Sorriso
I
Saudades não será
mais uma tragédia
esquecida na Pátria
onde no mesmo dia
o riso foi arrancado.
A dor dos nossos
não comove nem
mesmo os nossos,
o meu coração
continua doendo.
Insone porque falta
o oxigênio essencial,
sobra provocação
a todo o instante
e urge todo cuidado.
O nosso drama não
comove ninguém
por todos os lados,
o meu coração
está aos pedaços.
Nesta América Latina
onde nos pisoteiam
o tempo inteiro e vidas
escapam como um
furacão entre os nossos dedos,
como as que perdidas
nos campos do Império.
As mortes banalizadas
em todos os instantes,
e tem gente que acha
que há como viver como antes.
II
Não sei mais o quê
falar onde possíveis
falsas notícias dizem
que presos políticos
civis foram levados
aos cárceres comuns.
Não sei mais o quê
falar onde possíveis
falsas notícias dizem
que presos políticos
militares foram levados
para Ramo Verde.
Perguntar até onde
foi parar o General
que está preso inocente
é falar com as paredes,
mas mesmo sem
sucesso ainda peço
confirmação ao Universo.
Nesta América Latina
viciada em indiferenças
e traições como
as sofridas por El Salvador
que brincam nas estações
com cada um dos nervos
e fazem perder paradeiros
como os de jovens na Colômbia,
e seguimos fingindo que
nada disso está acontecendo.
Vi, vendo e aprendi.
Deus — eu acho — inventou o mundo pra ser riso,
mas a gente, caçador de nadas,
faz da vida um troço
cheio de importância.
Pássaros aproveitam mais as tardes que os homens,
voam fora das asas.
Olhar um passarinho seria suficiente,
mas teimamos em perguntar o por que de tanto voo.
No voar sem pressa,
nos ensinam a atrasar o fim do dia.
Vi, vendo e aprendi o homem complica,
feito formiga carregando folha grande.
Parece que a vida não basta em si.
Não tem segredo em ser, disso eu sei.
É só a alegria besta de estar na terra,
feito pedra que gosta de água
ou planta que conversa com o vento.
Só se é adulto quando se cresce criança.
A gente inventa propósito tentando esconder o óbvio:
que viver é um exagero de simples,
uma risada larga,
um susto bom de não entender tudo.
Um riso pra esquecer
Um gol pra se gritar
O sol já vai nascer
Mil ondas pra pular
Um voo de beija-flor
Flutuando no ar
O tempo me contou
Que tudo vai passar
Felicidade,
É o vento balançando meu cabelo,
É o riso farto, sem limite, sem volume.
É o pique - esconde,
O café com leite quente,
A manteiga derretida...
O cheirinho do mato verde.
Felicidade,
É o sonhar sem pesadelos...
com fadas e príncipes encantados.
Amigos eternos irmãos.
Remove as incertezas e colore a tua vida de levezas.
Traz o riso de volta. Reconstrói, acredita, sonha
Sinfonia das Almas
Não preciso de riquezas para encontrar meu riso, Nem de grandes fortunas para te conquistar, Com um sonho simples e coração decidido, Venha, plante o bem, vamos juntos caminhar.
A sintonia das almas, a simpatia nos guia, Nossos corações entrelaçados, sonhos que mantenho, Positividade e paz, nossa trilha nos unia.
Vamos cantar, celebrar, eternizar nosso dia, Uma nova onda de vida, sabedoria a nos guiar, É o amor profundo que nos une, a nos orientar.
Se sabemos o que queremos, grandes erros evitamos, Minha alma é minha promessa, nossa força e garantia, Com a luz dos mestres sábios, nossos passos iluminamos, Em meio a guerras e conflitos, cultivamos a alegria.
É curioso como, em meio ao barulho do dia, ao riso fácil e à rotina que se desenrola sem esforço, você ainda vem à minha mente. Não é nas horas solitárias que sinto sua falta, porque ali a saudade já é esperada. Mas quando tudo está bem, quando a sincronia traz coisas que, antes de você, eu sequer acreditava, é quando preparo uma refeição natural, do jeito que você fazia. Quando leio um livro cujo tema confirma algo que você já havia me dito e as conversas entre mim e as páginas fluem sem esforço — é nesse instante que sua ausência se faz mais presente.
Porque você não é só companhia nos momentos difíceis — é a peça que falta até nos melhores dias. Sua presença tornaria tudo mais vivo, mais intenso, mais completo. E não é carência, não é necessidade. É algo maior do que isso. É conexão. É real.
Eu queria que você estivesse aqui, agora. Porque minha felicidade encontraria a sua, e juntos, espalharíamos ainda mais luz para quem está por perto.
RISO DA MANHÃ
Sempre que rio pela manhã,
À tarde choro lacrimoso,
À noite vem o pranto doloroso
Com lágrimas que queimam,
Sulfúricas,
As minhas ilusões telúricas,
Sempre que rio pela manhã.
E neste signo de afã,
Eu prometi a mim mesmo:
Não rir mais pela manhã!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por escrever, em 23-09-2022)
RISO DA MANHÃ
Se começo a rir, logo pela manhã...
Algo, em mim, toca a rebate,
Ou rameira de vinho verde,
Mesmo sem sede,
Ou então, vai ser mosca que mate...
Desde aí, é que eu desatino,
Sem decoro,
Sem remição até em choro,
Como sentença punitiva
Mas nunca assertiva
Que me seduz em pensar,
A meditar,
Por que jeito e destino,
Quando se começa a rir pela manhã,
Ao toque de um sino,
Chorar-se-á,
Quase sempre pela noite,
Com açoite,
Como se eu fosse sempre menino.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 25-07-2023)
Hoje, escolho com calma quem senta à minha mesa
quem compartilha do meu riso, do meu silêncio, da minha leveza.
Aprendi, entre quedas e cicatrizes,
que me valorizar é o primeiro dos amores,
e que nem todo afeto merece flores.
Se um dia me feriram, foi no instante em que baixei a guarda,
acreditei, confiei e por um descuido, deixei a alma aberta, desarmada.
Mas não mais.
Quem me feriu, partiu com a última chance nas mãos.
Perdão, talvez.
Convivência, jamais.
Minha presença é templo,
minha paz, sagrada.
E ao meu redor, só permanece
quem sabe enxergar meu valor com alma delicada.
“” Ser feliz eu entendo
Como riso sem remendo
E horas pra gargalhar...
Ser feliz eu presumo
Seja da vida o sumo
Do perfeito desejar.
Ser feliz pode até ser
Bem mais que só querer
É outono me frente ao mar
Ser feliz é assim mesmo
É sonhar e ver a esmo
Indo embora solidão
Ser feliz é ter o tempo
No prelúdio pensamento
De te amar até morrer...””
"Mas"
Em cada riso forçado, escondo um desespero que no fundo de cada copo vazio talvez ache uma solução Mas, nunca está
Então tento de novo, talvez em outro copo eu encontre.
Sei exatamente por onde eu queria andar e ao lado de quem deveria estar agora, Mas a vida nunca deixa de se superar. Encontra meios de me desviar e como sempre, lá eu me perco.. Nesse labirinto que cresce dentro de mim, em caminhos sem meio ou fins de alguma forma, eu sempre me senti assim, buscando algo num lugar onde jamais estive, em rostos diferentes quem sabe, encontrar um sorriso familiar, Mas nunca encontro, sei que não, pois já estive lá.
O Riso da Razão
A razão nos trouxe longe demais.
Fez-se lâmina, espelho, consciência.
Inventou nomes para o que morre,
catalogou a tragédia, pesou a sombra,
criou a ilusão do controle.
Mas a morte ri.
Riu de Sócrates quando bebeu o veneno,
riu de Hamlet segurando o crânio,
ri agora de nós,
tão lúcidos, tão preparados,
tão certos de tudo que se esfarela.
A arte nasce dessa consciência:
sabemos que vamos morrer,
então escrevemos.
O poema é a voz do desespero
mas também do desafio.
Dissimula a finitude, mas não a nega.
Rabisca no ar um sentido impossível,
um mapa para lugar nenhum.
E ainda assim, rimos.
Porque entendemos o jogo.
Porque, no fim, a única resposta à morte
é este delírio lúcido—
este poema.
Riso ao Ar Livre
Esperamos o que não vem,
erguemos muros para o vento,
nos calamos para dizer nada.
O tempo, cego e mudo,
tropeça nas próprias pegadas.
Rimos—
não do mundo, mas dentro dele,
não por graça, mas por ruína.
A palavra falha, repete,
cai como pedra no abismo
e volta em eco de gargalhada.
Beckett escreve silêncio,
Kafka lê a tragédia e ri,
Nietzsche dança na beira do abismo.
Deleuze escancara a porta
e nos joga para fora:
o pensamento precisa respirar.
Riso esquizo, riso seco,
o cômico do além-do-humano.
Entre os escombros da certeza,
só resta essa alegria dura,
essa centelha, esse clarão.
E no fim—
quando tudo desmorona,
quando o palco está vazio,
quando a última palavra falha—
só nos resta rir.
"Uma medida certa de senso de humor revela sintomas de uma alma contente, assim como o riso exagerado é disfarce de uma alma doente.
Evan do Carmo
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