Soneto da Saudade
Um certo verme
Há um certo verme impregnando-me a mente,
Com devaneios e sonhos embebidos em veneno,
Tornando-me impuro com muito que condeno.
Há um certo verme com beleza reluzente.
Há um certo verme escarrando-me esta dor.
Vomitando versos de longuíssimo sermão.
Andando num caminho e sonhando a contra-mão,
Na loucura controversa de quem vive o amor.
Há um certo verme que me faz desvairar,
Que mesmo não querendo vem me visitar,
Como anjo iluminado pra causar-me espanto.
Há um certo verme que me faz enlouquecer.
Querer não querendo e querendo sem querer.
Há um certo verme numa casca de encanto.
O nome é vida
O sol que não me pertence
A lua que nunca foi minha
As estrelas que observo
E a terra na qual eu vivo.
O mundo onde há a minha água
O solo onde eu fertilizo
Os animais que eu cuido
E os caminhos que eu crio.
O fogo que me machuca
A escuridão que me sufoca
A depressão que me enfraquece
Sou frágil e sou suportável
Temo o meu oposto, a morte
Chamo-me vida, prazer em fazer você existir.
Tribunal do outono
Não sou frio, nem quente.
Sou um meio termo, uma sensação.
Não sou exato, não sou gente.
Sou o júri que não escuta a emoção.
Sou justo, mas posso me alterar.
Quem me dera saber dos fatos
Assim poderia julgar sem pensar.
Sou o juiz que ouve os mais calados.
Sou a chama alaranjada
Que toca às árvores com a minha vontade
O servo da justiça com a mente afiada.
A sentença em uma única estação,
O vento que assopra a verdade
Sou o outono de um tribunal sem coração.
DE MODO ALGUM
As imperfeições, disfarço-as
Os enganos, desfaço-os
Os nós, desato-os
A morte é um desacato!
Verdes, cor dos seus lindos olhos; belos quanto esmeralda
uma joia de fato, cujo brilho é para poucos usufruir
distinto ao manejo, quem sabe um beijo de vossos lábios
assim anseio remanescer a vista do seu olhar
outrora pode-se lhe dizer, o quão belo é vê-la resplandecer
mas por caso inoportuno, tendo a padecer
a luz do luar , belos versos de amor irei vos prosar
mesmo que seja tênue, a linha cujas almas tendem nos tocar.
alva é a luz, que toca e ilumina tua pele
bela aurora, de tamanha beleza e benevolência
narciso invejas tu, por conseguistes almejar a perfeição
de fato por meio desta venho lhe falar
pois com palavras é conturbado me expressar
o quão esplendoroso são as curvas do seu olhar.
VENTOS DO MEDO
Ventos que soprava a vida desinibida
ainda hoje, sopra os quatros cantos
mas, a bandeira perdeu o seu encanto
e a brisa agora, congela o luar da vida.
Não se ouve mais gritos, de clamor...
Medo, perambula no estampado fado
a espera, e a flecha certa do horror...
Pendulam tremula, abafando a dor.
Estão fazendo bombas para brincar
por certo, será apenas para brincar
mas p'ra que tantas, para brincar?!
Estão carregando, dinheiro p'ro altar
na alegação de que o céu irá precisar
é uma pena, que Deus não irá gastar.
Antonio Montes
Minha esposa linda.
A minha amada é única
Ela tem os cabelos cor de cobre
E o sorriso que brilha mais que prata
Nas primeiras horas do dia
Nos primeiros raios de sol
Quando adentra nosso quarto
E toca seus cabelos
Parece que suas madeixas roubam os raios do sol
E ficam incandescentes
Ela olha para mim e sorri
Em seguida vai lidar com seus potes,
Seus recortes, suas agulhas, que tiram todas as agruras do viver.
Assim a vida fica mais linda.
Eu alcancei, me preparei e esperei
Me pareceu que nada seria difícil
Mas na verdade é diferente do que pensei
Os dias passaram na velocidade de um míssil
Foi onde eu nasci, cresci e amadureci
Pessoas que eu amo todas aqui estão
A verdade é que eu nunca quis ter que sair daqui
Mas quando chegou não havia melhor solução
Um dia a gente cresce e pensa que envelheceu
Mas quando olhamos e vemos no que deu
Vimos que na verdade a gente nunca cresceu
Hoje é o dia que de nossa casa vou mudar
Desculpa, mamãe, desculpa, papai, a minha vontade nunca foi ter que lhes deixar
Mas quero que saibam que vou sempre vos amar.
O Pouco qu'eu outrora tivesse
Deleitado em seus braços, chorava
Lembrando o quão importante era
Contente, mas sozinho estava
Querias simplesmente saber o porque
Dos teus lábios secos, sem mais cor
Sem amor, sem sabor
Sem o brilho que ali reinava
Teu suspiro cansado e sofrido
Refletia o arder da pouca alma que lhe restava
Apenas esperando a hora
Em que as estrelas sussurem seu nome pela última vez
Doce recato
É desafiador seu recato
Para esse pobre rapaz
ingênuo e insensato
Que nunca sabe o que faz
Desafiador, de fato
D'um jeito que tira a paz
Quando sinto pelo olfato
O cheiro bom que tu traz
Me pede, que te acato
De um jeitinho fugaz
Através de um simples ato
Me vendo por bem barato
Assim, me satisfaz
Com o teu doce palato.
POR DO SOL
Essa luz, que brilha e me ilumina
de sedo, meio dia e ao por do sol
me assina essa sina é a mina rima
minha esperança, meu alvo farol.
Pinta as cores de todos meus dias
e as flores do meu verde jardim
espanta a minha sombra e agonia
e acalanta, essa tristeza em mim...
Meu por do sol, oh meu plainar!
Aconchego dos sonhos meus
amanhã, traga-me o meu amar.
Volte meu rei sol, com minha luz
me faça feliz, sorrir e cantar
não deixe, apendicular meu chorar.
Antonio Montes
FEIRA DA LARANJA
Domingo, fui a feira da laranja
e as bancas, botavam banca
com laranjas, cheias de vida
e ali, as suas vidas coloridas.
As laranjas esbanjavam cores...
Laranjas, vermelhar amarelas
laranjas, para eles e para elas
seus gostos, aguçavam sabores.
A vontade, com verdade veio...
Então, pedi um suco de laranja
e o copo de suco, estava cheio.
O suco, continha gosto do fruto
assim, no seu estado todo bruto
das laranjas, tangendo seus meios.
Antonio Montes
Às vezes é por medo de perder,
Que deixamos de encontrar.
E deixamos de viver,
E deixamos de amar.
Às vezes é por medo de saber,
Que deixamos de tentar.
E deixamos esquecer,
E deixamos acabar.
Às vezes não é medo de amar,
É medo de ser amado,
Sem saber como lidar.
Às vezes nem é sobre ser amado.
É sobre estar quebrado,
Sem saber se consertar.
Anjo
És tu ilusão da minha mente?
Projeção dos meus desejos?
Materialização das minhas carências?
Ou minh'alma que transcende?
És um anjo em minha vida.
És de fato o que vejo?
Fé da minha expectativa?
Ou o amor que tanto almejo?
Platônico amor romântico
Poema de verso e cânticos
Me criva na tua memória
Criei uma ponte para anjo
Para que no universo quântico
Eu viva em sua história.
Poetas
Ah! se todos os poetas se conhecessem.
Se pudessem se sentar na mesma mesa
e declamar ao pôr do Sol!
Se pudessem dividir suas dores e seus amores.
Se conseguissem se identificar apenas com um olhar.
Então, ao se cruzarem na rua, dariam as mãos .
E recitaram seu melhor soneto no mais belo dueto.
Contagiando a tantos mais com seus haikaiss.
E essa nossa, sina seria só uma rima.
De quem faz a vida em estrofes e versos.
Espalhando a poesia por esse universo!
Ana Jalloul
TINTA A PINTA
Toma a tinta, pintor e pinta
... As pintas da minha janela
colorindo-as com essa tinta
do tinteiro sempre d'ela.
Eu já perdi minha cromática
estou sem degrade e sem cor
meu amar, foi uma chibata
que cutelou o meu amor.
Agora perdi o horizonte
e sem o ramalhete do rei sol
não colorearei os montes.
Estou opaco nos rascunhos...
Rabiscos, com altos relevos
sem tato sem ar nem punho.
Antonio montes
Enquanto dormia...
Um anjin
Que bem me queira
Me ensinou que noite
É o avesso do dia
Que toda rosa
Tem espinho e magia
Que, se pra alguns
Lua é corpo celeste
Pra outros, é queijo...
Ou astro de inspirar poesia!
ORVALHO EM GOTA
Cadê o tempo e seus respingos
seus pingos e suas gotas soltas
ventos no tempo pequenino
água molhando a velha roupa.
Promessas de norte ao sul
enigma e rima ao meridiano
balança nuvens sob o céu azul
e com ciclone cisca os planos.
Fazendo nascer as sementes
alegrando por ai os inocentes
com a toca da vida solta...
Faz, botão de jardim florescer
rios de sol ao amanhecer
sob brilho do orvalho em gota.
Antonio montes
Sem rancor do que fui e tenho sido
Sem esperança e sem desesperar
Não sou nem covarde, nem vencido
Mas vontade não tenho de lutar
Muito bem, sei que nunca fui querido
Mas também a ninguém eu soube amar
Que importa ser por todos esquecidos
Se meu própio viver quero olvidar?
E assim pela vida
Indiferentemente vou passando
Sem maldizer minha estranha sorte
Neste mundo, onde em plena mocidade
Cansado de viver
Anseio a morte
"CONFIES"
Te seguirei… Tu sabes! Por amor!
Qualquer que seja sempre o teu caminho!
Eu estarei, de ti, junto, pertinho,
a dividir de tudo: frio, calor…
O que estiver, de nós, em desalinho
iremos ajustar, sim, com primor,
e eu estarei presente, ao teu dispor,
te aconchegando a alma em doce ninho.
Somente por amor! Por nada mais…
Aportarei teu corpo no meu cais
o tempo que, em prazer, te refugies…
Tu sabes! Seguirei-te estrada afora
do entardecer até o romper da aurora…
Me creia, pois! Em tal paixão, confies!
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