Soneto da Mulher Perfeita

Nunca enganei a minha mulher. O mérito não é nenhum: amo-a.

Do amor para com a mulher, nasceu tudo o que há de mais belo no mundo.

Mulher só é fiel à moda.

Despendo mais energia numa discussão com a minha mulher, do que em cinco conferências de imprensa.

Uma mulher, quando tira a sua túnica, despe-se também do seu pudor.

É verdade: eu sou uma mulher dura cercada de homens meigos.

O que menos importa a uma mulher é que o seu vestido agrade aos homens; ela veste-o para outras mulheres, e a inveja destas é a aprovação que mais lhe agrada.

Inconstante e sempre mutável / é a mulher.

Todo o crítico é exatamente como uma mulher na idade crítica: rancoroso e reprimido.

A mulher veste-se para as demais mulheres, e não para os homens, nem sequer para aquele a quem mais quer.

Uma mulher precisa considerar muitas coisas, especialmente deve manter um certo grau de isolamento, que é muito difícil quando tem muito amor.

É menos aborrecido ver a mulher que amamos ser possuída pelo marido que por um amante rival.

A experiência é como uma mulher a quem todos rendem homenagem sem tratar de averiguar se o seu passado é irrepreensível.

Nenhuma mulher considera o marido realmente inteligente se é ciumento; tenha ele motivo ou não para sê-lo.

A mulher considerar-se-ia desgraçada, se a natureza a tivesse feito como a moda a faz andar.

Consideremos a mulher um belo animal sem pelo e cuja pele é muito procurada.

Uma casa sem mulher não tem tormentos nem glória.

Só se pode conversar duas horas com uma mulher quando se lhe diz sempre a mesma coisa.

Nada é mais insondável do que a superficialidade da mulher.

Diante do amor existem três tipos de mulher: aquelas com as quais nos casamos, aquelas que amamos e aquelas que pagamos. Todas essas podem muito bem estar numa só. Começamos por pagá-la, depois a amá-la e, por fim, casamo-nos com ela.