Sou a Mulher mais Apaixonada desse Mundo
O LEÃO, O DOMADOR E A ARENA
Na grande jaula em que o encerra,
um leão furioso, bem embriagado,
entre açoites e bramidos de guerra,
espera seu algoz para ser domado.
O domador se faz senhor da selva,
enquanto o animal urra e vocifera,
pois sabe que ali não existe a relva
a ocultá-lo de ser visto como a fera.
Mas numa arena a história se altera,
ao carrasco insensível que o espora,
o animal livre e pujante se arremete.
Devorá-lo ferozmente quem o dera?
Porém a fúria do leão não compete
contra o látego cortante que devora.
Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
O LEÃO E A BAILARINA
Sob luzes vermelhas e holofotes brilhantes
uma galharda bailarina riscava seus passos
no tablado envernizado do Circo Radiante.
Malabaristas, mágicos e diversos palhaços
exibiam seus números em pleno picadeiro,
todos eles, conectados ao show extasiante,
não se deram que um leão escapou do laço
enquanto o seu domador oscilava o roteiro,
ele, ao notar a jaula aberta avisou ofegante,
que a fera estava solta e fora do compasso.
Foi um espavento para todo lado, à revelia,
no palco apenas o leão e a audaz dançarina
permaneciam frente a frente, com valentia.
Ela, sem vacilar afagou de leve a sua crina
e começou a bailar perante sua majestade;
o rei das selvas, atônito, sua dança assistia,
bem hirto no tablado, exibia sua disciplina
de espectador domado e sem agressividade,
urrou para ela não parar a dança que exibia;
pois até um leão aprecia uma bela bailarina.
Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
O CONTORCIONISTA SEM CORAÇÃO
Ei-lo, o jovem magro que se curva no tablado,
dobra-se todo, contrai suas juntas e cotovelos,
na juntura de seus ossos, o esqueleto arcado,
encolhe-se a se retrair dos pés até os cabelos.
Ei-lo, a se contorcer, entrar na caixa quadrada,
e dentro dela, a sua pessoa se tornar delgada.
Seria crível que ali coubesse toda sua arcada
constrita numa lata igual sardinha e achatada?
Ei-lo, que fui achá-lo assim todo comprimido
num ínfimo espaço, apenas um pequeno vão
a ser preenchido com algum membro de fora.
Ei-lo, que caberia nela ainda para ser contido?
Isso eu indaguei ao contorcionista nessa hora:
frisou que naquela fresta iria por seu coração.
Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
O SUBLIME MÁGICO
Ao toque dos solenes clarins na alvorada celeste,
anjos e arcanjo se exibem num palco do Nirvana.
São exímios astros envoltos por luzentes plumas,
cingidos ao fantástico trapézio de aura soberana
evoluem com asas de diamantes que as reveste,
voando no espaço sideral sob nuvens d'espumas.
No picadeiro do além, pégasos de suave brancura
cavalgam em círculos levando no dorso querubins,
fazem acrobacias em rodeio, com tons de músicas,
baladas e canções de amor com sonoros cornetins.
Esses seres alados e os serafins bailam na doçura
do celeste espetáculo a se descortinar em súplicas.
Ato contínuo, no fúlgido tablado, um varão mágico
exibe uma cartola estrelada à plateia do outro lado,
dela surgem auríferos passarinhos e saem voando
para o excelso trono ornado de um fogo fantástico;
e ao retumbar a trombeta nesse paraíso iluminado,
sai da cartola em forma de pomba o Espírito Santo.
Perante o magnífico trono cravejado de brilhantes,
o sublime mágico se apresenta ao Todo Poderoso,
ali resplandece sua glória de ouro com imensa luz;
para sua assistência de anjos e seres exuberantes,
ele exibe no seu peito a relíquia de artista glorioso:
a cartola é seu divino coração e o mágico é Jesus!
Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
A MÁGICA DO MÁGICO
Com a sua leal varinha hipnótica,
o ilusionista, de fraque e gravata
preta exibe a cartola magitrônica
polarizando a plateia, estupefata.
Faz os truques sem tirar bravata,
com lances surreais da dinâmica
teatral num só toque o nó desata
com sua habilidade, supersônica.
E a mais sutil e impossível lógica
ocorre: e rápido se desembaraça
de seu pescoço, tal gravata preta.
Serpeando-a com a vara mágica,
ela vai criando asas de borboleta
e se transmuta a voar com graça.
Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
O HOMEM TOCHA
Chamam-no de papa-fogo ou pirofagista,
soprando chamas boca a fora sem parar,
faz proezas incendiárias de se esturricar,
na coragem e talento de um performista.
As labaredas rubras e lançadas para o ar,
são quase iguais às línguas dos dragões,
fazendo ameaças com suas combustões,
querem bem rápido tudo lamber e tragar.
Será que o homem tocha é mesmo fogo?
Para ver se ele ardia mesmo de verdade
fui experimentar o seu corisco pirofágico.
E por desejar ser um intruso nesse jogo,
quase me chamusquei com esse trágico
zotismo: brincar com fogo, é insanidade!
Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
MULHERES D’AÇO
São elas, belas e possantes, vibrantes,
ninfas galáticas, provocantes heroínas,
formosas mulheres d’aço de brilhantes
têmperas, suntuosas musas femininas.
São elas que detêm a força e genética
da vida, através das dores e vitupérios
voam suas vidas no talento da estética,
gentil magia na dinâmica dos trapézios.
São elas, as fabulosas mulheres d’aço,
maçãs d’amores, volúpia de conquista,
que aprisionam os homens no paraíso.
São elas que ocupam o nosso espaço
com a dança das bailarinas e o sorriso
no rosto do palhaço, cenário d'artistas.
Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
A BAILARINA NA BOLHA
No vitral da minha janela
uma sedutora bolha de sabão
pairava viva e fascinante,
semelhante a uma estrela
fulgente, revelava nesta visão
seu brilho: um diamante.
Infiltrei meus olhos nela
como viajante da imaginação,
divisei em sutil miragem
uma cintilante cinderela,
exótica pérola e sua irradiação
de luzes: linda paisagem.
Neste relume de auréola,
em belos matizes à percepção,
este vulto jazia brilhante
como uma leda aquarela,
era uma bailarina no coração
da bolha: a sorrir silente.
Num rompante de desejo
eu almejei libertá-la do balão.
Soprei-o vivaz e risonho
para romper seu lampejo
dourado e extraí-la da prisão,
mas foi tão-só: um sonho.
Eis que a bolha estourou,
esvanecendo da minha visão
a radiosa figura que mirei;
apenas sua imagem ficou
a bailar em meu circo ilusão
quando: do sonho acordei.
Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
A QUEDA DO EQUILIBRISTA
Na corda esticada que sustem o equilibrista
é preciso muita perícia e habilidade,
na arte de andar sobre ela, assaz se arrisca
o funâmbulo que aprecia a atividade.
Mas quem se eleva na causa por aventura,
ignora que a desgraça de cair implica
em inépcia de manter o equilíbrio na altura,
e se despencar, na certa se complica.
Na vida isso também faz quem não é artista,
sem avaliar o risco que a arte explica,
alça-se na corda bamba para andar no alto.
Por lhe faltar a experiência em tal conquista,
descamba lá de cima e se estrumbica,
então saberá que só o gato é bom de salto.
Do seu livro: "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
O esperto contrata um advogado para resolver seus problemas. O sábio, para evitar que os problemas ocorram.
Serenidade
Um dia seremos
Serenos seremos
Alento estaremos
E nossos sonhos
Alcançaremos
Sozinhos não estaremos
Pois teremos o amor
No airoso jardim
Veremos o beija-flor
Colhendo néctar
Expondo vigor
Não podemos desistir
Devemos persistir
Esperar, mas
Empenhando-se
Para
O esplêndido alcançar
Iremos à praia
Deitaremos na areia
Ondas nos baterão
Perceberemos então
O fim
Da escuridão
O espírito niilista do presente século é certamente a principal causa de diversas "doenças" psicológicas. Quando o sentido da existência, sem o qual a alma humana não pode viver é ignorado, só lhe resta o desespero e a solidão. A alma sem sentido para a vida certamente não achará ânimo para continuar vivendo.
Algumas pessoas continuam se enganando em acreditar que o vestido do rei é esplendoroso, quando na verdade o "menino" já os avisou que o rei está nú.
Fingem não ver algo óbvio e objetivo, pelo simples fato de não poderem lidar com a verdade.
Existem três coisas na qual a alma humana deve se ordenar. A Beleza, a Bondade e a Verdade e Deus é a fonte singular de todas elas.
Muitas igrejas nos dias atuais, estão secularizadas e sem espiritualidade e os responsáveis não estão entre o ''povo'', antes, estão nos púlpitos se vangloriando de serem ''modernos'' e atuais.
O sentido da vida é encontrado primeiramente em Deus e depois na vocação.
Em Deus descubro o sentido da existência e da eternidade, já na vocação o sentido da utilidade no mundo.
Porquê e para quê existo é fundamental para uma vida de felicidade e satisfação plena.
Deus não criou a Igreja para que viva em isolamento, ela é a expressão plena do Senhor e deve se engajar em levar a verdade de Cristo a todos os Homens, por todos os meios possíveis.
Dias Ruins
O dia já se foi
E levou consigo
As pequenas alegrias
Presentes em pequenos momentos
Amanhã tudo volta:
A correria; o cansaço
A falta de espaço
Nossas vidas estão perdidas
Neste árduo compasso
E quando a ilustre escuridade chegar
Trará em sua companhia
A excruciante melancolia
Que já se faz presente em meus dias
Tornando-me despido de alegria
Amor Morto
Estive num sonho incrédulo
Sem ter-te por perto
Não sentia-me concreto
Faltava-me algo, talvez um remédio
A solidão já estava presente
Diferentemente de você
Que sumiu
E eu nem se quer sei o porquê
Mas tudo bem
Quero ver-te engrandecer
Os dias passam-se
Com, ou sem ti
E eu, estupidamente, continuo aqui
Esperando você
Mas eu sei:
Teu caminho não mais cruzarei
Saudades e lembranças
Foi o que você deixou
Deitou-me no amor
E depois, sem compaixão
Me matou
Vi na fachada de uma igreja "Quer parar de sofrer?", bem que poderia ser "Quer sofrer pelo que realmente vale a pena?"
G. A. Ferreira
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