Soneto da Falsidade de Vinicius de Moraes

A dor é como uma dessas varetas de ferro que os escultores enfiam no meio do barro, ela sustém, é uma força!

A verdadeira liberdade é podermos tudo por nós.

Não existe maior loucura no mundo do que um homem entrar no desespero.

O prazer mais delicado é o de dar prazer a alguém.

Não pode haver educação onde não há discrição.

A sisudez é a armadura dos parvos.

A liberdade, esse bem que nos permite desfrutar dos outros bens.

Não há menos tormento no governo de uma família do que no de um Estado inteiro.

Não gosto de Deus, porque não o conheço, nem do próximo, porque o conheço.

A sabedoria tem os seus excessos e não é menos necessário moderá-la do que à loucura.

O valente tem medo do seu adversário; o covarde tem medo do seu próprio temor.

O apreço exterior pela arte é a sobrecasaca da inteligência.

Segui o vosso caminho e não deis conselhos a quem não vo-lo pede.

A guerra, assim como é madrasta dos covardes, é mãe dos corajosos.

A necessidade é com frequência a espora do gênio.

O avarento gasta mais no dia da sua morte do que gastou em dez anos de vida, e o seu herdeiro mais em dez meses do que ele na vida inteira.

Chorarmos por daqui a cem anos não estarmos vivos é loucura semelhante à de chorarmos por não termos vivido há cem anos.

O pesar e o prazer andam tão emparelhados que tanto se desnorteia o triste que desespera quanto o alegre que confia.

Os elogios de maior crédito são os que os nossos próprios inimigos nos tributam.

Normalmente, são tão poucas as diferenças de homem para homem que não há motivo nenhum para sermos vaidosos.