são as outras pessoas que copiam o teu cheiro. Porque eu vejo poesia a cada esquina e a brisa me presenteia com o amargo da lembrança de um afeto bom. Eu sinto o murro na cara e encaro a fragrância insípida com lágrimas nos olhos e braços abertos. Tentando, ao menos, juntar as partes do perfume que há muito não me visita e comprimi-las no coração até transformá-las num cobertor de nostalgia bonita de se apreciar. Eu vou esquecer o teu nome, inventarei um bocado de outros pseudônimos que me façam cair na tapeação de caber em um amor do tamanho de um alfinete. Que não me faça sentir o pesar da despedida ou a melancolia de uma noite mal dormida. Eu vou esquecer a tua voz, e todas as palavras um dia proferidas irão caminhar para longe junto ao vento. Vou quitar qualquer compromisso com as manhãs nubladas e esquecer os teus vestígios escritos entre as nuvens. Eu quero uma passagem só de ida, bilhete de trem sem reembolso. Quero viver da sorte e não das possibilidades que prendem meus pés no chão.”


Mas pra quê a pressa, amor?
A eternidade é na rua de baixo, logo ali virando a esquina.

Inserida por AmandaSeguezzi

pro dia cinza.

E se os trovões bruscos fossem palavras de calmaria
Que aos enamorados a tradução fosse uma canção de ninar
Saberiam os outros decifrar as notas dos relâmpagos por aí?
Se os trovões fossem um abraço esperando por aceitação
Um estrondo procurando seu amor no eco inóspito
Se os trovões pudessem sentir a amargura dos homens
Cairia a tempestade
Assim como lágrimas do céu
Se os flashes fossem meros sorrisos
Esperando outro sorriso
A ventania então seria quem aproxima a solidão do dia
Dia nublado, dia que não cessa
A tempestade uniria nuvens
Apaixonadas, quem sabe?
E os trovões seriam apenas fagulhas
Sinfonia de uma nota só
Até o infinito cinza atravessa o céu
De ponta a ponta feito obra-prima
O relâmpago traz nas costas o peso
O peso de não cair duas vezes no mesmo lugar
Mostrando que até o impossível
O impossível
Não tolera segunda chance
E é tudo um carnaval fúnebre
Dança mal ensaiada
Que borda o céu de tristeza
Tristeza bonita de se apreciar
Quando os trovões não são sentidos
Eles choram
E eu sou assim também
A chuva cai e eu choro junto.

E até a alma explode em tons de cinza

Inserida por AmandaSeguezzi

Ao clandestino.

Eu só queria te dizer que me arrependo por ser o que você nunca cogitou apreciar. Que eu me engasgo toda vez que te vejo sem rumo por aí. Que quero o mesmo rumo, mesmo não entendendo por quais caminhos tu pretende demarcar os teus passos. Escrevo-te por não saber exatamente o que fazer com esse amontoado de palavras que me despem num olhar feroz. Escrevo por vergonha ilícita de tragar saudade ao invés de amnésia. Beber doses de culpa, como se o gosto forte do álcool contracenasse com a tua saliva em uma luta brutal de engano e dívida e mesmo assim eu perdesse pra lembrança. Eu precisei esconder a tremura nas mãos, a pupila dilatada e qualquer outro sinal de fraqueza na tua última visita. Precisei costurar o meu todo em retalhos para que a minha estrutura não se rompesse. Fiz um trato com o acaso e alterei o tom do meu gargalhar. Abracei o travesseiro demoradamente como se aquele perfume me confortasse. Faz assim ó, fica parado enquanto eu passo as pontas dos dedos pelo contorno do teu nariz. Deixa eu rir daquela cicatriz no queixo, morder a ponta da tua orelha. Só fica. Fica quieto, não diz nada, eu não preciso. Só não negue um abraço a quem sente falta de se acomodar nos teus braços. Não sorria, eu nem prezo por você. Apenas finjo gostar enquanto te desejo. Apenas digo que gosto para não dizer que te amo. E foi assim. Meio sem sentido, meio torto. Eu vi numa aresta daquele sorriso algo que eu sempre quis, mas nunca pensei que pudesse existir. Eu vi num tom de pele mil tirinhas de diamantes e vibrei com a ganância e o brilho ilusório. Foi como olhar um dia nublado pela primeira vez. Conseguia sentir o cheiro de terra molhada como o aroma daqueles dias de chuva. Encontrava-me nas tempestades dos teus beijos e me adaptava nelas como se aqueles moinhos de ventania fossem feitos especialmente para mim. Assim como o perfume doce. Ao clandestino dos meus pecados, dos meus sonhos sem previsões. É como sorrir para o céu por te ver nele todas as manhãs. É negar, negar, negar. É descobrir que até as palavras usam a distração como rota de fuga. É descobrir que além do meu ontem, você também é a minha distração. É reconhecer dentre os esquecimentos que eu quero te colar nos meus amanhãs. Sim, moreno. Nas manhãs preguiçosas, estirados no sofá da sala, num domingo qualquer. Agora nem isso posso ter. Desculpa não conseguir empilhar nossos instantes numa prateleira qualquer. Desculpa esse dégradé de saudade, redemoinhos de ilusões que me alimentam e te distanciam. Eu sentia tua respiração distante, equilibrando-me na corda bamba que nos prendia, mesmo que nada te prendesse a mim agora. Desculpa não ter sido eu a pessoa que desabotoou o teu melhor sorriso.
E eu ainda te dedico os meus versos mais sinceros.

Ao clandestino.

Inserida por AmandaSeguezzi

“Uma vez inventei de limpar as gavetas do meu ego e jogar fora tudo o que não trouxesse paz. Encontrei então um mar de lembranças adormecidas num cantinho empoeirado que há muito não percorria os olhos. Toquei as flores secas tentando sentir o perfume ao qual eu já esquecera a composição. Tentei dançar ao som da música, aquela que tocava quando eu te beijava, contudo não acertei os passos. Esqueci das falas, dos nossos contrastes. Lembranças não gostam de visitas, este é o preço da memória boa. As pessoas melancólicas veem as situações que já ocorreram nos mesmos lugares, agora vazios. Saudade é o preço a se pagar pelos danos. Saudade é tortura boa de sentir enquanto relembra as cenas com um sorriso no rosto. Admirava nossa foto como se pudesse sentir de novo todas as sensações que sondavam o momento. A mão dele na minha cintura chegava a causar um leve choque no mesmo local a cada vez que eu a observava. Sentia o orvalho da noite fria, a dor nos músculos da face pelo sorriso de orelha à orelha. Ria alto com o brilho dos olhos dele e me perguntava o porquê de não ter durado por muito tempo. Eu me perdia nas respostas prováveis e em tudo que um dia ele já me disse. O guardei no baú da saudade como um sonho bom meio que por brincadeira, e quando vi, já o queria sem precauções. Eu percebia, de alguma forma, que não valia à pena desistir de nós, mesmo que os nós no pensamento por muitas vezes me sufocassem. Eu não precisava de amor, mas queria o teu afeto como quem sacia a sede. Via esperança num horizonte preto e branco ao qual apelidei carinhosamente com o teu nome. E nas horas sem ti eu respirava fundo, batia os pés no chão num ritmo desenfreado, estalava os dedos, cantarolava um blues antigo. Eu queria me deparar contigo nas repetições sem sentido, nas minhas guerras, na minha ansiedade, mas apenas podia te encontrar nos erros. E se era nas falhas que ocorriam os nossos confrontos, eu sempre pecaria pra te ter por perto. E, ora veja, ele me tinha até quando eu não sabia o que querer. E quem disse que agora eu sei?
E eu ainda lembro.
O beijo dele me declamava poesias."

Inserida por AmandaSeguezzi

“Olhar nos teus olhos e sentir as constelações dos nossos destinos se encaixando foi umas das coisas mais bonitas que já admirei na vida. Logo eu, que não prezava pelo afeto, muito menos adornava o amor, estava parada na esquina da tua casa tentando barganhar um puxado de carinho. Sem sucesso. Percebo então que você consultou os astros, mudou a rota e passa bem sem mim. Então chego em casa e sinto a nostalgia do desamor. Vasculho gavetas, prateleiras e vasos de porcelana, procurando a tua angústia tão perfeita que quero sentir também. Pra te mostrar que somos iguais, pra segurar teu coração em minhas mãos como quem pudesse quebrá-lo, fazendo de mim a vilã do acaso. Abro a geladeira, os embrulhos de inocência e sigo procurando nos cantos do porta-jóias um motivo que faça desistir de ti. Mas peco pelo excesso, vivo pelo pecado, confesso, de te querer só pra mim. Eu desdobro as roupas, mudo os móveis de lugar e tua essência não sai dali. Jogo fora o meu baú de premissas erradas, viro o lado do disco e o teu falso amor ainda cisma em me assombrar. Fico inquieta, abraço os joelhos, trago um cigarro que traz os teus gritos de histeria. A madrugada vira uma sinfonia de histórias de terror e eu assisto aos filmes me lamentando pelos erros que você cometeu. Rabisco as paredes do quarto, durmo no sofá da sala, tomo banho gelado no frio e evito qualquer lembrança das cores que só você tem. Substituo o café forte pelo chá gelado poupando a minha saliva de sentir o teu gosto. Perco-me nas ruas quando te encontro no céu azul, que adoravelmente aceitaria bordá-lo com o meu sangue para me esquivar de uma dor maior. E na metade da tarde me envolvo no impasse de recitar ao vento mil poesias desejando que, ao menos, uma delas sussurre no seu ouvido a falta que você me faz. Mas como num ciclo, elas voltam chorando pela tua distração com o caminho reto. E ao final do dia, sigo suspirando a cada hora em que os nossos segundos não se esbarram. Descubro no meu lapso o teu próprio tempo e o meu relógio batendo os pés, impacientes, aguardando tua melhor piada. Porque, ao final das contas, qualquer atenção tua regenera a minha alma cansada. À noite, entrava em casa na ponta dos pés desejando que a tristeza não despertasse. Tarde demais. A porta rangia, o assoalho acusava e o escuro me engolia com o cheiro da ausência. Eu cedia para matar a sede da saudade que só cumprimento por fotografia. Engano o jardim florido declamando baixinho que só estou ali passando para dizer à tempestade que as nuvens pretas no céu escondem o meu infinito de tristeza, e a chuva que cai, transborda as minhas lágrimas tão incertas. Esconderia o nome do culpado das noites de vendaval e até pecaria em dizer que o sol aparece quando ele caminha em minha direção com um sorriso no rosto. Benzinho, eu vou jogar você da janela do sexto andar pra te mostrar a dor que é ficar um dia sem notícias tua. A cada três passos que dou, sinto que um teu está entre eles. Só não me olhe sorrindo enquanto diz que nunca mais vai voltar. Você falou das notas dó nas poças d’água das ruas e eu pego carona nos dias de chuva só pra te ouvir de novo.”

Inserida por AmandaSeguezzi

“Foi numa dessas estradas que a gente se perdeu, não foi?
Esbarramos no acaso e sumimos junto de nossas pegadas nas ruas. Depois de tanto tempo escasso, você ainda pesa sob minhas pálpebras antes de dormir. E não há tempo líquido, tempo de chuva, tempo em ampulhetas desenfreadas, não há como sepultar os teus traços nos becos e vitrines. Foi estranho. Eu não tinha motivo algum para me arrepender do que não fomos, muito menos de querer voltar para uma estante e posar por lá como quem espera pela sorte, mas era triste pensar no fato do chão não sumir diante dos meus pés a cada vez que sentisse o teu perfume. Às vezes me pego pensando em tudo o que já te disse e em quanta prosa banal gastei apenas para evitar o tom debochado dos teus olhos. Quebro a cabeça imaginando se as frases que lhe dediquei já escaparam por outras bocas. Talvez, por ventura, eles conseguiram ter o que nunca tivemos: Um final feliz.
Você nunca foi fã da minha literatura barata e cheia de repetições. Eu nem ligo.
Acho que você nasceu num dia assim: ensolarado e sem nuvens brincando no céu, não que isso me entristecesse, mas é que cantarolei saudade o dia inteiro hoje. Era em dias assim que eu costumava adorar o inverno, era nesse mês que descobria uma romancista por trás da minha aparência. E até gostava. Era o momento da consciência menos pesada por lembrar de ti sem parecer tão sentimental, apenas por ser uma estação tão tua. Sentia as rajadas de vento que se encaixavam nas estalactites da tua alma. Tinha a desculpa de pensar “estou tremendo de frio e não de saudade”, e isso até me confortava.
Eu te ouvi dormindo lá do outro lado da cidade, até ouvia os teus cílios exaustos acompanhando os teus olhos de insônia. É que você carrega os sete pecados capitais nos olhos, e talvez até seja um deles. Deixa eu ser a tua nicotina, menino. Vicia em mim num trago manso. Me despe, desce. Desce mais uma dose e deixa eu apreciar você.
Percebi que você não era só inverno, virou também equinócio de primavera e chuva de verão que nunca acaba. Eu podia ouvir as tuas queixas, o teu silêncio e a agitação dos teus vasos sanguíneos. Eu inventaria um ritmo para cada extensão deles, assim como eu própria te inventei. Eu ainda podia ouvir as sirenes dos teus instintos atraindo os meus.
Quando Renato Russo falou sobre a tempestade dos olhos castanhos, certamente não conhecia o mar de ressaca dos teus. Talvez eu tenha te visto além do espelho embaçado do banheiro, além das veias azuladas do teu pulso, até das fitas de DNA.
É que eu não tenho anticorpos suficientes que tirem você de mim, entende?
Tu és feito de arestas escorregadias, menino, junto de um bocado de lacunas ainda não preenchidas. Os caminhos das linhas das tuas mãos também atraem as minhas, mas esse caminho da perdição que corre despercebido pelo teu abdômen ainda é o meu mapa favorito.”
Deixa eu fazer parte da tua história, menino, deixa eu amar você.

Ele perguntou se eu sentia saudade de casa.
Senti saudade do passado.
Foi estranho.

Inserida por AmandaSeguezzi

Escapou ali então um beijo sussurrado ao vento
Palavras tão doces quanto a Dona Moça
Tinha uma risada tão única
Como quem compôs sozinha
Ela sorria doce como quem solta frases bonitas
Distribuía beijos na ventania
Nada que precisasse ser dito
Enquanto cada relicário meu se acomodava a ela

Escapou ali as minhas epifanias e o meu mal de poeta
Ela sorriu
Eu deslumbrei nos seus olhos
Eu quis migrar em seus braços
Ela falou baixo em francês
Um Je T'aime que não se lê por aí

Escapou ali então a alma perdida
Que não se encontra em qualquer mesa de bar
Do vinho tinto com gosto de cerveja
O corpo pedindo um porre de qualquer coisa

Naquele instante surgiu a certeza
Do amor que não precisa ser dito
Que o importante é esperar
Esperar alguém tropeçar na sua vida

E encontrar a paz
No sorriso de outra pessoa

Inserida por AmandaSeguezzi

Amanda abriu a janela do seu quarto repousando a cabeça sobre os braços, olhando o céu escuro se perguntou aonde estaria a sua estrela.
Tantas estrelas, passadas na vida dessa menina lua. Menina lua que é tão intensa a cada gesto, que ama eternamente cada estrela que se passa.
Corre corre pelo espaço e a sua estrela nunca vem. Menina Amanda, que se ama como no próprio nome te julga. Suspira fundo e fecha os olhos querendo uma constelação inteira só para si. Moça diferente, que veio ao mundo para mostrar que a lua também ama e mesmo parecendo tão grande, acesa e dominante, também é pequena, meio apagada e chorona. Amanda fecha sua janela com a decepção nos olhos, não encontrou sua estrela certa. Menina lua sorri agora, pois o espaço todo já conquistou.Repousa sua cabeça naquele velho pensamento do que já passou,do que já viveu. Suspira fundo e olha a lua la fora, que ao contrário do que dizem, nunca está solitária.Amanda lua, é como a lua que se julga diferente, que se julga tão sozinha, mas nem desconfia quantas estrelas se apagam na espera dessa lua as fazerem brilhar.

Inserida por JuanaRosa

Sei o quanto amo você.
Amo mais, que o equivalente a toda a massa de grãos de areia necessários para encher toda a Terra.
Amo mais, que o equivalente a todos os octilhões de átomos que constituem o corpo humano.
Amo mais, que o equivalente a toda força e velocidade de expansão do Universo.
Amo mais, que o equivalente a todos os cosmos.
Amo mais, que o equivalente a todos conjuntos de sílabas, mais que todas as letras e todos os números.
Amo mais, que o equivalente a todas as regras ortográficas e gramaticais de todas as linguagens.
Amo mais, que o equivalente a todas as Culturas.
Amo mais, que o equivalente a toda a Arte e criatividade do Mundo.
É mais caloroso que o Sol, mais lindo do que toda a magnitude e grandeza esplêndida, das Auroras Boreais.
Te amo hoje, na perspectiva de te amar sempre.

Inserida por AmandaBalioni

“Como se fosse tão fácil, feito as ondas do mar; levar o amor embora. E ele continuar velejando calmo através do tempo; sem precipitações. Quem dera o amor ser um pássaro e voar pra longe nos momentos de nostalgia; sem rancor. Quem dera o amor uma doença benigna que se cura; e some. Quem dera. Como se fosse belo, abrir o próprio coração e arrancar a dor de si. Como se fosse alívio te tirar de mim. Como se eu não quisesse navegar nas ondas do teu corpo; e quero. Quem dera o amor soltar-se do passado; soltar-se de mim. Quem dera o amor um abismo; e por lá sumir. Quem dera o amor um grão de areia que move-se junto ao vento; indo pra longe. Como se fosse certo te apagar dos cadernos rabiscados de ti. Como se fosse fácil te apagar de mim. Quem dera o amor fosse apenas o nosso amor.”

Inserida por AmandaSeguezzi

“Sabe, está sendo tão, mas tão difícil. Tão, mas tão vago e sem graça. Não tem mais cor, mais nada. Você levou tudo. Tudinho. Você levou a parte que mim que eu mais gostava, a minha risada mais engraçada e o meu abraço mais confortável. Talvez eu ainda os use, inconscientemente. Talvez tenha apelidado um dos beijos com o teu nome, não sei. Eu tive que me tornar tão má e ir além de fazer das pessoas que eu conheço apenas uma imagem em preto e branco ao redor de mim. Nada mais importa, entende? Não faz diferença quem cruza o meu caminho agora, até porque, algum beco daqui de dentro tem um outdoor com os teus olhos estampados e, com certeza, alguma rua também traz o teu nome completo.
Eu te quero tão bem ao ponto de me fazer mal. Quero o meu nome gravado em um dos teus sentimentos confusos, - porque não em uma das tuas melhores lembranças. Você me deixou uma marca tão profunda, mais que profunda; você tatuou em mim as tuas birras e hesitações. Ensinou-me a ser medrosa e aparentemente convincente, cigana dissimulada feito Capitu, me ensinou a ser do mundo, das crises, dos elementos água, terra, ar e ah, o fogo. Aprendi a ser fria, dormente por dentro, desconfiada, ranzinza, chata, metódica. Aprendi a ser tua.
Fecho os olhos por você ainda, ontem e amanhã. Na verdade, bem verdade, eu nunca vou amar alguém como amei você. Como eu amo você. E como eu amo o modo como o meu batom fica borrado na tua boca. Eu respiro você, eu zelo pela tua vida, pela tua morte, pelas tuas faltas. Eu sinto a dor de um parente querido que foi embora. Mas, sem eufemismo, o seu “você” meu, morreu. Morreu pra sempre. Morreu tão fatalmente que eu simplesmente mal consegui acompanhar. É o que dizem, morreu tragicamente em um acidente. Acidentes acontecem. E foi um acidente desde o primeiro “oi”.”

— E quem disse que quem não é visto não é lembrado, certamente não te conheceu.

Inserida por AmandaSeguezzi

“Então, Helena, quando tua recordação for apenas cinzas, você irá sentir falta dos dias coloridos e das pessoas arco-íris que te sorriam todos os dias.
Minha doce Helena, quando o vazio estancar o teu sofrimento, sentirás saudade da própria dor.
Helena, enquanto tuas células morrem, eu sinto a perda delas, pois assim como eu amo as sardas do teu rosto, também amo o que se regenera em ti.
Sabe, Helena, quando eu me for, sentirei falta das tuas pálpebras cansadas silenciando lentamente o teu olhar.
Mas te cuidarei lá de cima para que não lhe falte raios de sol para iluminar os teus dias.
Pequena Helena, quando a solidão se alojar no teu peito, a cumprimente como uma velha amiga. Abrace-a e recite uma de minhas tantas poesias sobre o brilho dos teus olhos.
Quando eu me for, Helena, ainda te amarei por mais alguns segundos antes de passar pela porta dos céus.
Então, Helena, caso sinta vontade do meu gosto, beba aquele chá no fim de tarde de domingo assim como fazíamos, conte as tuas queixas ao silêncio que lá estarei te escutando.
Minha doce Helena, quando os anos passarem e o último grito da tua garganta ser o meu nome, lembre-se que estarei te esperando do outro lado.
Um lado tão belo quanto as nebulosas da tua íris.
Um lugar tão tranquilo quanto o encosto da tua clavícula.
Quando eu me for, Helena, conte as estrelas por mim e pelo futuro que nunca tivemos – porém que já amo.
Helena, quando o céu não for tão azul, o mar não tão calmo, a tormenta não tão assustadora, você perceberá que cresceu e tomará um rumo diferente.
Minha Helena, lembre-se sempre: Nada é tão assustador quanto crescer.”

— eu te espero do outro lado

Inserida por AmandaSeguezzi

Hoje eu entrei em outro coração.
O assoalho não rangeu e a luz não se apagou.
Eram batimentos ritmados e esperançosos.
Estranhos.
Aceitou-me que uma forma tão sutil, serena.
Eu vi paz nas ramificações, nas veias azuis, vermelhas e multicores.
Porém percebi que ali não era a minha casa, e que, apesar de muito querer ficar e aprender o que pudesse sobre uma felicidade real, eu levaria tristeza para este mundo tão bonito e orquestrado.
O queria bem.
O queria regular e sem arritmia.
Queria que alguém realmente merecesse e ocupasse este lugar.
Certamente não aguentaria a minha solidão e teria uma parada cardíaca dos meus dramas.
Não me suportaria.
Não que seja fraco ou irregular.
Apenas não quero acabar com a sua paz.
Fica bem.

PRA ELE.

Inserida por AmandaSeguezzi

E em cada olhar um novo rosto!
Em cada sorriso uma alegria
Em cada olhar uma armonia!
você é linda como uma deusa,mas tem coração de humana!
Isso foi pra você <3 AMANDA <3

Inserida por michaeldouglasoficial

Lembre-se: o inposivel é apenas uma das especialidades de DEUS!

Inserida por amanda10tose

amigo verdadeiro é aquele que ri, chorra, as vezes igninora mas que numca vai embora!!!.......

Inserida por amanda10tose

Não sei se vamos ficar juntos para sempre como eu queria, n sei se vou te ver mais nem mesmo se vamos ter uma ultima conversa ou uma simples troca de olhares, ou se vamos desejar adeus um pro outro, nem mesmo se vou te sentir, mais caso agente venha Nos encontrar mais alguma vez, quero pode te abraçar bem forte, sentir o teu cheiro e sentir o gosto do teu beijo, e guardarei vc em minha memoria e nunca me deseje a deus Se vc n quer me ver longe de tu, me deseje um ate logo pq pode demorar hrs,dias,noite,meses ou ate anos eu Voltarei a te ver um dia, Só desejo o teu bem

Inserida por jeancarlos123

Não sei se vamos ficar juntos para sempre como eu queria, n sei se vou te ver mais nem mesmo se vamos ter uma ultima conversa ou uma simples troca de olhares, ou se vamos desejar adeus um pro outro, nem mesmo se vou te sentir, mais caso agente venha Nos encontrar mais alguma vez, quero pode te abraçar bem forte, sentir o teu cheiro e sentir o gosto do teu beijo, e guardarei vc em minha memoria para sempre,e nunca me deseje a deus Se vc n quer me ver longe de tu, me deseje um ate logo pq pode demorar horas,dias,noite,meses ou ate anos mas eu Voltarei a te ver um dia, Só desejo o teu bem, Até logo amor

Inserida por jeancarlos123