Soneto da Mulher Perfeita

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Um soneto à Platão

Se conheço a mim mesma,
deveras que és por ti Platão
que fizeste - me a razão d'alma,
meu ímpeto e minha emoção!

Não fujo ao que me faz sabia,
se em tudo há racionalidade
do que argumenta a filosofia,
em mim um resto de vaidade...

porque se conheces o que tu és
reconhecerei em mim o que sou
ás margem da razão que me fez!

Só assim a liberdade de que falou,
em mim apraz - me ser sem revez,
pois, de ti, fiz de mim o que sou!

Platão foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental.

Inserida por marialu_t_snishimura

Soneto

Tudo eu sei ei de saber, fato.
Aprendo com teu pensamento
Sua forma de agir e de fazer
Me espanto, aprendi de novo

Rápida a vida me é caro.
Sequelas do tempo cicatrizes
Temporais a muito sofri
Me recordo cada uma, vivi.

Vago... como aluno da vida.
Olhando vou vários detalhes.
Nascer e morrer outro pequeno.

Estudo infinito gozo meu
Ensino-te aprendendo também
Lição de hoje única, viver.

Inserida por AnthonySanches

SONETO DE CARNAVAL (de outrora)

Distante da folia, o cerrado me afigura
A saudade como um saudoso tormento
Lembrar dela é uma sôfrega tal tristura
Esquece-la é nublar o contentamento

Ausentar de ti é a mais pura amargura
Todo momento é gosto sem fomento
Máscaras sem brilho nem alegre figura
Uma fantasia no samba sem afinamento

E no saudosando os tempos de outrora
Enquanto fugaz vão-se os anos, enfim
O que tenho pra agora, só silêncio afora

De toda a diversão a quietude em mim
É regente, pois já não sou parte da hora
E meu carnaval vela o traje de arlequim

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Carnaval
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CANTANDO O CERRADO (soneto)

Essa vossa árida serena formosura
Que as exibe, és casta e tão tanta
Tanto mais a cena vossa apura
Quanto mais os olhos prende e encanta

Mostrais vossa diversidade em tal ventura
Com uma graça igualado duma infanta
Que põe alfim alguma desdita e tristura
E o espanto se aumenta ou se aquebranta

De tal beleza entrajais, oh vária flora
O meu enlevo, de guita tal tecendo
E destecendo o desencanto, um engano

Que, se ei perdido o extasiar outrora
Agora és só elogio os faço dizendo
Pra asinha referir-te como tal soberano

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Abgar Renault

Inserida por LucianoSpagnol

ESPAÇOS EM BRANCO (soneto)

No inverno do cerrado, seco, desbotados
meios tons desalentando o olhar, suspiros
a vida na acinzentado pousa baços retiros
que no vário tecem baralhados bordados

Ao fim do dia, o tardar e ventos em giros
tudo se perde no abstrato e, são levados
aos amuos incógnitos, e tão rebuscados
dos balés rútilos dos voos dos lampiros

Há em toda parte fumo nos vazios atados
vago, cada passo, e pelos ipês quebrados
em colorido breve, e cascalhado barranco

Os tortos galhos tão secos e empoeirados
traçam variegados em poemas anuviados
pra assim versar, os espaços em branco...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, agosto
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A TARDE CAI (soneto)

A tarde fria, ressequida, no cerrado poente
Escorrega no horizonte escarlate de junho
Em brumas desmaiadas e tão lentamente
Deixando os suspiros como testemunho

Manso, e de uma realidade inteiramente
O entardecer tão árido e sem rascunho
Vai descendo pela noite tão impaciente
Silenciosamente na escureza antrelunho

E a tarde vai caindo, pelo céu vai fugindo
Presa na imensidão do anoitecer infindo
Esvaindo o sertão indolente e acetinado

Nesta tarde fugidia, as estrelas já luzindo
Cobrindo de melancolia, o sossego vindo
É a tarde que cai, lânguida, pelo cerrado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DIFERENTE

Pois quero parir a um soneto
Sangrado do amor adjacente
Que seja preciso e reluzente
E vire insígnia no meu projeto

Terá que vir do sol poente
De verso livre e irrequieto
Num abstrato tão concreto
Que me doe integralmente

Em cada tom, infinito teto
De textura tão irreverente
Que nunca vire obsoleto

E de tão querer o diferente
A mesmice torna decreto
E o soneto, repetido objeto

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO CAIPIRA

Fogão de lenha na poesia a poetar
Panela a chiar, vastidão pela janela
Cheiro da noite no negror sem tramela
Desprendendo olor na roça aformosear

O entardecer se tingindo de canela
No céu estrelas soturnas a navegar
Em uma sensação de paz, de amar
Amassando jeito matuto na gamela

É só silêncio, cigarro de palha a pitar
Saudade esfumaçada na luz de vela
Arando sensos num canoro devanear

Depois, uma pitada de solidão donzela
Acalentando as lembranças a revigorar
Ah, gostoso a vida caipira na sua tutela

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA RAZÃO

Na prepotência do querer ser altivo
Que arde na desavença em chama
E queima no ódio que não se ama
Acinzentando num desafeto cativo

É um tal sentimento insano, adjetivo
Que então contamina a alma na lama
Do egoísmo, que o zelo nunca clama
O acolher nos abraços, e ser passivo

Que devoto tanto, esse, que flama
A injustiça, num arbítrio explosivo
Tiranizando o viver em um drama

Onde há razão no ato opressivo?
Quando o Verbo, oferta proclama:
- Amar com amor para estar vivo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CAUSA (soneto)

Ah soneto porque agruras quer poetar
No diálogo da ledice com a amargura
Nem tanta alegria, nem tanta tristura
Sou devaneador que se põe a sonhar

Se o rimar então chora porventura
Também riem nos versos ao cantar
Tenho o céu e o cerrado pra inspirar
E o amor no coração, principal figura

E neste motivo vai o meu caminhar
Veloz ou lento, moldo está escultura
Desenhando o fado no ser e no estar

Então, antes que tudo seja ventura
Completo a lacuna com meu olhar
E no tempo, vou cingindo a costura...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO PASSADO

Nem o tempo pode voltar
Nem ninguém tal querer
O passo dado vai varrer
O passado no caminhar

Se quiser voltar e ver
Saudade irá encontrar
O ontem perdido no ar
E a vida sem se viver

No olhar, o velho e tal pesar
No coração, revés a abater
E a alma sem se transformar

Então, sigamos no outro ter
Pro vário podermos amar
Passar... um novo alvorecer!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

IMORTALIDADE DA SAUDADE (soneto)

Saudade: tal como uma faca crivada
Na alma, abrindo em uma agre fenda
No coração nostálgico, rude moenda
Sonial, insiste tirana com vergastada

A tua dor foi concebida em oferenda
Ao peito, e fazendo de sua morada
Brinda com a melancolia em prenda
A sofrença da lágrima esbravejada

Imorredoura, se mantém sem venda
Reencenando num tudo, num nada
No silêncio duma esvaecida legenda

Sempre renascendo, e tão indesejada
Porém, é proposta de pouca emenda
E de imortalidade no dissabor estacada

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

UM SONETO DE GRATIDÃO

Sabendo que o verde nos provém a vida
E que a alvorada nos desperta
Enrouquecemos com silêncio de injustiça
Mesmo quando o bom senso impera

A gratidão é o percalço do homem
Que se contenta com a necessidade atendida
Que se desgrenha quando a mão amiga some
E que ignora quando a mesma lhe é servida

Sou grato a gratidão que me agradece
Sou grato a quem de mim caminha perto
Sou grato a quem me inspira um simples verso

E a quem minha alma enriquece
Agraciado sinto quando me amanhece
Esse sentimento que a tanto prezo.

Inserida por XiuuThiago

sentimento num soneto,
resplendor no amor,
luz do luar,
em algum lugar esqueci,
segredos da madrugada,
voz do meu alto ego,
algoz de minha alma,
misericórdia que abraçou
na loucura de seus lábios.

Inserida por celsonadilo

Soneto Poesia de Homero...

Quem me dera ser como foi Homero
Que fora filósofo e poeta
Coração grande e sincero
D'alma pura e inquieta

Assim também eu espero
Ser um Sacerdote Asceta
Quero tudo com esmero
Quero minh'alma em alerta

Junto ao santíssimo Clero
Mesmo nessa lida incerta
A coisa que eu mais quero

É poder morar em Creta
Assim um dia eu espero
Viver a vida mais reta.

Inserida por ubaldopoetadoamor

O soneto da lembrança
Não tenho lembrança de quem fui..
Nem saudade de quem eu era.

Só me lembro de dois velhinhos de mãos dadas em Paris.. Eu era o velho
Você a poesia,
Suas lembranças eram o ar.. E meu desejo a brisa.. Já tive noites mal dormidas
Perdi pessoas muito queridas...
Sinto pelas coisas que não mudei... Sim.. Eu sinto muito.

@marcosmagno_

Inserida por marcosmagno

SONETO SEM AMOR

Meu amor pouco ao meu alcance
Nas nuances até hoje em segredo
Não tive uma chance, pouca chance
Dele, surpresa, desilusão e tal medo

Meu amor, o olhar foi de relance
Na vida o desencontro foi enredo
Andou por andar, nenhum elance
Confiando no amor pra amar, ledo!

Pedinte viver, atravessou sem ter
A glória de um amor para amar
Passou por passar, pobre viver!

Aí de mim, na sina de encontrar
Nem digas, ó implacável haver
Nem sorriso, gesto, pra poetar...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06 de setembro de 2019
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto do amor sem fim
Surgiu em meu caminho como uma brisa
Enchendo de luz meu frágil coração
Foi se chegando como quem não avisa
Como um límpido céu azul de verão .

Teu olhar sereno minha alma atravessou
Como uma estrela etérea e iluminada
Teu sorriso de sol e lua me encantou
E agora tuas palavras são minha estrada.

Te amar é transcender os limites da razão
É como voar leve contra o vento
Apreciar então a mais esplêndida visão .

Te guardarei sempre em meu pensamento
Revestido de cor , poesia e emoção
És vida , luar , meu eterno sentimento .

Inserida por elisangelabankersen

SONETO DA GOTA
Uma gota de chuva está caindo em mar aberto,
Ao olhar pra baixo ela vê o oceano imenso,
A cada segundo a gota está mais perto,
De ser engolida por aquele azul intenso.

Diante do inevitável, ela reage afoita,
Reunindo todas as forças para não cair,
Mas quando cai percebe que não é mais uma gota,
É um oceano tão grande que não se consegue medir.

Chorar amadurece, mas agimos como ingênuos,
As lágrimas parecem nos tornar pequenos,
Por isso precisamos manter a farsa.

Mas confie na chuva que tá caindo,
Cada gota vai te querer sorrindo,
Plante somente as sementes, e a colheita será farta.

Rodivaldo Brito em 28.04.2019

Sem Pecado

Edson Cerqueira Felix
04.05.2019
Soneto

Um amor não correspondido
Por mais que seja justo
Não tem o direito
De o requerer do outro

Mas um amor bem correspondido
Perfeitamente
Não precisa brigar
Por nada mais

Um corre atrás do outro
Sem correr
Seus passos andam juntos

E sua vida
Se cruza
Pela eternidade

Inserida por felixedsoncerqueira