Soneto da Paixao
SONETO: AMORES
Os amores, tudo é flores corpos quentes, sorriso contente, mente dormente, olhar no infinito, grito não aflito ingrediente de uma paixão que viva sem noção de tempo
Os amores, donos da certeza que não haverá o fim, não reivindica nada pois tudo é perfeito
o beijo no queixo, o sopro no ouvido, a picada de olho dentro do olhar
Amores inocentes quem ama anestesiado por uma beleza inocente e o olhar de uma grandeza jamais vivida com tanta melaço
Amores dormem abraçados um ao outro acordando agarrado, chega a pensar que pode perder a respiração se sua paixão faltar.
SONETO À MINHA MÃE
Andando, adentro ao templo, em desalento;
num nicho azul, uma imagem guardada!
É sim, a Mãe Sagrada, que elevada,
me faz vibrar em raro encantamento!
Me veio à mente um tempo nevoento,
de lida amarga, dura, carregada!
Mas, logo eu vi, na santa abençoada,
uma expressão de paz e acolhimento!
Porém, é minha mãe que eu vejo nela!
Então, imploro, com a fé que cura,
que eu volte a ser criança sem ciência!
Que nos seus braços, que a minha alma anela,
sem dor, sem medo, apenas em ventura,
eu volte logo ao tempo da inocência!
13/06/2025
Soneto da Esperança:
Hei de lhe esperar à qualquer momento
Não vou ficar como estátua em vosso nicho
Eis a questão mais importante desse poema
Nós não somos enfeites para esperar alguma célula
Sou cauteloso o quanto possível
Dessa vez com zelo, nesse momento, o vegetal de um passo
Mesmo com tudo isso, não sei se tu esperastes por mim
Irremediavelmente, isso não pode ser comprovado
Por obséquio, me dê alguma resposta
Tente mitigar minha situação com algo qualquer
Antes de dizer: Aconteceu algo grave
E o fim desse soneto
Acontece na última estátua deste nicho
Onde ele espera a outra parte de seu axônio
SONETO À LUMINOSIDADE
Há em tanta luminosidade...
A paz que enche um lugar
Feita à mão por divindade
Perfeita a quem a encontrar...
E longe viver da maldade...
Que o humano teima em criar
Em claro mar da serenidade
De sal branco se purificar...
E sob a benção do sagrado...
A cada minuto contado
Nas águas vir se banhar...
Enquanto há vento soprado...
O pecado é decantado
Mas sem a alma turvar...
(SONETO À LUMINOSIDADE - Edilon Moreira, Agosto/2018)
SONETO PARA FLORBELA
A Florbela Espanca (In Memoriam...)
Quisera fosse este presente a uma flor...
Das criaturas, é a mais delicada e bela!
Na vida, na alegria, na tristeza, na dor
A sua presença é marcante e singela...
Nascida como Florbela de uma outra Flor...
Vertente em sonetos duma curta primavera
Que não se espanca, nem com pena de cor
E louva-se nos versos, por onde se reverbera...
Quisera merecer um soneto e não o compor...
E gritá-lo ao ardor por fora da estratosfera
Para ser percebido e causar-te, um fervor...
E repousar, se achegar, aonde o amor espera...
E achar teu doce odor, onde jaz, a miúda flor
Aterrada em luso solo... Tranquila... Mais etérea!
(SONETO PARA FLORBELA - Edilon Moreira, Julho/2016)
Soneto da Noite Prateada
No silêncio da noite, a lua emana,
Seu véu de prata sobre a terra em pranto,
Enquanto as sombras , leve se esvai,
E o vento canta um canto leve e santo.
Estrelas tecem luz em teia fina,
Joias que adornam o manto do luar,
E a alma, que de saudade se ilumina,
Busca o abrigo onde possa descansar.
Em cada verso, um segredo suspira,
Sol de um tempo que já não voltou;
A dor se esvai, a paz no peito inspira.
E o coração, enfim, se redime,
Que a noite guarde este amor que não se apaga,
E a luz da lua cure a alma que estraçalha.
Soneto da Brisa e o Destino
A brisa que murmura,
em seu velado véu,
Traz sons de um passado que o tempo não desfez.
No vasto azul do sonho,
a buscar o teu céu,
Minha alma, em doce anseio, na canção se refaz.
A cada flor que nasce,
no orvalho matinal,
Um verso se revela,
num canto que me traz
A essência mais pura
do amor primordial,
Que em cada gesto aflora
e me inunda de paz.
E o coração, pulsando
na espera que me invade,
Desenha em teu sorriso
um eterno querer.
A solidão se esvai, finda a velha saudade.
Pois em teus olhos vejo
o sentido do ser,
A luz que me ilumina
em toda a adversidade,
O porto que me acolhe
e me faz florescer.
Soneto da Alma
E, por fim, a alma fez-me entender,
Que em cada verso o sopro se fez lei,
Qual brisa mansa que em ti me encontrei,
E o riso meu, constante, a florescer.
Floresceu a tarde, em névoa a entardecer,
Na fria calma, o corpo a desejar
O aquecer terno que se faz do olhar,
No teu abraço que me faz viver.
Entrego o tempo, em melodia e luz,
Ao ritmo calmo que me fez saber,
Que a vida em ti, só em ti, me seduz.
E as tuas mãos, que vêm me aquecer,
São o refúgio, a paz que me conduz,
Num campo eterno de puro bem-querer.
Soneto: A Íris Pura.
Tens a graça no olhar, sinfonia funda,
De um cálice rubro, lírio em esplendor,
Na voz silenciosa e pura, sem rumor,
Qual floresta que o verde abundância inunda.
Da pureza de sua face, que me inunda,
Onde recebo os braços do amor,
Sentimentos que jorram, sem dor,
Qual púrpura lagoa que me aprofunda.
Da Íris finda, sensível como a rosa,
Que na pedra nasceu, forte e divina,
Expressão de beleza tão gloriosa.
Em teu ser, a canção que me acalina,
A perfeição da forma venturosa,
A alma que em meu peito se abarracina.
Ao Coração Do Oceanos, Meu Filho. Deixo-te meus Poemas.
30.06.2025
Soneto da essência preservada
Nada a mim vieres pouco.
Nada a mim vieres muito.
Mas a mim vieres tudo.
Amo-te, como isso.
Amo-te-a, como girassol em jardim escuro.
Amo-te, como flor despensada, dura.
Fez-me de risos, como nunca.
Resido na casa de quem rico chora.
Sou simples, sou eu, sou o amor, juro.
Sou achado, sou perdido, sou puro.
Sou o coração sofrido, eu ponho.
Sou canções sensíveis, de canto.
Choro, mas quase não encanto.
Sou sensível, porém desencanto — eu sou eu.
Soneto I
Não precisas chorar,
Quando alguém lhe machucar, amor.
Lembre mais de mim,
Do quanto eu amo ver você sorrir.
Viva, contentimente comigo.
Pare de gritar, pare de falar
Que não me ama mais.
Pare de amar, volte a me abraçar.
Vai seguindo a rua,
Logo vire à esquerda, vá no beco
Sem saída, encontre minha vida.
Ela causa uma intriga.
Se eu chegar sem avisar, se despir
E depois amar mais ainda.
Anti-Soneto da Fidelidade
De nada, ao meu tédio serei atento –
Antes, e sem zelo, e nunca, e tão pouco,
Que mesmo em seu abraço, em seu fogo louco,
Me farei cinza dispersa no vento.
E quando, enfim, me for (resto de resto),
Cuspindo à paz alheia minha náusea,
É porque o amor nunca existiu – e a fome
De nada me devora, cruel e ácida.
Tudo, o peso podre da memória,
Me dissolverá. Farei meu corpo escombro.
E então a entregarei à minha queda,
Que será, em segundos, esquecimento.
Sempre, ao nada, sempre e em fim: o que não tem.
(Inspirado no "Soneto da Fidelidade" de Vinícius de Moraes)
Soneto nostálgico
Solitário passei a falar com a solidão
A lua passou a me ver amanhecer
E o brilho do sol a me ver anoitecer
Então o repesar instalou no coração
Via a noite, as estrela e a escuridão
Na comitiva o ontem, hoje o porvir
Tentando comigo alvos para sentir
E nos cochichos nenhuma questão
As lágrimas não mais querem falar
Para que chorar, naquele momento
O vazio é quem veio em mim poetar
E neste total silêncio do pensamento
A viga do tempo e que veio escorar
A saudade, pois o fado é seguimento
Luciano Spagnol
Soneto variante
Hoje sou diferente do ontem
Ontem eu era diferente do hoje
Amanhã serei díspar no reloje
Variamos no tempo, outrem
De manhã sou um de tarde outro
Se vivo! Diferente anoitecerei
É o destino em seu decreto lei
Sou um, sou vários, aqueloutro
Passo a passo na cadência
Rugas, choros e sorrisos
E assim parindo essência
E nestes todos atos incisos
Ando onde me há subsistência
Até quando tiver regência e improvisos
Luciano Spagnol
Soneto Amoroso
Este é um soneto amoroso
Que verseja alacridade
Recoberto de docilidade
E rimas de um olhar airoso
São versos tão teus
Desenhados nos sonhos
Aqueles doces risonhos
De momentos teus e meus
Sirvo-te em oferenda
Está tão terna prenda
De entrelaçada renda
Assim, aqui metrificado
E na alma concretizado
O amor deste apaixonado
Soneto de um amor
O amor é um delicioso balsamo
Que perfuma a alma com afago
Traz ao coração nenhum estrago
E a doce felicidade, olhar calmo
O amor quando se realiza
Abre caminhos a emoção
A alma se veste de paixão
E a dor da solidão cicatriza
O amor desperta saudade
No carinho traz fidelidade
Na razão é ingenuidade
É poesia para o amador
De rima suave e multicor
Poetar o amor de um amor
Soneto do meu eu
Em busca do meu eu, muito errei
Noite a dentro, adentrava em prece
Tolo fui eu, pois a vida acontece
E por muito querer, muito eu andei
Neste dilema o silêncio foi solitário
Achei areia e cascalho sob os pés
E nas procuras tive prazer e revés
Mas sempre nostálgico no itinerário
Fechei os olhos, e ao amor poetei
Pois a poesia tornou-me alicerce
E nos vários temores me encontrei
Tive fala de saudade no meu diário
A cada por do sol tentei ir através
Mas fui operário no meu eu arbitrário
Luciano Spagnol
01/06/2016, 03'16"
Cerrado goiano
Soneto do inverno no cerrado
O cerrado amanhece no inverno
Dias mais frios, frio árido e tardio
A sequidão no seu ápice bravio
E as manhãs num vento galerno
Em enigmática bruma sobre o casario
Com o sol dessemelhante e alterno
E a sensação de frescor sempiterno
O cerrado se faz em mistério e fastio
O verde transfigura em cinza superno
O céu se enroupa tremulante e alvadio
E as temporãs flores finta o quaterno
As folhas hibernam num cerrado vazio
Tão ébrio, gélido e de um poetar interno
Numa canção de chuva qualquer e estio
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
01 de maio de 2016
Soneto idílico
Acordar, aguar o jardim, fingir um dia
e assim inicia a melancolia e o vazio
o sol a pino, cerrado e o sonho macio
das saudades num tempo em primazia
Sim! O tempo não é sentido, é ébrio
os amores ficaram, são sem analogia
trariam o meu peito, viraram euforia
nas lágrimas algozes do olhar esquio
Tudo é efêmero no triste e na alegria
árido o sentimento e cheio de arrepio
que importa se tem saída ou portaria
E neste movimento de soltura e exílio
a magia do por do sol torna cortesia
nas palavras que cantam o meu idílio
Luciano Spagnol
05 de julho, 2016
Cerrado goiano
Soneto garimpado
Na peneira da vida eu joeirei o amor
Entre vários cascalhos que separei
Nesta labuta e suor, aí te encontrei
Pois ele acontece, não é um eleitor
E assim árido, pelo tempo eu viajei
Bem acreditei, tive pouco ao dispor
Num certo dia pude sentir o frescor
E passei do silêncio pro apaixonei
Desde então vivi o perfume da flor
O garimpo do coração abandonei
E neste gigante afeto tenho ardor
Ai em uma nova luz me entreguei
Pude ser palavras, gestos, e odor
E que noutros versos eu não amei
Luciano Spagnol
2016, junho
Cerrado goiano
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