Sou Igual a minha Irma
Sou uma garota nascida em Julho,
Uma garota que almeja o Amor,
O Amor verdadeiro,
Enquanto ele passa,
A dor escorre pelos dedos,
Fere os cantos,
Derramam-se em prantos,
Todos os corações despedaçados,
Ameaçados por tanta desilusão,
Coração.
Maléfico,
Enganoso sangue que corre em minhas veias,
É como o canto das mais belas sereias,
Se entrelaçou e morreu,
Dentro de si morreu.
Quem sou eu agora?
Além de um grito de desejo contido na imensidão da madrugada,
Em resposta o silêncio,
Tão profundo,
Que desaguar-me-ei,
Em transbordar-me
Ao meu próprio espectro,
Invenção de mim,
Sombra amargável,
Como o próprio amargo,
Opróbrio,
Fel,
Rasguei o dia,
Amanheci,
Leito frio,
Cama vazia,
Saudade da história infinda,
Nunca vivida entre você e eu.
Eu sou a Arte,
Não espero compreensão,
Raramente inspiro-me em razão,
Deixo que meus sentimentos voem,
Se entrelascem em olhares,
Apaixono-me com facilidade,
Mas, o que faz a estadia,
Somente recíprocidade,
Pessoas pra mim são Almas,
Almas não se "pegam",
Isso é pífio,
Fulo,
Eu vivo é de histórias,
Poetiso-te,
Pinto em letras meu Amor,
Amo intensamente,
Como combustão incontrolável,
Ainda que só por alguns instantes,
Ainda que só intrínsecamente,
Uma vida inexistente,
Somente na mente,
Simplesmente vôo,
Mesmo sabendo que na maioria das vezes,
Enrosco num fio,
Quebro às asas,
Desmorono.
Dissolve-me,
Reduz-me à pó,
À pó que sou,
Amor meu,
Pouco se fez,
Manteiga,
Se desfez,
Pó, líquido,
Do só,
Contido,
Aflito,
Pouco solicito.
Sou uma humilde sofredora nesse mundo onde a ignorância é uma dádiva e a inteligência desmerecida, a aparência física importa mais do que o conteúdo, assim vivemos,
num mundo de mentiras, aparência...
Máscaras,
Cascas,
Como uma fruta saborosa,
Mas, só se consome os bagaços,
Sementes e cascos,
Porque se fosse de alma,
Não importaria formato,
Alma não tem cor,
Não tem gênero,
Só sentimento,
Energia que vem do pensamento.
Sou o tempo,
Sou o vento,
Posso ser a lenta brisa da sua janela em tarde ensolarada de primavera,
Posso ser o tempestuoso,
O céu mais azul de Floripa,
O mais cinza de Curitiba,
Meus relâmpagos,
São a marca do cronológico,
Entre dores e amores,
Minha dualidade me distrai,
Corrói como ácido das entranhas do meu ventre,
Ultrapassa,
Leva tudo embora,
Ciclone extra tropical,
Frangalhos,
Retalhos,
Do não sei quem sou,
Mas, sei quem quero ser,
Sua,
Em teus braços de mar do sul,
No verde dos teus olhos de lagoa da conceição,
Meu coração se expande,
Amantes,
Amadas,
Reciprocidade,
Água em fogo,
Furacão,
Isso é,
Câncer e Escorpião.
Letícia Del Rio.
Monólogo da solidão.
Eu sou assim,
Um quebra-cabeça,
Incompreensível,
Intrínseco e extrínseco,
Criptografia,
Hieróglifos,
Não sei de mim,
Sempre fui assim,
Aí de mim que o destino é o Só,
Sou meus versos,
Sou meus paradigmas,
Sou enigma,
Aí de mim que o destino é o só.
Esse coração ingrato,
Que ama ao quadrado,
Coração bandido,
Vive partido,
Esparadrapo,
Sou uma taça fina,
Estilhaçada,
O vinho se espalha no chão,
Imagem feito sangue,
Assusta,
E aguça,
Meus sentidos entorpecidos,
Quase um gemido,
Perco o juízo,
O sono,
A paz,
Quando olho pra trás,
Retrovisor,
Você também me olha com cara de dor,
Mal resolvido,
Quase suplico,
Gira esse mundo num encontro,
O mais lindo do mundo,
Como cada belo momento em memória,
Nossa história...
Desesperadamente,
Sem fim.
Eu sou o Amor,
Ou seria somente Dor?
Ou o Amor é isso?
Alma nua,
Vontade de sair correndo na rua,
Uma saudade crua,
Dura,
A lágrima nos olhos,
A distância que mata,
Aos poucos,
Sádica,
Caótica,
Cruel,
Doce amar?
Entre o Céu e o Fel,
Em paixão me localizo,
Ternura ou loucura?
Me acho,
Encaixo e desencaixo,
Arregaço,
Esse coração de esculacho,
Ladeira abaixo,
Não sossega o facho,
Acende e queima,
De volta a fogueira ...
E nem é São João.
Paixão,
É o fogo que me alimenta,
Eu não gosto do raso,
Nem sou razoável,
Sou a chama que queima sem silêncio,
Sou o grito incontido no vazio,
Sou a dor,
E também sou profundo amor,
Vc sabe onde estou?
Porque não me encontro,
Não me acho,
Não me movo,
Não sinto e não vejo quem me vê,
E meus pensamentos me incomodam até o amanhecer.
Sou o 80 do 8 ou 80,
Sinto,
Portanto,
Existo,
Com força!
Prefiro,
O pecado do excesso, da culpa,
Do que a cruz de ser pela metade,
Me entregar pela metade,
Ser unha.
Sou carne.
Prefiro,
A dor da entrega,
O sangue escorrendo,
Do que no contido me perder do que sou.
Não sou um réptil,
Embora,
Nem saiba eu de que se trata a mim.
Então,
Já vou.
A verdade mesmo é que não me encaixo,
Sou pássaro livre,
Incontido,
Quebrei todas as gaiolas que dos que acham que me prendem,
Meu canto é livre,
Meu vôo, nunca baixo,
Gosto de cada traço,
Gosto do exagero,
Do Caos,
Sou a última gota,
Também sou o balde que transborda,
Prefiro o sentimento que me corta,
Do que o copo vazio,
Pobre e sem vida que discorda,
Não tenho limites,
Existe régua pra medir o Universo?
Então, porque preciso ser o inverso?
Por isso falo o que penso,
Choro,
Grito,
Gargalho,
Gemido alto, nada escondido,
Sou uma força da natureza,
Energia,
Pura,
A cura...
Para esse mundo de lamentos e mentiras,
Vivo ao inverso desse mundo,
Vivo o puro e profundo,
E é isso que tenho atraído no mundo.
Sem medo.
Esse é meu segredo.
Super Bonder preparado,
Para cara e coração quebrados,
Quando precisar,
Mas,
Me jogo,
Logo.
De cabeça,
Sem titubear,
Aprendi a ser meu próprio lar.
Eu sou a intensidade,
Embora seja visto como maldade,
O mergulho é inevitável,
Me torno previsível,
Te entorno,
Como bebida de álcool,
Embriago,
Deixo-me levar,
Meu corpo esquenta,
Eu só quero que se aqueça em mim,
No calor das nossas intimidades,
O disparo no peito,
O sorriso no rosto,
O desejo inevitável,
De estar mais do que perto,
Dentro,
Então te pego,
Te ajeito,
Viro do avesso,
De apertos,
Mordiscos,
Ficam as marcas,
Mas,
Como diria tu,
Na hora ninguém reclama,
Me rola na tua cama,
Na minha,
No teu sofá,
Ou em qualquer lugar,
E você sabe do que estou falando!
Quero teus cabelos em minhas mãos,
Gemidos incontidos,
Pensamento pervertido,
Derrete em mim,
Até o fim,
Da amizade ao prazer,
Foi fácil reconhecer.
Sou,
Mesmo canceriana,
Meu calor é intenso,
Tanto na vida,
Quanto na cama,
Não me nego ao desejo,
Quero colo,
Quero afago,
Daqueles que refugiam até do cansaço,
Quero amar e ser amado,
Cuidado,
Viver histórias,
Não nego que me entrego,
De cabeça,
De barrigada,
A vida não para,
O canceriano já nasce artista,
Chora,
É moldado pela dor do sentir demais,
Ser demais,
É tanta letra e tanto som,
Dessa mente barulhenta,
Desse coração audacioso,
Que busca incondicionalmente seu par.
Nasci daquele ventre que hoje me aprisiona,
Sou teu sangue e não propriedade,
Isso não é amor, é controle,
Sou ser humano,
Não marionete,
Eu te falo sobre os segredos do Universo,
Te falo, sobre tudo que aprendi e desaprendi,
Através de dor, culpa, medo, erros,
Esses que mesmo cega enxergo de alma,
Mas, tu não vê os seus,
Se acomoda ao dizer que assim viveu,
50 anos,
Mas, ainda não aprendeu que a vida é sobre evolução,
Sem calma luto contra meus instintos,
Terapia, pra curar o karma,
O sofrimento faz parte,
A fé que você me impõe,
Entope meu estômago e garganta,
O Jesus que conheço não é mercadoria barata para que tu me empurre.
Grata sou,
Mas, só o exterior não me basta,
Hoje sou filha, em outras vidas, talvez fui sua mãe,
O respeito deve imperar,
O tempo é segredo,
Assim como a vida,
Por isso não mato nem os insetos,
Mas, você não está preparada para essa conversa né...
Mãe.
Um engasgo,
Assim como o pai,
Que não me procura,
Não me vê e não quer atrapalhar,
Visto que a ausência já é atrapalho.
Por isso, hoje esse desabafo,
De pai e mãe, porque segundo eles,
Ninguém mais me ama,
Tornaram o próprio amor genitor,
De acidente...
Mas, não deixam de ser genitores...
Em ódio entre si,
E me reverberam dizendo que ninguém me ama como vocês...
Mas, vocês mesmo não se amam.
Sou um inteiro,
Impossível me doar em partes,
Então, me dôo,
Enquanto a vida me dói,
Constrói, destrói e reconstrói,
Como se à cada decepção,
A minha arte delicada,
Novamente despedaçada em mil partes,
Reformulada em mosaicos,
Estilhaços de tempo,
Momentos,
Cada vez mais colecionáveis,
Ampulheta quebrada,
A areia se espalha,
Entra nos olhos,
Lacrimejando as perdas,
Pelos motivos mais bestas,
Onde estará a verdade?
Sem vaidade?
Sem véu,
Sem mentiras...
Um ser completo no meu,
Assim então, nos transbordamos,
Em artes de noites mal dormidas de prazer,
Café da manhã na cama com poema e cafuné,
Sabe bem como é?
Eu não,
Mas, sei que existe,
Já te dei vida na minha imaginação.
Porquê não?
Eu sou um vidro,
Eu me quebro,
Mas, também eu corto,
Corações feitos de mosaico,
Mas, não são todos que são capazes de reconfigurar,
São tão pequenos os pedaços,
Quase invisíveis,
Se tornam cerol de pipa...
Ao invés de lindas artes,
Se ouve o alarde,
De grande dor, que por não saber ele causou.
Deus me fez perfeita como sou,
Então,
Porque irei brigar comigo?
Veja bem,
A vida não é um castigo,
É aprendizado,
Com ou sem abrigo,
Pra que viver oprimido?
Só vem,
Esperança é o que se tem,
Levanta,
Só assim se alcança,
Faça uma trança,
Corte os cabelos,
Experimente raspar tudo uma vez,
Foi Deus que te fez,
Tenha o nome que tu der,
Ou como a fé para tu vier,
Tu é perfeito,
Mesmo com a caixa de Pandora dos defeitos,
Ninguém é livre de inópia,
Por preceito,
Agradeço e aceito,
Com sentimento,
Cada vez menos lamentos.
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