Soneto da Falsidade de Vinicius de Moraes

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⁠⁠⁠AME O TEU AMOR (soneto)

Ame o teu amor, enquanto tens e enquanto
O teu afeto é o aconchego no amável olhar
Assim, quem no singular amor te ame tanto
Porque nunca cortejarás outro pra tal lugar

Que nunca o deixe solitário, no vão vagar
Lembra-te sempre, no convívio, o quanto
É bom poder com o outro contar e confiar
E no teu abraço encontrar o teu real canto

Ame-o, este amor, e sentirás, por certo
Cada ausência, a falta, ó suspiro agudo
Se a saudade no peito for impulso incerto

Então, ame! Clame por tê-lo por perto
Ao alcance do coração, da vida, de tudo
Pois, assim, pulsarás na emoção o acerto...

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
21/07/2020, 10’31” - Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ATO DE CARIDADE (soneto)

Que eu tenha o Bem, e Paz. Assim eu faça!
Que a mão posta ouça as preces, alce voo
Maria, Mãe, volva tua face para essa graça
Que eu seja caridoso sem louvar que sou

Se muito ou pouco, que tudo me satisfaça
Não importe ou doa o quanto me custou
Não deixe que o orgulho seja uma ameaça
E a minha fé seja o troco que me sobrou

Que o riso e abraço, seja pra quem vier
De onde vier, onde estiver, assim seja!
Ó Deus Pai! Me abençoe nesse prover

E, no viver, sempre tenha amor e laços
E no pão de cada dia, bênçãos, eu veja
Partindo com o irmão em dois pedaços

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
22/07/2020, 09’52” - Triângulo Mineiro
paráfrase Djalma Andrade

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A ÁRVORE DA SERRA (soneto)

A árvore, da serra, no cerrado, tem encanto!
E essa árvore tão colorida que o olhar acalma
Aderna a sequidão e rega o fascínio da alma
Avindo entre ipês, buritis num belo recanto

Ó manacá da serra! Que brota sem trauma
No cerrado. Num brilho de sedução, tanto
Florescendo e entalhando por cada canto
Que pelo chão do planalto, graça espalma

Tão longe de sua vivenda, vai albergando
Num poema transposto, prófugo e brando
Trajando o cerrado com as vestes da serra

De branco e lilás, a flor, de lampejo santo
O manacá, cá tem, no sertão tal um manto
Influindo em mais um espetáculo da terra!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/07/2020, 11’33” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VERSAR MORIBUNDO (soneto)

Tome, solidão, está espada, e.… fira
Meu sofrente coração, tão azarento.
Que importa a mim ter árduo lamento
Se a sorte no destino é persistente ira

Ah! .... emoção lacrimosa e funesta lira
Que ao vazio regi, mirrando o momento
Que esbroa o plural tramite do alento
Polvilhando no peito essa dor tão cuíra

Ó silêncio! Que vem musicar saudade
Troando a minha vida em tempestade
Na aberração do infortúnio fecundo...

Mas a atormentada trava da teimosia
Infeliz. Catuca a inspiração da poesia
Sangrando o meu versar moribundo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 09’12” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TOCAIA (soneto)

Ao sopro do vendaval no cerrado
No céu azul da vastidão do sertão
Segue veloz os sonhos do coração
Entre os uivos do já e do passado

A quimera, se acautela na ilusão
Prudente, contra o sentir errado
Tenta equilibrar estar apaixonado
Pra não sufocar a sofrida emoção

Na procela no peito esganiçada
Brami uma dor abafante e escura
Que perambula pela madrugada

E, em aflitivos véus da sofrência
Dando-lhe, assim, ar de loucura
No amor valência é ter paciência

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CONFIDÊNCIAS (soneto)

Eu fui falar, vexado, da minha solidão
Ao cerrado; e aos arbustos torcidos
Querendo pacificar a minha emoção
Dessas pequenas queixas e alaridos

Incomovido permaneceu sem alusão
Não quis a lamentação dar ouvidos
Nem cessar as cantilenas na imensidão
Pôs-se indiferente aos meus sentidos

Mas, devagar passou a prestar atenção
Aquietou-se mais, e mais ainda contido
Arregalou-se para a carrancuda aflição

E, em um ato inesperado, assim, dizia:
- Caro poeta acabrunhado e, aturdido
Da melancolia me converto em poesia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/07/2020, 07’30” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CONTA E AMOR (soneto)

Amor roga terna conta do meu afeto
E eu, servil, ao amor dar-lhe-ei conta
Mas, sem a ponta, como dar-lhe fronta
De tanta conta, se no amor fui inquieto

Para dar desponta neste tal decreto
O amor me foi dado com boa monta
E eu, de incúria tonta, não fiz conta
Do tempo, que hoje me é incompleto

Ah! tu que tens o amor que desponta
No peito, me conta, para eu ter tempo
Se ainda tenho em conta, nessa conta

O tal que, na remonta, gorou o atempo
Quando lhe chegar à conta, na esponta
Do amor, chorará, como eu, sem tempo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/07/2020, 08’43” – Triângulo Mineiro
paráfrase Frei Antônio das Chagas

Inserida por LucianoSpagnol

⁠RUMO (soneto)

Cada amor é um perfume, uma flor, um jeito
Nem se conhecem, o que vale, e que importe
É a essência, ah, essa tem de ser bem forte
Sentimento e poesia de um cântico perfeito

O jungido de alma, ocupando o mesmo leito
Olhares e o pulsar do coração numa tal sorte
Que faça do pensamento um elegante porte
E dos beijos recato de orgulho e de respeito

E assim, o tempo no tempo, as duas vidas
No mais profundo vínculo e em comunhão
Ajustando as emoções nas boas acolhidas

E os dois seres, então, um do outro perto
De mãos dadas com a doce afável paixão
Onde o caminho de afinidades é coberto

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/07/2020, 13’17” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠OUTONO EM POESIA (soneto)

Bailando no ar, gemia inquieta a folha caída
No azul do céu, do sertão, ao vento rodopia
Agitando, em uma certa alvoroçada melodia
Amarelada, vai-se ela, e pelo tempo abatida

Pudesse eu acalmar o seu fado, de partida
Que, dos galhos torcidos, assim desprendia
Num balé de fascínio, e de maga infantaria
Suspirosas, cumprindo a sua sina prometida

A vida em uso! Na rútila estação, obedecia
Um desbotado no horizonte, desenhado
E em romaria as folhas, em ritmo e magia

No chão embebido, o esgalho adormecido
Gótica sensação, de pesar e de melancolia
No cerrado, ocaso, do outono em poesia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/07/2020, 10’22” – Triangulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Súplica (soneto III)

Há uma prosa jacente que mascara
O meu poetar sentimental e sedutor
Revirando aquela saudade tão cara
Sumida nas embirrações dum amor
E nesta dura aflição, molesta e avara
Que deixa na boca o tal gosto traidor
Rola sensação picante que não para
Porque não para a poesia com temor

Ah! Sentimento, por que tanto sente
Por que um coração por afeto mente
Tornando mais dorida a trova inteira
Te suplico! -vem silenciar o momento
Cala meu versar, dispersa-o ao vento
Deixai-me manso da minha maneira!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 agosto, 2023, 20’37” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO: CORTINAS DA ALMA

Quando eu Olho para o triste passado,
Mesmo Com os meus olhos fechados ,
Eu me atrevi, abri uma pequena brecha,
e vi minh'alma a caminhar com pressa.

Ela quer sorrir, e que nada lhe impeça,
apresentar no teatro da vida; tal peça,
Ainda ouço seu descontentamento,
Triste a chorar, instantes em silêncio.

Mesmo com os meu olhos fechados,
Ou que estejam eles semi abertos,
Escuto o ruído da alegria a rondar por perto !

Com amor em demasiada calma,
Sem saber para onde ir,
Abro as cortinas da alma só pra vê-la sorrir !

Inserida por mariafrancisca50leit

SONETO CAATINGUEIRO


Nas trilhas do sertão, fui moldurado
pelo vento, pelo sol da esperança.
Cresci de coração, sempre ancorado
nos remansos de amor e confiança.


Com a seca, vi a fome, sem bonança,
mas nunca me entreguei ao desespero,
pois minha fé nutre a perseverança
no alimento do sonho, o meu tempero.


Tenho a fé que norteia meu destino,
sangue bom sertanejo e caatingueiro,
na luta desde os tempos de menino.


No meu rosto há o brio de um guerreiro,
pela graça de Deus sou nordestino,
Piauiense, valente e brasileiro.

Inserida por poetapedromonteiro

⁠INCERTEZA

Este, o soneto de sensação inquieta
Onde, ri e chora as horas de emoção
Chorado no papel, de um caro poeta
A fiel lembrança de cada uma ilusão

Este, canto de uma tenção completa
Que soa no peito com uma pulsação
De sofreguidão, de uma dor secreta
Cravada no sentimento e no coração

Este, que aqui versa o viver profundo
Lamenta a sorte e no mesmo segundo
De incerteza, rima o versejar tal amador

É para ti ó alma de afeto pendente
E a ti, ó paixão, se existe realmente
Vacila, e nem sabe do meu amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/10/2020, 18’07” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠À SOMBRA DUM SONETO

Penso no amor e fico, com receio
De ser uma lembrança rejeitada
Dessas que ao sentimento veio
E que na estória foi descartada

E nesta poética largado. Creio
Ser emoção na poesia pousada
E no haver o sentimento alheio
Passa, nas pegadas de ser nada

Choro, desejo, também há medo
De o meu versar tornar obsoleto
Ou me perceber vazio e quedo

Porém, não tenho algum amuleto
Confesso que nem algum segredo
Só espero, à sombra dum soneto!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO LÉS A LÉS

Ainda que não seja, assim, poético
Que falte o olhar, o afago, a beleza
És tu, poetar, ao meu olhar estético
Bem, sem importar com a grandeza

Não temo se me acharem cético
Cada verso tem a minha certeza
Das rimas e do cântico profético
Do amor, a mais pura candideza

Outras vezes soneteio sem preito
Ah, tão em vão, tão sem emoção
Tão fantasiosos e, tão imperfeito

Mas, certo é que na sensação
Tudo se torna o versar estreito
Quando se é ausente de paixão

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Soneto saude emocional

A minha vida nao e colorida
Mas e vivida sem dopamida
Serotonina e uma coisa que
Nunca achava nos meus dias

Amigos verdadeiros
Apenas aminimigos e inimigos
Pais apoiadores
So desapoiadores

Amor e carinho virava
Desgosto e solidao
Era so eu nesse mundo

Me sentia diferente invisivel
Essa dor nunca acabou
Mas com o tempo melhorou

Inserida por naofacopoemasperfeit

Soneto - A procura

Procuro olhos que me proporcionam desafios.
Olhos que penetram na minh'alma e abrem
A caixa dos meus segredos e me apavorem
Os sonhos e se desfaçam como se fosse fios.

Procuro pessoas curiosas que saibam esperar
As respostas que procuram. E que não sabem
Desistir de seus sonhos mesmo que coíbem
Deles por um pouco sabendo que irão perdurar.

Procuro loucos que usem seus pensamentos.
Pois os "normais" não entendem o que digo
E não leem nas entrelinhas fazendo-se lentos

Procuro um amigo, não tão amigo, um inimigo
Que saiba olhar-me e distinguir-me dos ventos
Que sopram como um furacão. Não há abrigo.
(De: Fran Filho)

Inserida por franfilho

Soneto de Despedida

Distante deste mundo vão
Agarro as minhas memórias
Para me consolar elas estão
Não esqueço velhas histórias

Sinto muito mas nada sinto
A não ser uma longa saudade
Eu não te amo e não minto
Por mais que tivesse vontade

Amo o que foi e ainda fica
Como a cinza que incendeia
Meu sentimento não se explica

Perdão mas tenho que ir
Meu pensamento ainda é teu
O coração nunca te pertenceu.

Inserida por PensadorRS

Soneto do Confronto

Estava travado mais um confronto
Desta vez quem irá ganhar
Quem fica assistindo mais parece um tonto
Mas sempre não há motivos a festejar.

Um sempre pensa no amor
Mas sempre sem pensar
Outro sempre pensa na dor
Mas sentimento não há.

Este confronto sempre existirá
O coração cego por amor
E o cérebro com a razão questionará.

Feliz é aquele onde o confronto não há
O coração sem dor
O cérebro com amor.

Inserida por Thiagolimamedeiros

Soneto à uma Deusa

Logo quando te vi comecei à transpirar
Seu sorriso era lindo e seu jeito encantador
Me senti como se estivesse nas nuvens: subindo para às estrelas

Eu tinha encontrado um lugar para descansar
Um ombro amigo que procurava por anos
Era uma meta para mim deixar o passado para trás, e viver o futuro

Vi em você o completo do incompleto,
o perfeito do imperfeito
Em você encontrei refugio
Não estou mais só

Pensamento e sentimento se harmonizam
Agora estou tranquilo, posso seguir meu caminho
O que era antes solidão virou sonho e desejo,
Agora posso voltar a caminhar, pois você está ao meu lado
Não estou mais só

Inserida por MarthaCourteville