Sou porque tu Es Pablo Neruda

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VAMPIRO

Tu que, como uma punhalada
Invadiste meu coração triste,
Tu que, forte como manada
De demônios, louca surgiste,

Para no espírito humilhado
Encontrar o leito ao ascendente,
- IInfame a que eu estou atado
Tal como o forçado à corrente,

Como a seu jogo o jogador,
Como à garrafa o beberrão,
Como aos vermes a podridão
- Maldita sejas, como for!

Implorei ao punhal veloz
Dar-me a liberdade, um dia,
Disse após ao veneno atroz
Que me amparasse a covardia.

Mas não! O veneno e o punhal
Disseram-me de ar zombeiro
"Ninguem te livrará afinal
De teu maldito cativeiro

Ah! imbecil-de teu retiro
Se te livrássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadaver de teu vampiro!"

Lobos? São muitos.
Mas tu podes ainda
A palavra na língua
Aquietá-los.

Mortos? O mundo.
Mas podes acordá-lo
Sortilégio de vida
Na palavra escrita.

Lúcidos? São poucos.
Mas se farão milhares
Se à lucidez dos poucos
Te juntares.

Raros? Teus preclaros amigos.
E tu mesmo, raro.
Se nas coisas que digo
Acreditares.

Hilda Hilst
Júbilo, Memória e Noviciado da Paixão

O mal maior da hipocrisia não é simplesmente aconselhar o que tu simplesmente não fazes. Mas acreditar que ainda és verdadeiramente feliz assim!

Melhor permancer calado e que suspeitem tu insensatez, que falar e eliminar toda a dúvida disso.

Tu não compras nem a alegria, nem a saúde, nem o amor verdadeiro.

Viva de modo que tuas atitudes falem tão alto que não seja necessário que tu digas palavra alguma!

SONETO 18
Deverei comparar-te a um dia de verão?
Tu és a mais serena e a mais amável
Os fortes ventos de maio movimentam os brotos,
e o prazo do verão é sempre inconsolável
em um momento muito intenso, brilha o olho estelar,
e freqüentemente se ofusca a luz do seu semblante,
nefasto, o encanto da beleza irá renunciar, porventura ou pelo destino inconstante;
Mas teu verão é eterno e jamais morrerá, não há de perder o encanto que possui;
E pela sombra da morte não vagarás, pois em versos eternos tu e o tempo sois iguais.
Equanto o homem possa respirar ou os olhos possam ver, viva este canto dar-te a vida é o seu dever.

EXPECTATIVA ZERO

Apaixonar-se por você é fácil
Mas tu me disseste que consideras difícil
É que se apaixonem por você
Os caras certos...

E nisto eu devo confessar
Que não sou mesmo o cara certo

Pois eu não quero casar com você
Não quero namorar com você
E não quero absolutamente nada sério com você
Mas quero você pra mim

E esse é um querer quase despretensioso
Que se agrada em ter tua companhia
Em querer ter você sempre por perto
Para viver contigo muitos e muitos bons momentos
E para isso não é preciso que eu tenha de ti
Sequer um beijo

Não que um beijo teu não esteja entre minhas intenções
Mas não está entre as primeiras intenções
- Está apenas entre as segundas
E entre as melhores...

Não cairei jamais no erro de prometer ser somente teu
Nem de ser teu pra sempre
Mas prometo ser todo carinho e atenção em cada vão momento
E jamais brincar com teus sentimentos
E eu posso até não ser o cara certo
Mas se um dia acontecer de eu ter uma chance contigo
Esteja certa
Você jamais se decepcionará comigo...

E se não dar certo hoje, não era para ser. Aí tu levanta a cabeça e vai pra guerra vencer.

- Tu falas como as pessoas grandes!
Senti um pouco de vergonha. Mas ele Acrescentou, implacável:
- Tu confundes todas as coisas... Mistura tudo!
Ele estava realmente irritado. Sacudiu ao vento seus cabelos dourados.
- Eu conheço um planeta onde há um sujeito vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão contas. E o dia todo repete como tu: "Eu sou um homem sério!" E isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!

Não faças de ti um sonho a realizar. Vai. Sem caminho marcado. Tu és o de todos os caminhos.

Se tu viesses ver-me

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…

... E tudo que era efêmero
se desfez.
E ficaste só tu, que é eterno.

Por favor, fala.
A falsidade não pode vir de ti, pois tu pareces
Modesta como a Justiça, e pareces um palácio
Para onde morar a verdade coroada.

Comigo é o seguinte: tenho que ficar sentado e esperar que a coisa venha até mim. Posso manipular tudo e espremer depois que chega, mas não posso sair a procurar.

O nome de Deus é, realmente, magnífico! Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia. Nenhum mal te atingirá.

Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.

Aleister Crowley
LIBER AL VEL LEGIS

Nota: Tradução de Marisol A. Seabra, 1999.

...Mais

A Vigília de Hero

Tu amarás outras mulheres
E tu me esquecerás!
É tão cruel, mas é a vida.
E no entretanto
Alguma coisa em ti pertence-me!
Em mim alguma coisa és tu.
O lado espiritual do nosso amor
Nos marcou para sempre.
Oh, vem em pensamento nos meus braços!
Que eu te afeiçoe e acaricie...

Não sei porque te falo assim de coisas que não são.
Esta noite, de súbito, um aperto
De coração tão vivo e lancinante
Tive ao pensar numa separação!
Não sei que tenho, tão ansiosa e sem motivo.
Queria ver-te... estar ao pé de ti...
Cruel volúpia e profunda ternura dilaceram-me!

É como uma corrida, em minhas veias,
De fúrias e de santas para a ponta dos meus dedos
Que queriam tomar tua cabeça amada,
Afagar tua fronte e teus cabelos,
Prender-te a mim por que jamais tu me escapasses!

Oh, quisera não ser tão voluptuosa!
E todavia
Quanta delícia ao nosso amor traz a volúpia!
Mas faz sofrer... inquieta...
Ah, com que poderei contentá-la jamais?
Quisera calmá-la na música...
Ouvir muito, ouvir muito...
Sinto-me terna... e sou cruel e melancólica!

Possui-me como sou na ampla noite pressaga!
Sente o inefável!
Guarda apenas a ventura
Do meu desejo ardendo a sós
Na treva imensa...
Ah, se eu ouvisse a tua voz!

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M., Estrela da Vida Inteira, Poesias Reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973

Tu és o Santo
Senhor e Deus único
Que operas maravilhas!
Tu és o forte!
Tu és o grande!
Tu és o Altíssimo!
Tu és o Rei onipotente
Santo Pai, Rei do céu e da terra!
Tu és o Trino e Uno
Senhor e Deus, Bem universal!
Tu és o Bem, o Bem universal
o sumo bem, Senhor e Deus
vivo e verdadeiro!
Tu és a delícia do amor!

Só tu soubeste achar-me... e te foste!

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