Soneto da Falsidade de Vinicius de Moraes

Cerca de 150442 frases e pensamentos: Soneto da Falsidade de Vinicius de Moraes

⁠⁠SONETO Nº 5
Algumas Verdades
nem tudo que é lógico
é óbvio
nem tudo que parece
é rótulo

nem tudo que eu quero
eu mostro
nem tudo que é forte
é sólido

nem tudo que é caro
é luxo
nem tudo que eu digo
é tudo

nem tudo que eu procuro
apuro
nem tudo que é lei
é seguro

nem tudo que é base
suporta
nem tudo que é briga
é revolta

nem tudo que é prático
é rápido
nem tudo que é simples
é barato

nem tudo que é feliz
é alegre
nem tudo que é fé
é prece

nem tudo que é unido
é junto
nem tudo que satisfaz
é muito

nem tudo que parte
separa
nem tudo que divide
é metade

nem tudo que falta
é saudade
e nem tudo que eu digo
é verdade

Inserida por FelipeAzevedo942

⁠SONETO Nº7 - ⁠Mais ou Menos

mais ou menos
não enche o copo
não tira o fôlego
não arde nem congela


não morde os lábios
não esquenta a cama
não acende a chama
nem numa vela


é tão de menos
que nem é demais
é tanto faz
que nem faz


é ser metade
por não saber ser inteiro
é ser morno
por não saber queimar direito


não chega
e nem vai embora
fica parado no caminho
tomando teu tempo e se demora


não é herói nem vilão
não faz inverno nem verão
não rende papo
não faz um trato
não diz que sim nem que não


feliz
só por não querer ser triste
sobrevive mais que vive


mais ou menos
a pior coisa que sequer existe

Inserida por FelipeAzevedo942

Soneto nº 4 - ⁠Química

É quando duas almas se reconhecem
dois ímãs se magnetizam
o santo e o beijo bate
e a poesia rima

é quando a pele esquenta
os nervos tentam
as peças encaixam
e dois corpos se inquietam

olhares na mesma direção
entram em ação
palavras se calam
telepatias falam
é quando o sentido dorme
e o sentir levanta
sai para trabalhar a razão
e nos deixa sozinhos com o coração

quando dois átomos se chocam
e duas forças se atraem
a gente sabe que isso é física
mas a gente diz que é química.

Inserida por FelipeAzevedo942

SONETO ÀS MÃES


O coração de mãe é obra prima
Ele que pela dor e amor caminha
E que, de tudo, põe o filho acima
Mãe que batalha às vezes sozinha

De tão única, mãe não possui rima
Porque ela é singular como uma rainha
É quem dá bronca e logo depois mima
E de fato a melhor mãe é a minha

Mãe é ríspida e meiga como a rosa
Pois o humor de mãe sempre se alterna
E mesmo quando briga é formosa

Mãe é cúmplice em ótima baderna
É exagero de amor que não se dosa
Cujo defeito é não ser eterna

Inserida por PalavrasAtrativas

⁠RECORDAÇÃO (soneto)

Não eras, pra ser, um amor oriundo
Do amor. Foi segundo intransigente
Lia-se-te no sentimento, claramente
O vagar distante, vazio e moribundo

Tinhas nos olhos, algo de profundo
Perturbador. Coisa que pouco sente
Em uma sede da alma tão diferente
Errando, e errante, e pouco fundo...

E nessa tristura, escura, fria, covarde
Na saudade aninaste, tão segregado
Reclinado na penúria dum mendigo

Porém, junto da poesia, ainda arde
Tua recordação. Cantar do passado
Que sinto há de ser teimosa comigo!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 maio, 2021, 07'53" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MALFEITO

Que eu tramasse um soneto quis o fado
Logo ao comando da sorte me submeto
Aí, tramei versos românticos no soneto
Em cada verso, estórias, e haver amado

Jamais pensei num poetar compassado
Tudo é fugaz. Cá estou noutro quarteto
E caminhando adiante para um terceto
Tu, amador, ainda não saiu do passado

No primeiro terceto busco mais glória
E me parece que ainda não está feito
Nada espanta, é mesmice na memória

Assim vou, e assim me torno suspeito
Nenhum beijo, o olhar, sequer vitória
De um amor, neste soneto sem jeito!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2021 maio, 23, 16'28" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MANIFESTO

Do instante que vos escrevi, soneto
Fiquei cativo de uma predestinação
E nas entranhas dessa piegas criação
Do amor, me vi um desditoso repleto

Piedade! Pois neste versar inquieto
Do coração, eu só desejei inspiração
De afeto, os versos de jura e paixão
E, só criaram saudades por completo

Então, caridade! Quis apenas carinho
Que a tua estrofe a tenha, compaixão!
Tal uma luz que guiei o meu caminho

É a minha perdição sonetar pra amar
Pois, se amar cheguei, tive intensão!
Certo, soneto, hei de apenas sonhar...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24 maio, 2021, 07'05" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO SENTIMENTAL

Eu poeto e poetarei sempre como poeto
Uma poesia de amor é o bem que se tem
Cheio de encanto, e da poética vai além
Onde nos há de ser aquele sentir secreto

Porta da sensação, que se abre no soneto
Sentimento de poesia e paixão, também
Nos acolhe, e pro viver, nós faz tão bem
Porém, tem de afazer do medo discreto

Um amor! que bravo, que bom que belo
Ali está a emoção, o ter, vamos facilitá-lo
A estimar-nos em galardão de estimá-lo

Assim, não se pode versar sem conhecê-lo
Pois, é singular querer haver, e ganhá-lo!
E, és sentimental até na ilusão ao perdê-lo

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/05/2021, 13’02” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO AO INVERNO

Inverno, do cerrado, mirradas manhãs
Em brumas, frias, enfadas e maçantes
Sentimento turvo tal o som de tantãs
Oposição certa ao ardor dos amantes

És com melancolia, arriadas em divãs
Da prostração. Os dias dessemelhantes
Desbotadas as florescências temporãs
Poética fria, suspiros e duros instantes

E rufla o chuvisco pelo chão imaculado
Tremulando a terra, sensação solitária
Faz-te fundar, ó invernada do cerrado!

E no horizonte, a imaginação tão vária
E, no pensamento a saudade cortante
Sussurrando ao vento, o amor distante...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/maio/2021, 09’58” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ Soneto natural


Vivo dias felizes
Vejo pessoas infelizes,
Velejo para Marataízes.


Vislumbro os mares
Velejando ao lado dos pares,
Vangloriando a imensidão dos ares.


Vagando contemplo as aves
Vovô vigiando as saias das mulheres,
Vovó apaixonada pelo padre.

Inserida por nathan_valentim

⁠Soneto de Quando Morri


As quatro paredes deste quarto triste
Me sufoca de pavor e pena
Ao reviver a imortal e triste cena
Do morrer de alguém que ainda existe.

Eu, fora de mim, sou quem assiste
O pouco de vida que me envenena
Angústia e carga numa vida pequena
Beber o veneno e de viver desiste.

Vejo-lhe os olhos calar o peito
Urros e gemidos finda o efeito
E a dor é arrancada do íntimo fundo.

Trancou o livro da pouca sorte
Se despede da vida e abraça a morte
Encontrando a paz no desejo profundo

Inserida por GenivalSilva

SONETO AO VALAPRAISO DE GOIÁS

Valparaíso de encanto peculiar
Que no Centro-Oeste brilha noite e dia
Bela cidade fácil de se amar
Com tamanho aconchego que se cria

Ela encantaria até certo sabiá
É berço de cultura com poesia
E o poeta é mais feliz vivendo cá
Tendo o céu enluarado em noite fria

Lugar acolhedor e bem conciso
E entre tantas Etapas se fez ninho
Da finda flor do lácio em Valparaíso

É cidade de realce entre os vizinhos
Pois no valparaisense há o sorriso
De brio por ser daqui, no qual me alinho

Inserida por PalavrasAtrativas

⁠SONETO DE AMOR VIVENTE

Todo amor vivente em mim foi afeito
Tudo em mim dum amor vivo foi dito
Emanou do espírito e me fez infinito
Ser, pois, todo amor tem divino jeito

Tão muito de amor trovou meu peito
Suspirei, fui fácil em amar e fui aflito
E, em cada voto o meu poético grito
Tenho defeito e, também o conceito:

Sou amor, ao ser amador, - o ofereço!
Amor mais que coubesse tenho dado
Esse devoto amor que não tem preço

E se por tanto dar não me fiz amado
Fui querido a quem sobe ter apreço
Assim, vário, me restei enrabichado...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, 15 de junho, 17’42” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Soneto: Sonho

O vento sorrateiro na janela
Sem paciência grita
Escuta o eco do medo
A vida desafiando os espinhos

O tempo passa ligeiro
A voz é engolida a seco
A coragem salta do peito
O sol floriu um sorriso

Os sonhos fazem o caminho
A esperança faz a rega
A paciência faz o ninho

É assim quando continua de pé
Nada acontece sem luta
Nada acontece sem fé
Autoria #Andrea_Domingues ©️

Todos os direitos autorais reservados 26/07/2022 às 08:00 hrs
Manter créditos de autoria original _ Andrea Domingues

Inserida por AndreaDomingues

⁠soneto de neve

solto sua mão
mas acho que vou te encontrar
no inferno, pode ser
na terra ou no mar

neve grossa
estamos afundando
me perdoe pela arrogância
mas acho que vou continuando

me perdoe, me perdoe
poque eu segui o riacho
pensando "um dia eu te acho"

assim como a neve
que não derreteu por completo
e que não conseguiu dizer adeus.

Inserida por mattegirl

⁠SONETO BEM-AVENTURADO

Deixa poética que eu cante mais um canto
De amor, simples que seja, tonto e sedento
Porém, que seja com todo belo sentimento
Composto de alegria e aquele doce encanto
E, assim, um poetizar leve e sem desalinho
A desejar o solfejar num ritmo de verdade
Paixão, aquela que nos deixa com saudade
Que não seja com fatuidade, e sim carinho

Consinta, afinal, ó poética... é só um canto
Cantado dum Bardo que quer tanto, tanto
Os versos certos, se certo, então, eu juro!
E, que traga sentimentalismo, o momento
E tão mais que um canto, um sacramento
Bem-aventurados versos dum amor puro!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 agosto, 2022, 14’02” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO INCOLOR

A poesia, que um dia me cobriu de amores
Hoje silente na sensação e tão cheia de não
Entoando transgressão pra versos pecadores
Tão perdidos e tão desamparados na solidão
Inquieta. Mas vai aonde o romantismo fores
Pra então sentir e auscultar a voz do coração
E assim carregar os poemas e as singelas flores
Do jardim da imaginação, sem morrer a paixão

Dores, rumores, temores, no versar presente
Que deixa a rima despovoada, nua e ausente
Quando se só queria a emoção dum amador...
Na sofrência que voa duma dura imaginação
A tristura, chama está, duma rude desafeição
Então, poetando o acaso num soneto incolor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 agosto, 2022, 20’40” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO PARA OS 90 ANOS

A vida quando aos 90 anos
Avante, fugaz se faz revelar
Surgindo saberes soberanos
No encanto que faz sonhar...
Gratidão a cada primavera
Na sequência a prosseguir
Enflora a cada novata era
A florear a fase do existir

Ah, tempo, se adivinhasse
Se pudesse sentir o andar
Sentiria a poesia pra valer...
Da existência, veterana face
Do tempo, então, a versejar!
É vida longeva, viva o viver!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/08/2022, 18’00” – Araguari, MG
*soneto para os 90 anos de Daisy Lemos Dorazio

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO COADJUVANTE

Vendo-te agora, soneto dum passado
Na desilusão, sem emoção, verso bruto
Com a lembrança de tormento povoado
Abaçanado, deserto e o coração de luto
Meu dantes se percebe tão abandonado
Descorçoado em um banimento absoluto
Contrito e também com cântico magoado
De um versar hospedeiro de um desfruto

Ah! toada relativa dum destino tão triste
Só a poética na minha alma ainda existe
Na ilusão e o sentimento jogado adiante
Onde está quem traz está toda saudade?
Que invade a sensação tal uma divindade
Se do amor, o soneto, é só coadjuvante!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de agosto, 2022, 19’19” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO DO AMOR AMANTE

Sou um amante do amor sincero
Daqueles que ama como amador
Sou o que de um afeto mais quero
E, minha paixão: sensação e ardor!
Meu jeito quer feito, efeito certo
Do qual, que, com o olhar faz crer
Dar e receber. Estar sempre perto
No erro ou acerto, deixo acontecer

Se há amor, meu amor é fidelidade
Um conto, uma história, comunhão
Que envolve e palpita de felicidade
Sou agrado no amor a todo instante
Amo tanto que do amor sou coração
Sempre um amador do amor amante!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 agosto, 2022, 19’23” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol